Em meados de 2008, uma banda com um estilo peculiar era formada. Responsáveis por vocais intensos e melodias que remetem ao bom heavy rock, o grupo de músicos suecos que edificam o Ghost estão conquistando cada vez mais fãs pelo mundo todo – dois álbuns de estúdio, Opus Eponymous (2010) e Infestissumam (2013), compõem a discografia dos rockeiros que em breve lançarão novidades.
O Nação da Música bateu um papo com a banda que comentou sobre os cenários elaborados, figurinos obscuros e musicalidade marcante – mas os integrantes foram além, comentando sobre o público sul americano e revelando novidades guardadas para o ano que vem. Ficou curioso(a)? Leia a entrevista na íntegra abaixo:
Entrevista por: Arthur Zambone, Lallie Paoli e Guilherme Werneck
Nação da Música: O Ghost, desde o início da carreira, está acostumado a tocar nos palcos dos maiores festivais de “música pesada” do mundo – como o Sonisphere, o Download Festival e o Hellfest. Todavia, ao mesmo tempo realiza diversos shows próprios, em casas de shows sempre lotadas. Como é vivida cada experiência para vocês, como grupo? Existe preferência entre show solo, mais intimista, ou tocar nos maiores palcos de festivais?
Banda Ghost: Essa é uma pergunta difícil! Os shows grandes são ótimos e muito emocionantes, nós amamos! Mas o lado ruim disso é que eles geralmente são de dia e nesse ponto, os shows em casas menores seriam mais divertidos – já que o Ghost é uma banda diferente. Nossa apresentação tem uma atmosfera mal assombrada e atingir isso em festivais, durante o dia, é difícil. Nós adoramos escutar a plateia cantando nossas músicas também!
Nação da Música: O conceito artístico da banda é algo surreal: os figurinos, o show com tom teatral, a temática mais obscura – além das identidades secretas dos membros da banda – é algo que chama a atenção de todos. Até que ponto a imagem passada pelo Ghost é um ponto que facilita (ou dificulta) a atração de novos ouvintes, na opinião de vocês?
Banda Ghost: Se olharmos diante de uma perspectiva bem pessoal, como músicos, nós queremos que mais e mais pessoas escutem o nosso som. Nossa imagem e a temática das nossas letras criam problemas com certas estações de rádio e TV, que nunca irão nos aceitar. Mas estamos fazendo isso em nome do [grupo] Ghost e nós não vamos mudar nossa imagem por isso. Nos shows, nosso palco parece uma grande igreja, mas montar isso em festivais é mais complicado.
Então quando tocamos em festivais, nosso background é um fundo vermelho com o logo da banda. Acredito que quando as pessoas, que não conhecem a banda, olham pro palco e veem esse fundo junto com a imagem de uma caveira cantando no telão, certamente acontece um impacto. Pois é bem diferente das outras bandas! Algumas pessoas escrevem para nós contando que odeiam nossa imagem, mas amam nosso som – eu acho isso interessante. Nós ainda não chegamos no ponto em que queremos, ainda acho que vamos crescer muito mais e temos ideias grandiosas para os próximos shows! E acredito que as pessoas que ainda não entenderam nossa imagem, um dia irão.
Nação da Música: Em 2013, o Ghost lançou o ótimo “Infestissuman” e logo em seguida o EP de covers “If You Have Ghosts.” Existem planos para lançar um futuro álbum? Existe a possibilidade de um Papa Emeritus III, como houve no segundo disco com mudança de frontman?
Banda Ghost: Nós estamos em pré-produção para o próximo álbum nesse momento! A previsão é que ele seja lançado em março de 2015, e sim, teremos um novo Papa! Nós vamos gravar esse disco em casa – na Suécia – pois estamos há muito tempo na estrada, quase 3 anos. Será bom pra relaxar e recarregar as baterias!
Nação da Música: Em 2013, também, o Ghost passou pela primeira vez pela América do Sul – tocando no Rock In Rio no mesmo palco que Metallica, Alice in Chains e Sepultura. Como foi essa experiência para a banda, o que puderam sentir dos fãs sul-americanos? E o que esperam, agora, com esse retorno para shows solo?
Banda Ghost: A experiência no Rock In Rio foi muito especial. Foi surreal, muita gente e a estrutura do palco nos surpreendeu! Os outros shows que fizemos também foram ótimos, acredito que foram até melhores do que o Rock In Rio, pois a plateia estava muito animada. E nós estávamos apenas abrindo os shows, mas ainda assim, os fãs sul americanos foram muito receptivos. Mesmo aqueles que não conheciam a banda pareciam interessados!
Nação da Música: Para finalizar, deixem um recado ao “Clérigo” brasileiro, que está ansioso para poder presenciar pela primeira vez um show exclusivo de vocês.
Banda Ghost: Não vemos a hora de voltar para a América do Sul, pois a última vez foi incrível! Vejo vocês em Setembro!
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