O músico Julies lança nesta quinta-feira (26) o videoclipe do single “Fumaça”, que conta com a participação de Anna Lu e Zapi, com direção de Lucas Falleiros.
A faixa vem depois de dois lançamentos de Julies, “Pequena”, que marcou sua estreia, e “Buquê Pra Multidão”. A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com o cantor sobre o lançamento, a transição de assessor de imprensa para músico e também sobre sonhos de parcerias.
Entrevista por Marina Moia.
———————————— Leia a íntegra:
“Fumaça” foi composta por você e outras pessoas bem bacanas do meio e com participação da Anna Lu e Zapi. Conta pra gente como foi o processo de composição e de gravação da faixa!
Julies: Que foda estar desse lado aqui, do artista! Essa música nasceu de uma forma bem inusitada. A gente estava no estúdio do Maneva, eu e o Gabriel [Elias], e não lembro exatamente o que a gente estava fazendo, se era algum ensaio. Quando a gente ficou de bobeira, pegamos o violão e falamos “vamos tentar fazer alguma coisa?”. Fomos pra uma área externa que tem no estúdio e, conversando com o Gabriel, eu falei “pô, você não me leva a sério!”. Ele pegou o violão e mandou [cantando] “você não me leva a sério…”, na zueira. E a gente achou isso muito bom e começamos a desenrolar essa música. Foi muito foda.
Na verdade, essa música era um tanto quanto na zueira, mas ficou tão legal que resolvemos dar uma mudada e levei ela pro Deko, o Thiago [Stancev – produtor musical] estava terminando de montar a track, a gente fez a parte que a Anna canta e depois, quando estava quase pronta, o Deko disse que estava precisando de um rap. Conversei com o Zapi uma semana antes, ele pirou na hora e em 10 minutos me mandou uma rima e perguntou o que eu achava. Eu amei, mandei pro Deko, ele também gostou e pronto. Essa música nem ia entrar no repertório, na verdade, era a menos favorita e hoje é uma das que o pessoal mais gosta. Muito louco!
O videoclipe estreia hoje, dia 26, e ficou muito bonito mesmo! Como foi trabalhar com o diretor Lucas Falleiros?
Julies: Foi bem fácil, na verdade, eu sou um cara que não dá trabalho pra gravação [risos]. Eu tinha já pensado no roteiro, apresentei pro Lucas, ele pirou e começou a dar umas ideias a mais. Acabou ficando do jeito que está. Foi bastante fácil, ele é didático, tranquilo, paciente. Foi bem legal trabalhar com ele. Depois que eu descobri que ele já fez muita coisa com muita gente e eu fiquei até impressionado e agradecido por ele ter aceitado assumir essa “responsa” com “Fumaça”.
Seus primeiros singles “Pequena” e “Buquê Pra Multidão” estão muito bem de visualizações e streamings! Espera essa resposta do público? Como tem sido pra você esse começo de carreira?
Julies: Tem sido maravilhoso! Tem acontecido tanta coisa legal, tanta coisa boa! Tanta gente abraçando o projeto, sabe? Os números de streamings subindo cada dia mais, pessoal comentando e ouvindo cada dia mais. Não poderia mesmo esperar algo semelhante a isso. Sou músico e toco há mais de 12 anos e nunca tive um momento como esse. Estou muito feliz com a repercussão, que o pessoal tem gostado, tem curtido, tem indicado. É mágico esse momento pra mim e parece que estou ainda vivendo um período de eterna lua de mel. Maravilhoso!
Você foi de assessor pra músico e, trabalho no meio há anos, com certeza aprendeu muitas coisas com os artistas com quem trabalhou. Como funcionou essa transição?
Julies: Isso aconteceu de uma forma natural e gradativa. Eu sempre tive banda, sempre estive no universo musical. Quando a banda acabou, eu não queria sair do meio. Sempre respirei e vivi música. Acabou que virei assessor de imprensa, recebi convite do Maneva para ser assessor deles. Foi maravilhoso! Aprendi muita coisa, de valores humanos a experiências musicais incríveis.
Só que teve um momento na minha vida que eu comecei a sentir um vazio no peito. Voltava pro camarim durante o show dos meninos, tomar uma cerveja e lembro até hoje do dia que o Minduca perguntou por que eu estava com aquela cara triste. E falei que estava ali, mas que meu lugar era lá em cima [do palco]. E ele me incentivou a voltar e sempre fiquei com isso na cabeça. Essa vontade começou a crescer, comecei a me inspirar nos meninos, a gente vivenciou muitas coisas juntos. No estúdio, gravação de DVD, produção.
Até que em certo momento conheci o Deko e a gente teve uma energia, uma amizade, que foi instantânea, rápida e muito forte. Hoje ele é um dos meus melhores amigos, com certeza. Falei na época pra ele que eu estava querendo voltar a tocar e pedi ajuda para compor. Ele falou “cola aqui em casa que a gente vai fazer isso acontecer!”. Em sete sessões, a gente terminou de compor o meu EP inteiro. Foi tudo de uma forma muito natural, apresentei pro meninos o resultado, a galera pirou. Depois apresentei pro Thiago Stancev, que abraçou o projeto, e foi o responsável pelos dois últimos DVDs do Maneva. Ele falou “é isso. Suas músicas estão basicamente prontas. Tem alma. Vamos fazer acontecer”. E aconteceu!
E quais foram suas maiores inspirações?
Julies: Eu sempre fui um cara que gosta de músicas comerciais. Minha banda favorita é Bon Jovi! O que tem de música chiclete do Bon Jovi é absurdo. Eu sempre gostei daquelas músicas que você ficava cantando o dia inteiro, a noite inteira, a semana inteira. Isso está bem presente nesse EP. E, claro, não tinha como não ter influência de Maneva, de Gabriel Elias, de Planta e Raiz. Um pouquinho de influência, pelo menos, dessas pessoas com quem eu pude conviver esses anos todos na estrada. Acabei conhecendo muita gente e isso me agregou muito e me fez crescer muito como músico, como artista. Além da parte chiclete e comercial, tem a influência deles também, com certeza.
Pretende lançar disco no futuro? Se sim, pode nos contar algo sobre o que esperar dele?
Julies: Sinceramente, lançar um disco de 11, 12 faixas, não passa pela minha cabeça. Eu gosto muito de me arriscar, de experimentar coisas novas. E num álbum todas as músicas precisam ser comerciais, um conceito e tal. Esse EP, que vai ser lançado completamente até o final de agosto, ele exemplifica muito isso. Tem reggae, tem folk, tem música latina, tem música com essência pop. Agora que estou voltando para esse lado artístico, quero experimentar muita coisa ainda antes de arriscar um álbum.
Com quais artistas e/ou bandas você gostaria de colaborar?
Julies: Difícil hein? Mas pensando no mercado nacional, tem o Frejat, que sou muito fã e quero muito, muito fazer alguma coisa com ele. O Di [Ferrero] que era do Nx Zero, também. Eu cresci ouvindo, então aquele Julies de 15 anos ficaria muito feliz. Maneva, que vai sair até o final do ano, espero. Onze:20, Planta e Raiz, Gilberto Gil, tanta gente! [risos]
Gostaria de deixar um recado aos leitores da Nação da Música?
Julies: Primeiramente, gostaria de agradecer ao espaço! É um portal que acompanho há anos, você sabe disso, estou muito feliz que esse momento tenha chegado. Estou muito contente de poder conversar com vocês como artista hoje. E parabenizar vocês que fazem tanto pela cultura, que é marginalizada aqui no Brasil. Vocês fazem um trabalho belíssimo com artistas do mundo inteiro, em todos os níveis. Parabéns e muito obrigado pelo espaço!
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