O Slipknot está prestes a desembarcar no Brasil para uma apresentação no Rock in Rio, e sem lançar nenhuma novidade desde 2014 com o álbum “.5: The Gray Chapter”, detalhes sobre o que podemos esperar para o futuro começam a surgir. A Nação da Música conversou com Corey Taylor, que comentou sobre a carreira, planos futuros, apresentação e fãs brasileiros.
Perguntas por Rafael Strabelli, entrevista por Ana Bellucci, tradução por Andressa Oliveira.
Nação da Música: O Slipknot, é uma banda que tá aí na estrada desde 1995, já se passaram 20 anos. Ao longo desses anos o símbolo máximo que marcou a banda foram as máscaras. Em algum momento vocês já pensaram em deixar elas de lado? Assim como fez o Kiss no meio da carreira.
Corey Taylor: Na verdade não. As máscaras são grande parte do que nós fazemos. E elas sempre estão envolvidas com os nossos álbuns. Nós sempre a colocamos para não parecer que estamos repetindo algo. Não importa se é com as máscaras, com as roupas, com a música, com o palco. Nós sempre tentamos nos expandir e nos envolver em cada álbum. Então eu acho que seria uma mesma coisa se usássemos a mesma maquiagem e máscara de novo e de novo, mas nós sempre tentamos mudar as coisas para parecer mais legal. Então por mais que as máscaras sejam algo importante, elas estão sempre envolvidas e mudando junto com a música, conosco como pessoas, e com a audiência da nossa arte.
NM: No final do ano passado vocês divulgaram o álbum “.5: The Gray Chapter”. Hoje, quase um ano depois deste lançamento, como vocês veem o álbum?! A recepção dos fãs sobre ele, as cópias vendidas, foi tudo como esperavam? Tem alguma música que ficou de fora e você se arrepende de não ter mostrado ao público?
Corey Taylor: Eu estou muito orgulhoso disso. Deu muito trabalho para irmos ao estúdio do jeito que fomos, sabendo que nós tínhamos uma história muito séria para contar, e sabendo que esse seria um primeiro passo para o futuro, e eu acredito que nós lidamos da melhor maneira que pudemos. Com todas as nossas emoções, nós colocamos tudo que tínhamos, tentamos ir com o melhor da música que podíamos encontrar só para fazer isso acontecer. Eu acho que nós nos sobressaímos. Eu ainda o ouço. Tem muitas músicas boas nesse álbum que eu ainda escuto sozinho, e os fãs realmente o acolheram, o que é fantástico e nos trouxe uma nova geração de fãs, que nós nunca imaginamos que veríamos. Para mim, eu estou realmente muito orgulhoso do que fizemos, e ainda mais por termos “atirado” e feito um álbum do Slipknot tão intenso musicalmente quanto emocionalmente.
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NM: Nós também separamos uma do pessoal do Slipknot Brasil, um fã clube daqui. O Wesley e a Natália querem saber “Os fãs comparam muito o novo álbum com os álbuns mais antigos, dizem que voltou à aquela antiga vibe do Slipknot. Foi intencional ou foi acontecendo conforme o álbum foi sendo gravado?”
Corey Taylor: Acabou que apenas aconteceu, nós sempre abordamos cada álbum com o que nós estamos sentindo naquele momento. Nós nunca tentamos ir por um certo estilo de música ou vibe, nós apenas vamos vendo o que vai acontecendo e as melhores coisas ficam no topo. Mas com esse álbum nós sabíamos que tínhamos um estilo mais obscuro e uma vibe obscura. Então quando ouvimos, tinha mais ou menos a mesma intensidade, especialmente com os dois primeiros álbuns. Mas também foi como algo experimental nesse estilo. Então apenas tentamos ir com o que queríamos escrever e ouvir e colocamos lá e deixamos os fãs decidir. Eu amo que as coisas novas são comparadas com as coisas antigas, porque significa que é o mesmo com o que já fizemos.
NM: Em entrevista a NME, você havia dito que o próximo álbum seria tão grande quanto “The Wall” ou “Purple Rain”. O que podemos esperar desse novo projeto, o que vocês têm em mente?
Corey Taylor: O legal é que nós estávamos falando sobre trazer ideias. Nós sabemos que queremos fazer algo bem grandioso. E sabe, é um desafio para nós que nunca tivemos a oportunidade de tirar vantagem disso. Então definindo nossas metas bem altas, nós vamos gravar o filme e tentar realizar tudo o que queremos. Com isso, a ideia do filme e a ideia do álbum duplo, nós definitivamente vamos tentar contar a história, não só para os fãs, mas para nós, como banda, e vamos tentar fazer algo “criável”, quase sádico musicalmente, se isso faz algum sentido. Nós apenas queremos algo que seja meio maluco, frenético e aceitável na música.
NM: Acabou de acontecer o VMA, e um comentário do Billie Joe sobre a premiação marcou muito pra gente, onde ele fala que “Nem ao menos uma banda de Rock?” criticando abertamente a premiação no Twitter. Queria saber o que você acha disso, principalmente sabendo que grandes bandas tanto de rock quanto de metal, muitas vezes são headliners nos maiores festivais de música do planeta.
Corey Taylor: Bom, é interessante, porque MTV costumava incluir todo o tipo de música e agora é muito difícil encontrar uma banda real de rock n’roll ou de heavy metal perto da MTV. Então eu perdi muito respeito pela MTV e por outras corporativas musicais no geral. É uma coisa limitada. Várias dessas bandas de heavy metal, são as maiores do mundo, é diferente de simplesmente virar as costas para um grupo todo que ajudou o seu canal a ser o que é hoje.
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NM: Bom, agora um pouco de Brasil para fechar. O show de vocês está chegando, é no próximo dia 25. O que vocês esperam desse show? Estão preparando algo especial para os fãs que aguardam os shows de vocês pelo país?
Corey Taylor: Nós estamos trazendo tudo que temos de bom para o Rock in Rio e vamos fazer um set bem especial, com boa música. E não apenas para o Rock in Rio, mas para os outros shows que vamos fazer na América do Sul, que estamos bem animados. Nós definitivamente, estamos trazendo a loucura para os nossos fãs, porque faz tempo que não os vemos, então estamos bem animados para vê-los aproveitar o show assim como a gente.
Confira abaixo um trecho da entrevista com a próxima pergunta.
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NM: E o que você pensa sobre os fãs aqui no Brasil?
Corey Taylor: Eles são insanos. É assim mesmo, não tem outra forma de dizer. Eles são absolutamente malucos e insanos e eu amo isso. É uma coisa tem um festival com cem mil pessoas curtindo e é outra coisa ter um festival com cem mil brasileiros fãs perdendo a mente deles. Isso é como assistir o mundo todo perdendo sua sanidade basicamente. É maravilhoso estar naquele palco e ver todos esses fãs maravilhosos apenas perdendo a linha e amando a experiência do show e da música. Me faz lembrar o porquê eu amo fazer música em primeiro lugar. Assisti-los experimentando isso, é algo que nem dá para explicar.
NM: Para finalizar, deixa um recado para os fãs Brasileiros.
Corey Taylor: Nós amamos vocês. Mal podemos esperar para vê-los. Eu sei que faz um tempo, mas vamos fazer valer a pena a espera, e vemos todos vocês no Rock in Rio.
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