Cueio Limão – 11/03/2008

Dos confins do Mato Grosso do Sul e nadando contra uma corrente que deixava o rock cada vez mais emocional, surgiu o Cueio Limão. Uma banda com nome estranho que fazia um rock simples, com uma forte pitada de humor e sem pretensão nenhuma, tornou-se um dos maiores nomes da cena hardcore independente. Depois do sucesso absoluto do primeiro disco, Quem Matou o Bozo? (2004), mais de 4 mil cópias vendidas, inúmeros downloads, um video-clipe e shows por mais de 7 estados, lançam o 2º disco chamado Ainda Sou um Rockstar (2006). Ficam óbvios os cuidados e a evolução nos arranjos, sem perder a veia simplista do punkrock/hardcore e o humor cada vez mais sarcástico, como na faixa título Rockstar (“Só queria emplacar, meu segundo cd pra provar que ainda sou um rockstar”).E eles realmente emplacaram. O disco vendeu 1mil cópias apenas no primeiro mês! Fruto disso foram os convites para tocar nos maiores festivais de hardcore do Brasil, casas de shows lotadas, o clipe da música Rockstar que na estréia ficou mais de 1 mês entre os mais vistos em alguns sites e foi até indicado para uma premiaçãoque acontece anualmente em uma emissora de tv famosa.Mas como uma banda independente e fora do eixo Rio-São Paulo conseguiu tanto e em tão pouco tempo? Internet, é claro. Quando divulgou as primeiras mp3 nos sites de compartilhamento, o reflexo foi imediato e, desde então, a conexão entre banda e os fãs não parou de crescer. Através deste estreito canal entre artista e admiradores, um fã clube atuante, que auto intitula “Família Cueio Limão”, tem ajudado a banda nessas conquistas em mídias que antes não abriam os olhos para o mercado independente e com sotaque caipira.Com 7 anos de atividade, os 5 garotos do mato preparam o lançamento do 3º disco. Produzido por Rafael Ramos e gravado no estúdio Tambor, no Rio de Janeiro, o álbum segue na trilha evolutiva dos Cueios. Rock sacana, descompromissado, mas com qualidade e inteligência e, cada vez mais, arrebanhando fiéis fãs por onde passam.

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• Uma banda com nome bem criativo, da onde surgiu a idéia desse nome?

A gente tirou esse nome de um livro infantil, que tinha várias lições de moral. Dentre elas a do Coelho Verde, que era uma cópia descarada da fábula do Patinho Feio. Adaptamos pro caipira, e ficou Cueio Limão.

• Contem pra nós como e quando tudo começou?

A banda começou em junho de 2001, em uma festa de aniversário. Um amigo nosso colocou a banda pra tocar em uma festa de aniversário em troca de uma garrafa de rum. Até hoje nunca foi paga, e é considerado o nosso primeiro calote.

• O que mudou na vida de vocês desde o início da carreira?

A banda era uma diversão de fim de semana. Agora a gente vive 100% em função dela, não é mais uma brincadeira, é coisa séria. Tanto que neste ano deixamos o aconchego de nossos lares lá no Mato Grosso do Sul e estamos lavando e passando nossas roupas em São Paulo.

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• Quais são suas influências, e como classificariam o estilo de música que vocês fazem?

As nossas influências são o hardcore californiano e aqui no Brasil bandas como o Raimundos, Mamomas, Graforréria Xilarmônica, Ultraje a Rigor, Joelho de Porco e mais uma pancada de banda que misturam rock e bom humor nas letras. Podem classificar como Hardcore, que não tem problemas.

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• Vocês acham que existe algum tipo de rivalidade entre as bandas desse estilo?

Acho que pelo contrário, existe muita cooperação entre as bandas do meio. Todo mundo se ajuda, e quem criar rivalidade vai acabar se isolando e isso não é nada bom.

• Falem sobre o disco “Quem Matou o Bozo” que foi o abre alas da banda.

Nosso primeiro disco reúne letras que a gente fez com 16 anos de idade e outras em que já tínhamos 20, ou seja, junta 2 épocas bem distintas. Mostra uma banda pouco madura mais com bastante energia. Foi bem aceito pelo público, acredito que no quesito abre alas o disco surpreendeu aSapucaí.

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• E atualmente, quais músicas a galera pede mais nos shows, aquelas que não podem faltar?

Graças a Deus, todas nossas músicas são sempre pedidas nos shows. A cada fim de show vem pessoas falar “Pô não tocaram aquela música”. Mas as campeãs de audiência são Prego, Rockstar, Maçarico´s Love Song e Quem matou o Bozo?. Essas se faltar em algum show, dá morte.

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• Onde o Cueio Limão encontra maior receptividade? Quais foram os shows mais marcantes até agora na carreira da banda?

Nossos fãs são sempre calorosos aonde quer que a gente vá. Mês passado estivemos em Belo Horizonte pela primeira vez, e a galera foi super receptiva, lotando a casa, cantando todas as músicas. Shows marcantes também foram muitos, mas o Kazebre Rock Bar em SP e o Rio Rock Tour no Rio de Janeiro, marcaram pela grandeza do evento.

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• Na opinião de vocês, a divulgação das bandas pela internet tem algum ponto ruim?

Nenhum. A internet é nossa principal ferramenta. Sem ela nada disso teria acontecido com metade das bandas que hoje estão no mainstream no mundo inteiro.

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• Vocês poderiam dar uma dica para as bandas que estão começando?

Ensaiem, gravem e divulgem na internet.

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• E por ultimo, deixem um recado para a rádio Nação da Música e os fãs da banda.

Valeu galera do Nação da Música, obrigado pelo espaço e continuem dando essa força pras bandas independentes, só através da cooperação mutua vamos ao longe. Nos vemos no futuro.

Entrevista por:

Bruna Lovelly – 11/03/2008

Entrevistado: Mano, Guitarra e Vocal da Banda Cueio Limão

Redação
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A redação é comandada por Rafael Strabelli, Editor Chefe e Fundador da Nação da Música, que existe desde 2006. O site possuí mais de 20mil publicações entre notícias, shows, entrevistas, coberturas, resenhas, videoclipes e muito conteúdo exclusivo.