Na última semana, o Brasil foi surpreendido com o lançamento da banda BRAZA, que possui em sua formação três dos membros do Forfun – que se despediu do público em 2015. Para saber um pouco mais sobre o novo projeto, a Nação da Música conversou com Vitor Isensee nesta terça-feira (15), onde ele nos apresentou melhor a banda e explicou como isso tudo aconteceu.
Já com um single acompanhado de videoclipe, o BRAZA se prepara para lançar o álbum de estréia nesta quinta-feira (17), exatamente uma semana depois da divulgação da música “Embrasa”.
Perguntas: Rafael Strabelli / Entrevista: Felipe Santana
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Leia na íntegra ———————————————————————————————————
01. Vocês acabaram pegando todos de surpresa com o lançamento da banda BRAZA na semana passada, já com o clipe e a primeira música, e essa semana vocês já vão lançar o novo CD. Quando vocês cravaram que continuariam os três juntos e resolveram gravar o disco novo?! Como foi isso?
Cara, a gente no ano passado, quando sentiu que realmente era hora de dar uma parada no Forfun, a gente meio que foi pensando em fazer outras coisas né? Ai surgiu a ideia de fazer o BRAZA. Até porque a gente tem que viver né? Tem que pagar as contas. E não só por isso né cara, pelo amor que a gente tem por fazer música, por ser o que a gente gosta de fazer, acho que ninguém estaria disposto a mudar de profissão e tudo mais. Então a ideia era bolar algo que fosse viável pra gente continuar vivendo disso e fazendo isso da forma que a gente acredita que é justo e digno. E ai começamos já, mais ou menos foi bem simultâneo a toda a ideia de parar o Forfun e tudo mais, a gente começou a compor esse disco que a gente vai lançar agora quinta-feira (17) e a pensar no projeto como um todo, é legal você ter um tempo pra pensar o projeto antes dele começar a existir.
02. Na ficha técnica vocês colocam Pedro Lobo, como o responsável pelo contra baixo na primeira música que lançaram. Ele seguirá em turnê com vocês? Já tem algo definido ou serão apenas vocês três mesmo durante tour?!
A gente vai ter alguns músicos acompanhando a gente nessa tour. É uma parada que a gente presa fazer e assim, a apresentação ao vivo é muito importante, e na verdade é meio que a pontinha do iceberg. É um trabalho que envolve muito tempo e dedicação mas quando você chega pra fazer o show ao vivo é aquela ponta do iceberg que é mais… como vou dizer… ah, é a hora de apresentar toda aquele ideia, toda aquela concepção, aqueles conceitos para o publico ao vivo. Então a gente presa por fazer das nossas apresentações, tentar incrementar elas ao máximo no sentido de ser interessante e tal. Pra isso, ajuda muito você ter uma banda com diversos músicos e pessoas que sejam competentes por nesse fazer que não é fácil. Não só não é fácil como depende também da vibração, da energia né? As vezes bate e pô… e rola. Então a gente vai ter o Lelei Gracindo, o saxofonista que já acompanha o Forfun há alguns anos – nosso amigo também, que provavelmente vai acompanhar a gente nessa turnê. O Pedro Lobo – que foi quem gravou os baixos – no baixo. E um outro Pedro, nosso grande amigo Pedro Moleque, na percussão. Então a gente vai fazer um show com mais do que o teclado, bateria… Tentar botar a banda maior até porque a gente usa esses elementos no disco. O disco tem muita percussão, muito sopro, e é importante levar isso pra apresentação ao vivo, e é essa galera que vai acompanhar a gente.
03. Alias, vocês já estão fechando shows pelo Brasil?! Quando poderemos ver vocês se apresentando ao vivo? Já tem uma data oficial do show de lançamento do disco?
Já, já tem algumas datas fechadas. A turnê começa na segunda quinzena de abril e a gente vai divulgar na verdade essa agenda completa nos próximos dias, a gente ta pensando até se lança junto com o disco na quinta-feira. Enfim, a gente ta precisando ainda de algumas definições pra lançar a agenda o mais completinha possível, mas acredito que no máximo até segunda-feira essa agenda já saiu. E assim, a gente fica muito contente porque tem muita coisa rolando pelo Brasil todo, muitos pedidos, e é maneiro saber que existe um feedback, é fundamental isso.
04. Voltando a falar sobre a música que vocês lançaram, pedimos para um fã escrever uma pergunta pra vocês. A pergunta é do Rafael Visintin: “Primeiramente queria agradecer por vocês voltarem com um novo projeto, e desejar toda sorte do mundo. Eu gostaria de saber quem e o que não pode faltar no baile em Maracangalha?”.
Valeu Rafael! Bom, o que não pode faltar né? … Pô cara, não pode faltar vida e juízo, essas duas coisas. Valeu Rafael!
05. A aceitação pela música nova, rolou como vocês esperavam?
Tá bem legal. A gente acaba acompanhando, é importante você saber qual é o feedback, saber o que esta acontecendo. Mas também procuro não me envolver tanto porque é muito doido quando você lança um trabalho e as pessoas começam a mandar suas opiniões sobre ela, aquilo que você pensa também se transforma, o que é importante isso né? Mas no geral a gente ta muito contente, a maioria das mensagens são de incentivo, de apoio, “pô, tamo amarradasso, tá legal o som” sabe, e até normal que apareçam mais elogios do que criticas nessas horas, mas tá muito maneiro a repercussão, acho que disso que a gente falou agora pouco, o próprio lance da agenda, ta se configurando de uma forma legal, vários shows e tal. Acho que reflete um pouco isso, a aceitação, e a gente tá amarradão, porque afinal de contas a gente só lançou uma música né? Acho que, poxa, a tendência é que o barulho seja legal também quando lançar o disco inteiro, a gente ta confiante por isso.
06. Ainda sobre a “Embrasa”, ela mostra os traços das músicas desse novo disco?! O que as pessoas podem esperar quando ouvirem o primeiro disco de vocês como BRAZA?
Acho que esse disco ele tem um… É o disco de lançamento desse projeto, é a carta de apresentação, o RG, mostrando o RG. Então a gente tentou nesse álbum, e com a maior oportunidade de ta começando um projeto… não posso dizer que… é, começando um projeto do zero, a gente no caso começando de novo, não é do zero porque a gente já tem uma bagagem, tudo que rolou com o Forfun, mas enfim, começando uma nova história, um novo projeto.
A gente tem, como falei no começo respondendo sua primeira pergunta, a gente tem o tempo de bolar aquilo tudo conceitualmente, o que é muito legal, é um processo muito legal e que a gente não tinha vivenciado tão a pleno assim. Justamente porque a gente começou o Forfun bem cedo, bem moleque, com 17/18 anos e sempre foi uma coisa muito intuitiva, a gente saia fazendo e depois parava pra pensar qual era o conceito daquilo, agora com o BRAZA a gente teve a oportunidade de pensar o que é que a gente quer dizer, como a gente quer dizer, qual é essa história pra deixar a coisa bem amarrada conceitualmente. Talvez essa seja uma característica desse disco.
Eu acho que ele vem muito, em termos de sonoridade, as coisas foram surgindo, até surpreendendo um pouco a gente, tem muita influência do Ragga, do Dancehall, do Hip Hop, tem muita coisa de Rap, tem muita melodia também, acho que é uma coisa que a gente gosta de fazer muito e continua fazendo, tem muito refrão melódico; em alguns momentos é claro tem algumas coisas que lembra algumas coisas do Forfun mas acho que eu ouço como uma outra coisa já, e a intenção foi essa né, fazer uma outra coisa. Como somos três pessoas, três artistas que participaram de um projeto anterior, é claro que existe ali uma identidade, as vezes a sonoridade pode remeter mesmo. Mas acho que o disco vem bem por ai, muito no Reggae, no Ragga, no Rap; dá pra sentir a nossa influencia do rock que ta la no sangue, mas acho que o rock é bem mais dosado nesse disco do que em qualquer coisa que a gente tenha feito antes.
E assim, a gente ficou durante o processo muito amarradão porque surgiram muitas ideias muito espontaneamente na época da composição, e que surpreenderam a gente; então assim, tomara que surpreenda também a galera que for ouvir, tanto a galera que já conhecia o Forfun como a galera que ta ouvindo pela primeira vez; tá ouvindo com os ouvidos abertos sabendo que a gente ta tentando propor uma coisa nova.
E ai a música, respondendo sua pergunta, a música “Embrasa” é claro, ela sintetiza alguns elementos que a gente pode aplicar pro disco todo, mas acho que ela é… como é que vou dizer… acho que ela não é suficiente pra representar o que é o disco todo, então realmente só ouvindo e podendo dizer. Depois que vocês tiverem a pira, pra mim o maior prazer, a gente faz uma outra entrevista falando do disco ai você me responde.
07. Em dezembro foi divulgada a música “Eu Sou Do Mar” em parceria com o Armandinho e produção do Alexandre Kassin. Como surgiu essa parceria e como foi experiência de trabalhar com um produtor como ele?
Foi muito legal cara. Eu já conhecia o Armando através do Alexandre, produtor do Forfun muitos anos, hoje em dia empresário do Armando, a gente já se conhecia de fazer show na estrada, vira e mexe a gente se encontrava, festivais e tudo mais, então recebi um convite do Armando, que era um cara que eu já curtia a vibe porra, principalmente propondo da gente fazer uma música, ele chegou com a música já com a base toda gravada lá com o Kassin, e com a letra e a melodia. Ai o que eu fiz foi acrescentar a letra da parte que eu canto, eu compus a letra aqui, e depois fui lá e gravei, aqui em casa mesmo, mandei pra eles uma demo, curtiram e eu fui lá gravar em estúdio mesmo com o Kassin, no estúdio do Kassin aqui em Botafogo, aqui no Rio, mesmo bairro onde moro inclusive.
E aí cara, foi uma música que também me surpreendeu, ta falando de ficar surpreso né, eu fiquei bem amarradão, é um trabalho que gosto muito de ter feito, tenho orgulho de ter feito mesmo porque acho que o resultado ficou bem bonito. Acho que é bem sincera, o Armando surfa, é um esporte pelo qual sou apaixonado também, pratico e pretendo praticar enquanto tiver saúde pro resto da vida; a música não fala de surf especificamente, ela fala do que é o mar na vida das pessoas, acho que do pescador à pessoa que vai tomar um banho de sol no final de semana.
Ficou um trabalho muito legal, e poxa, o que eu tenho pra dizer de ter trabalhado com esses dois caras. Pô, o Armando um baita compositor, máximo respeito, baita cantor também, baita artista, muito feliz de ter feito essa parceria. E o Kassin, é um monstro né cara? Eu também já conhecia o Kassin através de amigos, o Marcos Sketch, que é empresário do Forfun e tudo mais, amigo do Kassin também; uma vez a gente até trocou uma ideia, a gente quase gravou um disco com o Kassin produzindo, a gente chegou a conversar com ele e tal, acabou não rolando, ele tinha outras coisas pra fazer, a gente acabou indo fazer o disco com o Ganjaman, mas já era um cara que eu conhecia dessa época e pô, um cara sensacional né? Não sei se vocês conhecem ele pessoalmente mas é um cara muito gente boa mesmo, tranquilo.
Eu tiro o chapéu pros caras que fazem produção musical e conduzem os trabalhos com artistas porque é foda; artista é vaidoso, é foda, e o Kassin é um dos caras que é muito fácil trabalhar com ele, um cara maneiro mesmo, pede tua opinião, e trabalha junto. Pra mim foi maior honra, foi bem rapidinho, só gravar uma voz e tudo mais, mas foi muito legal ter trabalhado com ele. E é isso, tá aí, o som do Armando ta rolando bastante, esse som que a gente fez em parceria, “Eu Sou Do Mar”, e inclusive sábado agora, na Fundição Progresso aqui no Rio, esse sábado dia 19, vou ta la com ele, vai rolar o show dele na Fundição, vou ta la cantando essa música com ele. Bebeto também vai ta lá, Bebeto Samba Rock, que fez um música com ele nesse mesmo EP, lá com o Kassin, enfim, to aproveitando pra divulgar o evento.
08. No seu Facebook você chegou a postar uma foto com o Rodrigo Costa, que era baixista do Forfun, deixando claro que apesar dele não fazer parte desse novo projeto, vocês ainda se dão muito bem. O que te fez postar aquela imagem? Tinham pessoas pensando que vocês tiraram ele da banda pra montar uma nova ou algo do tipo?
Não cara, só vontade de demonstrar carinho pelo meu amigo mesmo, só isso.
09. Pra finalizar, você tem algum recado para deixar aos fãs?!
Porra, é isso. Brigado ai galera, muito bom… sei lá… é muito bom poder ta vivendo seu sonho mesmo, que é fazer música, fico amarradão aqui; ficamos né, to falando não em meu nome mas em nome desse projeto ai, do BRAZA, que cara, é isso, acho que esse nome reflete o que a gente ta sentindo nesse momento, é um momento de acender e aicender. Dizer pra galera que porra, vamo de música que é uma das formas da gente ir um pouco além dessa matrix doida que a gente vive, inclusive num momento do Brasil muito delicado politicamente, economicamente e tudo mais, então a gente espera de alguma forma contribuir através do BRAZA com alguma coisa de bom, que possa somar na vida das pessoas, e consequentemente na nossa. É isso, muito obrigado e porra, vamo que vamo.
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