Entrevista Exclusiva: twenty one pilots fala sobre primeira visita ao Brasil e Lollapalooza

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Sem dúvidas um dos destaques do festival, a Nação da Música conversou com Tyler Joseph e Josh Dun do twenty one pilots 30 minutos antes do duo subir ao Palco Skol para o show no Lollapalooza Brasil neste domingo (13). Visivelmente ansiosos, os membros falaram um pouco sobre a expectativa para o primeiro show no Brasil, planos para o futuro da banda e ainda o sucesso inesperado de “Stressed Out”.

O grupo se apresenta pela segunda vez no país nesta quarta-feira (16) junto com o Walk The Moon no Rio de Janeiro, como parte das tradicionais Lolla Parties. Saiba mais sobre o evento aqui.

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Entrevista: Gabriel Simas/Felipe Santana. Tradução: Veronica Stodolnik

Leia na íntegra ——————————————————————————————————————

Quando vocês chegaram no Brasil?

Tyler: Ontem a noite.

Vocês vieram dos Estados Unidos?

Josh: Sim, estivemos em Los Angeles por dois dias.

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E estão muito cansados?

Tyler: Nós estamos por cinco anos cansados já (risos).

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Vocês estão em turnê por 5 anos então?

Josh: Sim.

É realmente bastante tempo. Vocês estão planejando descansar depois que terminarem o Lollapalooza? Aliás, vocês estão fazendo todas as edições, certo?

Josh: Eu acho que sim. Nós vamos fazer esse e mais dois. Eu não sei, nós nunca sabemos onde estamos indo e onde vamos tocar.

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Mas vocês tem algumas férias programadas para depois que terminarem os shows da América do Sul?

Tyler: Ainda não. Depois daqui vamos para o Canadá e para a Austrália, então voltamos para os Estados Unidos por mais dois meses. Não vamos parar tão cedo.

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Essa é a primeira vez de vocês no Brasil, e como chegaram ontem a noite provavelmente não tiveram muito tempo de conhecer muitas coisas. Vocês conseguiram ter algum contato com os fãs e a cidade?

Tyler: Quase nada, o show vai ser meio como um tiro no escuro. Estamos prestes a tocar num lugar onde nunca estivemos antes, o que nos remete a ideia do que mais gostamos na música — aquela incerteza, o não saber o que esperar quando você está no palco e ter que depender da nossa consistência e preparo… Mesmo não tendo como se preparar para um show que você nunca tocou antes. Dá muito nervoso, mas estamos muito ansiosos para tocar para o público brasileiro pela primeira vez.

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Vocês já tocaram em algum Lollapalooza antes?

Tyler: Sim, tocamos na versão americana de Chicago duas vezes.

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E qual é a expectativa para a versão brasileira do festival?

Josh: Eu acho que vai ser demais. Sempre vamos para festivais com poucas expectativas para não nos desapontarmos caso as pessoas não saibam quem somos e não nos assistam. Eu lembro da primeira vez em que tocamos no palco principal de um festival; nós não estávamos preparados para aquilo. Foi uma experiência interessante, mas por isso mantemos nossas expectativas bem baixas. Porém nós vamos tocar com tudo o que temos e daremos o melhor de nós nessa apresentação, e mesmo se não aparecer muita gente para nos assistir esperamos que as que aparecerem gostem daquilo que fazemos e se tornem fãs. Esse é nossa meta; mas lógico, se tiver muita gente que já nos conhece vai ser muito incrível.

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Vocês não tem com o que se preocupar, a banda de vocês está atualmente muito famosa e popular aqui no Brasil.

Tyler: Sério?? Que demais, a gente não tinha a menor ideia disso!

Vocês gostam de tocar em festivais ou preferem shows menores e mais íntimos, tipo das próprias turnês de vocês, em casas de shows menores?

Tyler: São dois shows completamente diferentes. O que eu gosto em festivais é que rola um espírito de comunidade por se ter muitas outras bandas, o que também faz com que gere uma certa competição porque você tem que se diferenciar delas para ser especial. É tudo de um jeito amigável, e é muito bom ter esse sentimento porque quando você está em shows da sua própria turnê você não tem com quem se comparar, não tem como você conferir o seu show e ver se está tão bom quanto o de outros artistas. Nós gostamos muito desse aspecto de festivais, mas tocar em seus próprios shows para os seus fãs é muito mágico. Esse sentimento não rola com frequência em festivais, mas como expliquei, tem outras coisas que se tira da experiência. Os dois são bem diferentes.

Vocês alcançaram um sucesso muito grande com o álbum “Blurryface” e a música “Stressed Out” não somente no Brasil como no mundo todo. Muitas vezes as bandas sabem quando algo vai dar certo pelos investimentos que rolam nos bastidores; vocês esperavam que iam se tornar tão grandes assim? Ou foi mais uma coisa que os pegou de surpresa, que vocês esperavam que fizesse sucesso mas não tanto quanto realmente gerou?

Josh: Acho que teve um momento em que paramos para conversar e nos demos conta de que as coisas parecem muito diferentes; nós alcançamos a próxima etapa, estamos em outro patamar agora. Mas desde o começos nós nunca colocamos um limite até onde gostaríamos de chegar; estamos sempre nos testando para ver o quão longe conseguimos ir, o que acredito que todos artistas deveriam fazer, assim como manter metas ambiciosas. Eu acredito que é isso muito importante, e é algo que sempre tentamos manter. Mas é complicado, nós recentemente conversamos sobre isso, e não sei dizer se conseguiríamos adivinhar que “Stressed Out” seria a música que faria tanto sucesso. Ainda bem que gostamos da música, por que muitas vezes acontece de uma música ficar muito famosa e a banda odiar tocar ela ao vivo; eles acabam ficando cansados dela e passam a odiar a música em si. Mas não acho que temos nenhuma música que não gostamos de tocar.

Como vocês compõe suas músicas? Vocês escrevem juntos ou tem alguma ajuda de outros profissionais?

Tyler: Nós escrevemos nós mesmos. A música “Stressed Out”, por exemplo, foi escrita por nós sem ajuda de nenhum outro compositor. Nós trabalhamos com produtores que nos ajudam encontrar melodias perfeitas, mas quanto as letras, especialmente as minhas, eu não deixo ninguém mexer no que eu escrevo; elas são muito importantes para mim. Ter um grande hit e poder cantar músicas que são tão importantes para você é um sentimento incrível. Não consigo imaginar como seria escrever uma música que tem uma letra ou mensagem a qual eu não ligo e de repente ela passar a nos representar pelo mundo afora. Acredito que o que o Josh queria dizer é isso; amamos a música [“Stressed Out”] e somos muito orgulhosos dela. Nos orgulhamos em poder dizer que só escrevemos música nas quais acreditamos, pois quando algo assim acontece, o que realmente aconteceu com “Stressed Out”, nós podemos dizer “sim, essa música realmente representa quem nós somos e o que acreditamos”. Tem muita gente nos julgando apenas por uma música, e isso não é justo; nós nunca planejamos ter um grande hit. Definitivamente tínhamos a ambição para alcançar um e sabíamos que temos o que precisava para isso, mas também sabíamos que para isso acontecer iríamos precisar de muitos fãs nos quais podemos confiar. E nesse momento, muitos desses fãs são talvez pessoas que só nos ouviram nas rádios, mas temos muitos fãs fiéis; fãs que estarão lá pela gente não importa o que aconteça, e que continuarão nos acompanhando mesmo quando não estivermos mais nas paradas e as outras pessoas tiverem nos esquecido. É isso o que procuramos; são essas pessoas que tentamos encontrar quando tocamos.

Vocês disseram que ainda tem muitos outros shows por vir, mas qual é o próximo passo para a banda? Vocês pretendem entrar em estúdio para gravar um novo CD, ou existe planos de gravar um DVD ou um CD ao vivo?

Tyler: Em que ano estamos agora? Início de 2016? Já chegou 2016? Nós nem sabemos em que ano estamos (risos). Nós vamos estar em turnê durante o resto do ano e estamos negociando uma turnê para o começo de 2017, tudo enquanto escrevemos músicas e trabalhamos em arranjos. Muitos artistas quando vão trabalhar num disco novo param completamente de fazer shows para poder se dedicar ao processo criativo por meses a fio, mas nós vamos tentar fazer isso enquanto estamos em turnê assim como fizemos com o nosso último álbum. Então quando pararmos não vai ser necessariamente para poder escrever novas músicas, e sim para focar na gravação delas. Esperamos que até o final do ano vamos ter material novo o bastante. Mas cara, agora que parei para pensar nisso já estou sentindo a pressão de ter que escrever mais, acho que não tenho feito o suficiente (risos). Mas é isso – não paramos nunca, o que as vezes é muito cansativo.

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