Entrevistamos Jon Larsen, do Volbeat, sobre o novo álbum “God Of Angels Trust”

Volbeat
Divulgação

Quando o Iron Maiden veio ao Brasil com a turnê “The Future Past World Tour” no final do ano passado, que contou com duas apresentações em São Paulo, deu ao público a grata surpresa de trazer o Volbeat para os shows de abertura. 

Além dos brasileiros terem tido a alegria de rever a banda – que não pisava em solo brasileiro desde desde a edição de 2018 do Lollapalooza – os próprios integrantes puderam sentir o prazer de retornar aos palcos após quase um ano do fim da turnê de seu 8º álbum, “Servant of the Mind”. Porém, mal sabiam os fãs que justamente estes shows encerrariam o ciclo iniciado pelo Volbeat em 2021.

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Em março de 2025, a banda quebrou o hiato de 4 anos sem inéditas ao divulgar “By a Monster’s Hand”, primeiro single de sua nova era, fortemente marcado por uma sonoridade mais agressiva, característica do metal e dos primeiros álbuns do Volbeat. Na sequência, a banda anunciou o álbum “God Of Angels Trust”, que será lançado na íntegra nesta sexta-feira (6), e conta ainda com os singles “In The Barn Of The Goat Giving Birth To Satan’s Spawn In A Dying World Of Doom” e “Time Will Heal”.

A Nação da Música conversou com Jon Larsen, baterista do Volbeat, sobre os bastidores do novo disco, as inspirações musicais e as temáticas mais sombrias das letras, e se o Brasil pode ser incluído na rota da turnê mundial que começará agora em junho.

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Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Oi, Jon! Como você está?
Jon Larsen: Estou bem, e você?

Também estou bem! Onde você está agora?
Jon Larsen: Estou em casa no momento.

E onde seria?
Jon Larsen: Fica uma hora ao sul de Copenhague, no interior.

Ah, interessante! E como está o tempo aí?
Jon Larsen: Ah, hoje até que está bom. Eu estava cortando a grama, então foi bem tranquilo. Isso que é rock’n’roll de verdade, cortar a grama (risos), grande estrela do rock.

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Com certeza! (risos). E falando em rock’n’roll, eu vi que no dia 6 de junho vocês vão lançar o novo álbum, “God of Angels Trust”, certo? Então, antes de mais nada, quais são suas expectativas para o lançamento desse disco na íntegra?
Jon Larsen: Sabe, eu só espero que as pessoas gostem do álbum. Basicamente é isso. Obviamente, espero que faça sucesso, mas, nos dias de hoje, quem sabe? Mas eu só espero que as pessoas gostem e continuem vindo aos nossos shows. Resposta padrão e chata, eu sei… (risos)

Mas é um desejo genuíno, certo? (risos). É o que importa!
Jon Larsen: Sim, sim. Com certeza. É isso, basicamente só espero que as pessoas gostem do álbum.

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Esse álbum é o primeiro desde “Servant of the Mind”, que foi lançado em 2021. Considerando esse meio tempo de quase quatro anos, como você descreveria a história por trás desse álbum de agora?
Jon Larsen: Bem, na verdade tudo começou no ano passado, quando nos disseram que em 2024 não faríamos nenhuma turnê. Aí pensamos: “por que não? temos que fazer alguma coisa!”, mas nos disseram que ainda tinham alguns resquícios da pandemia, e que, como já estávamos na estrada desde 2021 com a turnê “Servant of the Mind”, não tínhamos nada de novo pra mostrar. Além disso, muitas bandas grandes estavam em turnê na época, como Guns N’ Roses, Iron Maiden, Rammstein… então disseram que não fazia sentido sairmos em turnê. Aí dissemos: ok, mas o que vamos fazer?. Não somos bons em ficar em casa sem fazer nada, então o Michael disse: “tenho algumas ideias de músicas, vamos nos encontrar e ver no que dá.” E foi o que fizemos. Em uns dois ou três meses, já tínhamos as dez músicas que estão no álbum. Ensaiamos bastante, depois tivemos uma pausa no verão porque ele (Michael) estava em turnê com o SNL na Europa. Aí quando ele voltou, decidimos que as músicas estavam boas o suficiente e marcamos de gravá-las no estúdio. No estúdio, ensaiamos intensamente e em três semanas o álbum estava pronto. A única pausa que tivemos foi para os dois shows com o Iron Maiden no Brasil, em dezembro do ano passado, que foram os únicos shows que fizemos em 2024. Foi estranho ficar um ano inteiro sem turnê, mas, em vez disso, fizemos um álbum.

Isso é ótimo! Eu já ouvi o álbum e gostei bastante! Pessoalmente, notei que ele é um pouco mais sombrio, trazendo temas como demônios, Satanás e monstros, presentes desde os títulos das faixas até a estética dos clipes e a própria capa do álbum, com a figura do bode. Como surgiu esse universo mais “sombrio” inspirou o disco?
Jon Larsen: Essa seria uma pergunta mais pro Michael porque eu não tenho ideia de onde ele tirou a inspiração para esses temas; eu sei a inspiração de algumas. Mas muita gente tem dito que é um álbum mais sombrio mesmo, alguns até perguntaram se agora somos uma banda satânica; o que é claro que somos (risos). Todo mundo sabe que sempre fomos!.

Graças a Satanás! (risos).
Jon Larsen: Obrigado por isso, Slayer! (risos). Mas não sei por que os temas ficaram mais sombrios. Algumas músicas falam sobre depressão, outras têm histórias de terror, como “By a Monster’s Hand” e “The Goat Song”. Também há músicas mais pessoais dele (Michael), como “Lonely Fields” e “Time Will Heal”…

Você mencionou a “The Goat Song”, essa música é a “In The Barn Of The Goat Giving Birth To Satan’s Spawn In A Dying World Of Doom”, né?
Jon Larsen: Sim. Você falou o nome melhor que eu (risos).

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Obrigada, eu pratiquei! (risos). É um título bem longo, mas eu gostei muito da música e da estética do clipe. Sobre essa faixa, eu vi um post de vocês no Instagram dizendo que “essa música era sobre os excluídos e anjos caídos de Deus”. Pensando nisso, como você definiria esses “excluídos e anjos caídos” que podem ouvir esse álbum?
Jon Larsen: Ah, eu sempre achei que ela era mais baseada em filmes de terror baratos. 

Aham, consigo visualizar isso!
Jon Larsen: É, essa era a minha interpretação: uma música de filme de terror B.

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E você é fã de filmes de terror, então?
Jon Larsen: Sim, eu gosto! Eu prefiro assistir a filmes de terror. Gosto de tudo, desde a era do cinema mudo até meados dos anos 90. Depois disso, é só remake, prequels… não me agrada muito. Mas me dê Jason, Michael Myers, Freddy Krueger e estou dentro.! Vi alguns filmes de terror mais recentes, e não sei se é porque estou velho, mas sempre penso: “já vi isso antes.” Falaram muito dos filmes “Terrifier”, um amigo meu que é fã de terror disse: “você tem que ver Terrifier, é o melhor filme de todos!”. Aí eu vi e pensei: “é divertido, mas já vi isso antes.” Não tem nada de novo. Mas, como eu disse, me dê os clássicos, e eu vou fundo.

Eu também sou fã de filmes de terror e concordo com sua opinião sobre “Terrifier”. Estou ansiosa agora pelo novo filme “Invocação do Mal”. Você gosta dessa saga?
Jon Larsen: Gosto muito dos dois primeiros. O terceiro nem lembro direito, achei meio chato. Mas os dois primeiros são bons. Vi o primeiro quando estávamos nos EUA e o Rob disse: “vocês têm que ver ‘Invocação do Mal’, é assustador pra caramba!” e eu fiquei tipo: “claro, já devo ter visto isso antes.” Mas foi realmente assustador, teve uma cena que ela está na escada, no escuro, e acontece aquele momento das palmas… isso me fez pular da cadeira, a pipoca voou pra todo lado. Mas estou animado para o próximo, parece que eles estão voltando pro estilo mais assustador dos primeiros.

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Eu também! Agora voltando ao álbum, outro fato interessante que eu vi foi o tempo recorde que vocês levaram pra compor e produzir as músicas. Pelo que li, muito disso se deveu à espontaneidade que vocês trouxeram nessas novas faixas, sem se preocupar muito com estruturas mais precisas, como em trabalhos anteriores. Com isso, como você definiria o som do Volbeat agora?
Jon Larsen: Hmm, como eu definiria agora? É verdade que esse álbum soa mais espontâneo. Queríamos que tivesse uma pegada mais ao vivo, então dissemos ao produtor: “esqueça seus robôs, samples e tudo mais; vamos soar como uma banda tocando ao vivo”. Claro, não estamos de fato tocando ao vivo no álbum, mas deixamos a bateria soar como uma bateria de verdade, não como sample; o mesmo com as guitarras. Queríamos algo mais orgânico, e, de certa forma, esse álbum representa como tocamos ao vivo — talvez até mais do que alguns dos anteriores. E também é um pouco uma retomada aos primeiros álbuns, especialmente os dois ou três primeiros, que foram gravados muito rápido porque não tínhamos tempo, dinheiro ou equipamentos adequados, então tentamos recapturar essa vibe. A gravação levou três semanas e pronto. Gostamos de trabalhar rápido no estúdio, não gostamos de ficar semanas lá porque até é divertido, mas não tanto (risos). E nós já chegamos com as músicas prontas, não escrevemos no estúdio.

Demais saber de todo esse processo! Jon, muito obrigada pela nossa conversa! Adorei falar com você e estou ansiosa pelo lançamento do álbum completo nos streamings.
Jon Larsen: Obrigado você pela entrevista. Também estamos animados com o lançamento!

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Podemos esperar uma passagem do Volbeat pelo Brasil com essa nova turnê? Já que vocês estiveram aqui ano passado com o Iron Maiden e antes disso no Lollapalooza.
Jon Larsen: Esperamos que sim, adoraríamos voltar. Nos divertimos muito não só no Lollapalooza, mas também nos shows com o Maiden. Seria ótimo voltar para fazer nosso próprio show — não só em festivais ou abrindo para outras bandas. Esperamos que isso seja em breve.

Torço por isso, e, quando vocês vierem, estarei lá!
Jon Larsen: Ótimo! Sei que pelo menos uma pessoa estará lá então (risos).

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Ah, não, vai ter muita gente!. Eu garanto (risos).
Jon Larsen: Gosto ainda mais disso! (risos).

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi