Entrevistamos Seafret sobre novo single e turnê no Brasil

Seafret
Foto: Jennifer McCord/ Divulgação

A banda indie Seafret comemora uma década de existência em 2025 e traz uma série de surpresas. Além da vinda da dupla britânica formada por Jack Sedman e Harry Draper para o Brasil com um show único em São Paulo no dia 24 de agosto, os artistas lançaram uma série de singles que faz parte do novo projeto, previsto para o início do ano que vem.

Após a divulgação de “River Of Tears” e “Wait”, respectivamente, Seafret lançou em junho a música “Five More Seconds”, em colaboração com a cantora escocesa KT Tunstall (conhecida por sucessos como “Sunddenly I See”). De acordo com os artistas, a parceria fala de um momento decisivo, intenso, que pode mudar o rumo de uma relação.

- ANUNCIE AQUI -

Em entrevista ao Nação da Música, o vocalista Jack Sedman conta que trabalhar com KT Tunstall era algo desejado pela dupla desde que se conheceram pessoalmente, há alguns anos. “Five More Seconds” saiu de um encontro em Londres de apenas um dia, a partir do gancho que finaliza o refrão – “something worth fighing for (algo que valha lutar, em tradução livre).

Conhecida pelo hit “Atlantis” (2016), Seafret tem raízes no indie e no folk, apesar de buscarem não se definir por um gênero fechado. Nos novos trabalhos, a dupla tem assumido uma face com referências do rock e, principalmente, do indie pop. Como Sedman definiu: “Sempre sentimos dificuldade com isso [nos definir], tipo no Instagram, quando você tem que colocar algo na bio… “Como nos descrever?” Porque fazemos um pouco de tudo agora”.

- ANUNCIE AQUI -

Entrevista por Isabel Bahé.

————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Como você definiria o som agora em comparação com seus álbuns anteriores? Como eu disse, notei uma certa influência do rock e, claro, acho que tem muito da KT Tunstall. Mas eu quero saber como você definiria seu trabalho atual.
Jack Sedman: Desde o início, começamos de forma muito despojada, sabe? Acústico, apenas um violão e uma voz. E éramos meio receosos de, sabe, colocar mais coisas, porque queríamos que o Seafret soasse assim. E tem sido uma jornada com a produção, experimentando coisas novas.

Acho que sempre teremos o lado acústico do Seafret no nosso coração. Mas, no fim, seguimos a música. Se a tocamos no violão, acústica, é uma coisa. Mas se tentamos com guitarras elétricas ou uma produção mais eletrônica, a música parece mais completa. E não temos mais medo de fazer isso.

Então, estamos nos empurrando para fora da zona de conforto. E também ajuda no show ao vivo. Se ficarmos lá tocando por uma hora e meia só músicas lentas e tristes, precisamos de algo para variar e animar o público. Tem sido ótimo experimentar novos gêneros, quase.

- PUBLICIDADE -

E o Seafret se define como uma banda de indie folk, certo? Mas desde o início, vocês sempre flertaram com elementos elétricos, tipo rock. Vocês acham que essa nova fase do Seafret será um álbum mais rock? Como definiriam esse cenário?
Jack Sedman: Sempre foi difícil nos categorizar. Somos compositores e sentimos que não nos encaixamos em uma caixa. Sempre lutamos com isso, tipo no Instagram, quando você tem que colocar algo na bio… “Como nos descrever?” Porque fazemos um pouco de tudo agora.

Se antes diziam que éramos indie folk, talvez o primeiro álbum fosse mais acústico. Agora, talvez seja mais indie pop/rock/folk. Mas a graça dessa banda é que estamos sempre mudando e evoluindo. É legal.

- ANUNCIE AQUI -

E vocês se reuniram com uma das maiores artistas, a KT Tunstall. Como foi trabalhar com ela?
Jack Sedman: Nos conhecemos no Sundance Film Festival, em Utah. Ela veio depois do show e disse: “Amo o trabalho de vocês”, isso foi há uns oito anos, estávamos começando. Ela era a KT Tunstall, e nós: “Oh, meu Deus!”

Depois, procurávamos colaborações genuínas para o álbum. Ela estava em Londres trabalhando numa produção musical de Clueless e teve uma tarde livre. Veio até nós, e foi incrível. Criamos a música em cinco horas. Ela tinha o verso “something worth fighting for”, e construímos a partir dali. No fim do dia, tínhamos “Five More Seconds” pronta. Ela regravou os vocais em casa, mas a estrutura continuou a mesma.

Foi uma ótima parceria, porque KT Tunstall e Seafret têm similaridades nas letras. Se pudessem colaborar com outro artista, quem seria?
Jack Sedman: James Morrison. A primeira música que aprendi no violão foi dele. Minha mãe me ouviu cantando no banho e disse: “Você sabe cantar!” Eu tentei com uma música dele e pensei: “Até que não sou tão ruim.” Ele me influenciou muito na escrita, na forma como a música pode emocionar.

Vocês escrevem muito sobre momentos catárticos, quando você percebe algo. Como é o processo de escrita? Porque parece muito intenso.
Jack Sedman: Geralmente, algo grande acontece na minha vida, e eu não escrevo sobre isso na hora. Leva uns seis meses até eu processar e conseguir ver de fora. Escrever me ajuda a seguir em frente.

- ANUNCIE AQUI -

É estranho, porque suas letras parecem tão profundas, como se você tivesse percebido algo e escrito. Quais temas vocês querem explorar agora?
Jack Sedman: Minha vida fora da música é normal. Tento manter os pés no chão. Escrever é… eu ouço uma melodia e as palavras vão surgindo. Não sei bem como faço, mas se eu sinto algo, a música meio que se escreve sozinha.

O Seafret está perto de completar uma década desde o primeiro álbum, “Tell Me It’s Real”. Vocês planejam algo especial?
Jack Sedman: Sim, provavelmente uma turnê tocando o álbum inteiro, e talvez um relançamento em vinil. O disco foi um marco para nós.

- ANUNCIE AQUI -

Como vocês veem esse álbum, além de “Atlantis”, que foi um hit?
Jack Sedman: Acho que foi muito importante para nós. Sinto que, por estar naquela fase inicial, seguramos um pouco a produção em alguns aspectos, enquanto em outros fomos mais ousados. Quando o álbum saiu, estávamos bem nervosos com o que havíamos feito, porque, quando você entra no estúdio, tem todos aqueles equipamentos, efeitos, e todo mundo dá sua opinião…

Mas no fim, aquilo nos tirou da zona de conforto e nos preparou. Não nos limitou — se tivesse saído só com violão e vocais, as pessoas poderiam dizer: ‘Ah, prefiro assim’. Mas ele tinha elementos que agora estamos ampliando. Então, acho que nos colocou em um bom lugar para seguir em frente e experimentar ainda mais.

- ANUNCIE AQUI -

Muitas das músicas desse disco falam sobre água [risos] Vocês fizeram isso de propósito?
Jack Sedman: Nós crescemos perto do mar. Foi uma influência enorme na nossa vida. A cidade onde vivemos fica bem na costa, perto da praia, da água. Então, acho que veio naturalmente. Até o nome da banda, Seafret, tem a ver com oceano… então é tudo bem ‘aquático’ [risos].

Vocês vêm ao Brasil mês que vem. Estão animados?
Jack Sedman: Já fomos algumas vezes. Dessa vez, vamos para São Paulo no dia 24, o que vai ser incrível. Antes, já fomos a Curitiba e ao Rio também. Essa turnê inclui Argentina, Chile e México também. Mas sim, estamos muito animados! Até estamos desenhando umas camisetas hoje. Amo o pessoal de lá. A primeira vez que fomos foi uma loucura!

- ANUNCIE AQUI -

Quando sai o novo álbum?
Jack Sedman: O álbum sai no começo do ano que vem, mas ainda temos muito para mostrar, mais músicas e detalhes ao longo do ano.

Muito obrigado pela sua visita e por ler essa matéria! Compartilhe com seus amigos e pessoas que conheça que também curtam Seafret, e acompanhe a Nação da Música através do Google Notícias, Instagram, Twitter, YouTube, e Spotify. Você também pode receber nossas atualizações diárias através do email - cadastre-se. Caso encontre algum erro de digitação ou informação, por favor nos avise clicando aqui.

- PUBLICIDADE -

Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.

Isabel Bahé
Isabel Bahéhttps://linktr.ee/isabelfbahe
Estudante de jornalismo e bibliófila que respira músicas.