Em julho de 2013, o músico Tiago Iorc lançou o seu terceiro disco na carreira. “Zeski” marca um novo momento na carreira do cantor. O Nação da Música bateu um papo com Tiago, que nos contou um pouco sobre o seu novo trabalho e os planos para o futuro de sua carreira.
Entrevista por Bruna Mendes
Nação da Música: “Zeski” é o seu terceiro álbum de estúdio e tem algumas mudanças. Uma delas são músicas em português. O que isso representa para você? Como é o processo de criação para compor nas duas línguas?
Tiago Iorc: São universos completamente distintos. Cada idioma tem as suas particularidades, principalmente na hora de cantar. Pra mim, as coisas se misturam um pouco porque cresci ouvindo e falando ambas as línguas, e ambas fazem parte do meu processo. Esse último disco é um retrato disso.
Nação da Música: Você canta as músicas em português nos shows que faz fora do país? Como é conciliar os shows internacionais com os no Brasil?
Tiago Iorc: Canto! Toquei no Canadá e nos Estados Unidos no início desse ano e apresentei algumas músicas novas em português. O público gostou bastante, é uma iguaria pra eles. Até dezembro o foco da turnê é o Brasil, mas devem rolar alguns shows fora também, na Coreia e em Portugal.
Nação da Música: No novo disco encontramos colaborações de Maria Gadú, Silva e Daniel Lopes. Como foi a experiência e como funcionaram essas parcerias?
Tiago Iorc: São todos amigos muito queridos que admiro e mantenho contato. As colaborações foram uma alegria pra mim, já que meus dois discos anteriores foram processos bastante solitários. Fiquei feliz de dividir esse momento com eles e pretendo continuar fazendo parcerias. As músicas fizeram mais sentido com a participação deles.
Nação da Música: Percebe-se que a Internet é o principal meio de divulgação do seu trabalho. Qual sua relação com a web?
Tiago Iorc: Esses dias vi uma sátira engraçada da pirâmide de Maslow que mostrava o WiFi como a maior das necessidades humanas. Tá quase assim, mesmo. Pra essa geração, conectar é se fazer existir.
Eu gosto de produzir conteúdos pra internet, mas sempre tendo o mesmo cuidado com que escrevo uma música ou preparo um show. Aí, sim, tudo se conecta. Literalmente.
Nação da Música: Três clipes com músicas do novo álbum já foram lançados e estão disponíveis na internet. Você sempre se envolve com a concepção e produção dos seus videoclipes. Como é isso, essa autoria é importante para você?
Tiago Iorc: Eu sempre gostei de produzir coisas visuais, desde pequeno. Na época do colégio eu inventada umas apresentações mirabolantes em vídeo, mesmo quando o combinado era entregar um trabalho escrito: “Posso apresentar o trabalho em vídeo, professora?”. Foi esse interesse que acabou me levando pra faculdade de Comunicação Social, onde estudei um pouco de cinema, fotografia e semiótica.
Hoje, acabo me envolvendo na produção dos videoclipes porque eu gosto bastante, e porque eu tenho noção de como se opera uma câmera, de como se cria um roteiro, de como se edita um vídeo. Sou fascinado por esse processo.
Nação da Música: Como foi o intervalo entre o último álbum “Umbilical” de 2011 para este?
Tiago Iorc: As coisas vão acontecendo e sempre servem de base para o que vem na sequência. O “Umbilical” foi um disco bastante solitário e introspectivo. Foi o retrato de um momento em que fiquei quietinho, na minha, observando e organizando as coisas da vida. E o “Zeski” já parece ser um retrato da consequência que o efeito do “Umbilical” teve sobre mim. É a boa e velha escadinha da vida.
Nação da Música: Como é ver suas canções integrando as trilhas sonoras de diversas novelas?
Tiago Iorc: Acho legal. Muita gente conhece meu trabalho por conta das novelas. Ainda não fiz nenhuma música sob encomenda mas adoraria fazer. Tenho muita vontade de fazer trilha para cinema.
Nação da Música: Como você dimensiona suas fases e o desenvolvimento da sua carreira? Quais serão os próximos passos?
Tiago Iorc: Eu sinto que eu sempre vou estar insatisfeito com o que eu faço, no sentido de que sempre vai dar pra fazer melhor, ou diferente. O que eu tenho percebido, ao longo desses anos, é mais segurança para me soltar, para experimentar, pra sair da zona de conforto, e pra achar um jeito de fazer música para as pessoas, pra fazer algo que seja relevante para mim e para os outros. É isso o que busco. Quanto aos próximos passos, não sei. O tempo dirá…
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