Entrevistamos Rodrigo Alarcon sobre “Só Mais Um Pouquinho” e turnê na Europa

Desde o começo do ano de 2024, Rodrigo Alarcon deu início a um novo momento em sua carreira. Previamente ao anúncio misterioso da data 10 de abril, feito em seu Instagram nesta quinta-feira (04) e a versão de “Apesar de Querer” em parceria com Carolina de Deus, essa nova fase teve seu primeiro capítulo em fevereiro, com o lançamento do single “Só Mais Um Pouquinho”.

Produzida em parceria com Niela Moura e Jansluka, a faixa traz um clima de frescor e leveza propícios do Carnaval, ressaltando o companheirismo e dengo para com outra pessoa. Indo além da ideia do amor romântico, tais sentimentos também podem ser interpretados como a relação do cantor com seus fãs, que foram surpreendidos com uma audição surpresa da faixa nas respectivas edições do Bloco do Desamor em São Paulo e Brasília, antes de seu lançamento oficial nas plataformas digitais.

A Nação da Música conversou com Rodrigo Alarcon sobre a composição de “Só Mais Um Pouquinho” e sua campanha de lançamento durante o Carnaval, além do que está por vir na nova fase de sua carreira e mais detalhes sobre sua primeira turnê na Europa.

Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Oi, Ro! Como você está?
Rodrigo Alarcon: Estou bem, Nat! E você? Quanto tempo!

Sim, faz um tempo desde a última vez que a gente se falou! Eu estou bem também! Bora falar sobre música?
Rodrigo Alarcon: Eba, vamos sim!

Bom, em fevereiro você lançou seu novo single “Só Mais Um Pouquinho”, primeiro lançamento do ano e primeiro lançamento inédito em algum tempo. Antes de tudo, eu queria saber qual a história desse single.
Rodrigo Alarcon: Esse single surgiu de uma parceria minha com a Niela. A gente vinha de um processo de composição muito intenso do disco e ele meio que nunca parou, e não parou até agora direito. Então a gente continua compondo bastante, mandando referências e trechos um pro outro. E o single surgiu disso, a Niela mandou o pedaço de uma harmonia, de uma melodia que ela tinha feito, eu comecei a escrever a letra em cima e a gente achou muito legal o que tava surgindo ali. Na hora que a gente tava com uma prézinha levantada, a gente falou “pô, a gente pode somar nessa música aqui”. Então a gente chamou pra produzir com ela o Jansluka, e juntos a gente chegou no resultado dessa música, que é maravilhoso. Eu fiquei muito feliz, a gente queria muito fazer uma coisa mais solar mesmo, uma nova fase, um novo universo de Rodrigo Alarcon. E esse single, apesar de você escutar e encontrar semelhança com a minha obra do passado, ele também traz uma nova fase minha, traz um frescor. No estúdio foi muito maravilhoso poder trabalhar com os dois, essa música veio num momento muito novo mesmo onde eu tô querendo realmente mostrar esse outro lado meu. Falar de amor, de um romance gostosinho, também é bom não ficar só na sofrência; tem essa coisa boa de estar apaixonado, sem sofrimento, sempre querendo mais, aquela coisa boa de estar apaixonado.

Eu lembro da última vez que a gente conversou, você falou da sua grande parceria com a Niela, que ela tá sempre com você nos lançamentos, singles, álbuns, shows, etc, e teve o Jansluka nessa também. Teve algum momento mais marcante nesse processo de gravação?
Rodrigo Alarcon: Foi maravilhoso poder gravar com ele, foi muito fácil. Com a Niela eu já sei que é muito fácil, mas o Jansluka foi a primeira vez que a gente trabalhou junto e eu já gostava muito do trabalho dele, mas não tinha ideia de como era trabalhar com ele. E, realmente foi muito fácil, foi muito daora. As coisas, as ideias que ele trouxe, combinavam muito com o que a gente já tinha na cabeça. Então o processo fluiu muito fácil. Quando a gente tá falando de música, eu e a Niela estamos quase falando do mesmo lugar, a gente tem as ideias muito parecidas. O que eu trago, ela escuta; o que ela traz, eu escuto. E é isso, o processo com os três foi maravilhoso, porque a gente chegou com uma pré muito bem feita, faltando só um trechinho da música, que a gente finalizou assim em 2 segundos e ficou maravilhosa.

Eu adorei a música, curti muito, achei que é bem bem leve e traz mesmo esse frescor até pela própria capa, que, pra mim pelo menos, a tipografia do seu nome me lembrou muito aqueles adesivos que vêm nas frutas de feira.
Rodrigo Alarcon: Exatamente! Então deu certo (risos), acertei. Designer Gráfico 10/10!

Eu vi que foi você que fez o design! Eu falei “ele não é inocente” (risos).
Rodrigo Alarcon: Tem nada de inocente não (risos), tudo pensado!

E como essa estética, na sua opinião, dialoga com a sonoridade e com o conteúdo da música?
Rodrigo Alarcon: Quando a gente compôs “Só Mais Um Pouquinho”, a gente queria realmente trazer esse lado mais solar, esse lado mais leve. Muita gente associa meu som a uma parada muito densa, muito pesada. E a poesia pode ser densa, muito pesada, mas também pode ser leve, fazer pensar e sentir outras coisas, que foi o que a gente quis explorar na identidade visual. Eu tive que entender bem qual era a mensagem que eu queria transmitir através da música e trazer pra obra. E essa música é uma risada, aquele denguinho gostoso e aquele “só mais um pouquinho, fica aqui até segunda feira”; é sempre aquele mais. Então eu quis colocar realmente uma foto que fosse leve e eu tô dando uma risada gostosa com essa tipografia de fruta, tipo aquela fruta saborosa que você vai saboreando uma depois da outra, que você quer mais e mais, “só mais um pouquinho”, sempre aguenta mais um pouquinho. Essa foi a intenção, conseguir casar a estética sonora da música com o visual.

Uma coisa que me chamou muita atenção foi que no finzinho tem quase um fade out de palavras do verso “só mais um pouquinho”, até literalmente ficar o “S”. Essa escolha específica veio da onde?
Rodrigo Alarcon: Exatamente, a gente vai tendo “só mais um pouquinho” até quase o que deu do fim. O trecho de “só mais um pouquinho” foi a última parte que a gente fechou da música, e quando a gente tava no estúdio pra fechar a música e falou “cara, tem que vir cortando, em vez de fazer a frase inteira, a gente vai cortando ela só mais um pouquinho, até ficar o limite”. Foi já no estúdio, nós três pensando em como matar essa música de um jeito que fosse criativo, que fosse massa e que agregasse ao sentido da música. E é quase metalinguístico: você vai pedindo só mais um pouquinho, até o limite do que dá, porque tem hora que não dá mais e as coisas acabam. E é aí que a música acaba, se você quiser, volta no começo e ouve de novo, porque comigo pelo menos foi assim quando eu tava começando a ouvir ela antes de lançar. Eu ficava ouvindo e falava “cara, dá pra ouvir de novo”, eu voltava pra trás e não enjoei nesse período todo. Então, eu não tendo enjoado até o lançamento nem até agora significa que a música tá muito boa pra mim. É muito massa conseguir chegar num resultado que eu fiquei muito, muito, muito contente, realmente satisfeito com tudo, tanto no musical, quanto no visual. Foi um desafio muito massa conseguir trazer esse novo universo.

Eu vi que vai ter clipe também! Queria saber se você pode me dar algum spoiler do que vai ser e se vai ter essa estética também.
Rodrigo Alarcon: Esse é um novo universo que eu tô explorando nesses singles, explorando uma fase mais pop minha. Vem clipe sim, mas o que eu posso dizer é: fiquem de olho! Porque do mesmo jeito que veio uma estética nova aí, vem uma parada nova também. No clipe vem esse universo explorado de uma maneira que eu nunca explorei, esse o máximo que eu posso falar aqui.

Hm, achei vago, mas tudo bem! (risos).
Rodrigo Alarcon: Você vai ver! (risos). Tem essa coisa solar e quando sair as pessoas vão notar essa fase nova. Se não entenderam ainda no single, vão entender quando vier o clipe.

Falando nisso, como você descreveria essa fase nova? Porque “Só Mais Um Pouquinho” é o primeiro lançamento desde a “Sonas Sessions”, que saiu ano passado, mas desde o “Rivo III e a Fé”, de 2022, que você fez durante a pandemia. Como essa fase nova do “Só Mais um Pouquinho” se difere de “Rivo III e a Fé”?
Rodrigo Alarcon: Acho que vem mais pop mesmo, que eu gosto muito. Eu entrei na MPB meio de paraquedas, tentando entender, e entendi que sou um artista que faz música pop com o violão e com toda a estética que vem da MPB. As minhas músicas são pop, tem refrão chiclete, as pessoas cantam, elas têm números, então eu entendi que eu sou um artista pop e que nessa fase nova a gente vai trabalhar o pop, mas sem perder a essência. Porque não é porque é pop que a gente precisa deixar de lado o que é verdadeiro, muito pelo contrário; é somar o que a gente vem fazendo de verdadeiro e trazer na estética e no visual todas essas novas peças que virão nas próximas obras. Esse Rodrigo mais pop e menos indie.

Essas referências também estarão então no álbum que está por vir?
Rodrigo Alarcon: Não sei se vem um novo álbum ainda… a gente tá trabalhando bem esse single, temos muita coisa pra fazer ainda. Esse ano tem muitos lançamentos, isso é fato, todos eles já pensando nessa nova estética sem perder a essência. Acho que é isso, eu tenho medo de falar que eu tô mudando para uma coisa pop e as pessoas acharem que eu de repente estou fazendo uma música genérica e blá blá blá, perdi o que era meu, porque acho que isso não é real. Muito pelo contrário, o que eu fazia lá atrás já era pop, só que era uma outra fase, um outro momento meu. Dessa vez eu mesmo tô assumindo esse lugar de artista pop, de que é o que eu tô fazendo, e acho que as próximas composições e lançamentos todos vêm com esse pensamento, com essa vertente bem focada. Nesse ano a gente quer poder tocar no máximo de cidades possível, conhecer o máximo de coisas e de outros artistas possíveis. Essa sonoridade pop acaba abrindo bastante portas e é nisso que a gente vem trabalhando.

Eu lembro que no “Rivo III e a Fé” você contava a história do personagem Rivo. Você acha que “Só Mais Um Pouquinho” ainda conta a história dele ou já é um outro capítulo? Sem ser na parte do pop e da estética, mas do conteúdo em si.
Rodrigo Alarcon: Não, não, é outra coisa. “Rivo III e a Fé” está fechado. Acho que tudo que aconteceu ali naquele período se fechou naquele álbum. O que vem daqui realmente é coisa nova, são novas letras; mesmo porque tem muita coisa que não sou eu sozinho, tem outras pessoas com quem a gente vem compondo. Então não acho que converse nesse sentido de ser um spin off do disco, não. Se um dia vier, vai ser talvez pensado lá para frente, mas não agora. Essa é uma nova fase, um novo Rodriguinho, novos temas, novas sonoridades, novas influências e novas estéticas.

A gente estava comentando antes sobre “Só Mais Um Pouquinho”, que você falou que era um single mais solar que trazia esse frescor e falava de amor de um jeito leve, sem sofrência. Isso vem aí também nos próximos lançamentos?
Rodrigo Alarcon: Imagino que sim, mas não 100%. Têm muitas músicas que eu ainda gosto muito de flertar com esse sentimento de fim do relacionamento. Quando a gente tá nessas, a gente acaba conseguindo associar mais fácil os sentimentos. Então não vou dizer que não vai ter música triste; haverão, mas todas elas dentro desse novo universo e a partir desse novo ponto de vista pós “Rivo III e a Fé”. Apesar da gente ter letras muito lindas lá e muito do que a gente vai continuar trazendo pros shows, tudo que vier daqui para frente é novo.

Eu vi que tiveram algumas edições esse ano do Bloco do Desamor e que foi onde você fez uma audição surpresa de “Só Mais Um Pouquinho”, tocando pela primeira vez antes de sair até nas plataformas digitais. Como o público recebeu esse novo single?
Rodrigo Alarcon: Foi maravilhoso! Eu vi os vídeos depois da galera, a reação, o rosto das pessoas enquanto ouviam, a atenção que elas pararam pra prestar naquele momento de Carnaval. Eu parei o show e entrou um áudio falando “atenção, isso aqui não é um teste, vocês estão na audição surpresa do novo single”. Achei incrível poder compartilhar com quem realmente faz sentido em primeira mão, que é o meu público. Eles são muito fiéis, me seguem em todo o Brasil, e são quem me dão gás pra continuar acreditando em ser um artista independente, que é muito difícil. Quando você vê que têm essas pessoas que acreditam, compram, vão no show, compram merch, divulgam seu trabalho no boca a boca, põem pra tocar nos lugares e escutam todos os dias, essas pessoas merecem esse afago, esse carinho que é poder de alguma forma estar presente nesse lançamento. Geralmente, quando a gente faz lançamento de singles e discos, a gente chama imprensa, outros artistas, e sentimos que, de verdade, quem tinha que estar lá era o nosso público, porque são eles que têm feito acontecer grande parte do que vem acontecendo aqui conosco.

A gente trabalha muito, e poder dividir esse momento com o meu público tão fiel, que dá tanto amor, carinho e atenção, era mais do que essencial, e acho que fez todo mundo se sentir muito, muito querido ali. Foi muito gostoso poder compartilhar com essas pessoas e marcar esse momento mesmo de lançamento. É uma coisa muito linda poder lançar com as quem realmente é o público de verdade, não simplesmente pessoas que não têm nenhum tipo de interesse no que está acontecendo. Eles ficaram muito felizes e isso me deixou mais feliz ainda. A Taquetá organizou uma campanha de pré-save muito legal, logo, logo vira case, porque conseguimos mais de 600 pré-saves. Hoje em dia, fazer pré-save é uma coisa muito difícil, porque é quase sem sentido pro público, afinal de contas, não dá acesso à música antes, não dá acesso a nada de especial e você só vai poder ouvir no mesmo dia e na mesma hora que quem não fez pré-save. Então é mais conveniente não fazer e escutar a música. Mas, sendo um artista independente, ter conseguido mais de 600 pré-saves, foi uma campanha de muito sucesso que a gente conseguiu fazer junto da Taquetá, que foi quem realmente executou junto com a gente ali nos dois Blocos do Amor, em São Paulo e em Brasília. Foi maravilhoso poder ter esse momento com os fãs e mostrar que eles são essenciais.

Eu achei muito daora isso! E é bem o que você: realmente, o público em si não ganha nada fazendo isso.
Rodrigo Alarcon: Nada, e dá trabalho, não é tão simples assim quanto parece. Porque quando você entra pelo celular, não fica salvo nenhum login seu, eles não te fazem sair da rede social; é difícil entrar lá e já estar logado. Então tem que entrar, se recadastrar, e nisso, as pessoas desistem, o que eu entendo, tá tudo bem, porque não tem nenhum benefício; você vai ganhar um “obrigado” do seu ídolo e é isso, tudo bem as pessoas ficarem sem. Acho que tinha que melhorar o porquê de fazer pré-save ou então, sei lá, achar alguma outra forma das plataformas medirem o interesse das pessoas, porque isso para mim não é nem métrica, sabe? Mas deu muito certo fazer isso com os nossos fãs, porque a campanha de pré-save foi perfeita, a Taquetá arrasou! A gente colocou duas meninas, uma em cada dia, na Casa Natura e em Brasília, ajudando as pessoas a fazer o pré-save ali na hora, falando que quem fizesse, ganhava um brinde, um adesivinho lindo de “Só Mais Um Pouquinho”. Foi muito legal poder fazer esse momento com os meus fãs e mostrar em primeira mão o single pra quem realmente importa.

Eu tava vendo suas redes e vi que há um tempo você estava falando “tô ansioso pro Carnaval!”. Você escolheu de propósito lançar “Só Mais Um Pouquinho” perto do Carnaval?
Rodrigo Alarcon: A gente queria muito lançar no começo do ano, porque “Só Mais Um Pouquinho” já tá pronta desde o ano passado. Já estávamos escutando ela há muito tempo e queríamos botar no mundo, então conseguimos casar esses momentos com o Carnaval, que a gente conseguiria aplicar nossa campanha de pré-save com o lançamento. Unimos o útil ao agradável, e foi assim o melhor cenário possível! Foi o melhor lançamento que a gente teve até hoje de números, sem comparação. Ela deve estar já batendo mais de 200 mil plays, isso só em uma das plataformas de streaming. É uma coisa linda de ver, ainda mais sendo um artista independente, sem apoio de grandes marcas. Eu tô com uma gravadora independente, que é a Taquetá, onde estamos fazendo tudo por nós, com pessoas interessadas em trabalhar sem preguiça. E ver um lançamento orgânico acontecendo desse jeito dá muito gás pra continuar. A gente tá muito focado e foi o melhor momento possível. Eu achei a data perfeita pra gente lançar logo após o carnaval, onde demos uma levantada nas redes sociais e fizemos dois shows incríveis. O Bloco do Desamor é uma delícia de fazer, e conseguiu converter tudo isso de pré-save. Foi um momento perfeito, tudo casou, foi uma estratégia muito bem feita junto da Taquetá.

Além disso, como foi seu saldo do Carnaval?
Rodrigo Alarcon: Foi maravilhoso, os shows foram incríveis. Em São Paulo a gente fez o pré-Carnaval, e lá em Brasília o sábado de Carnaval, e foi maravilhoso tocar minhas músicas com as fantasias, cantando elas de outro jeito com os meus fãs, que escolheram estar lá naqueles dias. Aí, depois do Carnaval veio a conta, né? Porque você fica cansado de gente. Eu abracei todo mundo, teve uma hora do show que eu desci pra galera e obviamente peguei gripe, assim como todo mundo. Mas já tô recuperado, trabalhando faz tempo, já que a correria tá às mil, mas o saldo foi 100%. Eu amo o Carnaval, amo esse momento do ano, amo cantar, fazer o show, poder fazer novos arranjos, entender novas coisas e criar novos momentos. Muita coisa que acontece no Carnaval a gente traz pro show, e depois de novo pro show normal, porque a gente aprende muito. É um momento que a gente pode experimentar muita coisa, e acaba evoluindo muito. Esse Carnaval foi maravilhoso, 100% positivo o saldo do Carnaval.

Eu pessoalmente queria ter aproveitado um pouco mais esse ano, fui um pouco vencida por mim mesma, mas ano que vem estaremos aí (risos)! E falando em trabalhar pra caramba, eu vi que vem aí a primeira turnê na Europa e que tá bombando horrores, teve até que mudar pra um lugar maior! Como estão as expectativas?
Rodrigo Alarcon: Pois é, tô numa expectativa que só eu sei para essa turnê europeia! Vai ser minha primeira vez na Europa, e é muito gratificante já saber que tem show esgotado, que a gente teve que trocar de lugar porque a demanda tava alta e já tinha esgotado faz tempo. A gente resolveu abrir mais lugares em um novo local e eu sei que tá vendendo porque as pessoas estão falando “ai, que bom, to indo lá comprar”, ou “acabei de comprar”. Então eu tô muito feliz e com uma baita ansiedade boa, porque ao mesmo tempo que parece que eu tô indo fazer uma parada pela primeira vez – e realmente é a primeira vez que eu tô indo pra lá, atravessar um oceano para poder tocar minhas músicas – saber que que já tem show esgotado de pessoas querendo ouvir as minhas músicas me deixa muito tranquilo. Por muito tempo, eu ia fazer show pra quem não tava nem aí, sabe? Você vai abrir um show ou um evento com muitas pessoas que não estão muito afim, que não estão ali para te ver, mas sim pra ver o artista principal; algumas prestam atenção e você acaba conseguindo fãs, mas são sempre shows mais difíceis.

Esses shows de agora, saber que estão com ingressos esgotados, já tô assim, mais leve. A ansiedade existe, acho que ela vai existir pra qualquer show e qualquer palco que eu vá subir, mas cada vez mais tem sido mais confortável. Hoje eu entendo que eu sei o que eu tô fazendo e que aquelas pessoas todas escolheram estar lá por conta da minha obra, e isso me deixa muito tranquilo e muito feliz. Apesar de ser algo muito novo, parece que eu tô indo fazer um show voz e violão pela primeira vez, e é maravilhoso saber que tem gente que vai estar lá, que vai cantar e vai curtir.

Em meio a toda essa ansiedade que você comentou de estar indo fazer em partes uma coisa pela primeira vez, apesar de ser algo que você faz há muito tempo, tem alguma música que você está com um pouco mais de expectativa pra ver a reação das pessoas? Como “Só Mais Um Pouquinho” ou até uma mais antigona.
Rodrigo Alarcon: Estou ansioso pra ver a galera reagindo. Não tenho ideia, porque, é isso, se aqui no Brasil, de região para região, varia muito qual é a música preferida das pessoas, não tenho ideia do que esperar de um continente diferente. “Só Mais Um Pouquinho” eu quero tocar em todos os lugares pra poder sentir como é que ela tá batendo, tanto no Brasil, quanto na Europa. Mas quero realmente entender quais são as que mais batem nas pessoas lá fora, porque não tenho ideia de quais vão ser. Acho que “Apesar de Querer” vai ser muito gostoso porque ela tem um coro. Como vai ter um show em Londres, eu preparei uma versão de uma das canções em inglês. Londres tá me deixando mais nervoso que Portugal, porque Portugal, além de tudo, fala minha língua, né? Outra coisa é Londres, onde as pessoas falam inglês. Eu fico um pouco mais nervoso, porque além de ser a primeira vez que eu tô indo tocar em Londres, a língua é uma barreira. E muito do que eu ganho as pessoas na minha arte é por conta da lírica, é a letra que eu entrego.

Se a pessoa não entende, fica só melodia e música, e não que seja ruim, mas a letra ganha muito. Então eu fiquei pensando muito em como eu ia fazer para aquele público que não fala português, porque provavelmente vai ter gente que não fala português no show, eu imagino, então resolvi fazer uma versão em inglês de uma música pra poder colocar lá. Essa eu estou bem nervoso pra tocar e ver a reação das pessoas.

E qual música que é? Você pode me contar?
Rodrigo Alarcon: Tchan tchan tchan tchan: “Frágil Coração”!

Amei! E por que você escolheu essa?
Rodrigo Alarcon: Porque eu amo essa música! Ela é uma música que eu escrevi com muita verdade, com muito, muito sentimento. E eu senti que eu conseguiria traduzir ela pro inglês de um jeito que fizesse sentir também, que as pessoas que escutassem também sentissem aquele mesmo sentimento que eu tive quando escrevi, mesmo que em outra língua.

Será que de repente vem aí a versão de “Frágil Coração” em inglês nas plataformas digitais?
Rodrigo Alarcon: “Fragile Heart” (risos)! Quem sabe um dia, né? Quem sabe a gente não faz uma versão? Vou primeiro testar lá, ver como é que vai bater nas pessoas e a gente vê!

Certíssimo! Ro, pra finalizar, você falou dos lançamentos, que têm muitas músicas por vir, mas em termos de planos a longo prazo, o que mais vem aí em 2024? Sejam singles, clipes, parcerias, shows, turnê, quem sabe um álbum também…
Rodrigo Alarcon: Olha, esse ano vai ter muito lançamento. Eu peço pras pessoas ficarem muito ligadas. Eu não gosto de falar muito antecipado porque eu sou do tipo calado vence. Sempre fui desses, porque por muito tempo, eu quis falar pras pessoas tudo que eu tinha de projeto, e não que isso atrapalhe e que o projeto não vá acontecer, mas se de repente não acontece, você gerou uma expectativa que não precisava além da sua. Então eu digo pras pessoas ficarem ligadas que vai ter muito lançamento em breve e tem coisas novas aí nas redes. Os shows na Europa vão ser maravilhosos, “Só Mais Um Pouquinho” tá quentinha do forno, então queria pedir pra galera continuar escutando muito. Esse ano é um ano de coisas novas, é o que eu posso falar!

Ansiosa e pronta pra ativar o sininho!
Rodrigo Alarcon: Ativa o sininho, se inscreve em todos os canais! (risos).

Maravilha, Ro! Muito obrigado pelo nosso papo! Adorei conversar com você de novo e estou ansiosa pra acompanhar o que está por vir esse ano!
Rodrigo Alarcon: Obrigado a você, Nat! Sempre bom bater um papo contigo, e obrigado pelo espaço de novo!

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