O cantor e compositor Viegas lançou nessa quarta-feira (23), através das plataformas digitais, seu mais recente álbum de estúdio, “Conexão”.
Composto por oito faixas, o disco carrega em sua sonoridade referências da música brasileira e traz em sua inspiração grandes nomes do cenário nacional, a exemplo de Gilberto Gil e Jorge Ben Jor.
Antes do lançamento, Viegas conversou com a Nação da Música e nos deu alguns detalhes do processo de criação de “Conexão”, que está repleto de colaborações com artistas como Maneva, Tati Portella, entre outros.
Entrevista por Katielly Valadão.
——————————— Leia a íntegra:
O seu novo álbum de estúdio está perto de ser lançado, então conta pra gente, por que você o intitulou como “Conexão” e como você descreve esse projeto?
Viegas: O álbum “Conexão” vem de uma necessidade que eu tive de me ouvir mais, sabe? Foi um momento mais introspectivo que influenciou no nosso processo criativo. Chegou um momento em que eu parei de querer me cobrar tanto e precisei me ouvir mais, então peguei meu violão, fiquei testando melodias, ideias e tudo mais, e comecei nesse processo que era muito mais do que ficar ouvindo pessoas.
O foco era me ouvir, buscar a minha essência sobre as coisas que eu queria falar, sobre as coisas que eu queria fazer, da forma que eu queria fazer. E foi uma das coisas mais legais que eu vivenciei na música nesses últimos anos, até porque foi a primeira vez que eu cheguei num produtor com todas as faixas já prontas. Eu procurei o Bruno Dupré, que é um cara que eu admiro muito musicalmente, para potencializar tudo isso que eu já tinha feito ali, porque eu sabia que esse trabalho poderia crescer mais ainda. Mas ele já veio de uma forma muito bonita, visceral, sabe? Tinha muita verdade ali, muita sinceridade. Por isso que ele veio como “Conexão”. Foi esse processo que eu precisei me conectar para depois pensar nessa conexão com o outro.
Você adiantou que as letras desse álbum percorrem por diversos temas, a exemplo de amor, autorreflexão, entre outros. De qual estado criativo e emocional as novas suas composições têm chegado até você?
Viegas: Durante muito tempo na minha vida, eu falei muito sobre coisas que eu acreditava que era necessário que fossem ditas. E dessa vez, a minha preocupação era muito mais sobre coisas que eu queria falar, independente da grandiosidade, da relevância ou coisa desse tipo. Eram coisas que eu estava sentindo. Deixei muito mais o meu coração falar do que a minha razão.
Eu tenho vivenciado um momento da minha vida, onde tenho optado por ter paz e não ter razão. É muito difícil você conseguir ter esses dois na sua vida, mas quem ouvir o álbum vai perceber que tem um momento ali que eu falo sobre aquele dia que você não acorda se sentindo super homem, super mulher, mas que ainda assim vale a pena se manter firme e forte dentro do propósito. Mas, ao mesmo tempo, eu deixei o coração falar também sobre coisas que eu vivenciei: a beleza de amar uma outra pessoa, de acreditar nisso e deixar o seu coração fluir nesse caminho, sabe? Então, tem muito sentimento nesse álbum. E muita verdade também.
“Conexão” também conta com diversas colaborações. Para você, quão importante é trabalhar com outros artistas e qual é o maior aprendizado que você tira dessas trocas musicais?
Viegas: O processo de parceria com outros artistas é sensacional, tanto os artistas que compõem junto com você, quanto os que vêm para gravar voz ou instrumento. Porque cada um de nós tem uma bagagem, tem uma vivência, tem uma interpretação sobre aquilo que é muito bonito.
Quando você percebe, dentro desse processo artístico, que você tem uma visão e aquela pessoa tem outra totalmente diferente, mas que você também enxerga toda uma beleza dentro daquilo. Cada pessoa que fez parte desse álbum teve comigo essa troca de energias e de conhecimento. Esse álbum não teria a grandiosidade que tem se não tivesse tantas pessoas especiais fazendo parte dele.
Viegas, para além das composições, pensando também na sonoridade como um todo, quais são as principais influências artísticas que te guiaram na construção desse álbum?
Viegas: Eu acredito que a música brasileira em si foi um dos principais pilares na construção. Sinto que ele tem uma sonoridade que contém uma brasilidade muito grande, principalmente no som do violão, que se fez presente desde do momento da composição de cada uma das faixas. Eu sou fã de Gilberto Gil, de Jorge Ben Jor, que tem essa característica do violão estar inserido junto com os outros instrumentos. Na minha opinião, isso dá uma característica muito “brazuca”. Assim, dá uma leveza, dá uma paz e ao mesmo tempo dá um ritmo, uma sonoridade que me agrada muito.
Ao todo, o disco é composto por oito faixas. Tem alguma em especial que seja mais marcante para você e que consequentemente esteja mais ansioso para apresentar ao vivo?
Viegas: Isso muda a todo momento (risos) porque elas têm uma atmosfera em comum, mas cada uma com a sua característica, sabe? Então, acredito eu que talvez no show, dependendo de onde acontecer, talvez tenham músicas no repertório que eu não tenha tocado antes, e vice-versa. Vai depender muito do lugar e do público. Cada uma dessas músicas tem uma característica diferente da outra e às vezes cada uma funciona melhor para um momento em específico.
Fazendo um trajeto por seus trabalhos, começando pelo primeiro single que lançou até chegar aqui, quais são as suas reflexões e considerações em relação ao seu crescimento musical e o que mais te orgulha em “Conexão”?
Viegas: Desde que comecei a fazer música, eu fui percebendo que a grande dificuldade, principalmente como compositor, era você traduzir algo que você estava sentindo. Então, às vezes você começa com uma ideia e quando você vai colocando no papel, você percebe que isso vai mudando.
Hoje em dia eu percebo que quanto mais eu fui criando música, mais eu fui chegando perto do sentimento. Isso é algo que me orgulha demais. Percebi que cada vez mais eu tenho mais propriedade para escrever, e traduzir esses sentimentos com palavras, com melodias e tudo mais. E eu acho que o “Conexão” é repleto disso, de texturas, de timbres, de melodias, com o único propósito de conectar o ouvinte com cada uma dessas músicas. Acho que a gente conseguiu fazer de uma maneira muito bonita, que eu tenho muito orgulho.
Além do disco, o que mais podemos esperar de você em um futuro breve? Pretende voltar aos palcos agora que o setor cultural está voltando às atividades?
Viegas: Levar o show para a rua é algo muito trabalhoso. Em alguns momentos, até ingrato, pela quantidade de trabalho que envolve, e pelo retorno que você tem financeiramente. Só que, se não existisse o show, eu não sei se existiria o Viegas. Isso está muito dentro da minha essência. Eu amo o palco, fazer show, ter essa troca com a galera.
E num projeto que se chama “Conexão”, se não tiver isso, não faria sentido todo o resto. Depois da semana do lançamento do álbum, meu foco principal vai ser o show, a escolha do repertório, a banda que vai estar comigo, os timbres que vão ser usados, o formato desse show. Onde vai ser esse show? Pra quem vai ser esse show? Como vai ser esse show? Pode ter certeza que esse vai ser o foco principal.
Para finalizar, gostaria de mandar uma mensagem para todos os leitores da Nação da Música que vão estar acompanhando o seu trabalho?
Viegas: Salve galera do Nação da Música! Aqui é o Viegas e eu quero agradecer muitíssimo pelo espaço, e queria convidar vocês para ouvir o meu álbum novo, “Conexão”, que é um álbum que eu fiz com muitas pessoas especiais. Cada melodia, cada letra, cada mensagem desse trabalho foi feita com muito carinho, com muito amor. E eu espero que vocês gostem. Está disponível em todas as plataformas digitais, então acessa, curte lá e compartilha sem moderação. Tamo junto, obrigado!
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