Entrevista: Glass Animals fala sobre processo criativo do último álbum

Glass Animals
Foto: M Rossi/ T4F

A primeira passagem do Glass Animals pelo Brasil já deixou saudades. Com um show bastante animado nas duas noites de apresentação, no Lollapalooza e no Lolla Parties, a banda marcou ainda mais os corações dos fãs e ganhou muitos outros.

Pra se despedir com chave de ouro, a Nação da Música teve a oportunidade de conversar com o baterista Joe Seaward e com o guitarrista Drew MacFarlane sobre os processos criativos da banda, o que vem por aí e a comida brasileira que eles mais gostaram: pão de queijo.

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Entrevista feita por Maria Victoria Pera Mazza.

————————————————————————————————————— Leia a íntegra

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Foi a primeira vez do Glass Animals no Brasil! E aí, curtiram tocar aqui? O público?
Joe: Eles foram ótimos! Muito, muito legais. Teve muita dança, muita cantoria. O público parecia estar se divertindo muito e nós também estávamos. É da forma que queríamos que acontecesse e estamos felizes de ter sido assim.
Drew: É uma audiência que interage bastante, sabe?

Vocês tocaram no Lollapalooza e no Lolla Parties… Rola alguma preferência de se apresentar em festival ou em um show mais intimista?
Joe: Eu gosto dos dois por razões completamente diferentes. Pra mim, é fácil porque eles parecem a mesma coisa, mas não são. Em um momento você está em um lugar com as pessoas bem perto de você, está tudo escuro, estão todos suados, já está tarde e todo mundo está um pouco bêbado. É como uma festa e tem muita animação lá. É insano.

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E tem momentos que você está em um palco enorme, como no Lollapalooza, e tocando um pouco longe dos fãs. Ao invés de sentir toda aquela animação louca, as pessoas na sua frente tem sentimentos diferentes em relação àquilo. Aí você fica “uau”, meu Deus é muita gente! É lindo e rola muitos sentimentos, então, eu gosto muito.

Drew: E também é divertido porque, você sabe, quando está tocando em seu show, onde você é a atração principal, provavelmente todas aquelas pessoas ali são fãs e é isso o que torna a apresentação mais intimista porque eles sabem as músicas, eles ouviram todos os álbuns, eles esperam que tudo seja ótimo.

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Aí tem o Lollapalooza e você vai tocar para milhares de pessoas que, provavelmente, nunca ouviram a sua música. Só aconteceu deles estarem ali no seu show. Isso gera muitas coisas diferentes, você tem que criar algo novo, algo que desperte algum tipo de animação e interesse naquela pessoa.

Agora falando um pouco do trabalho do Glass Animals, vocês sentem muita diferença entre o “Zaba” e o “How To Be A Human Being”? O que mudou?
Joe: Qual a sua opinião sobre isso? Quais você acha que são as diferenças?

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Ah, acho que vocês mantiveram a essência da banda, da música que se propuseram a fazer no começo, mas, com certeza, cresceram e amadureceram.
Joe: Sim, nós crescemos mesmo! Nós passamos de crianças para quase homens (risos).

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Drew: Acho que há diferenças, sim. No primeiro álbum, “Zaba”, nós estávamos tímidos, nunca tínhamos feito aquilo, nunca tínhamos gravado um disco antes. Estávamos tentando encontrar o nosso lugar. Na segunda vez, já tínhamos certa experiência, já tínhamos entrando em turnê, fizemos muitos shows, já tocávamos melhor e tínhamos uma ideia melhor do que a gente queria fazer. “How To Be A Human Being” foi mais corajoso, mais barulhento e mostrou realmente algo que a gente quis. Com certeza, se eu parasse pra ouvi-los agora, é dessa maneira que eu me sentiria.

Ainda sobre o segundo álbum, tem alguma mensagem por trás dele? Vocês tentam mostrar realmente como é o ser humano?
Joe: O que acontece com este álbum é que ele tentou mostrar o fato de já termos encontrado muitas pessoas diferente em nossas vidas enquanto estávamos em turnê. Todos os dias encontramos com muita gente diferente… Algumas delas em um bar após o show, outras na rua, em frente ao hotel ou em qualquer outro lugar. Então, achamos que seria uma ótima ideia pegar a história de algumas delas e torná-las personagens de nossa criação própria. Pegar um pouco de tudo e ver no que dá.

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Mas não acho que foi a intenção de dizer como as pessoas deveriam ser, não é o que tentamos fazer, não é uma autoajuda. Não queremos que as pessoas ouçam e pensem “ah, é exatamente assim que eu deveria ser”. Este álbum é para refletir o fato que existem muitos tipos de pessoas e que elas passam por experiências diferentes em suas vidas. Talvez até parecem similares, mas não se sentem iguais. Pelo menos é dessa forma que me sinto.

Glass Animals é uma banda britânica e muita coisa boa saiu de onde vocês vieram. Já pensaram no legado que gostariam de deixar no mundo da música?
Joe: Acho que nunca planejamos pra tudo isso acontecer. Nós tínhamos nossos 20, 21 anos, e pensamos que seria divertido nos juntarmos para fazer música. Aí tudo aconteceu e estamos fazendo isso até hoje. Nunca sentamos pra pensar e dizer “somos uma banda”, só aconteceu. Tivemos sorte de aliar tudo isso e chegar até aqui.

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Como é pra vocês colocar todo o trabalho de um disco em um show, muitas vezes, de uma hora ou um pouco mais? Tipo, tem banda que chega a demorar anos pra compor todas as músicas e gravar o álbum.
Joe: Acredito que escrever música e tocar são coisas um pouco diferentes pra mim. Quando você está gravando algo, você tem uma oportunidade de representar o que quer, a sua música. No show, você pode representá-la da maneira que quiser. Escolher a forma exata que quer fazer pode demorar um tempo. Sorte nossa que este último álbum não tomou muito do nosso tempo, já tínhamos uma ideia formada do que gostaríamos de fazer.

Não acho que tem que ser difícil se apresentar ao vivo só porque demora um tempo para fazer o álbum. A parte boa de se apresentar é porque você pode mudar todos os dias, dá para brincar com as músicas. Tem vezes que dá certo e tem vezes que não dá. Mas não é uma representação definitiva como o álbum é, você não tem apenas uma oportunidade de fazer aquilo, você tem várias.

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Os videoclipes que vocês fazem são bem legais e interessantes. Costumam participar do processo criativo?
Drew: Sim. Com esse último álbum, por exemplo, cada música fala de um personagem diferente. E uma das coisas que fizemos quando estávamos compondo era realmente criar este personagem, escrever coisas adicionais sobre eles, tudo o que estávamos pensando. As roupas que eles vestiam, os sapatos, o que comiam, o que eles queriam ou não fazer. Tivemos diversas ideias sobre eles. Então, isso serviu muito no momento de montar os videoclipes. Nós nos inspiramos até para a capa do álbum e usamos isso nos clipes também. Aí o diretor vinha com as ideias em cima do que pensamos. Então, sim, nós participamos bastante.

Joe: Uma coisa que eu acho muito interessante, do meu ponto de vista, quando damos esses documentos, essas informações para o diretor, permite que ele dê a própria interpretação àquilo também, o que é uma coisa simplesmente brilhante. Ver alguém pegando o seu trabalho e fazendo algo com ele é realmente interessante porque alguns vídeos são como imaginei que seriam, mas tem outros que ficam muito, muito diferentes do que tínhamos em nossa cabeça, mas não significa que ele é menos valioso por isso. É interessante que alguém ouviu aquela música e tirou algo totalmente diferente dela. Ter essa diferença é brilhante, isso mostra que os outros, a audiência, também encontram novas formas de interpretar o nosso som. É bem legal.

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O que Glass Animals está preparando para os próximos meses?
Ambos: Muitos shows!

Drew: Assim que sairmos da América do Sul, iremos para a América do Norte, Europa, e vão rolar muitos shows. Depois iremos tocar no Coachella. Na verdade, no verão teremos vários festivais na Europa e na América. Quando terminarmos, teremos algumas músicas para lançar e outros novidades. Vamos ver o que acontece até lá.

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Poderiam deixar um recado para os fãs brasileiros que acompanham a Nação da Música?
Joe: Oi!
Drew: Olá.
Joe: Oi, fãs brasileiros. Nós voltaremos!
Drew: Sim, voltaremos.
Joe: Muito obrigado por nos receber. O seu pão de queijo é muito delicioso (risos).

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Avatar de Maria Mazza
Formada em jornalismo, considera a música uma de suas melhores amigas e poderia facilmente viver em todos os festivais. Bandas preferidas? McFLY e Queens of the Stone Age.