Nesta sexta-feira (17), a banda irlandesa Inhaler lança seu 2º álbum de estúdio “Cuts & Bruises”, que chega 2 anos após o anterior “It Won’t Always Be Like This”, e conta com os já conhecidos singles “These Are The Days”, “Love Will Get You There” e “If You’re Gonna Break My Heart”.
A Nação da Música conversou com os integrantes do Inhaler sobre as diferenças das músicas que compõem o novo disco para o primeiro trabalho, a atual fase da banda e a experiência de fazer parte da turnê do Arctic Monkeys.
Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Oi, pessoal! Como vocês estão?
Todos: Estamos bem! E você?
Tudo certo também! Podemos começar?
Todos: Vamos lá!
Vocês vão lançar o novo álbum “Cuts & Bruises” no dia 17 de fevereiro, certo? Qual é a diferença desse disco em comparação com o anterior “It Won’t Always Be Like This”?
Robert Keating: O Ryan sabe resumir muito bem, não é, Ry?
Ryan McMahon: Qual é a grande diferença… bem, eu acho que nós todos achamos que as músicas desse álbum são melhores. Acho que são duas histórias completamente diferentes por trás de cada um deles, sabe. Um era um álbum mais “pandêmico”, e esse não é. E acho que tem muito mais confiança e turnês que agora temos conosco para fazer esse álbum. Acho que estávamos muito mais nervosos para o lançamento do nosso primeiro álbum do que para esse porque nós estávamos no processo, e mesmo que eles chamem de um segundo álbum difícil, pode ter sido desse jeito durante as gravações, mas eu não acho que nos sentimos desse jeito sobre as músicas que de fato estão no disco. Acho que nos sentimos todos muito confiantes com o álbum que estamos lançando.
Elijah Hewson: É isso aí.
Robert: Disse tudo.
Ryan: Obrigado, pessoal.
Como você comentou, o primeiro álbum de vocês é mais “pandêmico”, e eu vi que as músicas desse disco são mais sobre maturidade e também sobre estar numa banda. Com o fim das produções de “Cuts & Bruises”, o que significa para vocês estar numa banda? Alguma faixa específica do álbum descreve melhor esses sentimentos?
Elijah: Acho que estar numa banda pra nós é nós percebemos o quão importante são nossas relações um com os outros. É vital isso estar funcionando porque se não, a banda não funciona, e você não consegue escrever boa música. Acho que é assim que nós meio que mudamos nossa abordagem nesse álbum. E não sei, não podemos mexer nisso. Acho que também nos sentimos bem de estar numa banda porque quando fazemos coisas desse tipo, como lançamentos e coisas do tipo, não consigo imaginar ninguém fazendo isso sozinho, seria muito difícil, sabe? E acho que é por isso que nós somos bons em não ter burnouts, porque dependemos uns dos outros. Acho que essa é a maior parte da nossa irmandade.
Dentre as 11 faixas de ‘Cuts & Bruises”, eu vi que há uma chamada “Dublin In Ecstasy”, que foi escrita quando vocês estavam começando a banda, e que é muito querida pelos fãs, certo? O que essa música significa para a história do Inhaler e como ela se conecta com o atual momento da banda?
Elijah: Foi muito importante pra nós incluí-la no álbum. Foi uma decisão repentina, nós quase não colocamos, mas aí acho que nos últimos três dias de gravação que estavam agendados, nós decidimos adicioná-la porque acho que reflete bastante sobre o que estamos falando nesse álbum, que é sobre estar numa banda. E essa música meio que nos transporta para a época em que tínhamos 18, 17 anos, tocando em Dublin, e é meio que uma homenagem a isso.E é legal porque nos deu algo como uma cara de “lugar” ao álbum, algo para refletir. Acho que toda a letra funcionou de alguma forma. Mesmo que a gente não tenha mexido nela, mudamos um pouco em relação à versão antiga. Mas ela parece complementar as outras músicas de um jeito bem legal, e pareceu um pouco como a peça que faltava no final do quebra-cabeça. Estamos muito felizes que fizemos isso porque muitas pessoas estão dizendo que é a faixa preferida do álbum.
Ryan: Mas não fazemos ideia do que se trata (risos).
Elijah: Não mesmo (risos).
Ryan: Não faz sentido tentar entender!
Elijah: Não faço a menor ideia do que se trata a parte da “êxtase” (risos).
Ryan: Tenho certeza que você sabe… (risos).
(risos) Então, no ano passado e também agora em 2023 vocês fizeram parte de alguns shows da turnê do Arctic Monkeys, certo? Como foi essa experiência? Eles influenciam o som de vocês de alguma forma?
Elijah: Sim!
Ryan: Eles são uma ótima banda! Como você pode não ser influenciado por eles de alguma forma? Tipo, mesmo se você não gostar da música deles, ao menos você tem que gostar do jeito que eles se vestem, sabe? É tudo uma engrenagem muito bem feita. E é algo que nós pegamos assistindo eles todas as noites. Era como se não tivesse uma única noite que nós quiséssemos perder ou que nós tivéssemos que vazar e ir para a próxima cidade. Nós só queríamos assistir a cada um dos shows e assimilar tudo que eles estavam fazendo, porque eles são mestres em fazer um show de rock ao vivo, mesmo 15 ou 17 anos depois do primeiro álbum. E eles ainda têm muitos fãs jovens vindo vê-los porque mesmo depois de todo esse tempo, as músicas, no fim do dia, ainda se sustentam e elas ainda falam por si mesmas. Mesmo quando eles vão embora, ainda são uma banda que todo mundo fica tipo “oh, eles devem estar aqui do lado prestes a fazer uma loucura”, sabe?
Vocês gostaram do último álbum deles?
Josh Jenkinson: Sim, com certeza.
Ryan: Amei.
Robert: Sim, gostei muito.
Elijah: Sim, e gosto de ouvir ao vivo também. É diferente da gravação porque ao vivo eles tocam algumas das músicas que não foram lançadas, e coisas que tocamos com eles. E mesmo que seja muito cinematográfico, se traduz num grande espetáculo também. Mas é, nós só estávamos todos tentando absorver um pouco de toda a grandeza da forma que pudemos.
Falando sobre o Arctic Monkeys, eu vi que recentemente vocês fizeram um cover de “Flowers”, da Miley Cyrus, e que eu pessoalmente gostei bastante porque estou muito obcecada por essa música (risos). Vocês fariam algum dia um cover do Arctic Monkeys ou de algum outro artista?
Elijah: Meu deus, do Arctic Monkeys seria tão difícil de tirar.
Ryan: Se nós fizermos, espero que eles nunca vejam.
(risos) Ah não, mas por que?
Ryan: Ah, não quero arriscar massacrá-los, nem a possível chance de estar nos shows deles de novo (risos).
Elijah: Nós costumávamos fazer muitos covers, mas aí tivemos que parar porque iríamos fazer versões terríveis das músicas, e nunca mais poderíamos ouvi-las novamente. Então eu não quero arruinar nenhuma chance com o Arctic Monkeys.
Robert: É, talvez. Vamos dizer que talvez um dia a gente faça.
Ok, terei esperanças então (risos)! E com o Arctic Monkeys, esse cover da Miley, e vocês fazendo parte também de alguns dos shows da turnê do Harry Styles, tem algum artista ou banda com quem vocês gostariam de colaborar no futuro?
Robert: Sim, possivelmente. Só estou tentando pensar em quem. Nós sempre respondemos essa pergunta dizendo que já é difícil o bastante colaborar entre nós, então melhor deixar outra pessoa fora disso. Mas também acho que é irreal pra nós ao menos não querer trabalhar com alguém no futuro. Não sei.
Josh: Acho que como banda, precisamos de alguém bem fora do comum para colaborar, porque podemos cobrir todas as bases.Talvez se tivesse, sei lá, um rapper folk ou psicodélico, algo do tipo.
Ryan: E talvez nós pudéssemos fazer uma música para uma série narrada pelo Morgan Freeman ou algo do gênero.
Elijah: Ou então a Ariana Grande.
Ryan: É isso, essa é a resposta. Ariana Grande.
Eu adoro ela! Bem, e indo pra última pergunta, o que os fãs podem esperar de “Cuts & Bruises”, e como vocês vão sair em turnê para celebrar o lançamento do disco, o Brasil poderia ser um possível destino?
Elijah: Nós esperamos muito que sim. Nós queremos ir aí em algum momento, mas logisticamente é um pouco difícil no momento porque não temos muito dinheiro. E acho que nós precisaríamos ter uma parte de disponibilidade nas datas para irmos. Mas quando formos, iremos do jeito apropriado.
Robert: Com certeza.
Ok, então muito obrigada pelo tempo de vocês, pessoal!
Todos: Obrigado!
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