Em entrevista exclusiva, Pitty fala sobre o novo disco, regravação de “Agora Só Falta Você” e mais

Pitty, com toda a certeza, possui uma das carreiras mais sólidas da cena de rock brasileiro – forte, intensa e capaz de se reinventar de acordo com a passagem do tempo. A baiana apresentou, no último dia três, a sua capacidade de produzir um trabalho que dialogasse com todas as suas fases de transição e de evolução musical.
O quarto álbum de estúdio da roqueira, “Setevidas”, foi produzido por Rafael Ramos e mixado por Tim Palmer – profissional inglês que já trabalhou com grandes nomes como David Bowie, U2 e Ozzy Osbourne. Todavia, as novidades não se encerram nesse ponto: a cantora trouxe um disco emocionalmente denso e apto para emplacar novos hits em sua lista de sucessos.

O Nação da Música bateu um papo com a Pitty e trouxe detalhes exclusivos sobre a montagem desse projeto – que abriga o single “SETEVIDAS“, com mais de 1 milhão de visualizações no Youtube. Ficou curioso(a) para conferir? Acompanhe abaixo:

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Entrevista por: Arthur Zambone

Nação da Música: Em 2003, “Admirável Chip Novo” chegava para apresentar uma cantora que preencheria um enorme espaço no mercado – a indústria musical brasileira necessitava de uma figura feminina e moderna que fosse capaz de sustentar o rock. Partindo da sua visão artística, como ocorreu a sua evolução até o seu mais recente disco?

Pitty: Muita coisa aconteceu de lá pra cá, aprendi bastante com a experiência de ir fazendo discos e tentando dar um passo a frente em cada um deles. Fui tentando aprimorar a escrita, a sonoridade. No primeiro disco eu ainda não sabia tirar som das coisas, as vezes tinha uma ideia na cabeça, mas não sabia como chegar no resultado. Essa é a benesse do tempo: a gente vai aprendendo a chegar onde se quer mais rápido. E esse aprendizado não termina nunca, eu faço disco sempre desejando que ele seja melhor que o anterior.

Nação da Música:  “E se a sorte aparecer / Deixa ela entrar”, cantam os versos da faixa “Deixa Ela Entrar.” Dado que o título do seu novo projeto é intensamente místico, você acredita no conceito de sorte? E como esse sentimento é decisivo na composição de suas canções?

Pitty: Uma vez alguém me disse que “sorte é estar preparado para a ocasião”. E  uma vez estava conversando com Grampá e ele ia fazer um trabalho novo e eu desejei “suorte”, que é suor+sorte. E acho que no final eu acredito é nisso: sorte com esforço é mais poderoso do que só um ou outro.

Nação da Música: Após quatro anos sem nenhuma música inédita,  “Setevidas” foi lançado – no último dia 3 – para provar que uma nova fase estaria começando. A contagem regressiva utilizada em seu site oficial, com fotos escondidas e um texto misterioso, foi um dos recursos utilizados para a promoção do disco. Qual é a sua relação com a parte estética de “Setevidas”? Comente sobre o visual e até onde ele se relaciona com a parte sonora.

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Pitty: Minha relação estética com o Setevidas é total. Desde a capa, até o texto do site, até a cor do encarte, até o conteúdo visual do show. E acho que isso traz essa unidade para a coisa toda; está tudo ligado. Todas essas coisas foram pensadas junto com a sonoridade; algumas em função dela. A partir do momento que eu tinha o disco, as imagens  e as ideias foram surgindo.

Nação da Música: A música “Um Leão” discorre sobre uma fera sem domador. Como é equilibrar Priscilla e Pitty em uma figura só? Em sua opinião, como a música se faz uma forma de escape dessa realidade contemporânea, que é sinônimo de cobrança?

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Pitty: É exatamente a busca desse viver em sociedade e o quanto o nosso lado hedonista, selvagem e primitivo precisa ser domado para caber nesse contexto. Porque bicho que é perigoso e só faz o que quer sem pensar no outro tem que viver na jaula. O quanto de jaula se consegue suportar em nome dessa convivência? Essa música é sobre isso, sobre essa questão.

Nação da Música: Recentemente, você regravou “Agora Só Falta Você” de Rita Lee, para embalar a abertura da novela Malhação. Como é apresentar essa canção para uma nova geração? E qual é a sua relação com tais artistas icônicos?

Pitty: Vou te falar que meu grande motivo para topar foi esse mesmo: apresentar essa música pra essa geração. Uma música de um disco tão importante pro rock brasileiro e de uma artista tão importante. Espero que isso empolgue os novinhos a procurar a obra de Rita Lee, e por consequência dos Mutantes, e todo o rock psicodélico brasileiro daquela época.  Foi uma honra gigantesca pra mim ter a oportunidade de regravar essa música, amo Rita demais.

Nação da Música: O álbum “Setevidas” exala tristeza e esperança ao mesmo tempo. Se você pudesse sintetizar esse trabalho com alguma frase ou imagem, qual seria?

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Pitty: Um dia nascendo depois de uma noite muito louca, talvez uma bad trip, meio Medo e Delírio em Las Vegas. Aquela hora que você pensa “é só dormir que passa”. Quarta-feira de cinzas, fim de fantasia e a vida voltando pro que tem que ser.

Nação da Música: Deixe um recado para os seus fãs e expresse, se houver, a sua vontade de sair em turnê para celebrar o novo projeto.

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Pitty: Já estamos em turnê, e meu recado é um convite: passem lá no meu site (pitty.com.br) pra ver as datas de shows. Espero encontrar vocês na estrada e espero que curtam o show novo que preparamos.

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Redação
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