Esta sexta-feira (19) é um dia importante para Carolina Frozza: ela lança o videoclipe de seu novo single “Amor Imperfeito”. Após ficar cinco anos afastada dos palcos e da música, a cantora retorna com novidades.
O motivo da pausa foi a maternidade. Carolina teve duas crianças neste período e agora volta aos palcos grávida de seu terceiro bebê, provando que ser mãe não impede que a mulher se realize profissionalmente.
A Nação da Música conversou com Carolina Frozza sobre a maternidade, o retorno à música e também sobre o futuro da carreira.
Entrevista por Marina Moia
———————————– Leia a íntegra:
Oi, Carolina! Obrigada por falar com a Nação da Música! Como está sendo esse seu retorno aos palcos depois de cinco anos afastada?
Carolina: Está sendo emocionante pelo simples fato de estar grávida pela terceira vez [risos]. Eu achava que a gravidez te engessava em todo o processo artístico, processo profissional, que te limitava em determinadas horas. Mas com essa terceira gravidez eu tomei uma escolha de pensar que ela vai me iluminar, me botar pra frente que vai me ajudar a ter muito mais foco. E realmente está sendo assim.
Acho que é uma questão de atitude que eu tenho, que nós mulheres devemos tomar, para que a maternidade seja real, mas que ela não seja um sacrifício pra gente. Está sendo um processo delicioso vivenciar e subir no palco com a barrigona bonitona [risos].
O seu primeiro show da volta foi no Dia dos Namorados. Pode nos contar como foi a experiência dessa apresentação? Sentiu muita diferença ou foi como se nunca tivesse parado?
Carolina: Foi como se eu nunca tivesse parado, porém antes de entrar no palco eu respirei quatro vezes profundamente porque a ansiedade estava… parecia que o bebê ia nascer ali naquela hora! Eu respirei uma vez, na segunda eu respirei e comecei a ficar mareada, achei que fosse desmaiar. Aí eu respirei de novo e veio aquela voz que falou “Carolina, cala a sua boca, menina. Vai desmaiar nada! Você já fez mais de 2400 shows. Vai logo fazer o que você sabe!”. Eu respirei pela quarta vez e falei “Ok. Estou zen. Posso entrar”. Dei o primeiro passo e saiu tudo bem, tudo certo.
Sei que é um assunto muito complexo, mas sei também que você é muito aberta ao assunto, o que é ótimo para que outras mulheres se identifiquem com isso: como a maternidade influencia o seu trabalho atualmente?
Carolina: Atualmente só me influencia positivamente, apesar de já estar com quase “quarentinha” e estar ficando cansadinha, pois a barriga pesa ali, dói a lombar aqui, o pé incha quando eu coloco salto alto pra fazer show. Mas todo o processo está sendo incrível. Eu que tinha desistido, como falei anteriormente, nas minhas primeiras duas gravidezes, de ir pro palco e de trabalhar. [Da primeira vez] eu parei de trabalhar com quatro meses de gravidez.
Dessa vez eu falei “Agora não tenho como parar o processo. Já começou e não posso desligar o fogo do caldeirão. Vamo que vamo!”. E foi essa escolha que fez com que eu trocasse o chip e fizesse tudo pra que tanto a gravidez como a carreira e também casa e outros filhos, marido, empresa, tudo continuasse trabalhando no seu ritmo normal. A gente é forte!
Qual conselho você daria para as mães (ou mulheres que desejam ser mães um dia), mas possuem o medo da gravidez e maternidade afetar a vida profissional? Como você, pessoalmente, lidou e está lidando com isso?
Carolina: O que eu posso dizer não é conselho, é o que eu estou vivenciando e o que está sendo bom para mim. Se servir para mais alguém, maravilhoso. Se não, não tem problema. Uma prima uma vez me disse “Ah eu não posso ter filho se eu não tiver 10 mil reais na minha conta”, já outra me disse “Eu já tenho um filho e não posso ter o segundo porque não vou conseguir pagar escola e dar tudo de bom pro meu filho”.
Eu penso na minha vó e minha mãe, como elas fizeram? Minha avó paterna, por exemplo, ela pariu no meio do mato os quatro filhos, viveram todos numa casa de madeira, num vale em Santa Catarina. Todos lindos, cresceram brincando na terra com gato, vaca, cachorro, tudo. Hoje em dia eu vejo mãe que desinfeta o cachorro pra criança poder segurar. Ou então nem tem um cachorro porque o pediatra diz que é prejudicial pra saúde.
Eu acho que a gente tem que ponderar e pensar que a humanidade está aí há milhões de anos. Faz 50 anos que surgiu a cesárea, por exemplo? A gente é muito mais forte do que a gente pensa. Não existe essa de “só vou ter filho quando tiver R$10 mil”. Quem te garante que 10 mil na sua conta vai te ajudar em algo?! Eu acho que o conceito de algumas pessoas hoje em dia é muito superficial. Se a gente tiver amor, tiver comida, tiver proteção, cuidado, educação e saúde para que essas crianças cresçam com uma mentalidade pra frente e que sejam bons cidadãos, que sejam bons filhos e que sejam bons maridos e esposas, eu acho que esse é o papel e o resto acontece.
A gente está deixando o natural de lado e achando que o superficial prevalece, que é o correto. Precisamos voltar um pouquinho às nossas origens, perguntar e saber mais sobre a vida da nossa própria família, que muitas vezes tantas pessoas não fazem nem ideia do que acontece ou aconteceu. Vamos conversar mais com pessoas, com outras mulheres, com mães, e vamos tirar nossas conclusões. Cada uma vai ter a sua própria conclusão e eu sou uma dessas que respeita isso.
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Seu retorno aos palcos vem também com música nova, “Amor Imperfeito”. Pode nos contar sobre o processo criativo da faixa?
Carolina: O processo criativo dessa faixa veio após uma pesquisa que eu fiz de um texto da Virginia Satir, que é uma escritora, psicóloga, ela é um monte de coisas legais [risos]. Ela trabalha com constelação familiar. É uma norte-americana que escreveu um texto que dizia tudo o que eu pensava e não conseguia expressar em palavras. E depois de ler esse texto que é um texto supostamente julgado pela mídia feminista, mas ao mesmo tempo é tão verdadeiro quando uma mulher o lê, que eu vi que não poderia deixar esse texto passar em branco. Ele estava muito marcado na minha memória e eu tive que escrever algo sobre isso.
Como eu já tinha uma melodia meio que pronta, eu encaixei a letra na melodia e foi onde a mágica aconteceu. Parecia que a letra existia para a melodia e vice-versa. E saiu o “Amor Imperfeito”, que fala que eu preciso de um amor que me aqueça, mas sem queimar. Essa frase resume muita coisa. Muitas pessoas com vivências totalmente diferentes se identificam já com essa frase de começo. E mostrar que o amor, pra mim, é imperfeito. Porque se eu como ser humano sou imperfeita, quem vai dizer de um sentimento meu? Ou como eu vou reagir ao sentimento do outro. Eu não posso dizer que o sentimento do outro é perfeito ou não. Isso só cabe a ele. É sobre voltar a se olhar mais como ser humano entre tudo.
“Amor Imperfeito” chega acompanhado do videoclipe. Como foram as gravações? Você gosta de participar ativamente da produção dos seus clipes?
Carolina: Eu amo participar das produções! Porque se eu não ponho a minha essência, como que vai ser o meu trabalho? Como que eu vou vender algo que não é o que eu acredito, penso, sinto, que eu fiz? Eu tento participar da produção do começo ao fim, obviamente, e adoro esse processo. Adoro produzir, adoro editar, adoro pensar nas roupas, maquiagens, cabelo, em quem vai estar me acompanhando. Obviamente é um processo de muito trabalho, mas é o que falei pra uma amiga recentemente: “É engraçado todo esse processo porque é tanto suor, é tanto trabalho, é persistência, é investimento, e ainda grávida fazer tudo isso! Depois quando vemos, um pequeno resultado não valeu o esforço, valeu a alegria de viver”. A recompensa é quando você realmente se enxerga no seu trabalho.
Vem disco por aí em breve? O que pode nos contar sobre os próximos trabalhos?
Carolina: Eu posso contar que meus próximos trabalhos vão estar envolvendo a força da mulher, o amor próprio que devemos ter, temas de relacionamentos abusivos e também a naturalidade de um amor casual, que você não tinha dado nada e acabou virando o amor da sua vida, sua cara metade, alma gêmea, a tampa da sua panela [risos]. Tudo isso junto e misturado!
Com quem você gostaria de fazer uma colaboração musical no futuro?
Carolina: Como tiete, eu adoro o Alexandre Pires, acho que é um cara super sensível e adoro a voz aveludada dele. Acho que combina muito com a minha, viu Alexandre? Adoro o Gabriel, O Pensador, desde a minha adolescência tem marcado alguns pensamentos meus e mudado algumas formas de ver a sociedade por causa da música dele. Acredito que esses dois caras são, pra mim, ícones de um tempo que eu passei e vivi escutando música na adolescência. E seria gigantesco pensar em fazer uma parceria.
Gostaria de mandar um recado aos leitores da Nação da Música?
Carolina: Galera da Nação da Música, eu, Carolina Frozza, quero dizer humildemente a vocês que nós somos tão grandes quanto a medida do nosso pensamento. Essa é uma frase que eu li no livro do Napoleon Hill, há muito tempo. Essa frase me motiva todas as vezes que eu olho pro horizonte e não consigo ter algum pensamento criativo, não consigo compor algo novo. Essa frase me engrandece.
Toda vez que eu quero fazer um novo projeto e que me empenho em fazer alguma coisa, eu não vou pensar pequeno. Eu vou pensar grande! Porque isso me motiva a buscar muito mais, fazer mais pesquisas, a me dedicar muito mais. É justamente isso: se você pensa pequeno, não espere que nada muito diferente mude sua vida. Tudo parte da nossa vontade e do nosso esforço.
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