NM Apresenta (Especial entrevista): Conheça a banda Shreddy Krueger

Nesta semana o destaque da coluna NM Apresenta é a banda canadense Shreddy Krueger. A formação do grupo aconteceu em 2011 quando Jordan Chase (vocalista), David Ecker (guitarrista/programador) e Ryan Loerke (bateria), membros da banda Secret And Whisper, decidiram começar um novo projeto. O grupo ainda conta com o baixista Tristan Rattink.

O Nação da Música conversou um pouco com David Ecker, que nos apresentou um pouco do Shreddy Krueger e explicou como foi a transição de uma banda para a outra. Confira!

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Nação da Música: Eu sei que 3/4 de vocês faziam parte de outra banda antes de começar o Shreddy Krueger. Como que vocês se conheceram e decidiram começar um novo projeto? Qual foi o grande desafio disso tudo?

David Ecker: Nós éramos amigos muito tempo antes disso, de tocar em outras bandas e fazermos parte da nossa cena local. Quando a antiga banda que eu tinha com o Jordan e Ryan decidiu terminar, basicamente começamos a conversar sobre começar outros projetos imediatamente, por mais que tenha levado algumas semanas para, de fato, começarmos o Shreddy.

Então convidamos o Tristan para tocar baixo, já que o Jord queria mudar para os vocais e nós sempre conversamos sobre montar uma banda com o Tristan e fazer um som mais no estilo Deftones. É basicamente por isso que decidimos começar o Shreddy, para nos divertirmos, tocarmos alguns shows locais e seguirmos fazendo música.

Realmente não foi um desafio para nós começar uma banda nova, partindo de outra que teve muito sucesso. Não houve pressão sobre nós. Temos que mergulhar em tocar um estilo pesado de música, escrever algo diferente e nos divertimos com os nossos amigos. Além disso, nós não tínhamos uma grande quantidade de dívidas pairando sobre nós, o que só serve para criar tensão e estresse. Somos capazes de sermos caras se divertindo, tocando por ai, escrevendo um novo estilo de música sem ninguém para impressionar, exceto nós mesmos.

Nação da Música: Eu sei que é uma questão bem difícil, mas como vocês definem o seu som? Quais as principais influências de vocês?

David Ecker: Nosso som… Se alguém pergunta que tipo de música eu toco, geralmente eu digo “rock pesado com elementos eletrônicos e tanto vocais cantados e gritados”. É complicado dar um estilo para si mesmo, e eu tenho certeza que cada membro da banda daria uma resposta diferente! (risos)

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Post-Hardcore experimental e Rock seja a resposta mais adequada para o nosso gênero! Cada um de nós tem o seu próprio nicho de influências, mas também compartilhamos muitas coisas. A maioria curte um som tipo Deftones/Norma Jean, pesado e trash mas com uma boa composição. Ryan curte muito coisas eletrônicas, Tristan ama o rock dos anos 90, Jord poderia escutar só AFI e MxPx todos os dias, até morrer, e eu sou muito fã de tech-metal e pop-punk.

Todos nós somos, definitivamente, crianças punk no coração, foi isso que nos colocou no mundo da música e nos fez começar a tocar! Como todas essas influências entram no processo de composição do material do Shreddy Krueger… os nossos fãs podem escolher o que quiserem. Eu sei quais riffs que podem ter sido influenciados por outras bandas, mas esse será um riff do Shreddy Krueger.

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Nação da Música: Vocês fazem parte desta nova cena da música pesada, onde vários grupos surgem todos os dias. Isso acaba tornando as coisas um pouco “genéricas” às vezes. O que vocês fazem para tornar o som do Shreddy Krueger diferenciado em meio a tantas bandas que só fazem a mesma coisa?

David Ecker: Tem algumas coisas que eu acho que nos destacam no meio da multidão “genérica”. Uma coisa que tentamos fazer, com sucesso, é compor um disco, e não a mesma música 10 vezes seguidas. Eu costumo colocar uma banda na categoria genérica quando pego 5 músicas do seus discos e, ao mesmo tempos que pode ser uma música boa, eles estão apenas a escrevendo de novo e de novo. E tudo acaba soando da mesma maneira.

É difícil terminar um disco quando ele tem a mesma música escrita 10 vezes, por melhor que ela seja. É totalmente possível ter o “seu som”, mas fazer coisas diferentes ao mesmo tempo. Quando escrevemos o “The Grieving”, planejamos fazer uma música pesada, uma eletrônica, uma balada simples. Nós queríamos provar que conseguíamos escrever diferentes tipos de música e, ainda sim, manter a sonoridade do Shreddy Krueger.

Toques eletrônicos e de programação estão se tornando enormes, ainda mais nesse estilo de música. E nós estamos muito felizes por não termos o padrão “ignorante” eletrônico. Nós não temos as oscilações do Dubstep nem uma voz louca de robô, mas temos uma massiva presença eletrônica com partes inteiras de músicas feitas dessa maneira.

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Isso é muito importante pra mim, mostrar para as crianças/bandas que o eletrônico pode ser incorporado neste estilo de música e ser diferente de todo o resto, e não somente uns barulhos ignorantes. Nós também estamos muito felizes que podemos estar neste estilo e escrever um disco basicamente sem aberturas, breakdowns e coisas que muitas bandas comprometem a sua musicai inteira com. É muito mais divertido escrever melodias e coisas rítmicas ao invés disso.

Nação da Música: Recentemente vocês lançaram o seu novo disco, “The Grieving”. Como foi o processo de criação do disco? Nele vocês tiveram a oportunidade de trabalhar novamente com o Jeff Schneeweis, como foi repetir a parceria com ele?

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David Ecker: Nós começamos a escrever este disco em abril de 2012 e as gravações começaram exatamente um ano depois. Tivemos certo bloqueio em nosso processo de composição, e por mais que seja um pouco lento em alguns pontos isso não nos incomoda. Geralmente fazemos umas demos grosseiras com ideias e riffs. Primeiro estruturamos a música para depois chegarmos com coisas novas e a tocarmos com a banda inteira. Ai gravamos uma demo completa e então eu começo a parte eletrônica… em seguida ajustamos os detalhes e refazemos o que for necessário.

Nós tínhamos quatro músicas prontas ali por novembro, e então “Child Heart” levou uns 3 meses para ficar pronta… nós estávamos meio que em queda e não estávamos sentindo aquilo, e adiamos as composições. Então bombardeamos com três canções um pouco antes de sairmos para as gravações. Já no estúdio nos polimos a “Inamorata” e escrevemos a “The Grieving”.

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Jord e Ry já tinham trabalhado com o Jeff antes, e isso foi a grande razão para voltar a ele. O processo de gravação foi explosivo. Nós ficamos no hotel mais simples em Chico California, tivemos a mais massacrante viagem de volta para onde moramos, no oeste do Canadá, dentro do Honda Civic do Jordan com todo o nosso equipamento. Além de comer toda a comida mexicana possível e as bebidas americanas baratas o suficiente para matar um cavalo.

Nação da Música: Eu vi no Facebook de vocês, na sessão “outros artistas que gostamos”, que vocês colocaram “Menos o Nickelback”. Isso é engraçado! Você pode nos contar alguns “guilty pleasures” musicais que você, ou seus companheiros de banda tem?

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David Ecker: (risos) engraçado você ter notado isso, eu quase esqueci que tinha dito isso. Quando começamos o nosso Facebook estávamos apenas curtindo na minha cozinha e escrevendo coisas estúpidas por lá, e não nos preocupamos em mudar (risos). Não existem muitas bandas notáveis no Canadá, especialmente em nosso gênero ou em escala internacional, mas todo mundo conhece o Nickelback… e nós não queremos soar como eles, nunca! (risos) Em nome do Canadá, nós pedimos desculpa!

Não sei se é um guilty pleasure, algumas pessoas podem pensar que sim, mas eu AMO o Limp Bizkit. Wes Borland é um dos meus guitarristas favoritos! (risos) Eu também amo algumas dessas novas bandas da cena, que misturam brutalidade pesada e umas loucuras de dubstep. É divertido ouvir! E também algumas bandas questionáveis de pop-punk dos anos 2000, que todo mundo deseja nunca terem existido. (risos) Os outros caras… bem, Jord e Ryan adoram Korn. Eu não consigo fazer piadas suficientes sobre isso!

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Nação da Música: Muito obrigado por esta entrevista! Você gostaria de deixar alguma mensagem para os leitores brasileiros irem conhecer o som de vocês?

David Ecker: Muito obrigado! De verdade, é incrível saber que alguém no Brasil conhece a gente. Isso é algo que nunca vai parar de nos surpreender, pessoas do mundo todo que nos conhecem e escutam a nossa música. Nós somos só uns caras do oeste do Canadá fazendo um som por diversão!

Obrigado a qualquer um no Brasil que tenha escutado a gente, mostrado nossa banda pra um amigo, comprado o nosso disco, cantado nossa música ou aprendido algum dos nossos riffs, somos eternamente gratos pelo apoio. Por favor, confiram o nosso canal no Youtube, nós temos alguns vídeos legais para você assistir enquanto escuta nosso som, e não esqueça de compartilhar com os seus amigos. Vocês são a razão de sermos capazes de fazer música e levá-la para pessoas de todo o mundo.

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Vicente Pardo
Vicente Pardo
Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.