Entrevista exclusiva: Simple Plan fala sobre novo álbum, trajetória e shows no Brasil

simple plan singing in the rainNo início da tarde da última terça-feira (19) via telefone, nós da Nação da Música a convite da Warner Music Brasil, conversamos com o baterista do Simple Plan Chuck Comeau que nos contou sobre suas inspirações, falou sobre o novo disco e claro, sobre os fãs brasileiros.

Fãs: Pedimos para vocês nos enviarem perguntas porém havia um limite de tempo para realizarmos a entrevista, e só conseguimos fazer cinco das oito perguntas que preparamos para a conversa, para respeitar este limite. Infelizmente não conseguimos fazer as selecionadas que vocês nos enviaram e nós pedimos desculpas por isso ): porém foi necessário. Independente disso, agradecemos muito a participação de todos! <3

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A entrevista foi feita por Veronica Stoldonik Andressa de Oliveira.

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NM: Foram cerca de 5 anos desde o lançamento do último cd de vocês, o “Get Your Heart On!”. Tem algum motivo especial que justifique essa grande pausa até o lançamento de “Taking One For the Team”?

Chuck: Para ser bem honesto, a gente não tirou nenhumas férias. Nós fizemos muitas turnês com o último álbum, e passamos quase dois anos e meio na estrada. Nós fomos pra tudo quanto é lugar, acho que visitamos 60 países ao redor do mundo, e levou bastante tempo pra viajar tanto e tocar tantos shows. Eu acho que quando terminamos as turnês nós paramos em casa por uns dois ou três meses para dar uma relaxada e então já começamos a escrever o novo álbum. A gente pensou não que seria rápido, mas que seria mais rápido do que foi, pois infelizmente acabou levando um tempão. Nós escrevemos por um ano e meio, e criamos umas 85 ou 80 músicas—muita música—e quando sentimos que finalmente tinhamos as músicas certas nós fomos para o estúdio, o que também levou mais tempo do que esperávamos. Eu acredito que quando você tem cinco álbuns e está presente no mundo da música por 16 anos como estamos… Parece que cada álbum se torna mais importante.

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Nós não temos mais o burburinho de ser uma banda nova que acabou de estrear; isso já passou. Tudo que temos agora é o amor que nossos fãs tem pela banda e pela qualidade de nossas músicas; então, se a gente não fizer um álbum legal as pessoas vão ficar tipo “ok, eu acho que não gosto mais dessa banda”. Tudo gira em torno de tirar o tempo suficiente para ter certeza que todo álbum que lançamos é especial, que toda música que está presente neles tem o potencial de ser a música favorita de alguém, entende? Esse é basicamente o nosso critério, e quando você leva isso em consideração, pelo menos pra gente, leva bastante tempo.

Eu sei que muitas bandas gostam de lançar CDs novos a cada ano ou um ano e meio, mas para nós, que fazemos muitas turnês e fazemos questão de ter um álbum que está a par de tudo que lançamos antes, infelizmente não rola fazer tudo em seis meses. Isso leva muito tempo, e explica por que levou quatro anos e meio para lançarmos um CD novo. Mas agora que ele foi lançado, nós entramos em turnê e começamos a falar com os fãs e ver suas reações com as novas músicas, tá tudo bem. Eu estou muito orgulhoso de como o CD ficou, e estou muito feliz com a reação das pessoas até agora. Eu acho que valeu muito a pena, sabe? Cada minuto que gastamos nele tornou o álbum melhor, e agora que ele foi lançado, eu não mudaria nada em nenhuma etapa. Eu acho que as três últimas músicas que nós escrevemos para o álbum foi logo antes de ele ser lançado—nós voltamos para o estúdio e compomos três canções a mais; sem elas o álbum seria completamente diferente, e eu não acho que as pessoas teriam gostado tanto dele. Eu sou muito grato pelo jeito que tudo aconteceu, e acho que nossos fãs sabem que eles tem que ser pacientes, por que quando lançamos um álbum novo e eles voltam, eles sempre trazem um apoio total à banda com eles.

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NM: Já se passaram alguns vários anos desde o primeiro álbum do Simple Plan e os fãs estão ficando cada vez mais velhos. Vocês estão sentindo essa diferença com o passar do tempo? É difícil continuar se relacionando com eles?

Chuck: Quer saber, é muito interessante. Eu acho que alguns dos nossos fãs—pensando bem, a maioria deles—definitivamente estão com a gente desde o primeiro álbum. É muito engraçado ver como suas vidas estão mudando; alguns deles estão se tornando pais e outros fazendo 30 anos, isso é muito legal. É bacana saber que nossas músicas ainda mexem com eles e significam algo em suas vidas. E também tem sido muito interessante para nós, como uma banda, crescer, ficar mais velhos e passar por todas essas novas experiências.

Quando nós nos juntamos para compor um álbum novo, nós sempre tentamos dar o nosso melhor, assim como sempre fizemos, para poder escrever as músicas mais tocantes e sinceras que pudemos. Obviamente nossas vidas mudaram muito, mas ao mesmo tempo, em certos aspectos parece que não mudou nada, sabe? Por que nós continuamos fazendo aquilo que amamos e ainda somos uma banda, o que nos mantêm jovens. Eu acredito que independente do que aconteça em sua vida, tem sempre… A chave para composições musicais está em procurar inspirações em sua visa, e tentar criar algo que as pessoas consigam se relacionar não importa a idade que elas tenham, pelo que elas estão passando, ou onde estão vivendo.

Acho que é isso que tentamos fazer com nossas músicas, entende? Outra coisa interessante é que, em todo álbum, sempre tem pessoas que nunca ouviram nosso som antes e que acabaram de nos descobrir por causa de uma música nova. Por exemplo, no nosso último álbum, muitos fãs se tornaram fãs em conta de “Jet Lag”, ou por que eles ouviram “Summer Paradise” e tiveram seu primeiro contato com a banda. Isso é muito empolgante, e muito importante também, por que se queremos atrair novos fãs a cada CD, a mesma coisa está acontecendo com o novo álbum; já tem gente vindo para os nossos shows dizendo “ei, essa é a primeira vez que vejo vocês”, e que acabaram de nos descobrir por causa de “Boom!”, ou por causa de “I Don’t Wanna Go To Bed”, ou qualquer outra.

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Quando eles voltam para casa, eles agora tem mais quatro outros álbuns para descobrir e passar a ouvir também. Eu acho isso incrível, e é muito importante para a gente. Esse sempre foi meio que o nosso objetivo: reter os nossos fãs antigos que acompanham a banda por muitos anos, fazendo com que eles continuem amando a banda e encontrando algo que ainda consigam relacionar em nossas músicas, assim como também atrair novas pessoas, tocar shows maiores e tudo mais. É bem isso que tem acontecido, e tem sido muito legal.

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> Leia também nossas entrevistas com Twenty One Pilots, Paramore e outras, aqui.
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NM: A canção “Problem Child” parece ter um pouco a ver com “Perfect”, certo? Como que foi o processo de composição dessa canção? O que diferencia dos tempos de “Perfect” para agora?

Chuck: Bom, as duas músicas claramente tem o mesmo tema; elas lidam com relacionamento que você tem com os seus pais, o que acredito ser um tema muito importante e central na vida de todo mundo, não importa quantos anos você tenha. Lógico, quando você tem 15 ou 16 anos, ou como na época em que escrevemos “Perfect”, que tínhamos 18 e 19, tentar explicar aos nossos pais que não queríamos ser médicos e advogados e sim montar uma banda e seguir os nossos sonhos, fazer aquilo que acreditávamos ser o era certo para gente, eu acho que foi muito difícil para eles entenderem, mesmo que eles tenham nos apoiado. Foi difícil para eles conseguirem assimilar a ideia de que “meu filho quer tentar a sorte em montar uma banda”, por que muitas vezes esse sonho não dá certo. Felizmente para nós isso se tornou realidade, mas eu diria que isso só acontece para 0,01% das pessoas. Partindo desse ponto, eu realmente entendo por que eles estavam preocupados na época. Mas agora, olhando pra trás, eu acho que essa é uma música com a qual muitas pessoas se identificaram, que foi muito importante para muita gente, e nós somos muito orgulhosos dela.

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Eu acho que “Problem Child” é interessante por que é uma música que vem de um outro lugar e perspectivas muito diferentes; ela é muito pessoal para mim por que é sobre meu irmão, que tem passado por muitos problemas em sua vida nos últimos dez anos, e tem sido muito difícil para ele encontrar o próprio caminho e descobrir o que ele quer ser e o que ele quer fazer. Eu quis escrever a música da perspectiva dele, pois eu acredito que ele ama nossa família, ele ama muito nossos pais, mas tem sido muito complicado para ele achar um jeito de deixa-los felizes e orgulhosos. Eu acho que a música é sobre isso; ela te lembra “Perfect” de um certo modo, mas a história por trás das duas e o significado delas são completamente diferentes.

Mas isso mostra que esse tipo de relacionamento familiar faz parte da sua vida desde que você é uma criança ou adolescente até depois que você cresce, entende? Eu acho que todos temos problemas com essa relação, e é uma parte muito importante da vida. É por isso que foi tão importante escreve-la, e desde que ela foi lançada muitos fãs tem nos falado que é a música favorita deles do CD, que significa muito para eles, e que é uma música muito especial. Eu estou muito contente com o retorno que ela tem trazido.

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NM: Olhando para trás, o que vocês acham que mudou no Simple Plan? Como está sendo a jornada?

Chuck: Eu acho que, de certo modo, muitas coisas mudaram—nós agora temos famílias, temos crianças. Quatro dos cinco caras da banda tem filhos, e acho que isso muda nossa perspectiva. De certo modo, isso faz com que seja mais difícil de fazer turnês, por que quando você tem 22 ou 23 anos, isso é muito empolgante. Era tipo, “Meu Deus, mal posso esperar!”. A gente morava na casa de nossos pais, então ir para a estrada era como uma fuga, a coisa mais espetacular que podia acontecer; a gente podia ficar, dois, três, ou quatro meses direto e estávamos sempre empolgados. Agora ficou mais difícil de deixar as pessoas que nós amamos para trás, mas ao mesmo tempo, nós amamos aquilo que fazemos, amamos tocar em shows.

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É importante para nós continuar fazendo isso por que, como você disse, a banda tem 16 anos, então temos um legado que queremos proteger e ter certeza de que ele continue vivo; não queremos parar por que gastamos metade de nossas vidas construindo a banda, e se quisermos mantê-la viva, nós não podemos parar, entende? Eu acho que isso é importante. Mas em outros aspectos, eu acho que nada mudou, sabe? Nós continuamos amando tocar e escrever músicas, continuamos gostando de estar próximos de nossos fãs e ter todos esses encontros, conversar, conhece-los melhor, ter essa relação próxima que é uma coisa marcante da nossa banda; isso tudo ainda está aí. E o relacionamento dentro da banda ainda é quase o mesmo; nós crescemos juntos, estudamos na mesma escola, e não importa o quão famosa a banda se torne ou quanto tempo se passou, nós vamos ser sempre os mesmos.

É interessante, agora como um homem crescido, ainda ter todas essas amizades e a dinâmica da banda continuar a mesma. Eu acho que somos muito sortudos de poder fazer isso por pessoas que gostamos de estar perto, sabe? Eu acho que isso é especial, e quanto mais tempo se passa nós nos damos conta de quão especial isso realmente é, e acho que preservamos isso mais agora do que nunca.

NM: Nós deixamos as nossas redes sociais abertas para os fãs nos mandarem perguntas para a banda, e aquela que não foi se calar é: podemos esperar um show no Brasil em 2016?

Chuck: Oh, sim, com certeza! Nós amamos tocar no Brasil, é um dos nossos lugares favoritos para tocar do mundo todo. Nós tivemos uns dos melhores shows de nossa carreira no Brasil, então definitivamente vamos voltar. Eu não tenho uma data oficial que posso te dar agora; nós não temos nada para anunciar, mas estamos trabalhando nisso.

Temos conversado com uns promoters, e estamos tentando ver qual é a melhor época para tocarmos aí. E nós queremos muito ir para fazer uma turnê completa—iríamos para o Rio e São Paulo, lógico, mas também para Porto Alegre e muitos outros lugares, fazer muitos shows. Nós com certeza estamos trabalhando nisso. Todos nossos fãs Brasileiros ficam online, no Twitter e Instagram, todo dia nos perguntando quando é a turnê e quando pretendemos voltar, e é algo que estamos trabalhando para acontecer! Nos desculpem pela demora, mas vai ser anunciado logo menos.

NM: Quer deixar algum recado para os fãs brasileiros?

Chuck: Lógico! Eu quero agradecer por vocês sempre terem apoiado tanto a nossa banda. Não tem um dia que passe que não ouvimos nada de um fã brasileiro, não importa onde estivermos. Quando tocamos na Europa, Austrália, Canadá, até mesmo aqui nos Estados Unidos ou qualquer outro lugar no mundo, sempre tem um fã no meio da multidão com uma bandeira gigante do Brasil para nos apoiar e representar o país; eu acho isso muito especial. Nós definitivamente criamos uma relação muito legal com os fãs brasileiros, e somos muito gratos por eles. Mal posso esperar para voltar, fazer uma turnê completa e ver vocês de novo! Muito obrigado pela paciência, nós os veremos em breve!

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Redação
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