A carreira do LCD Soundsystem é marcada por dois começos: quando eles surgiram em 2002 e agora em 2017 com o lançamento do álbum “American Dream”, algo que parecia impossível quando eles anunciaram a sua despedida em 2011.
Mesmo com essa lacuna de tempo, o grupo nova-iorquino nunca deixou a sua importância musical passar e praticamente trouxe um grande presente para os amantes da música com a sua volta. Com três álbuns aclamados – e outro que vai pelo mesmo caminho -, a coluna de hoje comemorará essa volta analisando o quantos seus singles representam ou não os seus respectivos trabalhos.
“LCD Soundsystem” (2005)
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A estreia do LCD Soundsystem veio com um disco homônimo em 2005, porém, a primeira música a ser apresentada foi “Losing My Edge”, lá em 2002. A canção acelerada, longa, bem repetitiva e com versos falados foi realmente só o começo dessa era da banda mergulhada pelo som eletrônico e bastante dançante. Aliás, muitas das características do single estão presentes nas outras canções.
Mas não só o primeiro foi capaz disso, mas esse álbum duplo como um todo. Entre canções já mais antigas e outras nem tanto, James Murphy traz para seu projeto um pouco do psicodélico, do dance e do rock sempre na presença de sintetizadores, percussão e outros instrumentos que se espalham pelas faixas.
Aliás, desde “Losing My Edge”, passando pela “visita” do Daft Punk e outras faixas, o LCD Soundsystem se mostrou consistente com esse debut, garantiu boas críticas e até uma indicação ao Grammy de Melhor Álbum de Música Eletrônica.
“Sound of Silver” (2007)
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A vibe dançante conquistada no primeiro disco do LCD Soundsystem volta com tudo nesse segundo álbum intitulado de “Sound of Silver”. Mas o amadurecimento dos anos aqui é bastante aparente e já consolida de vez o grupo. Apesar de “Someone Great” ter saído em uma outra compilação um ano antes, foi “North American Scum” que ganhou o posto de primeiro single.
A canção é bem ritmada, sintetizada e com uma sonoridade repetitiva em alguns momentos. E a animação que toma conta dela também pode ser percebida nas outras oito faixas – mas não se engane pela quantidade de músicas: apenas duas têm menos de cinco minutos.
“Sound of Silver” é um trabalho bem completo e não para menos, afinal, foi bastante aclamado na época e também recebeu indicação ao Grammy na mesma categoria que o álbum anterior. Mais uma vez, o também produtor James Murphy mostra a genialidade por trás do projeto em algo grandioso e homogêneo que qualquer uma das músicas poderia representá-lo muito bem.
“This is Happening” (2010)
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Para um público já acostumado com “Sound of Silver”, talvez “This is Happening” pudesse causar certa estranheza por ser um disco um pouco destoante. Já não é novidade que a banda buscou se consolidar através da repetição sonora, mas ela nunca pareceu cansativa como agora. E o primeiro single do trabalho “Drunk Girls” – a mais curta de todas – reflete bem isso.
Apesar de elementos semelhantes aparecerem nas nove faixas, o disco como um toda soa diferente em cada canção – algo que se distancia do trabalho homogêneo criado nos outros dois discos. Mas não que isso seja um grande problema para o LCD Soundsystem, afinal eles não são muito de “fazer hits”.
O pop ganha mais força sem abandonar a pegada eletrônica já tão presente no grupo. Versos falados, por hora gritados, um backing vocal bem marcante, o contínuo uso de sintetizadores, a repetição e esse ritmo robótico continuaram os consagrando até aqui em um álbum que soou como uma (quase) despedida de uma não tão longa carreira assim.
“American Dream” (2017)
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Mas, mesmo com despedida, sete anos após o lançamento de “This is Happening”, o LCD Soundsystem está de volta. E o primeiro single veio em dose dupla com “Call the Police” e “American Dream”, duas canções essencialmente diferentes, mas que carregam o peso do retorno em suas entrelinhas.
A primeira delas continua na pegada LCD Soundsystem de ser com seu dance-punk, mas passa para a outra faixa de uma maneira toda melancólica, trazendo vários questionamentos de como esse quarto álbum soaria em sua totalidade. Mais uma vez, os sintetizadores e as batidas dançantes estão presentes, mas também dão passagem para o uso de guitarras com mais destaque e outros elementos do final da década de 70.
E o que sentimos através dos dois primeiros singles se espalha por todo esse trabalho um tanto complexo e intimista. E é quase como se todas as canções se mesclassem de uma maneira que nem uma ou outra seja mais importante, trazendo para o “American Dream” histórias em longos minutos de um projeto que mantém a sua relevância e importância dentro da música mesmo depois de anos em “stand-by” e que criou até aqui álbuns fortes, completos, cheios de reflexões e dignos de um retorno para nunca mais dizer adeus.
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