De anos 80 a 2000, McFly emociona público com rock nostálgico em São Paulo

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Foto: Twany Carapello @twcafotos / Nação da Música

Na noite desta quinta-feira (02), o Espaço Unimed, em São Paulo, foi palco do primeiro show do McFly durante sua passagem pelo Brasil. Menos de dois anos após sua última vinda ao país, a banda retorna com a turnê “Power To Play”, nome de seu último álbum lançado no meio do ano passado.

Desde a divulgação do disco, Danny Jones, Tom Fletcher, Dougie Poynter e Harry Judd deixaram clara a intenção de resgatar o rock característico dos anos 80, marcado essencialmente por riffs distorcidos e solos psicodélicos de guitarra, como nos sons do Van Halen e Mötley Crue. Fazendo jus a essa proposta, após uma introdução feita pelo DJ de “Livin’ On A Prayer”, do Bon Jovi, e “YMCA”, do Village People, a abertura do show não poderia deixar de ser o lead single dessa era, “Where Did All The Guitars Go?”.

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Embalando com a sequência igualmente enérgica de “Land Of The Bees”, a antiga “One For The Radio” e o segundo single do novo álbum, “God Of Rock & Roll”, o McFly priorizou mostrar neste primeiro ato do show sua alta qualidade musical a interações mais longas com o público, que se expressaram mais em gritos de “te amo!” e “Brasil!” entre uma música e outra.

Isso, no entanto, não impactou em nada a euforia dos fãs em estar diante dos britânicos. Entre gritos emocionados tanto dos nomes dos integrantes da banda, quanto de versos de cada uma das músicas da setlist, palmas e até mesmo pulos (como no caso de “Friday Night”), todos os presentes se dedicaram ao máximo para responder à pergunta de Danny sobre o quanto estavam se sentindo vivos, inclusive por reviver a nostalgia do álbum “RADIO:active” com os hits “Corrupted” e “Lies”.

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Correspondendo à entrega dos fãs, o McFly também demonstrou a todo o momento a alegria de estar mais uma vez no Brasil, inclusive por meio da sinergia; fosse entre eles mesmos no palco (como no momento em que Dougie tapou a boca de Danny durante o palavrão do segundo verso de “Route 55” ou quando os vocais foram revezados com Tom em “I’m Fine”), fosse dividindo a emoção com os presentes durante a performance de “Too Close For Comfort”. “Somos muito sortudos por tocar para fãs como vocês. Fizemos um dos melhores shows da nossa vida por causa de vocês”, disse Danny.

O sentimento de familiaridade da banda com o público brasileiro era tamanho a ponto de improvisarem uma versão acústica de “Walk In The Sun” – fora da setlist original – durante uma falha técnica, junto da carismática tentativa de Dougie de falar em português. Mas, talvez o auge da relação do McFly com o Brasil tenha sido expresso no momento “McFresno”, com a presença da Fresno na primeira performance ao vivo de “Broken By You”, seguida pelo tradicional convite para que uma fã subisse no palco para tocar o instrumento de percussão cowbell em “Everybody Knows”.

Apesar do inevitável calor causado pela aglomeração no espaço fechado da casa de shows, o carisma do quarteto foi essencial para manter a energia do público progressivamente em alta ao longo das 2 horas de show: fosse em pequenos gestos, como a dancinha de Danny, Tom e Dougie durante os instrumentos de sopro incluídos em “Star Girl”, fosse incluindo o nome de São Paulo no verso de “Obviously” e pedindo para que todos segurassem o tom no refrão estendido (após uma menor empolgação em “Happiness”).

A nostalgia remetente ao álbum“Room On The 3rd Floor”, primeiro lançado pela banda, tomou conta do Espaço Unimed quando apenas Danny e Tom ficaram no palco para a versão acústica de “Not Alone”, e da seguinte “All About You”, ainda mais emocionante pelo revezamento de vocais entre os dois. Com Dougie e Harry retornando ao palco, o clima voltou a ser de exaltação ao saudosismo dos anos 80 com “Shine On”, encerrada com destaque ao solo psicodélico feito por Tom Fletcher.

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Deixando a casa de shows completamente iluminada por luzes vermelhas provenientes da enorme placa de led presente no palco, “Red” marcou em auge a saída do McFly do palco, inclusive com a descida de Danny para o público. Em poucos minutos e após diversos gritos dos fãs, o grupo voltou para o bis com “Forever’s Not Enough”, pronto para o encerramento de um grande espetáculo. “É ótimo estar de volta no Brasil! Não contem pra ninguém, mas acho que a gente se diverte ainda mais tocando pra vocês”. Depois do agradecimento de Danny em nome da banda, o público levantou placas escritas “McFly You’re Home”, consolidando a conexão com o quarteto em “Honey I’m Home”.

Encerrando o show com uma das favoritas, “5 Colours In Her Hair”, e palavras de Dougie sobre o quanto o Brasil é um lugar especial para eles, pode-se dizer que o McFly conseguiu cumprir o objetivo inicial de “Power To Play” e trazer um novo significado à inspiração no personagem Marty McFly, da franquia “De Volta Para O Futuro”. Num show movido pela nostalgia do pop rock dos anos 2000 – que marcou o início da carreira da banda – e o rock mais pesado dos anos 80, os integrantes do McFly mostraram que as guitarras estão eternizadas pelo tempo, independentemente de quanto passe.

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi