Em meados de agosto desse ano, o cantor e compositor Rodrigo Suricato fez uma live onde reuniu diversas importantes canções de seus álbuns. A apresentação foi transformada em um projeto que foi batizado de “One Man Band“, cujo EP ao vivo, que será seguido por um segundo volume, chegou às plataformas digitais recentemente.
Além de músicas autorais, Suricato incorporou em seu repertório algumas releituras, além de ter divulgado videoclipes no YouTube. O músico, que também assume os vocais da banda Barão Vermelho, conversou com a Nação da Música sobre o seu atual material de trabalho, inspirações, além de comentar sobre a sua recente indicação ao Grammy Latino 2020.
Entrevista por Katielly Valadão.
——————————— Leia a íntegra:
Olá, Rodrigo Suricato, como vai? Obrigada por responder às perguntas da Nação da Música! Você lançou recentemente o primeiro volume do EP “One Man Band”. Então, para começar, com suas próprias palavras, como você descreveria esse projeto?
Suricato: Olá Katielly, muito prazer. Acho esse projeto a minha mais perfeita tradução e quase tudo que sei está presente nele: minhas principais composições, releituras com meu DNA, o guitarrista, cantor e produtor. Também um fechamento de ciclo daquilo que me propus realizar artisticamente ultimamente. Sou a banda Suricato sozinho ou como der na telha.
Acredito que “One Man Band” seja um título sugestivo e que ele fala bastante por si só. Você o definiu como o maior desafio da sua carreira, então conta pra gente, de qual lugar (no sentido criativo) esse projeto nasceu?
Suricato: Criativamente é como se tivesse retornado ao momento antes de ter meu trabalho amplificado pela TV. Claro que agora com mais reconhecimento, mas tesão e numa proposta super moderna. Queria levar o folk para a cidade grande, sem a pirotecnia obrigatória de instrumentos étnicos. A performance é potente e moderna, como uma banda deve ser, mas descuidar da poesia.
Em relação ao repertório, temos nesse EP canções como “Um Tanto”, que traz uma letra muito identificável para esse ano que estamos vivendo, como diz o trecho “mas eu não durmo sem antes ter sonhado um tanto“… Como a escolha desse repertório reflete no seu atual momento, tanto na carreira como no sentido pessoal?
Suricato: Ele é o apanhado das canções mais relevantes da minha carreira. Eu escrevo quase sempre em primeira pessoa, por isso tudo ainda me emociona, tudo é vivo na memória. Sou um entusiasta do auto-conhecimento e pratico isso todos os dias. Muitas dessas músicas me ajudaram em momentos difíceis e espero que sirva pra mais pessoas. Meu momento é de total comprometimento com minha verdade.
Esse material conta também com algumas releituras, a exemplo de “Purple Rain”, do Prince. Sobre esse tópico, quais você diria que têm sido as suas principais influências musicais ultimamente?
Suricato: Referências tenho um monte, Bon Iver, Bahamas, Gil… mas nem tudo se reflete na maneira que componho e toco. Mas artistas que não se limitam apenas à uma forma de expressão ou instrumento me inspiram bastante. Prince foi um exímio guitarrista mas não se restringiu somente ao instrumento.
E Rodrigo, ainda falando sobre releituras, quais são os nomes que passam pela sua cabeça quando falamos sobre colaborações? Ou seja, quais são as pessoas com quem você gostaria muito de trabalhar, seja para dividir os vocais ou para compor juntos?
Suricato: Todo mundo. Sou tímido mas tenho saído da toca pra compor com mais gente. Acredito que composição seja intimidade.
E de volta ao conceito da frase “One Man Band”, o que você diria que distingue, de uma forma geral, esse projeto do trabalho que você entrega ao público no Barão Vermelho, por exemplo?
Suricato: A principal diferença no modo de trabalho é que no meu projeto só eu decido as coisas. O Barão é uma democracia. Somos de gerações diferentes e pela idade, tenho naturalmente mais sede de expressão. Mas são dois mundos bons de estar.
Eu acredito que esse tenha sido um ano difícil para todos, em vários aspectos, então olhando por uma perspectiva criativa, você diria que teve que mudar ou se reinventar de alguma forma em relação à maneira como cria e produz sua arte? Como tem sido esse processo para você?
Suricato: No sentido criativo foi meu melhor ano da vida. Sem a pressão externa, a velocidade frenética de tudo por perfomance de vendas, resultados ou likes pude ser só artista. Lancei muita coisa esse ano. Me entendi com a definição de sucesso e sou mais feliz assim.
Recentemente você recebeu uma indicação ao Grammy Latino por “Na Mão As Flores”, na categoria de “Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa”, meus parabéns! Pensando em um futuro próximo, e tendo em vista tudo que já lançou esse ano, como você diria que isso reflete nas suas ganas de fazer mais música?
Suricato: Muito obrigado! Não serei blasé: isso me encheu de confiança. Chorei a tarde inteira quando soube. Principalmente pelos riscos artísticos que corri ao desfazer meu formato banda, produzir meu próprio trabalho numa linguagem “one man band” diferente no país do sertanejo. Receber essa indicação reafirmou meu comprometimento com a música.
Para finalizarmos, gostaria de deixar uma mensagem para os leitores da Nação da Música que vão estar acompanhando essa entrevista?
Suricato: Te agradecer pelas perguntas atentas e carinhosas. E gostaria que todo mundo assistisse os vídeos do show “One Man Band” no canal suricatooficial. Você pode até não gostar, mas é diferente de tudo que você já viu por aqui.
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