Entrevistamos Tianastácia sobre o álbum Acústico, parceria com Roberta Campos e mais

Tianastacia Bia Gontijo
Créditos: Bia Gontijo

Muitas vezes, o sucesso de uma banda ou artista é determinado a partir de uma música específica, que torna-se a grande responsável por levar o nome do artista ou banda em questão ao estrelato. Há quem não veja tal feito com bons olhos, condenando muitas vezes os “donos de um hit só”, mas de que seriam feitos os legados de grandes nomes da música se não fosse uma música em específico?

No caso do Tianastácia, existem dois divisores de água determinantes para a consagração da banda mineira no cenário do rock nacional: a agitada e divertida “Cabrobró”, e a balada otimista “O Sol”, também conhecida pela versão do Jota Quest. Não por acaso, essas duas músicas foram as primeiras faixas lançadas do novo projeto do Tianastácia: um álbum acústico, que revisita alguns dos maiores sucessos da banda.

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Apesar do Tia já ter registros para além das gravações em estúdio, o novo projeto, que deverá ser lançado na íntegra no começo de abril, traz algumas novidades, a começar pelo fato de ser o primeiro álbum audiovisual da banda. Além disso, o projeto marca ainda a nova formação do Tianastácia, composto agora pelos irmãos Nastácia, Antônio (vocais e guitarra) e Beto (baixo), Bruno Egler (guitarra) e Amanda Barbosa (bateria), e promove um grande encontro da música mineira, com as participações especiais de Roberta Campos e Marco Túlio Lara, guitarrista do Jota Quest.

A Nação da Música entrevistou Antônio e Beto Nastácia sobre a proposta e a escolha do repertório do álbum Acústico, como foi a gravação na casa de shows Mister Rock junto do público e com as participações de Roberta Campos e Marco Túlio Lara (do Jota Quest), além de alguns spoilers exclusivos sobre músicas inéditas do disco e próximos planos do Tianastácia para 2025.

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Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Oi, Antônio! Oi, Beto! Tudo bem com vocês? Prazer, meu nome é Natália!
Antônio Nastácia: Oi, Natália! O prazer é meu.
Beto Nastácia: Oi, Natália! Tudo ótimo, e com você?

Tudo ótimo também! Prontos pra falar das novidades do Tianastácia desse ano?
Antônio Nastácia: Claro!
Beto Nastácia: Vamos nessa!

Eu vi que o Tianastácia Acústico é o grande projeto da banda agora para 2025, além de ser o primeiro álbum audiovisual da carreira de vocês. Como surgiu essa ideia?
Antônio Nastácia: Acho que o Eric Clapton foi o primeiro a fazer um projeto acústico, e desde então, toda banda pensou em fazer um formato mais intimista também. A gente faz muito essas rodinhas de violão e achou que tava numa hora boa pra isso, porque em banda, cada pessoa tem uma cabeça e as coisas vão mudando. Durante a nossa história, vários integrantes foram saindo, então a gente achou que precisava mostrar as músicas antigas com essa cara nova, e aproveitamos pra fazer um acústico. E hoje tudo tem que ter imagem, né? Tá tudo na mão da gente ali no celular, então não faria muito sentido só gravar o áudio. A gente tá falando que é um DVD, apesar de nem existir mais isso (risos). A partir de abril, o show completo vai estar todo no nosso canal do YouTube e a ideia é fazer shows pelo Brasil também, que a gente já começou.

Isso me faz lembrar instantaneamente da época dos Acústicos MTV, que fizeram um grande sucesso, e eu vi até que o Tianastácia já gravou já outros projetos acústicos, acho que no Estúdio Som Livre e também o primeiro DVD ao vivo da banda, gravado no Mineirão há 20 anos atrás. O que a gravação desse acústico, que inclusive foi ao vivo, representa pro momento atual do Tianastácia?
Antônio Nastácia: Representa esse recomeço nosso. A gente quer mostrar pro Brasil o que é o Tianastácia hoje, porque tem muita gente que conhece, mas tem uma turma maior ainda que não conhece a banda. A gente ficou em Minas Gerais durante muito tempo, que é um estado de 800 municípios, então é muito confortável ficar tocando só aqui, porque tem show todo final de semana. Mas o Brasil é um país continental e às vezes a gente recusa show, tipo fazer um bate e volta pra Manaus, porque não daria retorno financeiro. Então depois da gente ter ficado muito confortável em Minas, agora queremos levar o Tianastácia pro resto do Brasil.
Beto Nastácia: Eu tô querendo só me divertir (risos). Acho muito legal esse acústico, porque o principal objetivo acho que é o divertimento, sabe? É incrível como a gente renasce no Tianastácia, como o negócio cicatriza e vai embora. A gente meio que recuperou o prazer de ensaiar, de fazer show. Rodar o Brasil inteiro de novo é divertido.

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Tem que se divertir mesmo! E eu vi que acho que esse é o primeiro projeto da banda com o Bruno Egler na guitarra e a Amanda na bateria como parte da nova formação da banda. Como foram as gravações desse projeto?
Antônio Nastácia: A Amanda é uma menina muito tranquila, super educada e toca muita bateria. E o Egler é um cara que já tocou com Cidade Negra, é um músico que tem uma estrada muito grande. Então foi muito tranquilo. Acho que música é química, e a química de nós quatro pegou muito bem.
Beto Nastácia: No Tianastácia a gente brinca que já perdeu perna, braço, perdeu a cabeça várias vezes, mas a alma, a essência, o coração do negócio permanece. E depois que saiu o Dudu e o Podé, ficou só eu e o Antônio. Então por isso a gente precisava reencontrar a banda e isso é um processo que demanda muita sorte, encontrar uma pessoa que tenha a química musical do jeito de tocar, de pensar a música. Então, esse projeto acústico é meio que pra gente dar uma passada no passado, até porque nossas principais músicas, como “Cabrobró”, “Conto de Fraldas” e “Fora de Controle”, agora são na voz do Antônio. Acho que esse é o grande barato, ver como a banda pode ser uma metamorfose ambulante, como dizia Raul. O Tianastácia é meio assim (risos). E a ideia agora é rodar o Brasil, fazer show o máximo que der e depois gravar o próximo só de inéditas. Aí que nós nos vamos divertir mais ainda!

Então deixa eu ver se eu entendi, agora vai ter esse acústico, com regravações e inéditas, e depois vai ter um álbum só de inéditas?
Beto Nastácia: Isso, o próximo vai ser só de inéditas e não vai demorar muito não. Mas tem muita água pra rolar ainda desse acústico. Se Deus quiser, tem muita coisa pra gente fazer com ele porque ficou um disco bem legal. A gente, que tá dentro do negócio, fica dizendo isso, mas eu tenho mostrado pra pessoas que eu considero e elas dizem que tá realmente muito bacana. Você ouviu?

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Eu ouvi as duas que já saíram, “O Sol” e “Cabrobó”, e eu gostei bastante!
Beto Nastácia: Os arranjos e as cordas estão bem legais. O Cris e o Augusto tiveram a manha de produzir, porque é muito difícil você pegar uma música consagrada na cabeça das pessoas e desconstruir ela. É complicado e até perigoso, mas eles tiveram a manha.

Eu achei muito interessante a versão, principalmente de “Cabrobó”, que é uma música mais agitada, e agora nessa versão acústica tem até uns instrumentos de corda. Como foi pensar nesses novos arranjos de uma versão acústica para uma música mais pesada, digamos assim?
Beto Nastácia: Quando ficou pronta e eu escutei pela primeira vez, eu tive a sensação de que continua pesado. Esse processo de desmontar e montar de novo é um negócio meio complicado mesmo, porque quem seria ideal pra falar sobre isso seria o Cris e o Augusto, que fizeram com muito carinho e muito esmero. Dá pra ver que foi um negócio muito bem pensado, e acho que o resultado ficou bom. Quem gosta do Tianastácia vai entender.

Uma coisa que eu achei interessante nesse projeto acústico é ele ter sido gravado com a presença do público lá na casa de shows Mr. Rock, que fica aí em BH. Queria saber por que vocês escolheram gravar um álbum acústico ao vivo com a presença do público?
Antônio Nastácia: Como a gente queria mostrar essa cara nova da banda, quando você toca no estúdio, é uma energia, mas quando você toca ao vivo, a energia é maior. Então, quando você tem o público cantando com você, isso é repassado pra quem tá vendo e não tava no dia. No Tianastácia, a gente sempre teve essa impressão de que o nosso show sempre é melhor do que os nossos discos de estúdio, que a gente tem mais energia ao vivo. Então, na hora de gravar esse projeto, a gente falou “ah, vamos fazer ao vivo”, porque queríamos justamente pegar essa resposta do público. E a gente escolheu o Mr. Rock porque é uma casa de rock tradicionalíssima, o Slash tocou lá há pouco tempo atrás, então é um lugar que tem tudo a ver com a gente. E se fosse olhar por trabalho, a gente teria feito no estúdio, mas apesar de dar mais trabalho microfonar todo mundo, a gente decidiu que valia o esforço de ter o público ali.

Eu vi que essa gravação aconteceu em novembro do ano passado, né? Como foi a energia ali com o pessoal?
Antônio Nastácia: Apesar da gente estar há anos nessa, é impressionante como nessas horas a boca seca, o coração dispara, dá uma adrenalina boa. Aliás, eu acho que o dia que a gente perder isso é porque é hora de parar. Então, no dia, o coração dispara, você respira fundo e nada pode dar errado, porque se gravar errado, como é que faz depois? (risos). Mas aí conta esses anos de estrada e o tanto de ensaio, então graças a Deus foi tudo muito tranquilo e uma noite muito agradável. A gente não repetiu música, e fizemos ainda uma música inédita com a Roberta Campos, pra aproveitar que ela estava lá. A gente gravou essa (música) duas vezes, nem porque precisava, mas pra ter duas versões, pra ficar mais prático caso precisasse refazer alguma coisa, já que a Roberta mora em São Paulo. Aliás, você vai adorar a música que a gente fez com a Roberta. Ficou linda!

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Eu tenho certeza que sim!
Beto Nastácia: Normalmente quando se grava assim, tem que fazer vários overdubs, consertar várias coisas. Eu não voltei para consertar nada. Você também não, né, Antônio?
Antônio Nastácia: Não, não precisou consertar nada. Deu tudo certo.
Beto Nastácia: Porque quando você é convocado é porque você fez merda, né? (risos). Mas o que o Antônio falou é muito legal. Você sabe que a gente é irmão, né? Quando começamos com isso, ele tinha 13 anos, e eu 12, e desde essa época a gente descobriu que o prazer de ter uma banda era 100%. E banda tem muito convívio, é um negócio muito íntimo que você tem que se abrir musicalmente com os companheiros. Quando isso se perde e vira um negócio só de obrigação e trabalho, fica um saco. E com esse trabalho, nós recuperamos esse prazer, assim como o show. O Antônio falou como se fosse uma reestreia, a primeira vez, e é muito isso mesmo, foi bem massa! E jogando em casa também, o jogo tá ganho com a torcida (risos).

Falando em “Cabrobó”, eu vi que foi lançada no finzinho de fevereiro, a versão acústica dessa faixa, que é um dos maiores sucessos do Tianastácia e já teve diferentes regravações, inclusive até com outros artistas (como o Samuel Rosa). Depois de quase 30 anos, o que essa música significa para vocês? Eu vi acho que até uma aspa do Antônio no release fazendo uma analogia de “Cabrobó” com a hora do recreio no colégio (risos).
Antônio Nastácia: “Cabrobó” é muito curiosa porque passa por gerações, assim como “O Sol”, que é uma música minha também e estourou com o Jota Quest. É uma música que vai virando gerações e todo mundo canta. Aqui em Minas Gerais não tem um bar de rock com banda ao vivo que não toque essa música no repertório. Então, é uma música bem despretensiosa, bem hora do recreio mesmo, mas virou o nosso “Satisfaction”. Se você for num show do Tianastácia e a gente não tocar essa música, acho que somos linchados (risos), a gente tem que tocar ela sempre porque é o nosso hino.
Beto Nastácia: Eu acho que o legal da música é que algumas conseguem entrar na vida das pessoas pra acompanhar a vida inteira. E graças a Deus, o Tianastácia consegue. Tem um casal, por exemplo, que tatuou “Rama” no pulso, que é o nome de uma música nossa. Acho que o milagre da música é tocar de verdade as pessoas e “Cabrobró” é a brincadeira do recreio, porque a gente tem música pra chorar, mas tem música pra rir também. E a gente deve tudo à essa música, tudo que aconteceu com o Tianastácia, quem abriu as portas foi essa música. E vai abrir mais uma vez agora, porque a versão ficou ótima!

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Com certeza, eu adorei essa versão! Ficou bem divertida. Como foi a reação do público ali quando vocês tocaram essa?
Beto Nastácia: Ah, não tem erro. A galera já grita “é Tianastácia!” a gente entra e já começa a cantar com a galera.

Essa foi a primeira que vocês tocaram (no repertório do show)?
Beto Nastácia: Não me lembro, mas provavelmente sim. Porque pra mim, quando a gente entra pra tocar tem que ser igual se fosse um jogo de futebol, pra já entrar fazendo gol. Ele acha que deve deixar o “Cabrobró” mais pro final, mas eu sou a favor de começar chutando o balde geral porque essa música faz isso começando com “é Tianastácia” e aí boom, já começa a festa. E isso é em qualquer lugar que a gente toca, pode ser até voz e violão, mas a galera faz um mosh lá na frente mesmo assim.

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Eu vi que foram 14 faixas que vocês tocaram, nesse acústico. Como foi a curadoria pra fazer essa seleção de músicas desse repertório?
Beto Nastácia: Esse processo é difícil, né? Toda vez que a gente vai gravar um disco, a gente quase sai na porrada todo mundo (risos) porque cada um quer defender as suas músicas. Mas nesse foi até bem tranquilo, porque o Augusto e o Cris ajudaram a escolher, e como era uma revisitação, realmente era mais fácil porque era só pegar os últimos, sei lá, três ou quatro anos de repertório e ver o que nunca saiu dali. Mas tiveram algumas músicas que não entrariam na minha cabeça, tipo “Rock dos Piru”, por exemplo, que eu nunca poderia imaginar que a galera fosse querer gravar. E foi o Cris que escolheu, ele falou “essa eu faço questão”. Normalmente é difícil a gente escolher o repertório da gravação, mas dessa vez foi um processo mais pacífico.

Quais foram as músicas que vocês fizeram questão que estivessem nesse repertório?
Beto Nastácia: Acho que não teria nenhuma que eu precisaria defender não, porque acho que as principais, as que tinham que estar, entraram.
Antônio Nastácia: A verdade é que é tanta música que eu fui naquelas que não tinha como não ter: “O Sol”, “Cabrobó”, “Rama”… essas não tem jeito de não ter, né? As outras eu deixei o Beto, o Cris, o Augusto escolherem; não ia ficar brigando muito não. Porque é tanta música que a gente podia até fazer um volume dois depois, se for o caso. Tem muita música que você pode até falar “poxa, como é que essa música não entrou?”, mas também não tem como gravar tudo, né?
Beto Nastácia: Chega uma hora que vai ter que fazer outros acústicos.
Antônio Nastácia: Vai ter que fazer o volume dois, o volume três…
Beto Nastácia: Pra ter que incluir “Profana”, “Dias Claros”…
Antônio Nastácia: É muita música! E é até curioso, porque quando o pessoal vai nos shows, têm fãs que reclamam com a gente lá no inbox do Instagram sobre músicas que a gente não gravou, e eu falo “pô, eu até gostaria, mas aí seria um álbum com 40 músicas” (risos).

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Vocês já tinham falado antes da Roberta Campos, que participou desse acústico, e teve ainda a participação do Marco Túlio Lara (do Jota Quest) no violão. Como que rolou o convite pra eles dois participarem desse projeto com vocês?
Antônio Nastácia: Têm coisas que acho que são pra acontecer mesmo, né? Quando a gente convidou a Roberta – que é mineira e tem uma voz linda – uma semana antes do show, ela tava em Portugal. Qual a chance da Roberta e do Marco Túlio não terem um show num sábado à noite? Era improvável isso acontecer, mas aconteceu. Acho que era pra ser os dois mesmo. A Roberta veio lá de São Paulo só pra tocar com a gente, e ela queria tocar “O Sol” (que ela tocou), mas eu falei “ah não, Roberta, vamos aproveitar a sua vinda e fazer uma música também”. Aí eu mandei uma ideia de uma música minha e uma ideia do Beto; ela escutou e disse que gostou das duas, mas perguntou se podia mostrar uma dela pra gente também, e eu falei que sim, claro. As três eram ótimas, mas eu falei pro Beto pra gente trabalhar a música da Roberta, porque as nossas a gente podia gravar a qualquer momento. Então escrevemos nós três essa música que se chama “Flores Coloridas”. E o Marco Túlio é nosso amigo de anos, então acho que foi um encontro divino mesmo, que tinha que acontecer, porque seria muito improvável os dois estarem livres num sábado à noite e poderem vir aqui pra Belo Horizonte gravar com a gente.

Vocês já tinham tocado com o Marco Túlio ou com o pessoal do Jota Quest antes? Porque “O Sol” estourou muito com eles, né?
Antônio Nastácia: Já, já tocamos juntos em vários eventos, em show deles, eles em shows nossos. “O Sol” deu um boom na carreira do Jota Quest também. E a gente também já tocou junto com a Roberta algumas vezes em palcos por aí.
Beto Nastácia: A gente conhece o Marco Túlio desde tipo, uns 15 anos de idade, e eu lembro até que teve um dia que a gente teve que cancelar um ensaio nosso porque a blitz parou ele e rebocou o carro dele. A gente conhece o cara há uns 35 anos, a importância deles no Tianastácia é gigante e do Tianastácia no Jota Quest também, porque a música mais tocada nas rádios brasileiras em 2006 foi a versão deles de “O Sol”. Isso fez bem pra todo mundo, então, nada mais justo do que ter a participação deles. Se a gente fosse chamar todo mundo (da banda) não ia caber, então achamos mais legal chamar o Marco Túlio até por ele ter sido o primeiro que a gente conheceu (junto com o Marcinho), e chamar o Rogerinho, que é vocalista, seria meio óbvio. O Marco foi amarradão e é o que o Antônio falou, foi muita sorte ele ter agenda, porque normalmente isso não acontece num sábado; a Roberta a mesma coisa. E ela é um anjo, cara, eu falei pra ela “você é o Milton Nascimento de saia” (risos), é impressionante, a voz dessa menina é angelical! E o negócio da música foi muito bacana porque cada um mandou um pedacinho, e nós nem nos encontramos.
Antônio Nastácia: Fizemos a música pelo WhatsApp e quando a gente se encontrou ela falou assim “essa música deu match”.

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O que mais vocês podem falar sobre “Flores Coloridas”, sobre a letra, a sonoridade…?
Antônio Nastácia: A música fala de encontros pela vida, e é legal porque também teve um encontro musical da gente com a Roberta. Ela me mandou um WhatsApp, eu respondi um pedaço de letra por ali, ela me mandou um áudio, aí eu gravei de novo colocando a minha parte, depois de um tempo o Beto também trouxe a parte dele. Eu gravei uma guia pra ela escutar e quando ela chegou em Belo Horizonte, na passagem de som, foi a primeira vez que a gente tocou essa música, pra depois já tocar no show. Então foi tudo muito rápido, mas ficou muito legal mesmo. Aí a Roberta falou que a música “deu match”, mas eu e o Beto somos meio por fora dessas gírias, aí ela disse que isso era daqueles sites de encontro e quer dizer que você bateu com a pessoa. Aí o Beto “eu não tava nem sabendo disso” (risos).
Beto Nastácia: Eu falei “que match é esse? que porra é essa?” (risos). Mas é isso, foi um prazerzasso ter a presença dos dois.

Vocês falaram que ela fez questão de gravar “O Sol”. Ela fez questão de tocar mais alguma outra música além de “O Sol” e essa inédita?
Antônio Nastácia: Não, porque aí já ia ficar música demais também, né? (risos). O Marco Túlio queria tocar uma que chama “Fora de Controle”. Aí a gente falou pra ele “já que a Roberta quer cantar “O Sol”, você entra, toca “Fora de Controle”, fica pra tocar “O Sol” com a gente e a Roberta entra, aí você sai, a Roberta fica e toca ‘Flores Coloridas’”. E foi assim que a gente fez no dia: o Marco Túlio entrou, fez duas, e a Roberta fez duas também, sendo que eles se encontraram em “O Sol” e isso funcionou muito bem.

“Flores Coloridas” é uma das músicas inéditas dessa setlist, mas tem mais uma outra música inédita também?
Antônio Nastácia: Tem uma que chama “Verão”, e assim como outras que nós temos, a gente já tinha gravado, mas não tinha lançado, então por isso acaba entrando como inédita.
Beto Nastácia: Tem “Verão”, “O que há de errado com o mundo?”… como é que você batizou aquela outra mesmo?
Antônio Nastácia: Tem uma chama que chama “Tudo fica bem” também.
Beto Nastácia: São quatro músicas inéditas, na verdade. Porque é o que o Antônio falou, a gente gravou um disco lindo durante a pandemia, inclusive com Liminha, com Dudu Azevedo na bateria e com o Podé cantando, só que quando ficou pronto e a gente ia lançar, o Podé saiu. Então como é que a gente ia lançar um disco novo, prontinho, lindo, maravilhoso, que a voz não estava lá mais? Então apesar dessas músicas já terem sido gravadas, elas não foram lançadas, então podem ser consideradas inéditas, que são: “Verão”, “Sonhos Loucos”, “Tudo fica bem” e “Flores Coloridas”, com a Roberta, que é a que eu mais gosto de todas.
Antônio Nastácia: Essa ficou muito legal!

Já que vocês comentaram que vocês pretendem lançar um próximo álbum só de inéditas, isso vai acontecer esse ano ainda ou esse ano tá mais focado no acústico?
Antônio Nastácia: Esse ano nós vamos trabalhar o acústico, mas já querendo começar a gravar o inédito no final do ano. Porque como vai ser um disco de estúdio, na verdade, ele pode começar a qualquer momento. É só uma questão de ver a hora de lançar mesmo pra já podermos ir gravando, já que já temos músicas. Mas pra lançar esse ano, não. Esse ano nós vamos trabalhar o acústico.

Eu vi que vai ter uma turnê do Acústico também, certo?
Antônio Nastácia: A gente fez o show no dia da gravação, tocamos em dezembro e já fizemos um outro show. Enquanto não passa o Carnaval, nunca é bom nesse sentido. A gente lançou a música na sexta-feira antes do Carnaval, e eu até falei “cara, vocês são tudo doido, né?” (risos), mas o pessoal falou que era uma data boa, então beleza, agora que o ano começou, é botar na estrada. Nós vamos tocar em São Paulo também, e você é nossa convidada!

Opa, pode deixar que estarei presente, com certeza!
Beto Nastácia: Eu gosto muito de São Paulo, mas pra morar, não dou conta não (risos).

É muita correria, né?
Beto Nastácia: É muita correria, Belo Horizonte é uma roça perto de vocês aí! (risos). Mas a gente vai em breve pra São Paulo porque chega uma hora que o artista tem que ir mesmo se quiser mostrar o seu trabalho. A gente tem que cair na estrada mesmo porque o Brasil é continental. Acho que a única insalubridade da profissão do músico aqui são as estradas, porque é tudo muito longe e elas estão cada vez mais cheias e perigosas. Mas a gente tem que ir porque o show é a consagração de tudo. Eu não gosto muito de estúdio, de gravar, de ensaiar; eu gosto de fazer show porque é ali que a magia acontece. Se Deus quiser, nós vamos rodar tudo que a gente vai em São Paulo em breve e você será nossa convidada!

Estarei presente, pode ter certeza! Mas vocês já têm uma agenda de shows para essa turnê do Acústico ou ainda não?
Beto Nastácia: Na verdade, a gente vai lançar o disco agora no começo de abril, né? Aí a gente vai tocar, vai ter um show em Belo Horizonte.
Antônio Nastácia: Eu sei que já tem em Araxá marcado.
Beto Nastácia: Em Araxá vai ser bacana porque vai ser o Campeonato Mundial de Mountain Bike e a gente vai rodar aqui em Minas Gerais, que tem uma vantagem muito grande pra gente por ter 853 municípios. Então dá pra gente tocar o ano inteiro aqui porque essas 800 e tantas cidades fazem pelo menos uma festa por ano, e o Tianastácia é uma banda popular, apesar de muita gente achar que a gente é uma banda de rock. Toca num dia, Tianastácia, Ivete Sangalo, César Menotti e Fabiano, no mesmo palco, pro mesmo público, e a galera se diverte do mesmo jeito. Então ainda não temos uma programação pra fazer a turnê com tudo agendado; não funciona muito bem assim não. A gente vai trabalhando e a demanda vai surgindo. Mas graças a Deus, tá saindo muito bem! O Tianastácia é um orgulho muito grande na minha vida.

Tenho certeza que a tendência é só melhorar! Antônio, Beto, fiquei muito feliz de falar com vocês! Estou ansiosa pra ouvir o disco inteiro e ver o show de vocês, seja em BH, seja aqui em São Paulo. E muito obrigada pelo tempo de vocês e pela nossa conversa!
Beto Nastácia: Ô Nat, a gente que tem que agradecer! A gente tem um sonho e esse sonho virou realidade, então cada pessoa que curte e vive isso com a gente, eu fico vontade de pegar no colo, levar pra casa e dar um pão de queijo com café, porque é muito louco viver de música no Brasil, ainda mais a gente que é rock, né? O rock não vai morrer nunca, mas o ritmo agora é outro: antes a gente era Rita Lee, agora é Anitta.
Antônio Nastácia: A gente que te agradece, Nat! Obrigado pelo carinho e pelas suas perguntas. Esperamos você no show do Tianastácia agora!

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi