Entrevistamos Fellini sobre 1° projeto solo, “Dance no meu quarto”

Fellini
Foto: Ian Rassari/ Divulgação

A cantora e compositora paulista Fellini (projeto artístico da cantora Andressa Fellini, conhecida por integrar o grupo Corcel) lançou recentemente seu EP de estreia, “Dance no meu quarto”, distribuído pela STRM e já disponível em todas as plataformas digitais. O projeto reúne influências do soul contemporâneo, synthpop e pop alternativo, com um olhar voltado para o cotidiano e a introspecção.

Com quatro faixas, o EP inclui os singles previamente lançados “Perco o Ar” e “Não Dá”, que já antecipavam a atmosfera de fusão entre batidas eletrônicas, camadas de sintetizadores e letras que transitam entre o desejo, a vulnerabilidade e a celebração do corpo que marcam o novo trabalho da artista.

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Produzido em parceria com Bezerra, produtor duas vezes indicado ao Grammy Latino, “Dance no meu quarto” foi concebido entre 2021 e 2022 e finalizado em setembro de 2025. O processo criativo começou no home studio da artista, permitindo que Fellini desenvolvesse suas ideias de forma autônoma e intimista.

Em entrevista ao Nação da Música, Fellini falou sobre o processo criativo de seu mais no trabalho, “Dance no meu quarto”, e suas expectativas para o novo projeto solo.

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Entrevista por Isabel Bahé.
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Como está a transição de trabalhar em grupo, depois de anos no Corcel, para trabalhar em uma carreira solo?
Fellini: Eu sigo o meu trabalho no grupo, quase 11 anos de banda ali. Realmente, eu tô me redescobrindo, é um processo muito novo e muito gostoso também. Também estou tentando fazer disso o mais proveitoso possível, porque quando a gente tá num grupo, acaba que há uma tentativa de convergir sonhos, vontades, desejos, visões e referências num lugar comum.

Então foi muito por isso mesmo que meu processo criativo acaba acontecendo de forma individual, eu comecei a sentir necessidade de trazer minhas referências, o meu sentimento.

Você trabalhou nesse projeto há um tempinho, começando em 2021, e finalizando agora. Como esse processo, tecnicamente longo, influenciou seu trabalho, sonoridade e letras?
Fellini: Esse processo de autodescoberta como uma artista solo parte de um lugar muito novo, também. Eu preciso abrir mesmo as portas, e precisei tatear muito e amadurecer a ideia, entender de fato como ela funcionaria.

2021 foi o período em que eu defino o início desse trabalho. Comecei a me interessar muito por produção musical, e justamente quando a gente tava em lockdown. Esse EP ficou pronto mesmo em 2023. Esse tempo que eu tive foi o tempo de amadurecer, basicamente criando coragem.

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Como foi que o espaço íntimo, do seu quarto, influenciou o processo de criação das suas músicas?
Fellini: Eu sinto que meu processo de criação é muito individual. O meu quarto é literalmente onde eu sento, pego meu caderno e escrevo em papel e caneta o que eu gostaria de falar e como eu me expresso a partir de uma letra. É literalmente trazer pessoas para dentro do meu quarto.

Você afirmou que a sua criação é um exercício de escuta e presença. Você pode elaborar como funciona seu processo autoral?
Fellini: Eu tenho exercitado o exercício da presença em diversos âmbitos da minha vida, ainda mais vivendo essa modernidade tecnológica insana de de hiper consumo, hiper exposição. A presença é um ato de rebeldia. A gente só produz algo com base na nossa vivência, e a presença se conecta com a dissolução do tempo.

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Você já citou, como referências pessoais, bandas como Jungle, Tame Impala, Marina Lima, etc. Como suas influências influenciam seu som?
Fellini: Em cada momento a gente acaba tendo referências, de diversas formas. Eu tenho 1.000 outras referências que me inspiro sonoricamente ou liricamente falando. Tanto minhas quanto do próprio Bezerra [produtor]: lembro que a gente referenciou diretamente o Tame Impala e Bezerra comentou que era bem ousado, referenciar alguém que faz algo tão disruptivo e tão bem.

No geral, acho que conseguimos transformar minhas referências em algo muito fresco ali, muito dançante.

Como foi trabalhar com o Bezerra nessa formação do EP?
Fellini: Eu sempre brinquei com ele, no sentido que eu tava buscando muito o Phineas da minha Billie [risos]. Acredito muito nessa metodologia do Home Studio, em cabeças criativas que se juntam numa produção independente e conseguem, dentro de um espaço descapitalizado de grandes gravadoras e selos, fazerem coisas muito autênticas, muito grandiosas.

Essa metodologia, de fato, foi o que impulsionou muito a nossa relação e nossas trocas. Eu acho ele um gênio, sério, fora de série. Então, nossa parceria fez todo sentido, e acabou que saiu muito melhor do que eu já esperava

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Quais são os seus planos e projetos futuros para o ano que vem?
Fellini: Entrar em estúdio, definir meu primeiro álbum. Eu quero ser uma artista de álbums, gosto de criar histórias e eras em forma de discos. Acredito que no segundo semestre do ano que vem, ele estará pronto, se tudo der certo.

Esse álbum seria uma continuidade dessa história que comecei a para contar em “Dance no meu quarto”, e eu quero me aprofundar um pouco mais nos detalhes, entrar em níveis granulares.

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Isabel Bahé
Isabel Bahéhttps://linktr.ee/isabelfbahe
Jornalista bibliófila que respira músicas.