Entrevistamos Zeeba e OutroEu sobre a parceria “Vontade Lunar”

Embarcando em uma parceria inédita, Zeeba e OutroEu lançaram recentemente o single “Vontade Lunar”, material que compuseram juntos, em Campinas. Inspirados por um livro que Mike Tulio e Guto Oliveira haviam ganhado de uma fã, a canção a princípio se chamaria “Garota Astronauta”.

Para falar sobre o projeto, que veio acompanhado de um videoclipe, os músicos bateram um papo com a Nação da Música na última quarta-feira (20), via Zoom, onde contaram como o encontro entre eles aconteceu, como fluiu o processo de composição, falaram sobre suas inspiração, sobre a relação com os fãs e muito mais.

Entrevista por Katielly Valadão.
——————————— Leia a íntegra:
Meninos, boa tarde. Muito prazer, eu sou a Katy. Antes de tudo, como vocês estão? Como vão as coisas ultimamente?
Mike: Oiii Katy, prazer.
Guto: Prazer, Katy.
Zeeba: Olá, tudo bem?
Mike: Melhor agora, melhor hoje.
Zeeba: Melhor hoje que tem lançamento.
Guto: Exatamente, um dia de cada vez. Tamo aí.

Que ótimo. E bom, vocês embarcaram nessa colaboração, então podem começar contando pra gente como que nasceu essa parceria e como esse encontro surgiu?
Zeeba: Bora! Bom, começou muito com a gente entrando em contato no Instagram. Falei com o Guto, foi eu que te chamei ou você que me chamou? A gente já estava meio que se seguindo, assim, e aí começou o papo.
Guto: Foi, você mandou mensagem. A gente já estava se seguindo, aí você mandou mensagem falando que estava a fim de fazer um som e tal, de compor. Você até comentou o lance de estar vindo pro lado do português também.
Zeeba: Exato.
Guto: Aí eu falei, vamos marcar e tal. A gente fez um Zoom, trocou uma ideia, mas acabou que não fizemos nada a distância, né? Acho que rolou mais quando a gente se encontrou mesmo, que a gente marcou. Não lembro se a gente trocou alguma coisa a distância, acho que a gente chegou até a tentar, mas não rolou.
Zeeba: É, a gente começou a trocar umas ideias de som assim, eu estava mostrando, eu queria… eu estou nesse álbum novo, fazendo várias em português né, o álbum agora está com mais músicas em português até do que em inglês e enfim, os meninos tem também essa onda meio folk, eles vieram muito disso, do folk, do indie que tem tudo a ver comigo. Pra mim o português é novo, então é um desafio maior ainda fazer as coisas. Agora estou pegando um pouquinho mais as manhas, mas era também um desafio maior fazer as músicas em português e enfim.

Mandei as ideias pra eles, a gente falou, ‘cara, vamos marcar’. A gente fez um facetime uma vez, depois eles me convidaram pra ir no estúdio deles lá em Campinas pra gente criar e aí saíram algumas músicas né, super bateu, rolou um match total. E a “Vontade Lunar” saiu, o tema começou muito louco porque o Mike abriu a gaveta e tinha um livro que uma fã tinha mandado pra eles e a capa do livro, o título do livro era “Garota Astronauta”, então meio que daí que veio o tema. Olha lá o livro na mão do Mike [nesse momento Mike mostra o livro para a câmera] e enfim, começou daí. A gente foi escrevendo e saiu “Vontade Lunar”, foi a música que a gente escolheu e levamos lá pro Bruno Martin. Começou a produção lá no estúdio deles e depois fomos pro Bruno, que é o cara que tá produzindo meu álbum e saiu “Vontade Lunar”.
Mike: Exatamente.

Curiosidade, vocês chegaram a ler o livro já ou foi tipo uma epifania, uma identificação super instantânea?
Mike: A gente recebeu o livro de uma fã, da Rani Gouveia, ela mandou aqui com dedicatória e tudo, super bonitinha [Mike mostra para a câmera a dedicatória da fã] e aí a gente já tinha lido. Tem até uma parte que tem uma música nossa, da OutroEu, “O Que Te Faz Feliz?”, não sei se dá pra ver. Mas bonitinha demais. Assim, a gente achou muito maneiro. A gente realizou isso depois, na verdade. ‘Cara, essa parada começou por causa do livro, né?’. A gente estava lá e falou da garota nacional… opa, garota astronauta [risos] e aí foi indo, indo e virou a “Vontade Lunar”, dessa coisa dos astros e tudo e enfim, super legal essa reciclagem de good vibe, né? Muito maneiro, ela mandou o livro pra gente, a gente fez a música, acho muito incrível essas coisas.

E já que você entrou no tópico dos astros, vocês podem contar pra gente de uma maneira mais ampla qual é o conceito por trás do material, da composição e tudo mais?
Mike: É essa coisa de uma pessoa inacessível assim né, a gente tinha algumas histórias na cabeça, pelo que a gente tinha começado a fazer da garota astronauta, da garota que está lá na lua, a gente não consegue trocar ideia, não consegue acessar. A gente foi meio que nesse caminho e no final a gente deixou pra vontade dos astros, pra ver se a gente vai ficar junto ou não, pra ver o que vai acontecer, porque nós não temos mesmo o que fazer. ‘Cara, pessoal inacessível, tô aqui, vou deixar pra vontade lunar então, que é o que dá, é o que tem’ [risos]
Zeeba: Exato [risos] é, de deixar pros astros, deixa que o universo vai se alinhar aí do jeito que as coisas… ‘nosso encontro fica pra vontade lunar’, e aí saiu. E é muito louco né, a gente resolveu lançar a música no dia de lua cheia né, hoje é lua cheia às 21 horas.
Guto: Ficou um pop bem indie ao mesmo tempo, né.
Zeeba: É, ficou uma mistura de um pop. Aliás, qual gênero é? É isso, né?
Guto: Ah, eu acho ela bem pop, mas ela tem umas leituras indies assim, mas eu acho ela bem pop.
Zeeba: Pode crer.
Mike: É isso, “Vontade Lunar”.
Zeeba: Você gostou? Você recebeu o clipe aí em primeira mão?

Eu recebi o clipe, achei bem aconchegante, intimista. Em plano-sequência, né? Vamos aproveitar pra falar dele então.
Guto: Bora!

Como que vocês pensaram nesse material audiovisual?
Guto: Zeeba…
Zeeba: Todos os clipes do álbum, eu estou fazendo na casa antiga dos meus avos, desde “Cansei” com a Carol Biazin, “Passeio”, e agora a “Vontade Lunar” e a próxima, o próximo clipe já tá pronto, foi gravado lá também, em outro cômodo. E aí o banheiro foi uma ideia de ser um lugar mais lúdico, agora eu não me lembro como a gente chegou no banheiro, mas a gente colocou as plantas, quisemos deixar o banheiro ali todo tomado pelas plantas como se fosse um outro lugar, uma coisa lúdica e aí foi assim que surgiu a ideia do banheiro, a gente fez um plano sequência. Aliás, lembrei como foi que a gente escolheu o banheiro, foi por causa da Márcia sensitiva que foi uma grande mentora aí [risos]
Mike: Ela falou tudo que a gente tinha que fazer e basicamente foi isso. Ela falou ‘cara, faz isso, isso e aquilo’ e a gente fez.
Guto: A Marcinha é demais, a Marcinha é demais, cara.
Mike: Ela falou ‘faz o clipe no banheiro com um monte de planta’. Mas Márcia, é sério isso? [risos]

Mas ficou lindo, lindo, lindo. Bom, e falando na junção das três mentes criativas, como que fluiu o processo de composição e de criação entre vocês?
Mike: Ah, foi muito legal. Desde o início a gente deu um super match, assim, de dar uma alinhada forte mesmo nas ideias e em tudo. E no dia lá, nos três dias né, porque a gente ficou a primeira vez por três dias e aí fizemos um monte de música, até que chegou em uma noite em que a gente já estava mais entrosado e aí saiu a música, assim de repente. Foi muito massa. A gente fez uma pré também, trocamos umas ideias do que poderia ser, das possibilidades assim da vibe e a gente foi se guiando por elas e aí saiu. De noite também, quando estava a lua lá ajudando. Rolou super.

E as outras canções que vocês fizeram juntos, porque vocês falaram que além dessa, rolaram mais, né? Vocês pretendem mais pra frente também soltar pro público? Como vai ser?
Guto: Ah, tem muita coisa maneira, acho que a gente deve soltar sim. Agora a gente não sabe como vai ser, se só o Zeeba vai lançar, se vai ser a gente, se vai ser outro artista, se vai ser um feat, a gente não sabe. Mas tem muita coisa sim, a gente está se encontrando direto e continuando compondo juntos porque tem fluido bem, né?
Zeeba: Ah, até pra compor pra outros artistas né, a gente está numa vibe legal, em um ritmo legal de composição, então já fizemos bastante coisa. Ah, mas vamos soltar mais coisa com certeza. Eu já topei, mas agora está nas mãos deles aí de a gente terminar também né, se organizar.
Mike: Já topamos [risos]
Zeeba: Mas aí a gente deixa pra uma próxima entrevista quando a gente já tiver tudo mais consolidado [risos]

Perfeito, vou lembrar de perguntar. Vocês tiveram a oportunidade de tocar “Vontade Lunar” juntos em um show, o que já torna o projeto ainda mais especial. Como que tem sido a experiência de voltar aos palcos e de poder trabalhar com outras pessoas depois de tanto tempo de isolamento?
Mike: Tem sido revigorante.
Guto: Pô, um sonho. Parece um sonho real.
Zeeba: Muito massa.
Guto: A gente ficou, sei lá, quase dois anos querendo isso, né? E a gente já estava com um lance de estar indo mais pra estrada no final de 2019, então 2020 foi baque danado, mas está sendo muito massa voltar. Inclusive, a gente volta agora em São Paulo no dia 15 de novembro e o Zeeba vai estar lá de novo, a gente vai fazer essa música lá. Igual rolou no Rio, tem que rolar em São Paulo que é a casa dele aí, pô.
Zeeba: Vai rolar.
Guto: Vai ser no Teatro Claro…
Mike: [Mike o interrompe] Quando o Zeeba chegou…
Guto: Foi mal!
Mike: Não, fala, fala aí.

Divulga aí, Guto [risos]
Guto: Teatro Claro, dia 15, às 19:30 [risos]
Mike: Mas inclusive, quando o Zeeba chegou, foi no momento certo, que começou a dar uma aliviada, de a gente entender o quanto que, sei lá… o efeito do social era importante pra gente ficar bem, né? A gente estava naquele limbo da pandemia, tudo meio dark. Foi demais, assim, fazer essas músicas e voltar a trabalhar, dá uma revigorada, né?

Falando em pandemia, com todos os artistas que eu converso do ano passado pra esse, eu percebo que esse período afetou sempre de duas maneiras diferentes. Alguns dizem que não sofreram muito no sentido criativo, que pelo contrário, encontraram novas inspirações, um novo gás e tal, e outros falam que passaram por um momento muito difícil, travado, sem conseguir escrever, pensar, nem criar muito… E eu queria saber de vocês todos, como que esse período tem afetado no processo de construir algo novo? Como que foi pra vocês?
Guto: Foi meio travado. Bem travado, na real. Só começou a destravar nesse ano lá pra… sei lá…
Mike: No período que a gente pegou o Zeeba, né?
Zeeba: Pô, eu destravei vocês, é?
Guto: A gente destravou um pouco depois do covid aí, foi em março…
Zeeba: Eu vou falar que pra mim, puts, eu fui um dos que compôs, escrevi muita música assim do álbum. Eu acho que eu estava também meio afogado em show, estava numa batida muito frenética e muito no negócio do eletrônico e quando eu consegui dar essa pausa, foi quando eu consegui voltar a compor bastante assim. Mas pô, a gente escreveu um monte, né, galera? Quando a gente se encontrou começou a rolar bastante coisa.
Guto: Não, aí começou, mas foi até, tipo… Mano, foi do início na pandemia até sei lá, fevereiro de 2021 que não rolava nada assim.
Zeeba: Pode crer.
Guto: Aí depois começou a rolar. Depois ali começou a rolar, a gente fez uma live né, em março foi nossa primeira live, em um ano e pandemia já a gente fez nossa primeira live. Aí depois dessa live eu sinto que as coisas deram uma… A gente realmente começou a compor mais, a gente encontrou o Zeeba, começamos a fazer um som entre a gente e agora está fluindo bem melhor [risos], mas pra gente foi um período bem travado. Mas pro Zeeba já funcionou bastante né, como ele falou aí.
Zeeba: É, eu acho que é isso. Claro que eu tive fases down também na pandemia, tive fases… Mas é que eu sempre tive, também. Eu acho que sempre fui desses de estar às vezes bem, às vezes ruim. Eu acho que sou uma pessoa que tem muitos ups and downs, assim, então… Mas sei lá, eu sempre tento olhar as coisas por um lado bom, e enfim, eu usei disso. Eu acho que a pandemia traz muitas experiências pra gente em muitas coisas que a gente acaba colocando pra fora e acaba saindo muito nas composições, no papel também. E até se for pensar a Vontade Lunar, tudo que a gente vai fazendo assim, tem coisas ali que a gente pode falar, nisso de estar distante, a gente acaba colocando ali nas letras sem perceber e quando vai ver faz até um baita sentido.
Guto: Total.

E durante todo esse tempo em que não estava sendo possível tocar ao vivo, eu sei que todos vocês acabaram tendo que reconstruir a forma de estar sempre em contato com os fãs e com o público de um modo geral. Eu soube que a OutroEu criou um canal no Telegram, né?
Mike e Guto: Sim!

Como que foi pra todos vocês esse período de troca virtual e qual foi a forma que vocês encontraram e que funcionou pra vocês pra manter a sanidade de estar longe do público?
Mike: Puts…
Zeeba: Como foi? Ah, no começo muito TikTok pra mim, me aventurei [risos] sei lá, na verdade fui tentando formas. Eu fiz lives também, acho que todo mundo, né? A gente vai se conectando da forma que dá, eu fiz muita live, eu fiz… Eu brinco do TikTok, mas pior que é real. Eu e minha namorada ficamos nos divertindo por um tempo no TikTok, a gente estava com muito tempo ocioso ali, até ganhei uns seguidores na época. Agora eu dei uma parada, agora que as coisas estão voltando, eu também voltei. Sai um pouco de lá, assim, mas acho que é isso.

Acho que a gente acaba colocando tudo na criação de mais conteúdos, eu depositei tudo nesse lance de composição e planejamento. E pra mim, como eu estou nessa mudança total, foi um período de resinificar o Zeeba e entender pra onde que eu iria. Eu sempre tive muito esse negócio muito da confusão, da galera me confundir com DJ, de não saber se eu falo inglês ou português… Então agora é assumir, ‘pô, eu estou no Brasil, quero fazer um projeto que tenha banda, que tenha o indie’, então foi muito essa coisa de mirar, muito momento de reflexão na pandemia, então acho que é isso, a gente foi se adaptando e pra mim foi muito isso, pro álbum e pra essa nova fase que está por vir aí.

E agora na posição inversa à de criadores de arte, o quê vocês andam consumindo ultimamente que tem sido fonte de inspiração? Em relação a outros artistas, músicas, filmes, séries… sei lá. Compartilhem seus gostos com a gente?
Mike: Eu acho que todo mundo começou a consumir mais na pandemia, mais coisas online, inclusive. Mais séries, essas coisas. Eu estou ouvindo muita coisa nova e não sei… É legal falar as coisas assim, algumas coisas?

Pode falar, fica à vontade!
Mike: Ah não sei, tô muito pirado agora na Doja Cat, a gente conheceu o LANY também, eu fiquei pirado no LANY. A Marina Sena também veio nesse rolê de pandemia né, a gente começou a curtir muito também, daqui do Brasil. Round 6 de série…
Zeeba: Muito legal mesmo [risos] mas veio bastante coisa, né? Até os próprios Gilsons cresceram na pandemia, o Jovem Dionisio, como você falou aí, a Marina Sena. É legal ver essa galera que veio nova aí também. É muito massa o som, acho que também são referências pra mim, pra nós, não sei. Referências novas, das novidades que vieram na pandemia. Lil Nas X. Esse ano teve muita coisa nova, acho que é muito bom quando a gente vai conhecendo coisa nova no Spotify também, ele vai sugerindo, vai entrando várias coisas novas.
Mike: A Alexa não aguenta mais eu pedir aqui em casa [risos] toda hora.
Zeeba: Muito bom. O que mais eu tenho escutado? Acho que é isso.
Guto: Eu tô viciadão aqui no Dominic Fike, na Marina Sena.
Mike: Dominic Fike!
Guto: Tem uma galera braba assim, muito massa. Eu estou vendo muita série também, viciado total. Uma série atrás da outra.
Zeeba: Eu também, só não tenho uma pra falar porque eu vi tantas…
Guto: Tem o WizKid também, ele é muito bom, cara! Esse beat africano muito massa, o WizKid é maneiro. Ele tá bombado, fez uma versão com o Justin Bieber que bombou, “Essence”.
Zeeba: Qual, qual? Quem que você tá falando?
Guto: WizKid, cara. Vou botar só o começo dela [Guto liga a caixa de som para tocar um pedaço de “Essence”].
Mike: Ah, nossa, muito bom!
Guto: Beat afro, sabe? É bom demais.
Zeeba: Pô, a gente tá ouvindo tanta coisa que é difícil de falar uma parada, né? Mas acho que é isso, muita coisa nova.

Vocês são super fãs de alguém na música? Tem alguém que seja ponto de referência e de inspiração na vida de vocês? Conseguem citar alguém?
Mike: Ah, eu acho que no geral assim da vida, o que mais percorreu assim a vida eu ouvindo é o John Mayer, tipo, de referência.
Zeeba: É mesmo?!
Mike: Foi o primeiro cara que eu fiquei ‘caraca, tem um cara que compõe as músicas dele, toca e canta, nossa! Pode crer, dá pra fazer isso’. E aí, acho que ele é o que mais me acompanha a vida inteira, o John Mayer.
Zeeba: Eu tenho muito, tipo, o Coldplay…
Guto: Eu não consigo falar um assim…
Zeeba: É, eu tenho, sei lá, cinco que são as minhas maiores referências, que marcaram fases da minha vida, vai. Então começou com o Blink, que eu curtia muito a vibe de palco, de show da galera, que eu acha os vídeos ao vivo muito louco, as músicas, a vibe do skate que agora a gente tá voltando a andar de skate, né? Aí depois, um pouco mais maduro, The Cookies e Oasis, meio que junto ali, e o Coldplay. Então vai, quatro. Acho que foram quatro artistas grandes assim que marcaram minha vida, que escutei muito. E muito louco, acho que Mallu Magalhães seria um, que eu fiz uma parceria, mas eu escutei muito ela, o álbum dela, eu pirava nela. E a gente estudou juntos no colégio, então eu vi ela estourar com uns 15 anos e foi louco. Eu vi que ela fazia as músicas dela, que nem você falou do John Mayer, eu vi e pensei ‘ah, ela que compõe’, falei ‘pô, vou compor também’. Escrevi minha primeira música com uns 15 anos porque eu via ela fazendo as músicas dela e falei ‘ah, vou fazer também’ e começou daí.
Mike: Primeira música do Zeeba [e começa a assoviar]
Zeeba: É! [risos] começou assim, eu assoviava pra caramba… Mentira [risos] mas enfim, uma nacional vai a Mallu, minha amiga, acho que ela foi uma grande referência pra mim.

Boa! Eu estou vendo o Guto com um copinho de Sandy e Junior ali! [risos]
Guto: [mostrando o copo da turnê Nossa História para a câmera] pô, essa aqui é a referência da infância, né?
Mike: É a referência da vida também.
Guto: Eu cresci ouvindo muito também. Mas eu não sei falar assim uma referência, pra mim não dá. Acho que eu sou um cara que ouve muito de tudo, sabe? Tipo, de tudo mesmo. O último álbum da Pabllo eu me amarrei pra caralho. Marina Sena que veio chegando agora, muito foda. O álbum que o Jão lançou ontem, eu já ouvi, capotei no álbum, achei muito foda. Ele sempre faz umas paradas muito foda mas eu sempre curti muito também o Coldplay, também tive a fase do Blink, fase mais metal, então eu sempre estou ouvindo um monte de coisa e pego referência do que me toca daquela pessoa, sabe? Então não dá nem pra eu falar ou então eu falo um monte. Também tive muito a fase do Charlie Brown Jr. que é uma coisa mais skate Brasil, né?

Zeeba: Pô, Charlie Brown é uma referência também pra mim, esqueci de falar.
Guto: Natiruts, que é uma coisa já de um reggae mais MPB, sabe? Enfim, aí tem tudo, tem Djavan, Los Hermanos, muita coisa. Aí também teve a fase do folk pra caramba, que é uma coisa que chegou… teve um lance de folk que rolou de 2010 até agora, mas começou muito em 2010 e 2011, que foi muito forte. Acho que tudo isso passou na minha cabeça e ainda continua, volta e meia eu estou ouvindo, sabe?

Boa, meninos. E bom, de uma forma individual, tem algo que vocês gostariam de destacar e de compartilhar com todo mundo sobre a experiência de terem trabalhado juntos e desse tempo que passaram construindo esse projeto? Aprendizados, momentos, memórias… Fiquem à vontade.
Mike: Acho que de tudo, de fazer a música, o que mais achei maneiro é que foi muito divertido. Foi muito engraçado, inclusive.
Zeeba: Total!
Mike: Foi muito divertido fazer as músicas e é isso….
Guto: Vir pro desconhecido também é muito massa.
Zeeba: A gente ‘trampou’ com uma parada que é muito divertida de fazer e isso é muito gratificante. Acho que é isso, encontrar pessoas que te tragam… que te deixem pra cima. Tem sido tudo muito foda, muito massa.
Guto: É uma troca, né?
Mike: A gente parecia criança real assim fazendo as coisas, muito empolgados. É engraçado que eu ouvi um cara falando que criação, as próprias palavras criação e criança estão obviamente relacionadas porque as crianças são muito criativas por ter muito o fator da diversão no rolê. Eu acho que quando você coloca uma pitadinha de diversão nas coisas, ainda mais no seu trabalho, ai o negócio vai bonito, sabe? Eu acho que esse foi um fator muito maneiro, de ser muito divertido. O Zeeba é muito engraçado também [risos], nós juntos somos só comédia.
Guto: Não parece não, mas o Zeeba é engraçado!
Mike: Tá quietinho e tal.
Guto: Tô falando que ele é engraçado e o Zeba… [Guto cruza os braços imitando Zeeba e todos riem]
Zeeba: É, eu sou engraçado [risos] pô, eu pareço meio sério, né? Eu acho que eu pareço meio sério em entrevista assim, já me falaram isso, que eu tinha que ser mais idiota assim, sei lá, nas entrevistas.
Guto: Não precisa ser idiota, ser engraçado já tá bom [risos]
Mike: Ser um pouco mais panaca [risos]

Eu confio em vocês que ele é engraçado, eu confio [risos]
Mike: Ele é, ele é [risos]
Guto: Não, ele é! [risos]

Nosso tempo está chegando ao fim já, passou voando.
Guto: Passou mesmo!

Vamos finalizar com vocês deixando uma mensagem pra todo mundo que vai estar curtindo o single e que vai estar acompanhando essa entrevista?
Zeeba: Bora! Bom galera, escutem aí, a gente fez com muito amor, “Vontade Lunar” em primeira mão aí pra vocês, já já tem clipe, espero que vocês gostem de tudo.
Guto: É isso.
Mike: Ouve aí, galera.
Guto: Bora ouvir e compartilhar bastante também.
Zeeba: É isso, manda para os amigos [risos]
Guto: Manda pra galera!

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