Eu vou ser sincero com vocês. Eu não sou fã desta fase “color and happiness” do Coldplay. Gosto muito das músicas de quando eles eram mais tímidos e, inclusive, pouco acompanhei a trajetória de Chris Martin e cia. de 2011 para cá. Mas ao entrar no Allianz Parque nesta quinta-feira, confesso que a energia do público me contagiou e tudo indicava que, se dependesse daquelas 45 mil pessoas presentes, este show seria um daqueles shows inesquecíveis. E foi.
Demorou cinco anos para o Coldplay voltar a se apresentar em terras brasileiras. A turnê, “A Head Full of Dreams”, nome de seu álbum mais recente passou por São Paulo nesta quinta (07) e passará pelo Rio de Janeiro no domingo.
O estádio já estava com sua capacidade máxima ocupada às 21h32 quando “O mio babbino caro” começou a tocar nos amplificadores. A canção de Maria Callas está presente em todos os shows como uma introdução à banda inglesa. Após o término dela, vídeos postados por fãs da américa-latina no Instagram davam boas-vindas aos brasileiros até duas meninas brasileiras, também por vídeo, aparecerem e apresentarem a banda. Pela alegria delas, não tinha como dar errado.
Imagine-se dentro de um final feliz de algum filme. Onde tudo dá certo, o amor prevaleceu, todos os problemas foram resolvidos e a felicidade impera. Imaginou? Pois bem, é assim que você se sente quando está num show do Coldplay.
A banda liderada por Chris Martin iniciou o show com a canção que leva o título do álbum e da turnê e logo de cara já apresentou tudo o que estava por vir na apresentação: Papéis picados, um palco repleto de cores e cheio de luzes, além das pulseiras entregues ao público na entrada. Coloridas, elas acendiam de acordo com o ritmo música e cobria tanto a pista quanto as arquibancadas com um mosaico iluminado.
No palco, Chris Martin é o mais agitado da banda. Não pra menos, claramente se vê que a positividade atual da banda vem de seu frontman, que parece muito feliz em estar ali cantando para milhares de pessoas e faz questão de que essa alegria seja compartilhada com seu público, esse muito respeitado pela banda.
Prova deste respeito foi a apresentação em três palcos diferentes: o convencional, um no fim da passarela que vai até o início da pista comum e outro afastado, próximo ao fundo do estádio, das cadeiras e das pessoas que não pagaram um fortuna pela pista premium. Com certeza teve gente que saiu bem contente por ter visto seus ídolos de perto sem ter que gastar o dobro. Neste momento também foi a vez da canção escolhida pelo público por meio de vídeos no Instagram. A belíssima “Speed Of Sound” foi a escolhida, cantada mais lentamente.
-> Fotos exclusivas do show do Coldplay em São Paulo: Aqui.
O setlist, escolhido propositalmente para contagiar a alegria contou com vinte e duas músicas, sete do álbum atual e mais sete de seus anteriores, quatro de “Ghost Histories” e três de “Mylo Xyloto”. Destaque para as animadas “Charlie Brown” e “Every Teardrop Is a Waterfall”. Porém, ironicamente, foram justamente as canções mais lentas e antigas que mais exalaram felicidade e emoção ao público. Era possível ver olhos marejados ao fim de “The Scientist” e “Clocks” assim como era impossível não se arrepiar ao ouvir “Yellow” e seus milhares de balões amarelos pela plateia ou os “ôôÔ” entoados por 45 mil pessoas em “Viva La Vida” que veio logo depois de uma versão de “Heroes” em homenagem a David Bowie. Também não tem como não citar “Trouble”, música do primeiro álbum,”Parachutes”, que não era tocada desde 2012.
Mas emoção mesmo o nosso querido Chris Martin deixou para o último ato. Enquanto tocava “Sky Full of Stars”, o vocalista pediu para que a banda parasse a música e falou em inglês que havia visto dois casais e pediu para que os dois subissem no palco. Sim, por falta de um, houve dois pedidos de casamento para fechar a noite – vídeo a baixo. O que provou mais ainda que ali não havia espaço para negatividade. Acredite se quiser, mas sequer um “Ei, Dilma…” foi entoado.
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No fim de tudo, a fase “color and hapiness” do Coldplay é completamente compreensível e veio na hora certa. Em tempos de ódio e preconceitos, a banda mostra que a alegria faz bem e que apesar dos pesares, a energia positiva não só contagia como pode mudar todo um cenário. Nem que seja por apenas duas horas.
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