É quase que impossível conversar com um artista gringo que não se sinta extremamente entusiasmado de vir ao Brasil. Dos inúmeros – e mundialmente famosos – comentários “please, come to Brazil” na internet à euforia com que recebemos os artistas pessoalmente inclusive no aeroporto, a fama de melhor público do mundo tem se tornado cada vez mais um consenso entre os famosos. E, no caso de Tom Speight, não poderia ser diferente.
Quando o britânico deu início à sua carreira em 2016, seu hit “Little Love” atingiu o primeiro lugar dos charts brasileiros no mesmo ano. Tom sentiria na pele toda a intensidade do carinho emanado pelo Brasil quando veio ao país pela primeira vez em 2019, vivendo momentos tão marcantes a ponto de agora, em 2025, ter escolhido o Brasil justamente como ponto de partida de sua nova turnê “Perfect Strangers”.
A série de shows, que passará pelas cidades de São Paulo (15/5), Curitiba (16/5) e Rio de Janeiro (17/5), visa promover o próximo álbum de Speight, “Perfect Strangers”, que será lançado na íntegra no dia 26 de setembro. A partir das já conhecidas “Higher” e “Whole Wide World”, é possível ver os primeiros indícios da nova fase do britânico de exaltar a importância das conexões humanas.
A Nação da Música conversou com Tom Speight sobre sua volta ao Brasil e a relação com o público brasileiro, além de mais detalhes sobre o álbum “Perfect Strangers” e surpresas da nova era que ele pretende mostrar em primeira mão aqui no nosso país.
Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Oi, Tom! Como você está?
Tom Speight: Olá! Estou muito bem!
Está gostando de estar no Brasil de novo?
Tom Speight: Eu adoro! Toda vez que venho ao Brasil, sinto ainda mais amor vindo das pessoas e parece que só melhora. Estou muito feliz de estar aqui.
E na última vez que você veio foi em 2023, quando você estava lançando o álbum “Love & Light”, mas você já é muito amado aqui desde 2016, porque seu hit “Little Love” ficou em 1º lugar nas paradas musicais daquela época. Como você descreveria sua relação com o nosso país e com os fãs brasileiros?
Tom Speight: Bem, originalmente, o Brasil foi o primeiro lugar que mostrou amor à minha música, com “Little Love” chegando ao topo das paradas. Sinto que aqui meio que virou uma segunda casa pra mim. Esta é a minha terceira vez aqui e espero que eu continue vindo porque é muito legal ver as pessoas que foram aos primeiros shows voltando. É muito bonito.
Então, você acha que o nosso charme brasileiro dos famosos e incontáveis comentários de “please come to Brazil” funciona?
Tom Speight: Funciona sim! (risos). Acho que todo músico deveria vir ao Brasil, de verdade, porque aqui não é como qualquer outro lugar. O calor e a energia que você recebe das pessoas é surreal.
E vi no seu Instagram que você até sabe falar um pouco de português, né?
Tom Speight: Eu tenho tentado aprender. Vou fazer uma versão em português de uma das minhas músicas no show de quinta-feira aqui em São Paulo. O meu português não é tudo isso, mas acho que vai ser divertido.
Qual música você vai traduzir?
Tom Speight: “Higher” – ou “Alto”.
E por que você escolheu essa música?
Tom Speight: Acho que porque é o novo single e combina com o Brasil, ao meu ver. Tem calor, uma energia boa e sinto que é a música certa para isso. Mas também vamos fazer “Willow Tree” em português.
Ah, sim! Eu vi que da última vez aqui no Brasil você e a Lydia cantaram em português também.
Tom Speight: Sim, sim, sim. A Lydia é melhor nisso do que eu (risos).
E quais frases você sabe em português?
Tom Speight: Que beleza. Lindo. Bora. Vamos. Eu amo Sampa. Acho que é isso por enquanto.
Eu achei que você falou perfeitamente! Você sabe pedir caipirinha?
Tom Speight: O que é isso?
É um dos nossos drinks locais mais famosos.
Tom Speight: Ah, não. Eu gosto de Guaraná! E adoro a comida também. Aqueles pães de queijo e essas coisas… não é tão bom pra dieta, mas no Brasil a gente se solta! (risos). É muito bom estar de volta, eu adoro vir aqui, é um dos melhores momentos do ano!
É muito bom ouvir isso! E acho que, das três vezes que você veio ao Brasil, essa deve ser a mais diferente, porque agora você está fazendo shows mais intimistas, certo?
Tom Speight: Sim, e também estamos indo para lugares como Curitiba, onde não estivemos antes, assim como a Argentina. A passagem pelo Brasil tem sido nossa viagem mais longa; nos outros lugares ficamos só uma semana, aqui serão duas semanas. E como vai ser a nossa maior viagem, de certa forma, vamos poder ver mais do Brasil. E estou muito animado para tocar no Blue Note, quando viemos aqui em 2019, fui lá só para conhecer e pensei: “se pudéssemos tocar aqui, seria incrível.” E agora vamos tocar lá mesmo! Nós também fizemos o programa The Noite, fomos à rádio… várias coisas. Sinto que estamos sempre crescendo aqui, o que é bom!
E eu vi que essa pegada mais intimista dos shows é algo que você fazia no início da sua carreira. Como você acha que o Tom de agora se conecta com o Tom do passado?
Tom Speight: Acho que o novo álbum se aproxima do começo da minha carreira porque é mais acústico, tem mais histórias, é mais romântico e intimista. E o Blue Note é o lugar perfeito para esse álbum.
Falando do novo álbum, eu vi que “Perfect Strangers” será lançado na íntegra no dia 26 de setembro. Até agora só duas faixas foram lançadas, então queria saber o que te fez decidir começar essa turnê antes do álbum sair?
Tom Speight: Nós vamos fazer shows até abril do ano que vem, então decidimos começar a turnê aqui no Brasil dessa vez. Na última vez nós terminamos os shows aqui, então agora eu pensei: “vamos começar lá e testar algumas músicas novas.” Pareceu o momento certo e também um bom jeito de começar a viagem, estando aqui em São Paulo. Estou animado, ainda mais que vou tocar algumas músicas pela primeira vez.
Incluindo “Perfect Strangers”?
Tom Speight: Sim, vamos tocar “Perfect Strangers”, “Song Girl” (que vai ser o próximo single), “Adore” e talvez “Buzzing”, no Rio. Têm várias músicas que ninguém ouviu ainda e os brasileiros serão os primeiros a ouvir!
Que demais! Eu tinha visto que tinha a chance de “Perfect Strangers” ser lançada no dia do show de Curitiba, confirma ou não?
Tom Speight: Não, não, “Perfect Strangers” vai sair no dia do lançamento do álbum, em setembro. Mas “Higher” está tocando bem nas rádios e também no programa de TV que fomos ontem. Estou animado para ouvir os brasileiros cantando, eles sempre vão à loucura – no melhor sentido.
É parte do nosso charme! (risos).
Tom Speight: Sim, é parte do charme! (risos). Queria levar isso para a Inglaterra.
Tem alguma música do novo álbum que você esteja mais animado para tocar ao vivo?
Tom Speight: É difícil escolher… gosto das mais românticas, como “Adore”, mas “Buzzing” é animada; acho que tem música pra todo mundo no álbum. E eu posso tocá-lo só voz e violão, o que é ótimo porque dá pra tocar em qualquer lugar. Hoje mesmo estávamos na rua, eu cantando “Higher”, e uns adolescentes começaram a cantar junto. Esse é exatamente o sentimento que eu quero, que todos se sintam parte da banda.
Que tudo! E eu vi uma declaração sua de que “Whole Wide World”é sua música favorita desse álbum… por que?
Tom Speight: É uma delas, sim. É uma música que eu mostraria para um amigo pra mostrar o que faço. Não é a mais comercial, mas é muito legal. E tem a P.P. Arnold, que já cantou com os Rolling Stones, Tina Turner, Rod Stewart… e agora comigo.
Só os maiorais! (risos).
Tom Speight: Sim, ela é incrível! Tem 78 anos e é uma lenda!
E tem outras participações no álbum também, né?
Tom Speight: Sim. A Lydia Klaus canta comigo e nós co-escrevemos a faixa-título desse disco. Tem Charlotte OC, um duo escandinavo chamado The Mary’s, membros do Snow Patrol, Embrace, Feeder… gosto de envolver todo mundo pra não ficar só um homem e seu violão.
E uma coisa que me deixou bastante curiosa foi o fato de “Perfect Strangers” ter sido inspirada na série One Day, da Netflix.
Tom Speight: Sim! Vocês têm essa série aqui no Brasil?
Eu acho que sim! Eu não assisti a série, só o filme.
Tom Speight: Ah sim, é a mesma história.
Mas eu vi que o final é um pouco diferente, né?
Tom Speight: Talvez… não vamos dar spoiler! (risos).
Nada de spoilers! (risos). Eu vi uma crítica no YouTube dizendo que o final da série é mais leve e contemplativo que o filme.
Tom Speight: A série é incrível! A música surgiu porque assistimos a série e lemos o livro, aí compartilhamos um trecho na internet e o autor respondeu dizendo que nós precisávamos terminar a música, e foi o que fizemos. E ela meio que deu início ao álbum. É uma música romântica, humana, muito orgânica. Tocamos ao vivo e ficou perfeita!
Pelo que eu vi, a narrativa de One Day e esse seu novo projeto se conectam também pela importância das conexões humanas, especialmente nos tempos de hoje em que estamos cada vez mais conectados. Durante o processo de composição desse disco, o que você diria que aprendeu sobre as relações humanas?
Tom Speight: Boa pergunta! Quando eu gravei o álbum tinha acabado de sair de um relacionamento de 5 anos. Meu mundo tinha virado de cabeça para baixo e a única coisa que tinha me restado era a música, que me salvou, assim como os meus amigos que estiveram lá gravando comigo. Então sinto que esse foi um disco alegre, mesmo que num momento difícil. “Higher” é pura alegria, já “Perfect Strangers” é sobre conexão. E nós gravamos tudo ao vivo, sem computadores, e isso me traz a sensação de que esse disco poderia ter sido feito na época dos Beatles, ao mesmo tempo que também soa moderno. Estou animado para as pessoas ouvirem.
Com certeza! E Tom, pra encerrar a nossa conversa, o que podemos esperar dos seus shows no Brasil e da era “Perfect Strangers”?
Tom Speight: Adoro isso de era! (risos). Nos shows, esperem muita cantoria, bons momentos e também o meu português ruim (risos). Sobre a era “Perfect Strangers”, vai ter muita gente se casando com as músicas, gente chorando… quero que as pessoas se conectem de verdade. Eu recebi uma mensagem linda esses dias de um cara me dizendo que vai pedir a namorada em casamento no meu show aqui em São Paulo. Esses momentos são mágicos e são a verdadeira razão de eu fazer música. Poder fazer parte da vida das pessoas dessa forma é incrível.
Estou ansiosa para ver tudo isso, tenho certeza de que as pessoas vão ficar bastante emocionadas ouvindo as faixas e também ao vivo nos seus shows! Tom, muito obrigada pelo nosso papo! Adorei conversar com você e espero que você continue vindo ao Brasil sempre que possível!
Tom Speight: Obrigado você, Natália! Foi ótimo conversar com você, e espero te ver das próximas vezes que eu vier ao Brasil!
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