Em São Paulo, Iron Maiden se despede do Brasil com show teatral

Iron Maiden

O Antrax mal havia saído do palco (após um ótimo show, que contou com a participação de Andreas Kisser), e já se podia ouvir milhares de vozes entoarem o grito mais conhecido do Iron Maiden, “Olê, olê, olê, olê, Maiden Maiden”. Inclusive, a escolha do Allianz Parque não poderia ter sido mais acertada. Afinal, o Iron Maiden não possui fãs, mas uma gigantesca torcida organizada, nada mais justo para encerrar a turnê brasileira da banda britânica em um dos estádios mais modernos do Brasil.

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“Este é o último show da nossa turnê aqui no Brasil. Mas não se preocupem, guardamos a melhor apresentação da turnê para São Paulo”, disse Bruce Dickinson em seu primeiro contato com a plateia, logo depois de tocar “Speed of Light”.  É inegável o carinho da banda pela cidade. Afinal, em suas trinta e sete vezes no país, a banda britânica tocou nove na capital paulista. Em outro momento do show, já no final, Bruce diz que São Paulo é o coração do metal brasileiro, para o delírio da plateia e o deleite do vocalista.

A banda atrasou cerca de vinte minutos para entrar no palco, mas ninguém pareceu estar incomodado com isso. Após a canção “Doctor, Doctor” do UFO tocar nos amplificadores do estádio, o público já sabia que o show estava para começar. A turnê, chamada “The Book of Souls” possui o mesmo repertório em todas as apresentações, portanto, bastava um pequeno estudo no setlist e já se poderia saber quais músicas seriam tocadas.

“The Book Of Souls” é, também, o décimo sexto álbum de estúdio da banda, lançado em 2015. Portanto, a se levar pelo nome da turnê seria mais que provável contar com canções do novo lançamento. Foram seis das onze contidas no álbum, contanto com a canção que leva o nome do disco, essa com a participação exclusiva do mascote da banda, Eddie, que com seus três metros de altura enfrentou os integrantes e teve seu coração arrancado por Bruce Dickinson, que o jogou ensanguentado para o público.

Claro, a teatralidade da banda não é novidade alguma, mas até mesmo para quem já assistiu mais de uma vez os shows, cada palco possui sua essência. Desta vez, um cenário Maia com labaredas. Antes do início dos acordes, Bruce realizou uma espécie de ritual, como se estivesse evocando o grupo, composto por mais cinco integrantes. O espetáculo não parou por aí. O vocalista entrou em diversos personagens como um soltado britânico, um homem julgado à forca e até um lutador de luta livre mexicana, todos combinados com suas respectivas músicas.

Mas não tem como, a fanática torcida do Iron Maiden, por mais bons reforços musicais que o time receba, ainda paga para assistir o jogo com os clássicos em campo. “Children of the Damned”, The Trooper” e “Powerslave” foram as primeiras, sempre intercaladas pelas novas canções. Mas foi após “The Book of Souls” que os grandes clássicos apareceram. “Fear of The Dark” foi um dos grandes pontos da noite, que teve todas as 42 mil pessoas entoando a melodia, incentivados por Bruce Dickinson. Arrepiante. Depois, foi a vez do mascote Eddie aparecer novamente, mas agora em um busto gigante que surgia atrás do palco ao som de “Iron Maiden”. “The Number of the Beast”, “Blood Brothers” e “Wasted Years” encerraram a noite.

É bom destacar também o entrosamento que a banda tem desde muito tempo. Cada um possui seu espaço de destaque, como Steve Harris, animado e que cantava todas as musicas enquanto fazia seus acordes marcantes e característicos no baixo. Janick Gers era o mais animado com seus malabares com a guitarra e animação como se aquela fosse a noite mais feliz do mundo. Nicko McBrain, apesar de escondido e incorporado ao palco, aparecia nos telões sempre sorrindo também.

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Ao fim da noite, todos estavam extasiados. A banda pelo público presente e completamente animado, e o público, por ter visto uma das maiores bandas da história tocar. Era possível ver amigos se abraçando emocionados, comemorando o que tinham visto e até crianças acompanhadas dos pais, também agraciadas pelo presente de páscoa. A banda bate cartão no Brasil, é verdade. Mas ninguém se importa, se depender de seus “torcedores”, eles podem muito bem aparecer daqui pelos próximos 30 anos.

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Vinicius Machado
Vinicius Machado
Vinicius Machado: Jornalista por opção, escritor por teimosia e apaixonado por música e cinema, principalmente quando essas duas artes se juntam. Além de escrever para o Nação da Música desde 2013, possui um blog de resenhas de filmes. É frequentador assíduo de shows e festivais. Já viu ícones como Bob Dylan, Roger Waters, U2 e Paul McCartney e só pretende largar essa vida depois que assistir aos Rolling Stones ao vivo.