Em menos de um mês, a banda norte-americana MGMT retorna ao Brasil para três shows no país, em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, nos dias 13, 14 e 15 de novembro, respectivamente.
O duo vem com o novo álbum, “Little Dark Age”, que foi lançado em fevereiro deste ano. A Nação da Música conversou com Andrew VanWyngarden sobre a turnê pelo nosso país, o processo criativo do disco mais recente e também sobre os videoclipes da banda.
Entrevista por Marina Moia.
———————————————————————————— Leia a íntegra:
Olá, Andrew! Obrigada por falar com a gente hoje. Vocês estarão de volta ao Brasil em novembro. O que os fãs podem esperar dos shows desta vez?
Andrew: Nós não vamos ao Brasil desde 2014 e, sabe, nosso show cresceu bastante desde então. Nós lançamos um disco novo no começo desse ano e estamos fazendo muitos shows durante esse ano. Eu acho que estamos num lugar legal, onde podemos incorporar músicas de nossos outros álbuns, ter vídeos legais, uma identidade visual bacana. Então, sim, estamos empolgados em voltar para o Brasil!
MGMT já esteve por aqui. O que mais se recorda das experiências no Brasil?
Andrew: Nós já fizemos algumas turnês pelo Brasil, desde que começamos. E sempre nos divertimos! Parece que sempre vamos ao Brasil quando estamos no final do ciclo de um disco e fica o sentimento dividido de férias e trabalho. É algo pelo qual sempre ficamos ansiosos e o público é sempre muito grato e animado!
Foram quase cinco anos entre o discos “MGMT” e “Little Dark Age”, o tempo mais longo que já passaram sem lançar um álbum. Como esse período influenciou nas músicas em geral?
Andrew: Bom, nós lançamos nossos primeiros álbuns bem rapidamente e, quando terminamos a turnê em 2014, Ben e eu quisemos parar um tempo e dar um passo pra trás. Porque na música, tudo passa muito rápido. Você lança discos, faz muitos shows e de repente cinco anos da sua vida se passaram.
Nós dois tiramos esse tempo para focarmos nas nossas vidas pessoais em casa, para ver nossos amigos e nossas famílias. Isso foi bem necessário para nós, acredito. 2015 foi um ano de descanso pra gente e dai em 2016 nós começamos a fazer música e ficamos mais ou menos um ano criando esse novo disco. Acho que foram uns quatro anos no total, na verdade, entre os álbuns. Mas foi apenas um ano de composições.
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Novamente, vocês trabalharam com Dave Fridmann e também com Patrick Wimberly, pela primeira vez. Como foi o período no estúdio? Como o processo de produção funcionou entre a banda, Dave e Patrick?
Andrew: Dave é quase como um membro do MGMT e ele trabalhou em tudo que já fizemos até agora. Temos uma conexão criativa e ele é um grande entusiasta do que fazemos, nosso som, nossas músicas. Essa foi uma escolha óbvia para nós.
Já Patrick é um grande amigo nosso e sempre estava com a gente. Pra gente, foi uma maneira legal de nos abrirmos, nessa questão do processo criativo, de colaboração. E também tirar um pouco da pressão de estarmos no comando da parte técnica da produção no estúdio.
Eu e Ben vínhamos com diversas ideias e dai Patrick e Dave nos ajudavam a tornar realidade e a melhorar essas ideias. No quesito das composições, tivemos algumas colaborações em algumas faixas e foi um processo mais com alma, autêntico, e era disso que precisávamos. No segundo e terceiro disco, nós meio que nos seguramos e não deixamos ninguém participar dessa maneira.
Falando nas composições, elas continuam sarcásticas, muitas vezes irônicas e bem cruas, de certa maneira. São também letras com que as pessoas conseguem se identificar. Pode nos contar um pouco de como foi essa parte da criação?
Andrew: Nós nunca tentamos fugir da ironia e nossas maiores canções possuem esse tom irônico. Para mim, como um compositor, meu desafio é sempre evoluir e ir de algo como nosso álbum autointitulado, que tinha uma vibe de poesia surrealista e mística, para algo mais parecido com a vida real, sentimentos simples com que as pessoas poderiam se relacionar. Um sentimento cotidiano, emoções, e sempre tentando incorporar isso nas letras.
É o caso de um processo de simplificação, que foi um desafio para mim. Eu realmente gostei, na verdade. E me ajudou também a compor mais rápido e a não ficar hiper focado em perfeicionar tudo. Simplesmente deixei as coisas serem.
Isso era algo que eu queria fazer há um tempo, porque alguns dos meus compositores favoritos são assim, como Neil Young, Lou Reed e Leonard Cohen. Eu estava tentando me inspirar neles também.
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Pessoalmente, gosto muito dos vídeos que vocês já lançaram pra os singles desse álbum e, como sempre, estão bem grandes, muito bem produzidos. Você tem algum favorito?
Andrew: Eu amo todos eles! Meu favorito tem que ser o primeiro, para “Little Dark Age”. Foi realmente uma colaboração com outros dois amigos da época da faculdade. O vídeo tem muitas referências e humor interno, que pudemos expressar nesse trabalho. Foi divertido trabalhar com amigos num projeto grande.
Eu ia mesmo perguntar sobre isso. Como funciona no MGMT o lado criativo dos vídeos? Você e Ben gostam de tomar as rédeas, trabalham sempre colaborativamente com outros diretores…?
Andrew: Na maior parte do tempo, sempre estamos muito envolvidos com o roteiro e o tratamento do vídeo. É muito importante o jeito que a nossa música é apresentada, então sempre nos dedicamos muito para termos certeza que está no clima certo e com o sentimento correto.
Acho que nossos videoclipes conseguem ajudar as pessoas a entenderem as músicas . Sabemos como é importante e sempre tentamos estar muito envolvidos no processo como um todo.
Por último, gostaria de mandar um recado aos fãs brasileiros?
Andrew: Ben e eu estamos extasiados de estarmos voltando ao Brasil e é isso! Estamos empolgados para chegar e tocar músicas do disco “Little Dark Age” para todos vocês!
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