Entrevista: Gnash fala sobre influências musicais e início de sua carreira

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Garrett Charles Nash, mais conhecido como Gnash, é um jovem músico americano de 23 anos que começou sua carreira aos 13 como DJ de festas do colégio e hoje possui mais de 80 milhões de visualizações em seu canal do YouTube.

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Nação da Música entrevistou com o cantor, que falou sobre o começo de sua vida musical, colaborações e até sobre o uso das redes sociais.

A entrevista foi feita por Veronica Stodolnik e traduzida por Mariane Ávila.

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—————————————————————————————— Leia a íntegra

Você mencionou antes que começou como DJ quando tinha apenas 13 anos. Como isso começou?

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Gnash: Bom, eu comecei como DJ basicamente nas festas e bailes do colégio e coisas do tipo e foi muito bom pra eu me desenvolver melhor e entender mais sobre música porque, tipo, eu ouvia bandas como Bright Eyes ou Death Cab For Cutie ou bandas mais indie e rock, mas quando eu estava sendo DJ, eu precisava tocar hip hop, e acho que isso ajudou muito a desenvolver meu entendimento no que funciona em várias direções diferentes na hora que estou fazendo minha música, sabe?

Como era sua relação com a música enquanto você estava crescendo? Você sempre soube que era isso que queria fazer?

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Gnash: Eu sempre soube que eu queria trabalhar com entretenimento, mas só fui saber a área específica quando eu tinha 17 ou 18 anos. Quando eu estava crescendo, porém, eu pegava alguns trampos de DJ e, por morar em LA, eu pegava alguns trabalhos pra Paramount e vários filmes, então eu pensei em seguir para filmes e TV.

Eu realmente queria ser o Ari Gold [personagem de Entourage], não sei se essa é uma série que faz sucesso no Brasil, mas aqui ela é muito famosa. Eu queria muito ser ele, tirando a parte de ser malvado [risos]. Mas trabalhando com isso por um tempo eu não me apaixonei tanto quanto eu sou apaixonado por música. Então, fui conseguindo alguns estágios na indústria da música e meio que foi game over dali, quando eu tinha uns 16.

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Como você fez a transição de DJ para cantor?

Gnash: Então, eu comecei fazendo alguns covers. O primeiro cover que eu fiz foi da música “Sugar Sugar” de um artista chamado Baby Bash. Como era uma música que muita gente gostava na minha infância, achei que seria legal fazer algo com ela. Eu fiz o cover com a ideia de colocar no meu set, e aí a outra que eu fiz foi uma música chamada “CoCo”, de O.T Genesis, e essa versão que eu fiz começou a receber vários plays, pois essa versão estava com uma velocidade diferente, e a ideia era também colocar no set.

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Eu estava passando por um término de namoro na época e eu tive a ideia de fazer 3 EP’s chamados “You, Me e Us”, onde eu ia passar pelo processo do término e me descobrir novamente e descobrir coisas novas. Acho que aí foi onde aconteceu a transição, quando eu comecei a fazer música. Mas eu ainda toco em festas e sou DJ, ainda é uma grande parte da minha vida.

Seus EPs são como uma trilogia, mostrando os passos do fim de um relacionamento. Como foi para você trabalhar em algo tão pessoal e deixar tão público?

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Gnash: Acho que o meu esquema foi que na maior parte do tempo a pessoa sobre quem eu falei no EP “You” não estava nem um pouco afim de ouvir sobre como eu me sentia, então minha ideia foi “bom, se você não vai me ouvir, talvez outras pessoas ouçam o que eu tenho a dizer por meio da minha música”. Eu não sabia que iam ser centenas, milhares de pessoas mas eu estava tipo, “talvez se todo mundo estiver ouvindo você também ouça”, então foi daí que veio os EPs. Eu fico feliz que tanta gente tenha escutado e que tenha significado algo para tantas pessoas, pois eu só queria que as pessoas soubessem que elas não estavam sozinhas com o que elas estavam sentindo. Então, se elas estavam tristes, ou felizes, que elas tinham falsos amigos, ou amigos verdadeiros, eu só quero poder me relacionar com as pessoas pelas diferentes músicas que faço.

Por que você acha que as pessoas responderam tão bem ao “I Hate You, I Love You”?

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Gnash: Eu acho que as pessoas responderam bem, pois “eu te odeio, eu te amo” é meio que um sentimento de não saber o que pensar de uma pessoa, é uma sensação tão universal que todo mundo já experienciou, então quando a Olivia [O’Brien] me mandou uma mensagem de voz com esse refrão, eu só pensei “isso é algo que muita gente vai conseguir relacionar consigo” e mostrar que eles não estavam sozinhos com essa sensação, e eu acho que é algo que foi super honesto pra mim, algo que eu queria tirar do meu peito e que, quando eu tirei, a reação das pessoas foi bem positiva.

Você também faz vários featurings. Como você pensa nessas colaborações?

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Gnash: Acho que isso vem de ouvir o trabalho de outras pessoas na música, ouvir músicas online e pensar “gosto da voz dessa pessoa, gosto do jeito que essa pessoa escreve” ou qualquer coisa do tipo, eu as chamo pra vir aqui e pergunto como elas estão, elas me falam e isso vira uma música. Em alguns dias as sessões são ótimas, pois alguém pode ter muitos sentimentos sobre algo e outros dias não vai tão bem, mas gosto de deixar as pessoas sabendo que a minha casa é um lugar onde você pode se sentir confortável para se comunicar e desabafar como você está sentindo, pois isso é o que eu venho fazendo em todo esse processo e tem funcionado muito pra mim.

Como você vê sua relação com as redes sociais e o mundo digital? Você já falou antes sobre não gostar da internet, mas ao mesmo tempo vivemos em uma era digital onde ela se tornou uma grande necessidade.

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Gnash: Com certeza! Eu acho que a internet é ótima nas coisas positivas que ela faz. É uma ferramenta maravilhosa para unir pessoas em um chão comum e eu acho que quando ela começou era esse o objetivo, compartilhar informação e dados sobre as pessoas, e eu acho que as redes sociais meio que distorceram isso e permitiram muita negatividade nesse local e bem, eu não sou 100% positivo nem 100% negativo, não estou sempre 100% feliz e nem 100% triste, mas acho que a internet tem um jeito de entrar na mente das pessoas e fazê-las sentir que tudo aquilo é muito real quando, na verdade, às vezes são pessoas escondidas atrás de uma tela, uma plataforma. Então sim, sou uma pessoa meio privada, pois não acho necessário abrir todo o meu mundo pra todos.

As pessoas gostam de mim pelas músicas que eu faço e, sabe, tenho meus amigos na “vida real” e meus amigos na internet e não estou dizendo que haja muita diferença, pois eles sabem muito sobre mim pela internet, mas é um pouco diferente, sabe? Tipo, depois que você me abraçar você pode me chamar de Garrett, que é meu nome, e acho que é uma boa maneira de pensar. Gosto da internet para as coisas boas e não a amo pelas coisas ruins, como a falsa negatividade e por ser um lugar que permite que as pessoas possam espalhar ódio, então não me permito estar aberto a muito disso e deixo minha vida mais privada.

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Além de música, você também mexe com fotografia. Você se sente conectado com outras formas de arte também?

Gnash: Boa pergunta! Acho que a fotografia é apenas mais uma maneira de se expressar e outra maneira de mostrar um sentimento, então fotografo muito meus amigos, muitas vezes com câmeras descartáveis, e acho que a fotografia e outros meios de arte são apenas maneiras de se expressar e, sabe, amo fotos, cresci rodeado de muitas fotos, minha mãe trabalhava na televisão e tinha um histórico com fotografia. Tantas palavras podem ser ditas com uma imagem e tanto pode ser dito em uma música e juntos podem escrever um livro. Pra mim, fotografia é só mais uma maneira de me expressar e outra forma linda de arte.

Em que músicos ou bandas você busca inspiração?

Gnash: Com certeza Blink 182, Death Cab For Cutie, Good Charlotte, Kanye West, eu amo Drake, gosto muito de coisas que encontro na internet, Goody Grace que é um amigo meu e muitos amigos meus me inspiram. Tenho ouvido muito Lana Del Rey ultimamente, suas músicas mais antigas. Também amo Panic! At The Disco, tenho um gosto que está em algum lugar entre o emo e o hip hop e acho que é algo que dá pra perceber quando você ouve minha música.

O que podemos esperar da sua agenda?

Gnash: Para o resto de 2016 vou fazer uma turnê de outono (primavera no Brasil) pela América, então vou estar viajando bastante. Basicamente fazendo vários shows e sempre trabalhando em novas músicas e acho que vou estar lançando algo novo em breve mas ainda não tenho certeza, estou trabalhando nisso. Eu gosto de sempre lançar coisas no dia que termino, mas não ando tendo muito tempo para terminá-las, então assim que eu tiver um tempo sobrando, músicas novas vão ser lançadas.

Você quer deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros?

Gnash: Eu adoraria deixar uma mensagem! Eu amo o Brasil e mal posso esperar para ir ao Brasil conhecer vocês, pois eu sempre recebo muito amor dos brasileiros. Eu amo vocês e mal posso esperar para ir até aí tocar músicas pra todos nós cantarmos juntos.

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Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.