Entrevistamos LP sobre “One Like You” e o novo álbum “Love Lines”

LP
Foto: Ryan Jay/Divulgação

No dia 21 de junho, LP lançou seu novo single “One Like You”, segundo single de seu próximo álbum “Love Lines”, que sairá no dia 29 de setembro. O disco, que conta também com o single “Golden”, chega menos de dois anos depois do álbum “Churches”, um dos mais profundos de sua carreira.

A Nação da Música conversou com LP sobre as o conceito por trás do single e do clipe de ”One Like You”, as expectativas para o lançamento de “Love Lines” bem como as diferenças em relação ao anterior “Churches”, e as vezes em que esteve no Brasil.

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Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Olá, LP! Como você está?
LP: E aí, como você está? Eu estou muito bem!

Eu estou ótima também! Onde você está?
LP: Estou em Los Angeles.

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Ah, que ótimo! E como está o tempo por aí?
LP: Está estupidamente lindo e ensolarado, que é o normal, mas está ótimo.

Que maravilha, porque aqui no Brasil está muito frio!
LP: Sério?

Sim, está muito frio, pelo menos aqui em São Paulo onde eu estou. Estamos naqueles dias preguiçosos em que é muito difícil sair da cama (risos).
LP: Eu fico muito confusa com isso porque na minha cabeça eu acho que aí o tempo está sempre ótimo. Pra mim parece que é tipo, encerado, com a genitália das pessoas é perfeitamente suave e estamos todos prontos pra ir! (risos)

Na maior parte do tempo é! (risos) Mas agora estamos no inverno. Bem, podemos começar?
LP: É claro! Desculpe, não sei o que estou dizendo (risos). Mas sobre o que mais podemos falar além da suavidade da genitália das pessoas no Brasil?

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Bem, acho que poderíamos falar sobre essa sua nova fase musical!
LP: Ah sim! (risos). Você ouviu o álbum novo?

Eu ouvi “Golden”, obviamente, e “One Like You”, que foi o seu último single!
LP: Ah, então você não ouviu o álbum inteiro.

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Não, ainda não!
LP: Ah não, que droga, cara! Mas bem, é isso aí, eu estou nessa nova fase musical!

Sim! E há cerca de duas semanas você lançou o segundo single do seu próximo álbum “Love Lines”, que é “One Like You”, e que foi acompanhado também de um clipe muito interessante! Antes de tudo, eu gostaria de saber, por que você escolheu essa faixa como single?
LP: Bem, eu sinto que quando todo mundo ouvir o álbum completo vão entender, até “Golden”, que não é exatamente um indicativo do álbum inteiro. Acho que “Golden” é como uma entrada para esse disco e para essa nova era. “One Like You” meio que vai para outra direção, acho que deixou as pessoas agora meio que tentando adivinhar como vai ser até ver a música seguinte e a próxima. Acho que agora não dá muito bem pra ter uma ideia, mas tudo faz sentido pra mim como álbum e me parece muito bom. Quando falamos sobre quais deveriam ser os singles, se “One Like You” deveria ser o próximo single, ou sei lá o que, mas quando se chega ao produto final faz muito mais sentido. Eu sempre espero que meus álbuns sejam compreendidos, então vamos ver!

Sobre o clipe de “One Like You”, eu gostei muito de toda aquela estética de cassino, e eu fiquei com uma pequena curiosidade: numa das primeiras cenas, quando você fez aquela tatuagem, ela foi real mesmo? Você a fez no clipe ou isso já tinha acontecido antes?
LP: Ah é real sim! Eu estava querendo fazer essa tatuagem em especial, assim como o Juan Salazar estava me perguntando se eu queria fazer mesmo. Ele me deu algumas ideias diferentes e uma delas era um jogo de cartas, porque ele queria que eu fosse esse personagem meio James Bond, e aí eu fiquei tipo, por que não? Eu sempre quis fazer uma tatuagem em algum clipe meu e eu adorei essa. Eles fizeram em mim, no Toledo, a da minha garota e a do meu assistente também. Nós todos nos tatuamos lá e todos foram adoráveis com a gente. Então filmamos no estúdio de tatuagem e eu achei que seria algo divertido e traria uma vibe legal para nos guiar no planejamento do clipe. Aí fiquei tipo, “eu preciso ter essa tatuagem feita” e deu tudo certo! Nós fizemos tudo na mesa, ele fez as flores enquanto eu estava interpretando esse papel. Eu fui multitarefa atuando e fazendo uma tatuagem ao mesmo tempo!

Eu adorei esse conceito! Se eu fosse uma artista com certeza usaria um dos meus clipes pra fazer uma tatuagem! (risos)
LP: Não é? (risos) Na próxima vou fazer uma tatuagem inteira no pescoço. Não, mentira, ainda não (risos).

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Ainda não (risos). “Love Lines” vai sair em setembro, certo? E esse lançamento acontece menos de dois anos depois do seu último álbum “Churches”. Qual é a história do novo disco e o que aconteceu nesse meio tempo?
LP: Bem, eu estava saindo de outro relacionamento, meio que me apaixonando por outra pessoa, meio que querendo ficar solteira… essas coisas, sabe? Meio que tentando descobrir o que havia depois da monogamia ou se esta mal trabalhada poderia me levar a uma vida de poligamia e diversão com os amigos. Isso são como linhas de amor, sabe, em que você apenas escreve sobre as tentativas e contradições disso. Foi um período bem tumultuoso, ainda mais saindo da pandemia e no meio disso caindo fora, se apaixonando de novo, fracassando de novo no amor e depois ficando sozinha também. Então acho que eu estava chegando a um acordo com todas essas coisas desde que eu havia terminado com a minha noiva e tal. Tinha muita coisa na minha cabeça, sabe?

Eu imagino. Voltando um pouco para a era “Churches”, eu estava ouvindo o álbum hoje e algumas das faixas como “My Body”, “How Low Can You Go” e “One Last Time” são bastante sentimentais e profundas. Pensando nisso tudo que aconteceu com você e que inspirou as composições de “Love Lines”, e ainda na questão do amor próprio, que não deixa de ser um tipo de amor também, quais são as suas “linhas do amor” de agora?
LP: Acho que tem muita coisa acontecendo agora. Eu tenho algumas merdas de família rolando porque eu me afastei radicalmente deles e ainda estou afastada. Eu sinto que há certas coisas que eu preciso dar um passo pra trás, e, novamente acho que estou chegando a um acordo em relação à minha existência ao passo que a minha vida é meio que ir atrás do sonho de fazer música. Eu tenho bem isso em mente de ir atrás, continuar trabalhando e sempre tentar me conectar mais com as pessoas, fazer mais, escrever mais, crescer e ser uma melhor compositora. Mas o que acontece depois disso? Eu vou ser uma canalha podre e suja pro resto da minha vida? Assim como romanticamente? Não sei se posso pedir isso ou se eu vou seguir em frente e ser apenas uma cidadã direita – essa é uma boa pergunta (risos). Mas enfim, acho que eu sempre tenho as mesmas coisas na cabeça, mas eles metaforizam isso pra algo mais profundo, como curiosidades, sabe? Acho que estou sempre passando pelo amor para alcançar as coisas que me importam. Então não sei, acho que se envolver é mais uma exploração necessária. É isso que eu sou, é por isso que eu estou aqui: beber álcool e descobrir o que vem aí para nós. Essa é a minha missão.

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Retomando a era “Churches” de novo, o primeiro verso de “My Body” chamou a minha atenção, em que diz “eu sinto vontade de recomeçar / do punk rock à bossa nova”. Musicalmente falando, esses versos poderiam expressar (não literalmente) a transição de “Churches” para “Love Lines”?
LP: Sim, exatamente. Acho que “Churches” e “Love Lines” são álbuns bastante diferentes, no bom sentido, sabe? E é isso que eu estou tentando com os álbuns que eu faço, como se parecesse um outro cômodo na casa de LP. É isso que eu espero sentir.

Você esteve aqui no Brasil para o Lollapalooza do ano passado e também em fevereiro deste ano para uma única apresentação em São Paulo, certo? Como foi pra você voltar pro nosso país num espaço de tempo tão curto? Teria sido pelo famoso charme brasileiro do “por favor, venham ao Brasil”?
LP: Ah sim, o charme brasileiro! (risos) Bem, foi muito divertido, foi um dos meus primeiros shows e acho que eu estava resfriada, então fiquei feliz de conseguir cantar (risos). Mas deu tudo certo e foi ótimo. É interessante fazer um show numa cidade que não seja para um festival porque a vibe é muito diferente do que o seu próprio show. Nos festivais você fica sempre imaginando se todo mundo está gostando e se quem está ali realmente está ali por você ou para ver a banda seguinte. Eu me sinto mais confortável quando faço o meu próprio show e amei tocar aí. Senti como se tivesse sido a minha primeira vez de verdade no Brasil apesar de ter sido a minha segunda vez.

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Bem, eu não sei se você sabe da fama das novelas brasileiras, que são algo muito presente na nossa cultura. Atualmente tem uma passando chamada “Terra e Paixão”, em que uma das personagens tem como tema a sua música “Lost On You”, que é um dos seus maiores hits e tem uma grande importância para a sua carreira! Depois de todo esse tempo, o que essa música significa para a sua carreira?
LP: Não poderia ter tido uma música melhor para que eu estourasse. Ela é muito querida por mim e que obviamente mudou a minha vida, então espero que também seja para as pessoas que a ouvem. Eu sinto que os meus pensamentos estão perfeitamente organizados nessa música e que eles se superam emocionalmente. Eu amo cantá-la, ainda é difícil como uma das mais difíceis que eu tenho, então eu a amo.

Bem, e para encerrar a nossa conversa, o que os fãs podem esperar de “Love Lines” e dessa nova era?
LP: Acho que todo artista se sente assim quando lança um álbum novo, mas acho que esse pode ser o meu melhor disco de todos, ele é incrível pra mim. Quando tocamos “Golden” e “One Like You” ao vivo há uma energia especial nessas músicas, e eu fico só imaginando como vai ser quando o álbum todo sair. Então estou muito empolgada com esse álbum, e acho que os meus fãs também vão gostar bastante.

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Tem alguma faixa específica que você acha que os fãs vão gostar mais além de “One Like You” e “Golden”?
LP: Acho que estão todos pirando com “One Like You”, mas há várias outras. Tem uma chamada “Long Goodbye” que eu sinto que todos vão surtar. Mas não sei, porque “Lost On You”, por exemplo, foi lançada logo depois de eu sair do selo que eu fazia parte, e eu nunca, nunca imaginaria que ela seria o que foi, se você me perguntasse antes de lançá-la que essa música seria esse hit, eu duvidaria, ainda mais porque na época de “Lost On You” eu já tinha escrito umas 30 ou 40 músicas. Eu não fico sentada imaginando o que vai fazer sucesso, eu só espero que as pessoas gostem. Vamos ver.

Muito bem, estou ansiosa por isso! Muito obrigada LP pelo seu tempo e pela nossa conversa!
LP: É isso aí! Essa é a minha história e eu vou ficando por aqui! (risos) Muito obrigada, querida, foi ótimo falar com você!

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Eu que agradeço! Espero que você volte ao Brasil novamente para shows da era “Love Lines” e que nos falemos de novo!
LP: Na próxima nos falamos mais, e com certeza estarei aí de novo!

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi