Entrevistamos Tagua Tagua sobre “Todo Tempo”, novo EP

Tagua Tagua
Foto: Lucas Mooluscos/ Divulgação

Tagua Tagua, projeto do artista gaúcho Felipe Puperi, está de lançamento novo. Na última sexta-feira (24), o cantor divulgou o EP “Todo Tempo” nas plataformas digitais de música.

Com seis faixas, o trabalho é composto por versões acústicas das já conhecidas músicas dos seus últimos dois discos, “Inteiro Metade” (2020) e “Tanto” (2023). Juntamente com o lançamento do EP, Felipe Puperi se prepara para entrar em turnê nacional, passando pelas cidades de Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e São Paulo (datas e informações de serviços disponíveis no fim da matéria).

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A Nação da Música conversou com Felipe Puperi (Tagua Tagua) sobre o lançamento do EP, incluindo o processo criativo de produção das faixas acústicas, assim como das artes que compõem o trabalho, e a preparação para a turnê nacional.

Entrevista por Isabel Bahé
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Por que você decidiu fazer um EP acústico?
Tagua Tagua (Felipe): Então, na verdade foi uma soma de coisas. Uma coisa que escutava muito da galera que curte a música, que vai nos shows, era ‘essa música ficaria muito linda só com voz e violão’, isso foi me estimulando a tentar achar um lugar minimalista, de conseguir ver a música como uma canção mesmo, e como sou produtor tenho muito uma veia de compor e já produzir a música.

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Uma das músicas do EP, “4am”, é baseada em vários elementos percussivos, com beats muito marcantes que chamam a atenção. Eu tentei trazer uma nova visão, de que a canção é forte por si só. Até estava falando um dia desses, pra alguns artistas o processo é mais natural, de pegar o violão e tocar, eu produzo, penso nos arranjos, camadas, texturas e como uma coisa soma com a outra.

Então foi quase um processo inverso, de você desfazer a produção e chegar na essência da música, o que se mantém.
Tagua Tagua (Felipe): E é difícil, porque quando eu faço a produção, eu faço muitas melodias na guitarra, no baixo, e eles se tornam muito característicos da música. Às vezes é uma frase marcante que inicia a música e foi um desafio tirar tudo sem descaracterizá-la por completo. Foi um jogo de descobrir como eu faria isso.

Por que você decidiu selecionar essas músicas específicas que integram o EP?
Tagua Tagua (Felipe): Eu dividi o EP em três músicas de “Inteiro Metade” (2020) [primeiro disco] e três de “Tanto” (2023) [segundo disco]. Para mim, fez sentido as três primeiras músicas [“Inteiro Metade”, “4am” e “2016”] por serem as mais conhecidas e as pessoas terem mais conexão e cantarem junto; e também foi importante que elas fizessem sentido no formato acústico. O mesmo aconteceu com as músicas restantes [“Barcelona”, “Tanto” e “Colors”], seguindo também a lógica das [músicas] que mais rodaram e foram promovidas.

Como foi revisitar os sete anos do projeto “Tagua Tagua” para produzir o EP?
Tagua Tagua (Felipe): Foi difícil, porque não é natural me revisitar. É a primeira vez que faço isso e, sendo bem honesto, eu nunca acreditei muito nessas revisitações, tendo muito a olhar pra frente e fazer coisas novas, ritmos e estilos diferentes. Mas eu comecei a gostar dessa ideia [de revisitar o trabalho], e como o “Tanto” (2023) foi lançado no início do ano passado, não fazia sentido soltar um novo disco, é muito pouco tempo.

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Eu rodei muitos lugares no ano passado com o “Tanto”, a gente foi para quase todas as capitais; depois fomos para a Europa e Estados Unidos. E aí eu comecei a achar que não fazia mais tanto sentido continuar em turnê neste ano e me deu vontade de ter alguma coisa diferente, fazer algo novo, e um disco não cabia porque é muito cedo. Eu falo bastante isso, mas acho que um disco ganha força e se torna relevante com o tempo, não tem como ser diferente. Se você começa a empilhar um disco em cima do outro, não vai dar espaço para as pessoas descobrirem e se importarem com ele, que construa memória. 

O “Inteiro Metade” (2020) conseguiu [construir memória] de uma forma muito pontual na pandemia, todo mundo que veio falar comigo nos shows, na rua, sempre dizia ‘Nossa, esse álbum me salvou na pandemia, mexeu demais comigo’, e contam as memórias [sobre o disco] na pandemia. E aí eu fico pensando que um álbum é uma construção de memória, você escuta um disco mais antigo e ele te leva pra época que você construiu esse afeto, te lembra das coisas que você fez e sentiu enquanto ouviu. Ele tem essa força, e por isso não faz sentido lançar um trabalho em cima do outro, pelo menos por 2024, e o EP me ajuda a dar espaço pros álbuns respirarem.

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O teu posicionamento é bem interessante pensando na lógica produtiva atual, que sempre está lançando coisas novas. Quem consome o seu trabalho, e a arte como um todo, geralmente não tem tempo de processar e estabelecer um relacionamento afetivo com as músicas dos artistas porque sempre tem material novo. É muito raro sair da tendência do momento e dar tempo para os discos respirarem.
Tagua Tagua (Felipe): Eu percebo isso como artista, porque eu gosto de álbum, e demorei para lançar o primeiro [disco] porque queria que ele tivesse um momento certo, que as pessoas conhecessem um pouco da minha obra, justamente para ele não passar batido.

Tem uma parcela do meu público que consome vinil e semelhantes, que gosta dos objetos físicos, à moda antiga, e isso faz com que se crie essa relação que falamos; o cara que compra o vinil escuta o álbum e cria uma relação diferente por conta do objeto físico.

Quais foram as suas inspirações para compor a estética visual do EP?
Tagua Tagua (Felipe): Eu queria uma coisa fora do óbvio, que não fosse algo mínimo, sempre trabalhei com bastante cor nas coisas e acho que criei uma identidade visual legal, que gosto bastante. Eu me reuni com o João Lauro Fonte, amigo e designer que super admiro e faz artes comigo desde “Peixe Voador” e “Preso no Amanhã”, e fez também a arte de “Inteiro Metade” (2020). Essa arte [do disco] é bem marcante, e foi desmembrando em várias coisas, ele tem vários vídeos, com artes bem elaboradas que criam uma certa personalidade. 

Fizemos também juntos a arte do “Tanto” (2023), eu quis que fosse uma ideia diferente, mas que mantenha a personalidade. Eu percebi que estávamos fazendo algo incomum de acontecer, fundimos a música com a arte [estética], eu mesmo olhava as imagens e a música já vinha a partir delas. E como o EP [Todo Tempo] é dividido entre os dois álbuns, fazia todo sentido que [João Lauro Fonte] fizesse a arte e conseguisse chegar numa coisa que fosse entre os dois, mas também outra coisa, e ele conseguiu com maestria. […] Foi um trabalho de intimidade.

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Você vai sair em turnê nos próximos meses depois de já um ano na estrada, tá animado pra voltar às cidades?
Tagua Tagua (Felipe): Eu tô bem animado na verdade, me motiva muito tocar e girar. Quando eu era mais novo, em outros projetos, eu preferia ficar no estúdio gravando e fazendo material, olha que loucura…E no início do Tagua Tagua ainda foi um desafio, mas depois virou-se a chave e hoje em dia é fundamental para mim estar na estrada, tocando para o máximo de pessoas que eu posso, e adoro muito fazer isso.

Vai ser muito legal, quando a gente foi [na turnê do] “Tanto” ano passado a receptividade da galera foi incrível, sabe? Quem vai no show gosta mesmo, conhece e canta todas as músicas, e aí cria-se uma catarse coletiva que é incrível. E isso é algo que eu tô apostando nesse formato acústico, porque é tanta coisa acontecendo, eu fico com fone ouvindo bateria e tudo que tá acontecendo no palco que não consigo ouvir a galera. Eu comecei o quão legal vai ser quando for [dessa vez], uma coisa mais silenciosa, a gente cantando todo mundo junto e eu realmente conseguir ouvir todo mundo cantando, e o show vai ser sobre isso. 

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Quais são os teus planos de lançamento para o futuro?
Tagua Tagua (Felipe): Esse ano vamos trabalhar em cima o EP [“Todo Tempo”], com os shows em algumas capitais do Brasil. Eu já estou trabalhando num álbum novo, bem diferente do que já fiz e tô bem animado porque tenho planos de lançá-lo talvez no primeiro semestre do ano, e começar de novo com os shows. Neste ano a gente vai viajar bastante, ainda tem shows internacionais a partir de setembro. […] Então 2024 vai ser muita estrada depois do lançamento do EP e ano que vem um álbum inédito.

——————————- CURITIBA (PR)
Data: 22 de junho, às 20h.
Local: Teatro Paiol: 51 Rua Coronel Zacarias, Curitiba.
Vendas: Aqui.
Preços:
Meia entrada (2° lote) – R$ 70,00 (+ R$ 7,00 de taxa)
Inteira (1° lote) – R$ 120,00 (+ R$ 12,00 de taxa)

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——————————- BELO HORIZONTE (MG)
Data: 28 de junho, às 20h.
Local: Teatro de Bolso SESIMINAS: Rua Padre Marinho, 60, Belo Horizonte.
Vendas: Aqui.
Preços:
Inteira – R$ 120,00 (+ R$ 12,00 de taxa)
Meia Entrada – R$ 60,00 (+ R$ 6,00 de taxa)
Meia Entrada Social –R$ 65,00 (+ R$ 6,50 de taxa)

——————————- RIO DE JANEIRO (RJ)
Data: 03 de julho, às 20h.
Local: Teatro PRIO: Av. Bartolomeu Mitre,1110 – B, Rio de Janeiro.
Vendas: Aqui.
Preços:
Plateia Inteira – R$ 70,00
Plateia Meia Entrada – R$ 35,00
Plateia Desconto Jockey Club – R$ 35,00
Plateia Promocional GIRO – R$ 42,00

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——————————- PORTO ALEGRE (RS)
Data: 12 de julho, às 20h30.
Local: Teatro Unisinos: Av. Dr. Nilo Peçanha, 1600 – Boa Vista, Porto Alegre.
Vendas: Aqui.
Preços:
Lote Promocional Estudante – R$50,00 (+ R$ 7,50 Taxas)
1° Lote Estudante – R$ 60,00 (+ R$ 9,00 Taxas)
1° Lote Solidário – R$ 65,00 (+ R$ 9,75 Taxas)
Lote Promocional Inteira – R$ 100,00 (+ R$ 15,00 Taxas)

——————————- BRASÍLIA (DF)
Data: 20 de julho, às 19h.
Local: Infinu Comunidade Criativa: CRS 506 Bloco A Loja 67 ao lado Praça das Avós , 67, W3 sul, entre cartório e bar amigão, Asa Sul, Brasília.
Vendas: Aqui.
Preços:
Inteira (Promocional Limitado) R$ 100,00 (+ R$ 10,00 Taxas)
Solidário* / Meia** (1° Lote) – R$ 60,00 (+ R$ 6,00 Taxas)

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* Solidário – Valor reduzido, mediante doação de 1kg de alimento não perecível (NÃO ACEITAMOS FARINHA DE TRIGO). As doações deverão ser entregues na entrada do evento, ao retirar sua pulseira. Modalidade válida para todos os públicos. Obs: no dia do evento, pode-se optar tb por apresentar comprovante de consumação nas lojas de nossa galeria (valor min. R$30, gastronomia ou moda ou #picnikcollab). A consumação deve ser feita ANTES de retirar a pulseira, apresentando comprovante junto a bilheteria (serve NF ou extrato maquineta cartão).

** Meia-entrada – Para o benefício da meia-entrada de estudante, professor, profissional da saúde, etc (50% de desconto), é necessária a apresentação da Carteira de Identificação Estudantil (CIE) ou respectivo documento original comprobatório na entrada do evento. Todos os documentos válidos para esse benefício são determinados pela Lei Federal 12.933/13. Você pode conferir cada um deles aqui: https://bileto.sympla.com.br/meia-entrada/.

Política de devolução de ingressos: entrar em contato com pelo menos 07 (sete) dias de antecedência do evento. Após isso, não será aceito cancelamento.

——————————- SÃO PAULO (SP)
Data: 16 de agosto.
Local: Em breve.
Vendas: Em breve

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Isabel Bahé
Isabel Bahéhttps://linktr.ee/isabelfbahe
Estudante de jornalismo e bibliófila que respira músicas.