Resenha: “Bad Vibrations” – A Day To Remember (2016)

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Sempre encarei o A Day To Remember como uma banda cíclica, onde cada álbum lançado pelo grupo de Ocala se encaixa em um espectro em que todas as músicas fazem sentido dentro de sua particularidade. Acho que muito por conta disso aprecio, com um carinho particular, cada um dos discos lançados pela banda. Desde os que são unanimidade entre os fãs, como “Homesick”, de 2009, até mesmo os registros mais recentes, que parecem não ter agradado muita gente.

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“Common Courtesy”, de 2013, é um material envolto em polêmicas ligadas a separação do grupo de sua gravadora até então, a Victory Records. Eu gosto muito das composições que fazem parte do tracklist, mas, pra muita gente, o disco é o mais fraco da carreira do grupo. É claro que, tendo um antecessor com tais adjetivos, seria natural que “Bad Vibrations” gerasse enormes expectativas nos fãs.

3 anos após seu último disco, o A Day To Remember retorna aos holofotes com seu sexto trabalho de estúdio. O álbum começa muito bem com “Bad Vibrations”, faixa que dá nome ao material. É uma pedrada com todas as marcas registradas que tornaram o quinteto da Flórida um dos principais nomes em sua cena. A música é, com certeza, um dos highlights do disco.

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O álbum traz na sequência “Paranoia”, primeira música do material que foi divulgada pela banda. Assim que foi lançada a canção colaborou muito pra aumentar a ansiedade dos fãs. A mistura de elementos é incrível e a sonoridade que temos aqui não era vista desde “Homesick”. Ou seja, o suficiente pra elevar as expectativas lá em cima.

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“Naivety” surge logo na sequência, e também foi uma música divulgada antes do lançamento do disco. Aqui, o A Day To Remember explora uma sonoridade que aproxima-se mais do pop-punk. É um mix equilibrado e que é completo com um refrão bastante grudento. É uma música diferente no contexto que o disco vinha apresentando até então, mas é uma bom exemplar que o material trouxe.

A música seguinte é “Exposed”, e ela com certeza causa surpresa pra quem está ouvindo o disco. É difícil entender o que o A Day To Remember quis nessa faixa. A banda tem seus momentos pesados ao longo da carreira, mas tudo dentro de uma característica própria. “Exposed” soa muito como outras canções genéricas que a cena tem produzido ao longo dos últimos anos. É triste uma banda com o A Day to Remember, que sempre se destacou pela sonoridade diferente do comum, apresentar uma música tão clichê.

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Infelizmente “Exposed” parece abrir a porta do inferno desse disco. “Bullfight” aparece logo na sequência, trazendo elementos mais calmos ao disco. Não me leve a mal, eu adoro as canções que o ADTR faz com essa proposta, mas “Bullfight” parece só um amontoado de estrofes, frases de impacto e riffs genéricos.

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“Reassemble” é uma versão mais aceitável da proposta de “Exposed”. O A Day To Remember volta a apostar numa sonoridade mais pesada, mas dessa fez de uma forma que parece soar um pouco mais natural às raízes da banda. Não é uma canção ruim, mas pra uma banda que já fez músicas como “Mr. Highway’s Thinking About The End” é muito pouco.

“Justified” surge pra melhorar um pouco a imagem do disco. Aqui o ADTR volta a se abraçar nos elementos que domina melhor. É uma balada que lembra bastante algumas músicas que deram as caras nos últimos dois discos do grupo.

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“We Got This” é bastante promissora. Não sei exatamente qual foi a recepção dela por parte dos fãs, mas achei uma das músicas mais cativantes do disco. Não que ela tenha muitos elementos e momentos para serem elogiados, mas é aquela canção de pop-punk com uma atmosfera esperançosa e uma composição jovial que agrada os fãs da cena.

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“Same About You” me lembra um pouco o que “Have Faith In Me” foi em “Homesick”, guardando suas devidas proporções, é claro. Em um contexto diferente a música não chamaria atenção, no conjunto do álbum ela até que é bem interessante.

Na sequência temos “Turn Off The Radio”, uma música pesada que parece não saber exatamente o que quer transmitir pra quem está ouvindo. Encerrando “Bad Vibrations” temos “Forgive And Forget”, uma baladinha esperançosa, típica faixa de encerramento de discos. O disco ainda possui outras duas faixas bônus, “Negative Space” e “In Florida”, que são bem mais interessantes que grande parte das músicas do álbum.

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“Bad Vibrations” foi bom enquanto as expectativas existiram, depois disso foi um mix de decepção e confusão. Decepção porque o A Day To Remember vendeu uma ideia muito diferente do que iria entregar. Confusão porque o material parece uma banda que não sabe mais como acertar a mão nas suas produções.

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Todos os elementos característicos da carreira do A Day To Remember estão ali, mas muitos deles parecem ter sido usados de forma equivocada. Em muitos momentos o disco passa a ideia que a banda exagerou demais na busca por algo diferente, ou seja lá qual foi a intenção deles na produção do material.

Como comentei no começo desse texto, encaro os discos do A Day To Remember quase que como quebra-cabeças, onde todas as músicas se encaixam e formam um material interessante. Isso não acontece em “Bad Vibrations”. O disco parece só um amontoado de canções, umas boas, outras nem tanto e algumas terríveis. Pra muitos, esse é o melhor disco da ADTR desde “Homesick”, pra mim, é o primeiro lançamento do grupo que, daqui uns anos, vamos encarar como algo não tão relevante.

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Tracklist:

01. Bad Vibrations
02. Paranoia
03. Naivety
04. Exposed
05. Bullfight
06. Reassemble
07. Justified
08. We Got This
09. Same About You
10. Turn Off The Radio
11. Forgive and Forget

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Nota: 5

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Avatar de Vicente Pardo
Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.