Nesta segunda-feira (28), a atriz e cantora Eugenia Cecchini divulga nas plataformas digitais o EP “ay, amor!”. O trabalho contou com a produção musical e os arranjos de Davi Bernardo e é debut da artista paulistana, que investiga o amor e sua trajetória
A Nação da Música teve a oportunidade de bater um papo exclusivo com Eugenia sobre a produção do trabalho de estreia, as inspirações por trás das composições e também a reação que ela espera do público agora que este “filho” está no mundo.
Entrevista por Marina Moia.
——————————— Leia a íntegra:
Olá, Eugenia! Obrigada por falar com a Nação da Música! Em “ay, amor!”, você compôs as músicas de forma bastante intuitiva, letra e melodia nascendo juntas. Como essa dinâmica influenciou na sinceridade e/ou espontaneidade das faixas? E como foi esse processo criativo como um todo?
Eugenia: Um prazer poder falar com vocês e compartilhar um pouquinho do processo de criação das músicas, vamos lá!
Bom, quando eu compus essas músicas a gente tava vivendo um período longo de isolamento social e eu, morando sozinha, me apeguei fortemente ao meu violão e as coisas que eu tava sentindo e tentando lidar naquele momento. Então eu passei horas nestes anos, entre sofá e chão, experimentando acordes novos, descobrindo as sonoridades que me agradavam e ia improvisando com as palavras de forma solta o que eu tava sentindo, fazendo algumas metáforas.
Quando uma frase, um som, me chamava a atenção, eu rapidamente gravava e depois anotava os acordes para não esquecer. Foi um processo todo muito solitário, em solitude, onde também para mim era importante cantar para entender e apaziguar os sentimentos. A criação e por sequência, a repetição (cantar e cantar, e ajustar a música) foram aos poucos aquietando angústias internas e em outros momentos me trazendo leveza, a lidar com humor. Em nenhum momento eu me preocupei em seguir alguma forma ou estrutura musical, tanto que tem músicas que são bem curtas, como um refrão e elas apenas se repetem, não seguem uma estrutura pré-determinada. Teve vezes que pensei depois em desenvolver mais uma música e outra mas pra mim não cabia mais, era o que tinha acontecido naquele momento. e eu tentei ao máximo respeitar esse sopro. por um tempo, batizei o projeto das músicas de {refrão}, como se assim elas fossem. A música “peixe” por exemplo, teve um processo bem curioso pra mim. ela é uma vinheta praticamente e quando eu criei ela, no instante seguinte, no mesmo dia, me vieram imagens e cores e eu gravei um videoclipe caseiro (maio de 2021) , e aí eu fui jogando as imagens no computador pra editar e fui gravando outras vozes ao mesmo tempo e ela como um todo nasceu dessa junção, do visual com a letra e a melodia, uma coisa interferiu completamente na outra.
O que te levou a escolher justamente o amor como fio condutor do seu primeiro EP? Foi uma decisão consciente ou algo que foi surgindo naturalmente nas composições?
Eugenia: É aquilo, acho que não foi uma questão de escolha, foi o que aconteceu porque o tema do amor é um tema de vida pra mim, em todas as suas instâncias. Eu sou uma pessoa que me encanto, que me apaixono pelas pessoas, que gosto de estar com gente, de trocar experiências, de caminhar junto na vida. Quando uma pessoa me desperta interesse, eu vou de cabeça, vou fundo. Então, essas músicas elas vieram em diferentes momentos de apaixonamento mas o mais importante delas pra mim, é que elas nascem em um momento em que eu comecei também a me interessar e a me permitir, aos poucos, viver histórias também com outras mulheres. E é inevitável que se descubra novas formas de amar, que eu me descobrisse de uma outra forma. Acho que compor nesse momento, ou melhor, esse momento que me fez compor, permitiu que eu colocasse pra fora algo que era meu e que eu precisava navegar.
Grande parte das músicas que eu tenho giram em torno desse tema e ainda assim, ao longo do processo de gravação eu fui fazendo pequenas mudanças na escolha das músicas que seriam gravadas, porque conforme outros instrumentos foram entrando, os arranjos chegando, eu também fui entendendo melhor o EP, a história que tinha que ser contava, que eu precisava contar, a que eu queria registrar ali.
Agora que o EP está prestes a sair, o que você espera que ele desperte nas pessoas? Qual seria o maior presente como artista ao ouvir o retorno do público?
Eugenia: Olha, eu realmente espero que desperte leveza nas pessoas, calmaria. Acho que a gente tem vivido tempos tão duros e difíceis, que eu gostaria apenas que as pessoas escutassem e pudessem respirar um pouco, com mais leveza, com serenidade, com poesia. espero que a música seja um acalanto, como é pra mim. Mas que acima de tudo que a gente possa permanecer com o corpo quente, com esperança, que as pessoas não tenham medo de cair e começar de novo. Acho que o maior presente é saber que as pessoas vêem algo que foi feito com verdade, com cuidado e que as faixas com as suas variações componham um todo e uma identidade.
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