Entrevistamos Di Ferrero sobre o lançamento do novo EP “7”

di ferrero
Créditos: César Ovalle

Uma das principais perguntas que surgem quando um artista lança um novo trabalho é sua fonte de inspiração. Para quem teria sido aquela letra tão sentimental? Que situação teria acontecido para gerar aquele refrão tão marcante? Para além de algumas situações pessoais, no caso de Di Ferrero, a inspiração é um pouco mais mística, por assim dizer.

Às 19h (7 da noite) desta segunda-feira, dia 7 de abril, o cantor lança em todas as plataformas digitais seu novo EP “7”, primeiro trabalho autoral em cerca de um ano. Remetendo à toda a simbologia cabalística do algarismo – que é tido por muitos como o número da sorte – não por acaso as letras de “7” trazem à tona um lado mais introspectivo de Di Ferrero, com reflexões sobre as relações humanas e como lidamos com nossas questões internas.

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Apesar do significado na numerologia e até na astrologia, a grande inspiração para o conceito de “7” vem do fato deste ser o horário em que acontece a mudança do dia para a noite, com o início dos mais variados tons de azul no céu logo após o pôr do sol. Também por isso, a capa do EP e seu visualizer – disponível no YouTube também englobam essa narrativa e as mudanças pelas quais Di tem passado em seu atual momento.

A Nação da Música conversou com Di Ferrero sobre as inspirações e referências musicais para a composição de “7”, detalhes sobre o arco narrativo contido nas três faixas inéditas do EP e pequenos spoilers sobre o que a nova era ainda vai trazer para o ano de 2025.

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Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:

Oi, Di, tudo bem? Prazer em falar com você!
Di Ferrero: Oi, Natália! O prazer é meu.

Vi que estamos com lançamento, certo? Dia 7 de abril vai sair o seu novo EP, “7”, e antes de mais nada, queria que você me contasse um pouco como surgiu a ideia de lançar esse EP.
Di Ferrero: Bom, eu tô sem lançar música inédita acho que quase há um ano ou um pouco mais. Eu lancei uma regravação do Paralamas e tal, mas é uma coisa pontual, que é uma releitura. E esse EP veio num momento de muita reflexão, de muita mudança, de sonoras e vários momentos que eu tô passando. Mas eu tô me identificando muito com as músicas que eu consegui fazer, que é o que me deixou mais feliz. Eu curti muito ouvir esse EP, é uma coisa que eu gostaria de dar play no som, e as letras todas falam de coisas que aconteceram mesmo. E ele tem toda essa simbologia de ser 7, que é um número todo cheio de símbolos, é um número cabalístico e tal. Mas o grande gatilho pra ser esse nome foi a hora do dia, que é lá pras 19 horas, e que traz a mudança do dia pra noite, naquela hora que o sol se põe e a noite começa, que é aquela aquela coisa azul, tipo seu cabelo…

Ah, você viu! (risos).
Di Ferrero: Sim, sim, tá muito style! E essa mudança do dia pra noite tem toda a cor azul em vários tons, e pra mim é a melhor hora do dia. Então esse é o começo de um novo momento pra mim. Sinto que é o primeiro episódio dessa série nova.

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Até antes de ler o release e ver um pouquinho mais do conceito disso, da hora do dia, mudança, eu pensei que com certeza devia ter algum significado específico, mas eu até queria saber se você antes disso já tinha uma relação com o número 7, porque pra muitas pessoas já é o número da sorte, carregado de simbolismos. O meu vou dizer que é o dobro de 7, porque 14 é meu número da sorte, eu tenho até tatuado.
Di Ferrero: Que legal!

Eu sou muito essa pessoa das superstições! E vendo o seu Insta, eu até vi que você já está com uma divulgação um pouco mais nas entrelinhas, umas fotos mais azuis, digamos assim, um olhinho grego e também uns pedaços de letras com colares em volta. Queria saber se tem um simbolismo também por trás disso tudo.
Di Ferrero: Sim. Eu tô amarrando tudo que eu posso pra ser mais assertivo na sensação que eu queria que as pessoas tivessem quando vissem. Eu tô fazendo uma trilogia para você ouvir a música, que é também como eu gostaria que as pessoas vissem quando o EP sair no dia 7, às 19h da noite, mas que eu não tô chamando de clipe, tô chamando de visual mesmo. Acho que clipe fica muito Hollywood, e isso é mais o conceito do som ali. Então começa com a primeira música, que é “Som da Desilusão” e é meio lúdica assim, é meio IA, eu tô num sonho. Aí muda depois pra “Além do Fim”, justamente nessa hora do dia, e aí já sou eu mesmo real ali, no meio de todo mundo, só que isolado, falando dessa parada de além do fim, que não tem fim, né? O que tem além do fim, o que sobra? E aí depois vai pra “Universo Paralelo”, tudo na sequência e sem cortes, onde tem vários Dis, com várias personalidades, que é aquela coisa do “e se fosse assim? e se eu tivesse feito isso?”, que são questionamentos que às vezes a gente tem, mas que temos que voltar pra onde estamos e entender que é só isso que importa. Então toda a ideia desse conceito tem sim muito de superstições. Eu sou um cara otimista, acredito muito no além, no que tem depois, me pergunto várias coisas, tipo o que a gente faz quando a gente dorme, pra onde a gente vai. Eu gosto de pensar que existe uma continuação pras coisas. Não sei se eu estou certo, se eu não tiver, ok; não tenho problema em mudar de ideia, nunca tive. E o EP tem a sinceridade desse momento, então, todo visual está em cima disso também, inclusive da cor azul que traz o começo do fim do dia. É uma sequência bem amarrada, então têm as pedras ali, as coisas com os colares, o número cabalístico, que é o 7.

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Eu vi que o EP veio muito desses sentimentos de introspecção e até o azul acho que é uma cor que, pra mim pelo menos, pode ser associada à solidão e introspecção. E eu senti que isso também está muito presente na própria arte da capa do disco, que tem um carinha – que creio que seja você – numa casinha, bem pequenininho, e quando eu vi isso me remeteu muito àquela frase que é super famosa, até um pouco clichê, “nós somos tão pequenos quanto um grão de areia”.
Di Ferrero: Sim, total! Pra mim o que a capa quer passar é justamente o reflexo de uma pessoa numa casa. Tipo assim, a casa é onde a gente se sente em casa, só que você está refletindo ela no meio do nada. Então é onde você está, você e sua casa. E tem a cor do fim do dia também, como se fosse uma parte do telhado e o Sol quando bate aquela hora que já tá indo embora. São as mudanças numa silhueta, é o reflexo da casa em você. E tem o lance da casa 7 também, já que a gente tá indo por esse caminho.

Eu vi que tem um setezinho na casa também!
Di Ferrero: Tem a casa sete, né? Aí tem o lance todo da astrologia, de ser a casa das reflexões, renovações e tal, que é muito interessante e que também tá amarrado com tudo isso. E é isso que a capa tá passando, onde você tá é a sua casa, o reflexo de você mesmo é a sua casa dentro de você ali, é um oásis no meio de algo.

Achei muito interessante! Agora indo pras faixas – que eu vou na ordem, porque acho que é o que faz mais sentido da gente conversar – “O Som da Desilusão” abre os trabalhos de “7” e eu achei muito interessante nessa faixa que, apesar da temática ser mais introspectiva e mais reflexiva, existe um contraste com o ritmo, que é muito mais pra cima e mais dançante, inclusive. Como veio a ideia de trazer esse contraste entre a proposta da letra e uma melodia mais para cima? E também queria saber de onde veio a parte que você entra meio locutor de rádio, tipo “sintonizando aqui na rádio 77,7”, que eu achei muito divertida.
Di Ferrero: Eu tô falando ali de desilusão, que é uma coisa que todo mundo já passou, tá passando ou vai passar, não tem como; ela existe, é um fato. E não é fácil você se desiludir com alguém, né? Mesmo te fazendo crescer muito. Eu passei por isso recentemente, que foi o que inspirou essa música, que foi uma má amizade, aquela coisa de se dar, mas não ter esse retorno e não ser a expectativa que você criou em cima da outra pessoa. Aí qual é o som que tem esse sentimento de desilusão? Ao mesmo tempo, eu não queria deixar isso triste. Então, se você coloca um groove em cima disso, pelo menos você vai ouvir essa coisa que eu queria passar e que eu botei pra fora, mas em cima de um som daora. Então esse é o lance de colocar a música mais pra cima. Imagina ao vivo, ela começa com uma intro, vai abrindo e você acha que vai entrar alguma coisa mas ela seca vindo com um groove. E no final, o lance do rádio é justamente o lance da frequência, tipo 77,7 é a frequência que a gente vai se conectar pra continuar falando do EP, essa que foi a ideia. Eu entrei na brisa do dial do FM, e nem tem esse dial. Eu pesquisei e vai até 70 e alguma coisa… não tem até 77 essa frequência. Agora eles vão abrir parece, é uma brisa. Então eu falei que bom que é uma rádio que não existe ainda, né?

Sim, mas eu achei muito legal essa ideia! E vai que você já inaugurou aí uma futura estação de rádio? (risos).
Di Ferrero: Exato, total! Esse pode ser um bom business, né? (risos).

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Ainda sobre essa faixa, achei interessante ouvir a inspiração de vir disso de uma má amizade, mas um verso me chamou a atenção: “quem precisa mais se expor por atenção vive uma vida superficial”.
Di Ferrero: Sim, aí eu falo de redes, que só aumentam nossa ilusão do que seria um mundo ideal pra gente. Tem a ver com a desilusão e a expectativa, porque ninguém vive num conto de fadas, ninguém é tão perfeito, e acho que isso, no meu caso, atrapalhou muito essa pessoa, que começou a se deslumbrar com esse mundo, que na verdade não é real. Aí você esquecer da amizade, do que você já fez, da história que você tem com o outro, essa pessoa se deixou levar por esse mundo de ilusão de redes sociais. Foi mais ou menos isso.

Entendi a conexão agora! Porque antes de saber dessa história toda, eu ia até perguntar se esse verso especificamente teria vindo de alguma desilusão, talvez sua com esse mundo das redes sociais, que justamente é isso: cria-se essa ilusão de um ideal de vida que a gente deveria ter, e na realidade nem é isso, é tudo uma vida “instagramável” que ninguém tem de verdade.
Di Ferrero: Exato! E isso é muito sério, a gente tem que aprender a lidar. Antes da entrevista começar a gente estava falando do Lolla, né? Você foi e eu também, mas vamos supor que a gente não tivesse ido e tivesse visto nossos amigos lá. Está tudo bem, a gente vai depois, acabou fazendo outra coisa. Só que se entrar nesse mérito de “putz, eu devia estar lá, seria melhor se eu tivesse ido”, a gente ia ficar lamentando algo e começaria a abrir espaço pra ter mil outras sensações ruins. Então assim, é legal usar as redes, só que tem que ser algo muito saudável na nossa vida. No meu caso, eu sinto que essa pessoa virou refém desse mundo e se deslumbrou dentro dessa rede de seguidores, números e coisas que até é legal, mas não dá pra virar refém disso.

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Concordo. E é difícil às vezes, né? Pessoalmente, eu fico muito feliz que o Instagram tem esse recurso de ocultar números de curtidas, porque às vezes dá um negócio você ver fulano tem tantas curtidas, eu não, o que tá acontecendo… a gente pode entrar numas brisas terríveis com isso.
Di Ferrero: Nossa sim, é muito fácil. E tem muita gente que não tem estrutura pra nem conversar sobre, aí isso vira um monstro. Na verdade, todo mundo tem um monstro, né? Mas você tem que pegar o seu monstro, deixar ele aqui do seu lado e cuidar dele (risos), porque se você deixar ele crescer mais do que você, ele vai te amassar.

Total! Apesar dos nomes das outras faixas serem “Além do Fim” e “Universo Paralelo”, eu senti que essas músicas também trazem um pouco dessa questão de desilusão, mas mais pro campo amoroso. E eu queria saber que tipo de reflexões inspiraram a composição dessas duas faixas, porque eu vi no release que “Universo Paralelo” veio muito de um livro que você tava lendo, que é “A Coragem de Não Agradar”.
Di Ferrero: Bom, “Além do Fim”, vem na sequência ali de “Som da Desilusão”, e é um pouco mais sólida porque eu já vou falando mais ou menos de uma coisa que eu vivo, de imperfeição e que se fosse tudo perfeito numa relação, também seria ruim, chato. Às vezes você quer ser perfeito pra alguém, que nem eu falo “você fala que eu sou extremamente gente fina”, agora você tá reclamando de eu ser assim, mas eu achei que eu devia ser mais assim, tentando agradar. Por isso tem que ter coragem para não agradar, que foi o que eu gostei desse livro. Você tenta se moldar segundo a outra pessoa e também se deixa levar, e aí vai acabar brigando por qualquer motivo. Na verdade, quando você se identifica com alguém, você se identifica com o lado bom da pessoa, e também com os defeitos. Tem que ser inteiro, e não pela metade, pelo menos eu sou visceral nessa hora de amar. E numa dessas você sempre quer terminar, porque acha que isso pode ser o problema, só que nunca termina, porque o que vai sobrar além desse término? O que vai sobrar além do fim? Tem que ver o que vai sobrar, se sobrar alguma coisa que tenha a ver com amor e ver se vale a pena continuar depois disso. É mais ou menos essa história da música. Ela tem coisas que eu passei mesmo, que eu acho que muita gente passa, de uma relação de duas pessoas que estão juntas há uma cara e que tem que fazer sentido continuar. Aí, indo pra “Universo Paralelo”, é uma coisa que tem a ver com esse livro e também tem a ver com uma série que eu esqueci o nome. É uma série da Apple que não é “Ruptura”, vê se você sabe o nome. É um cara que tem um amigo dono de uma empresa que consegue entrar como se fosse uma cápsula e sair em outros universos. Só que esse cara quer resolver um problema pessoal dele e vai pra outros universos pra evitar cometer um erro, mas isso é impossível. Aí a gente fica no “e se eu tivesse feito isso”, que é justamente uma coisa que não importa, sabe? A gente tem que resolver as coisas em cima do problema e da verdade, por pior que seja. A gente fica se perguntando “pô, se eu tivesse feito isso, se eu tivesse tentado dessa forma, e se…” e não tem espaço pra lamentar. É mais ou menos esse o lance. E essa música é mais pra frente, ela é mais forte, faz o EP terminar com uma porrada. E foi isso que eu curti de ter três músicas, porque aí você consegue contar melhor uma história. Tem começo, meio, mas não tem fim também, porque é só o começo de algo novo.

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Falando nisso de arco narrativo, aí é uma percepção totalmente minha: quando “Além do Fim” acaba, eu senti que termina de uma forma “seca”, logo depois do verso “o que sobrou além do fim?”, sem um instrumental que poderia ser tipo uma reticências pra essa pergunta ou uma margem para resposta, musicalmente falando. Mas, eu senti que na sequência “Universo Paralelo” meio que já traz essa resposta, tanto pela temática da música, quanto pelo refrão “se tivesse um pouco mais de tempo, levasse a vida com um pouco mais de calma, poderia até dar certo num universo paralelo”.
Di Ferrero: Você tá certa, porque “Além do Fim” é uma pergunta, né? A música é realmente “o que sobrou além do fim?” e depois você fica se perguntando “e se eu tivesse feito isso? se eu tivesse tido mais tempo? se eu levasse a vida com um pouco mais de calma”. Aí depois, “se os nossos olhos enxergassem a nossa alma, se fosse real mesmo, se eu conseguisse te ver transparente mesmo quem você é, se eu conseguisse aí rolaria, aí daria certo”. E ela mesmo que responde, ou deixa no ar mas tenta responder essa questão. Sobre não ter instrumento, é pra terminar assim mesmo, porque não tem nada que vai te fazer pensar, é a capela, e antes de “Além do Fim” terminar, ela vai pra uma questão de que só amar não é o bastante. Você fala toda hora “te amo, cara”, você fala “pô, valeu, também te amo”, mas e o nosso dia a dia, o nosso cotidiano? Não é bem assim porque também tem desilusão junto. E esse é um questionamento que a gente tem que fazer e que vai pra “Universo Paralelo”, que aí você começa a pensar onde errou e o que poderia ter feito, mas não adianta.

Falando sobre melodia, pessoalmente, eu senti que “Além do Fim” foi uma das faixas que mais me remeteu ao emocore, que foi justamente o estilo que o NX despontou e se fez um dos grandes expoentes da cena. Eu senti isso tanto por ser uma música um pouco mais acústica, mais baladinha, quanto pela potência musical do refrão. Nessa sua nova fase de “7” – nem só na carreira solo de forma geral – o que você sente que tem mais do emocore?
Di Ferrero: Eu acho que o emo sempre está presente, porque por mais que eu fale que eu não sou (emo), eu sou dessa geração e estou inserido nesse mundo. Só que a estética do EP, no geral, tem muita coisa: tem um pouco de soul, um pouco de R&B, um pouco de anos 90 ali no rock, tem os 2000 do emo principalmente na “Além do Fim”, muito nas construções das notas e de como ela começa, você tem razão. Eu acho que a visceralidade de falar dos sentimentos é muito emo. Essa coisa de você vomitar o que você tá sentindo mesmo, de uma forma profunda que a pessoa que estiver passando por isso vai se identificar, e sem se preocupar em ser julgado se é relevante ou não. É o que você está sentindo e acabou, e isso é muito do emo; pelo menos foi o que eu aprendi com todos os meus amigos na época. Antes de ter esse nome pras bandas, emo era tomar uma atitude de falar o que você sente sem ter medo. Você vai ser julgado por isso, nem se iluda, mas dar a cara a tapa e falar sobre isso, acho que está muito mais fácil hoje. Mais fácil eu digo das pessoas ouvirem, porque não é fácil falar sobre sentimentos, nunca vai ser. Mas está mais aceitável, a gente consegue trocar mais ideia sobre. Se falasse isso lá atrás dos anos 2000, eu já seria pré julgado, o cara ia falar até “seu viado” pejorativamente, como se isso fosse um xingamento.

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Porque na época era, né?
Di Ferrero: Na época era bem isso mesmo, você se vestir de uma determinada forma já poderia te fazer levar um soco na cara do nada, como acontecia nos shows. Hoje tá mais fácil das pessoas entenderem e aceitarem, mas falar de sentimentos nunca vai ser fácil, acho que pra ninguém.

É, isso vai ser difícil mesmo. Mas foi o que eu também aprendi com você, inclusive porque eu sou emo, pra mim não era só uma fase, é o meu estilo de vida sim e eu sigo nessa (risos). E falando sobre referências, você falou que tem muito de anos 2000 e anos 90 no EP, e em “Universo Paralelo”, tanto os riffs das guitarras, quanto as distorções, me lembraram muito, muito, muito o som do Charlie Brown Jr, acho que ainda mais pelo “Tamo Aí na Atividade”? Acho que esse é o nome do álbum. Enfim, eu senti muito essa referência e queria saber se foi.
Di Ferrero: Foi sim, tem total a ver com o Charlie Brown. E quem gravou as guitarras foi o Bruno Genz, o Bruninho, que era do Cine, que toca comigo agora e é o co-produtor do EP. A gente cresceu ouvindo, né? Charlie Brown foi uma ref muito grande pra mim, foi um grande mentor, era o mesmo empresário, já abri muito show, já fiz muito rolê com o Chorão e todo mundo, já gravou comigo e com o NX… eu sempre fico feliz quando tem algo ali que a pessoa fala “pô, isso aqui é muito Charlie Brown”. E tem mesmo, tem umas horas que as guitarras são inspiração no Thiago Castanho e do Marcão Britto, que são os guitarristas.

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Eu reparei isso em “Universo Paralelo” e me veio automaticamente um momento do show do NX. Eu nunca fui quando eu era adolescente, mas quando vocês anunciaram o retorno eu fui em três: no Mita, no I Wanna Be e naquele último do Allianz. E tem o momento do show quando vocês vão tocar “Cedo ou Tarde” que tem o vídeo do Chorão da versão que ele gravou com vocês.
Di Ferrero: Sim, total. É uma ref, é um mentor, o cara foi um paizão mesmo, amigo. E eu ouvi muito, colava nos shows, eu chegava a ir no estúdio quando eles estavam gravando só para ficar ali junto. Conversar, estar junto, absorver, meu, eu pirava nos caras gravando e o Bruninho também, que é o cara que gravou as guitas dessa música. Você falou certo isso da referência no Charlie Brown, eu falei isso pra ele quando ele me mostrou essa parte, falei “tá bem Charlie Brown”, e que bom!

E Di, eu sei que pode parecer uma pergunta um pouco precoce, então peço perdão se for (risos), mas eu notei que o esse EP tem só três faixas. Será que pode ter uma próxima parte do EP, com um outro arco narrativo que se complemente talvez? Ou é uma pergunta muito precoce ainda? (risos).
Di Ferrero: Não, não é não. Como a gente tá falando toda essa narrativa do “7”, tem sim uma continuação. Na verdade é o começo de algo, né? “7” meio que representa mesmo isso toda a numerologia, essa transição pro que está acontecendo comigo agora e eu já tenho várias outras ideias de continuidade, não só pro EP, mas que tem a ver com essas cores, esse novo momento, essa estética. Vai ter mais coisas esse ano, sim!

Será que você pode me dar um pequeno spoiler do que pode vir aí?
Di Ferrero: Ah, eu tenho algumas músicas que têm a ver com esse EP, são um pouco mais para cima. Também tem uma coisa de numerologia e de cor. Eu fiz algumas coisas fora, fui pra Los Angeles, chamei outros artistas aí para compor comigo. E eu tô bem empolgado também, mas vamos por partes! (risos.)

Então pras próximas partes a gente vai ter que conversar de novo, não vai ter jeito, Di! (risos).
Di Ferrero: Vamos, lógico! E também vou aproveitar para te convidar pra ir no último show da minha tour que eu vou tocar as músicas do EP agora, dia 17 de maio, na Audio.

Que tudo! Eu vi que você tá encerrando a “Outra Dose Tour” e vai fazer esse último show em São Paulo depois da Eurotour, muito chique, inclusive! Convite super aceito, tá? Conte comigo!
Di Ferrero: Então bora! Já vai decorando o EP! (risos)

Com certeza! Di, muito obrigada pelo nosso papo! Adorei conversar com você e saber mais sobre “7”, todas as referências e tudo que ainda está por vir!
Di Ferrero: Daora demais! Obrigado você, Nat, até a próxima!

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi