Resenha: “131” – Emarosa (2016)

Foto: Ashley Osborn / Divulgação.
Foto: Ashley Osborn / Divulgação.

O Emarosa sempre foi uma banda interessante, capaz de chamar atenção de qualquer um que esbarrasse sem querer em alguma música deles. Logo no primeiro disco do grupo, “Relativity” (2008) era possível perceber que o que estava acontecendo ali trazia algo diferente para a sonoridade da cena metalcore da época. Era um instrumental muito trabalhado e que não bebia da mesma fonte de outros artistas. Tudo isso casava-se com o vocal do polêmico Jonny Craig.

Não quero entrar demais nas polêmicas em torno do Craig, que foi vocalista do grupo em seus dois primeiros discos e executava com maestria suas funções no material final das canções, mas que trazia consigo muitos problemas extra-classe. Para o seu lugar, o Emarosa escolheu Bradley Walden que, entre diversas mudanças de formação, trouxe um porto seguro para a banda.

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Em “131”, quarto disco do Emarosa, Walden atinge a ápice no seu casamento com o grupo. Já era evidente que o vocalista estava confortável com a sua nova missão após o disco “Versus”, de 2014, mas no lançamento de 2016 é que ele cativa de vez os fãs do Emarosa. Logo de cara o disco traz a “Hurt”, que funciona quase como uma intro do registro e abre caminho pro que está por vir.

Na sequência chega uma das músicas mais energéticas do material, e uma das minhas favoritas até agora, “One Car Garage”. Cheia de variações de ritmo que criam uma atmosfera muito gostosa, a música é um cartão de visitas pra quem começa a ouvir o novo trabalho do Emarosa. A sequência traz “Sure”, uma daquelas músicas que facilmente se torna um hino de sua cena. Além disso, tem um refrão muito bom!

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O disco segue com “Miracle”, que é um dos sinlges do material. A música é digna dos trabalhos mais antigos do Emarosa, e remete bastante ao que era feito na era de Jonny Craig. É por isso que ela é perfeita pra perceber o quanto o talento da Walden é louvável. O vocalista mostra porque assumiu a vaga deixada por Craig.

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“Cloud 9” é outra música que também ganhou videoclipe, e foi lançada durante o processo de divulgação do disco. Gosto muito da música desde o primeiro contato com ela (sem ter o álbum inteiro em seu entorno). Ela é ousada, tem um ritmo diferenciado, quebras na hora certa e um refrão marcante. É uma das melhores músicas do álbum e single justificável.

“Helpless” completa a tríade de singles, que aparecem em sequência em “131”. Parece que o Emarosa apostou em três singles iniciais que abordassem atmosferas diferentes. Aqui a banda explora uma sonoridade um pouco mais pop, apesar da introdução bem trabalhada. É em “Helpless” também que Walden explora mais os limites de sua voz.

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A canção anterior abre caminho pra “Porcelain”, uma balada como eu não lembro de ouvir na carreira do Emarosa. Mostra que a banda como um todo está amadurecendo, e confiando no amadurecimento do seu público.

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A banda aposta mais uma vez em uma sonoridade mais calma, mas não tanto quanto “Porcelain”, em “Never”. Na música temos Walden dividindo os vocais com uma voz feminina. A moça em questão é de Meeko, esposa do vocalista do Emarosa. É uma bonita canção, que merece sua atenção.

O álbum segue com “Young Lonely”, uma canção que traz novamente aquele ritmo equilibrado que o Emarosa é especialista em fazer. Essa música também traz outro convidado especial, dessa vez Jason Vena, do Acceptance, banda que entrou em hiato em 2006 e que deve retornar com um novo lançamento ainda este ano.

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O disco encerra-se com “Blue”, uma das músicas que menos me cativou no disco. Acho que por conta do ritmo confuso, que dessa vez não conseguiu cativar esse que vos fala. “131” encerra-se com “Re”, uma música que combina recortes de todas as composições usadas no álbum, assim como ritmos, de uma forma incrivelmente natural e única. É interessante perceber como o disco combina-se bem em uma única obra sonora.

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“131” é excelente. Não existe forma melhor de definir o novo trabalho do Emarosa. A banda sempre teve lançamentos sólidos, independente das formações que estavam tocando na época, mas o disco de 2016 traz elementos novos e, mesmo assim, não perde nada da essência que o grupo construiu ao longo dos seus 10 anos de estrada.
É muito bom observar a versatilidade musical ser acompanhada por um vocal poderoso e capaz de acompanhar todas as experimentações que a banda se propõem no material. Algumas canções cativam mais que as outras e, ao longo de suas 11 faixas, o disco traz poucos deslizes. A produção de Casey Bates, um cara que já assinou trabalhos de artistas como Chiodos, Pierce The Veil e Portugal. The Man colabora – e muito – pra viagem sonora que “131” proporciona.

Tracklist:

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01. Hurt
02. One Car Garage
03. Sure
04. Miracle
05. Cloud 9
06. Helpless
07. Porcelain
08. Never
09. Young Lonely
10. Blue
11. Re

Nota: 8

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Avatar de Vicente Pardo
Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.