Entrevistamos vōx sobre álbum de estreia “All My Best Friends Are Ghosts”

vōx
Foto: Divulgação

Multiartista de Los Angeles, vōx divulgou nesta quarta-feira (09) o aguardado álbum de estreia “All My Best Friends Are Ghosts” nas plataformas digitais, pelo selo boutique LAB 344. Sua música se destaca por entrelaçar, de forma intrincada e sensível, temas como neurodivergência, deficiência, assexualidade e resiliência.

A Nação da Música conversou com vōx sobre o processo criativo do trabalho de estúdio, como o autismo influencia em sua arte e também sobre projetos para turnê.

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Entrevista por Marina Moia.

——————- Leia a íntegra:
O seu álbum “All My Best Friends Are Ghosts” promete entregar faixas que exploram temas muito pessoais, como dor crônica, neurodivergência e assexualidade. Como foi o processo emocional de transformar essas experiências em música?
vōx: Tem sido um verdadeiro trabalho de amor. Demorei muitos anos para escrever e gravar, assim como levei muitos anos para processar emocionalmente essas mudanças e percepções na minha vida. Era uma grande história que senti que precisava contar, e estou orgulhosa de mim mesma por ter conseguido realizá-la dessa forma. Aprendi muito sobre mim mesma, sobre a vida, sobre quem quero ser e sobre como me amar e me aceitar ao escrever este álbum.

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O álbum foi coproduzido por Anwar Sawyer e Alex Tanas. Como foi essa colaboração e de que maneira eles ajudaram a moldar o som do disco?
vōx: Foi uma colaboração muito natural. Alex e Anwar têm mentes criativas que se complementam muito bem. Eles são extremamente abertos a novas ideias e dispostos a experimentar qualquer coisa, sem julgamentos. Alex e eu trabalhamos juntos há muitos anos, desde 2018, então nossa comunicação é fácil e, muitas vezes, nem precisa de palavras, pois nos entendemos profundamente. Ele também é um baterista incrível, e este foi o primeiro projeto em que ele pôde gravar algumas baterias ao vivo. Anwar é um tecladista extremamente talentoso, então ele compôs e tocou todas as partes de piano do álbum.

Você começou a escrever algumas músicas há mais de uma década. Como foi revisitar esses sentimentos antigos com a perspectiva que você tem hoje?
vōx: Foi algo curador. Realmente me ajudou a ver novas perspectivas e a processar algumas dessas emoções antigas e padrões de pensamento que me assombravam.

Você já mencionou que o diagnóstico de autismo trouxe clareza para muitas das suas experiências. Como isso influenciou sua arte e sua forma de se expressar musicalmente?
vōx: Acho que ser autista impactou minha arte de muitas maneiras. Meu cérebro naturalmente faz conexões que outras pessoas não fazem, e isso influenciou minha forma de escrever letras. Minhas experiências sensoriais me permitem absorver todos os diferentes elementos da música de uma maneira única. Também me ajudou a entender por que me senti deslocada ou incompreendida ao longo da vida e por que parecia que não conseguia acompanhar muitos dos meus colegas na produção criativa.

A faixa “Having Me” aborda a relação entre a assexualidade e as expectativas sociais em torno do sexo. Que mensagem você espera que essa música transmita para ouvintes que possam se identificar com essa experiência?
vōx: Espero que ajude as pessoas a refletirem mais profundamente sobre a sexualidade compulsória da nossa cultura. Não deveria haver pressão para fazer sexo se você não quiser, e não querer fazer sexo não deveria ser estigmatizado da maneira que é. Temos um valor muito mais profundo do que apenas nosso valor sexual para outra pessoa.

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Você utiliza elementos teatrais em suas apresentações ao vivo. Como a performance visual complementa a mensagem das suas músicas? Está com planos para shows de divulgação?
vōx: Sim! Estamos atualmente trabalhando no agendamento de uma turnê para o álbum. Sempre quero encontrar um equilíbrio nos meus shows ao vivo que envolva o público. Eu amo o aspecto teatral, mas também amo a vulnerabilidade, e especialmente a interseção entre os dois durante uma performance.

Gostaria de deixar um recado aos leitores da Nação da Música?
vōx: Espero que eles ouçam meu álbum de estreia e que isso os ajude a refletir sobre sua própria jornada de vida e a se orgulharem do seu crescimento. Sinto verdadeiramente que é isso que a vida representa: um desdobramento, uma mudança constante, um renascimento, uma renovação. Somos natureza, e é exatamente disso que a natureza trata. Espero que as pessoas se sintam em casa, compreendidas e menos sozinhas.

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Marina Moia
Marina Moia
Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.