Entrevistamos Roosevelt sobre seu novo álbum “Polydans”

Roosevelt
Foto: Joseph Strauch / Divulgação

Nesta sexta-feira, Marius Lauber, conhecido internacionalmente como Roosevelt, lança o seu mais novo álbum de estúdio, intitulado “Polydans”.

Aproveitando isso, a Nação da Música conversou com o músico para saber um pouco mais sobre esse trabalho, além de falar a respeito dos singles já lançados, como “Strangers” e “Feels Right”, que tiveram números expressivos em streams em plataformas como o Spotify.

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Durante a conversa, Roosevelt também conta detalhes de como iniciou na música, passando por várias bandas e como isso o ajuda atualmente, já que em “Polydans” ele que foi responsável por tocar todos os instrumentos do disco.

Entrevista por Henry Zatz.

——————– Leia na íntegra.
Oi. Tudo bem?
Roosevelt – E aí, cara! Como você está?

Estou bem e você?
Roosevelt – Eu estou bem, obrigado.

Então, tudo bem. Recentemente você divulgou “Strangers” e “Feels Right”. As duas tiveram bons resultados com milhões de streams. Como se sente com isso e o que pode me falar sobre essas músicas?
Roosevelt – Os números de stream são muito bons, mas não te dão a mesma sensação que um show ao vivo. Tocar ao vivo é sempre nosso grande objetivo, para mim e para a banda. Mas é ótimo ver as pessoas respondendo desse jeito para a música. Especialmente nesses tempos, percebi que é impossível nova música, principalmente agora que as pessoas não podem ter a experiência ao vivo. Então sim, lançar música nesses últimos seis meses tem sido muito especial e gosto muito de como as pessoas se conectam com as canções.

Já que você falou sobre esse tempo que vivemos. Você está lançando um álbum e as músicas durante a pandemia, como trabalhou isso? E como a pandemia te afetou?
Roosevelt – Definitivamente, é estranho. Porque normalmente lançar um álbum significa que eu posso tocar ao vivo, viajar o mundo, ver como as pessoas reagem pessoalmente. Então é novo para mim não poder ter essa conexão com as pessoas, mas como eu disse antes, as pessoas precisam de memórias musicais, elas precisam de algo para lembrar como se sentiam. É estranho porque esse álbum é como se tivesse sido escrito para os momentos ao vivo. Quando eu escrevi eu pensava no palco e em estar no palco e eu escrevi a maioria antes da pandemia. Eu escrevi no inverno e aí produzi em maio, quando veio o verão. A maioria das músicas é de antes da pandemia, então eu não escrevi na perspectiva da pandemia, porque foi antes de tudo acontecer. Mas como eu disse, eu acho muito importante lançar música nesses tempos, porque as pessoas realmente precisam se distrair do que acontece no mundo. Eu acho que, especialmente porque o álbum tem essa energia do ao vivo, é ainda mais importante de lançá-lo agora, porque as pessoas podem lembrar como se sentiam durante shows.

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Entendo que o momento não permite shows, mas quais são seus planos para divulgar o álbum? Pretende fazer lives em redes sociais?
Roosevelt – Eu fiz alguns vídeos diferentes, que eu não costumo fazer, mostrando como eu toquei cada instrumento. Eu fiz umas sessões em que toquei piano, outra que toquei violão, mostrando como as músicas começaram. “Sign”, por exemplo, eu escrevi no piano. Eu queria levar as pessoas para o processo de composição, para mostrar como as músicas começaram. “Echoes” eu fiz com o violão. Eu tentei levar para as pessoas um pouco mais dos bastidores e também fiz uns vídeos de como eu fiz as músicas no estúdio. Eu tentei fazer isso com uns vídeos para mostrar às pessoas como as canções realmente são feitas. Nós vamos fazer algumas lives com a banda nas próximas semanas e vamos observar a situação global com covid e temos alguns planos de reserva para trabalhar e quem sabe voltar o quanto antes.

Claro, entendo. “Strangers” e “Feels Right” são singles que já foram lançados. Como elas representam o próximo álbum? Os fãs podem esperar algo nessa linha?
Roosevelt – Eu acho que eu escolhi os singles justamente por representarem o som do álbum. Então sim, “Strangers” e “Feels Rights”, assim como “Sign” e “Lovers”, são canções que mostram todo o espectro do disco. Acho que o álbum é muito influenciado pela dance music, o título, “Polydans”, significa que são vários tipos de perspectiva de dance music e diferentes influências. Tem french house em “Strangers”, techno em “Sign”. São várias influências, mas o que todas têm em comum é que é dance music. Esse era o conceito inicial do álbum, eu acho que os fãs podem esperar o som clássico de Roosevelt. Eu voltei para meu som inicial, trabalhei com os sintetizadores que trabalhei há cinco anos. Eu acho que sempre tem um avanço em cada álbum novo, então tem coisas novas que eu tentei, tocando violão acústico em “Closer to My Heart”, por exemplo. Então adicionei elementos novos também. No fim, eu fiz um álbum do Roosevelt, eu tentei evitar pensar demais. Sou eu no estúdio, sem filtros, tocando o que eu senti no momento.

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Além das canções que você já lançou, quais músicas você acha que seus fãs mais vão gostar? E você tem uma preferida?
Roosevelt – Quando eu penso sobre tocar ao vivo, “Echoes”, que também é um single que lancei, é uma das minhas favoritas, porque tem uma energia de ao vivo, é quase que criada para tocar em shows. Essa é uma das que eu mais quero tocar. É difícil dizer uma favorita, mas quando penso em tocar ao vivo, eu acho que “Echoes”. Qual foi a outra pergunta?

Qual música você acha que pode ser a favorita dos seus fãs, mas acho que “Echoes” pelo que você falou, certo?
Roosevelt – Eu espero que os fãs gostem de “See You Again”, que sai junto com o álbum nesta sexta-feira. A reação mais forte na verdade veio com “Sign”, o que me surpreendeu porque a estrutura é diferente, não é verso e refrão. Ela começa com verso, vem outro verso aí então tem um grande refrão. Então a estrutura é bem estranha , de certa maneira. Eu fiquei muito feliz de ver como os fãs reagiram bem a ela, como gostaram. Às vezes, é estranho, porque com a letra eu nunca pensei na pandemia, porque obviamente foi antes da pandemia, mas acho que ela se conecta com a pandemia. É estranho pensar que um verso combine tão bem agora, mas quando eu escrevi, nem tinha pensado na pandemia. Mas isso é o legal da música, a arte num geral, ela é pensada num momento e funciona em diferentes cenários e situações. Eu acho que “Sign” é a que mais agradou, mas eu gosto de todas as reações. Sempre que lanço um single, fico muito animado como os fãs reagem a ele.

Eu ouvi o álbum e “See You Again” é uma das minhas favoritas também.
Roosevelt – Que legal! Isso é muito bom de ouvir.

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E bem, li que você tocou quase todos os instrumentos para o disco. Como foi essa experiência?
Roosevelt – É algo que eu sempre tento fazer. Não porque sou egomaníaco e acho que posso fazer melhor do que outra pessoa, mas é o jeito que eu fazia no começo da minha carreira, quando eu era mais jovem. Como eu falei, tem mais gente por aí que pode tocar instrumentos. Mas eu gosto de fazer as coisas eu mesmo, me dá mais vontade. No final, o produto no final fica mais especial para mim. Claro que eu poderia chamar mais músicos e produtores, mas não seria a mesma coisa. É mais especial para mim. Se é melhor ou pior no final, não importa. Apenas é o meu jeito de fazer música.

E também li que desde desde criança você toca diversos instrumentos. Como você despertou essa paixão pela música e como você se encontrou na música eletrônica?
Roosevelt – Muito de tocar instrumentos veio de quando eu era mais jovem e tocava em diferentes bandas. Aí eu pulava de instrumento para instrumento, em uma eu tocava baixo, na outra eu tocava bateria, na outra teclado, uma eu cantava e tocava violão. Então foi muito natural, nunca tive aula, a gente se ajudava. Foi muito libertador esse período. Me deu muita experiência, porque agora entendo o papel da bateria, o papel do baixista. Para mim é mais importante do que ter uma grande técnica ou algo assim, que é legal, mas não é meu estilo. Eu sempre tento aprender o que um baterista faz numa banda, como colocar todos os ritmos juntos, coisas assim, isso é mais interessante para mim. Além de ser mais prático, porque eu posso usar durante ensaios da banda. Então foi bem divertido como eu pude aprender todos esses instrumentos. Quando eu me mudei, alguns anos depois, eu estava muito influenciado pela música eletrônica, comecei a ser DJ e comecei minhas produções. Aí comecei a lidar com as duas coisas, ter uma banda e o mundo eletrônico, o que é meu estilo. Como nesse álbum, tem os sons da banda, porque não quero soar como esse estúdio, não quero que tenha som de laptop e equipamentos. Eu quero soar como uma banda tocando, mas mixando com um estilo eletrônico, um sentimento de dance. Essa é a curta história de como as coisas se desenvolveram no passar dos últimos anos.

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Bem legal de saber! Como estamos acabando o tempo, queria te agradecer por essa entrevista.
Roosevelt – Claro! Foi um prazer.

Foi um prazer para mim também. Para terminar, você poderia mandar um recado para os leitores do site e seus fãs?
Roosevelt – Olá todos do Nação da Música, aqui é Roosevelt. Foi um prazer conversar com vocês. Meu novo álbum está aí. E espero poder ver vocês num show algum dia. Se cuidem!

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