Entrevistamos Zeeba sobre o novo álbum “Tudo Ao Contrário”

Zeeba
Foto: Divulgação

Com uma carreira internacional bem estabelecida, o cantor e compositor Zeeba abraçou o desafio de lançar um álbum completamente em português, sua língua nativa.

O single que abriu essa jornada recebeu o título de “Tudo Que Importa” e já era conhecido pelo público há um bom tempo. Desde então, o músico optou por fazer algumas colaborações nacionais e encontrou em outros artistas um novo fôlego que o ajudou a construir o disco “Tudo Ao Contrário”.

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Para falar sobre o projeto, Zeeba conversou com a Nação da Música e revelou como foi o processo de construção do álbum, além de falar sobre as raízes que o incorporam, sobre as influências brasileiras e sobre os desafios de compor em português pela primeira vez.

Entrevista por Katielly Valadão.
——————————— Leia a íntegra:
Oie, Zeeba. Obrigada por falar com a Nação da Música! Primeiro de tudo, tem álbum novo chegando muito em breve, então com as suas palavras, como você define “Tudo ao Contrário”?
Zeeba: Pô, a música “Tudo ao Contrário” é uma canção que traz alegria, eu acho uma canção para cima, que é otimista de certa forma, fala pra gente seguir o que a gente quer, fazer o nosso sonho independente dos comentários alheios e tirar a felicidade de dentro de nós, ser presente, viver o agora. Essas são mensagens que estão no álbum inteiro, mas que nessa música, que é a abertura do álbum, ela fala muito sobre isso, e é isso.

Tem a participação do Nanno, que é um cara muito fera também que tem essa energia para cima, então super somou na faixa. É uma produção do Bruno Martini, excepcional, achei que ele mandou muito nessa produção e que tem até… não dá nem para saber qual que é o gênero assim, né? Tem momentos ali de reggae, momentos para cima, enfim, uma mistureba total que passa uma energia boa, uma mensagem positiva.

Acredito que tenha sido um largo percurso desde “Tudo Que Importa” até a construção das 12 faixas finais, então como foi o processo de escolha das músicas que entraram no disco e como elas refletem nessa nova fase da sua carreira?
Zeeba: Bom, foram dois anos para construir o álbum, dois anos entre “Tudo que Importa” e a última música do disco sendo feitas, então mudou bastante. Eu acho que peguei o desafio de fazer as músicas em português e me juntei com uma galera, conheci muita gente da nova cena, me juntei com eles para escrever, então cada música tem uma história. Eu acho que rolou um amadurecimento pra mim na língua como compositor, pelo menos na minha percepção, e muita coisa mudou.

A ordem das músicas foi legal porque eu vi que tinham várias músicas que eram meio irmãs e tem músicas que não conversam entre si, mas elas fazem um sentido no álbum. Eu quis colocar um roteiro no disco, com começo meio e fim. Então ele começa lá em cima, depois fica com um ar mais reflexivo, e para acabar, ele termina numa vibe mais íntima ainda, alegre, suave. As músicas mais tranquilas, então eu escolhi dessa forma o álbum. Ainda faltam duas que estão para sair, que são as parcerias com a Nolasco, o Pedro e com a Clarissa, mas até agora, mesmo assim, já tem essa dinâmica. Eu acho que quando entrarem as duas vai vai fechar do jeito que eu espero.

Zeeba, da última vez que nos falamos, você citou a percepção do público em relação a sua carreira internacional e disse que ela gerava certa confusão por parte das pessoas e, às vezes, até mesmo da sua parte. Agora, com um álbum em português prestes a sair, você diria que já tem sua identidade musical bem definida no seu próprio imaginário?
Zeeba: 
Eu acho que a nossa identidade está sempre em construção e sempre em mudanças, né? Mas com certeza, esse é um trabalho que me representa 100%. Acho que a gente conseguiu, junto com os compositores, com o Bruno Martini, com a galera que trabalhou junto na construção do álbum, a gente conseguiu ter um… que nem eu falei no último áudio, ter um começo, meio e fim.

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Eu acho que esse álbum passa uma mensagem legal e que me representa. A mensagem do álbum veio de muita reflexão e eu sempre gosto de botar isso nas minhas músicas, desde as músicas em inglês, do passado. Então eu acho que tenho essa característica, que sempre que eu tô para baixo eu quero escrever coisas que me botem para cima e eu acabo botando as pessoas para cima também, o que é muito legal.

Então eu acho que tem esse lance da mensagem que tá lá, tem um pouco da minha essência do indie, que é algo que eu sempre escutei e foram as minhas maiores referências. E agora tem um pouco da minhas origens, da minha língua nativa e das brasilidades que a gente colocou na música, o saxofone… Tem uma música que até rola meio que um sambinha, então tá bem a cara do Zeeba, um álbum que me representa hoje, com certeza.

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Nos últimos meses você colaborou com alguns artistas do nosso cenário nacional. Tem alguém com quem você sonha em poder trabalhar junto e que seja uma grande influência artística na sua vida?
Zeeba: Ah, eu acho que da cena nacional tenho ídolos do passado, sou muito fã da Cássia Eller, do Charlie Brown Junior, a galera toda que eu trabalhei eu virei muito fã na pandemia e foi muito legal que todo mundo topou participar do álbum comigo. Tô amando essa nova cena, essa galera, o Jovem Dionisio, os Gilsons, a Marina Sena. Eu acho que são artistas que com certeza eu gostaria de fazer um som em algum momento dessa nova fase.

E pô, tem muita gente que eu gostaria de colaborar e tá muito legal essa fase nova. Até a Glória Groove, agora lembrando de mais pessoas, Glória tá com tudo, a Anitta tá fazendo coisas muito legais no Brasil e tá bonito de ver essa nova fase musical que a gente está vivendo aqui no Brasil.

Qual você diria que foi o maior aprendizado durante a construção desse álbum, desde o ato de compor em português, passando pelas colaborações, até os ajustes finais?
Zeeba: Com certeza a perda dos meus avós foi um grande aprendizado. Perder entes queridos faz a gente pensar muito sobre tudo, né? Sobre a vida. E é muito estranho entrar na casa deles e eles não estarem mais lá. É muito louco como só os pertences, os móveis, como só de sentar no espaço, eles ficam muito ali pelas coisas que eles deixaram. Quando você entra na casa de uma pessoa, a casa fala muito sobre quem a pessoa é, né?

Então eu acho que a construção do álbum, muitas músicas têm reflexões sobre a vida, sobre o agora, sobre estar presente, como eu já falei. Acho que esse foi um grande aprendizado na pandemia. Com certeza o desafio do português, eu acho que aprendi muito em como eu escrevo em português. Achei, encontre um caminho de fazer algo que é muito meu e a forma de usar as palavras, a gente está sempre aprendendo, mas acho que foi um grande aprendizado esse desafio de estar fazendo na minha língua nativa sendo que eu sempre fiz em inglês, a minha vida toda era sempre em inglês, então tiveram muitos aprendizados aí.

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Eu acho que as parcerias também foram aprendizados muito legais porque eu aprendi muito com os outros artistas, a forma como eles… o processo de composição de cada pessoa. É muito legal ver isso e tentar usar processos diferentes com pessoas diferentes e essa troca foi muito positiva e é algo que eu não quero deixar de fazer, que é compor com uma galera. Eu acho que é muito legal também compor sozinho, mas quando você está com uma galera, parece que tudo faz mais sentido, é muito bacana. É isso, muitos aprendizados.

Além do lançamento, você também está se preparando para tocar as músicas ao vivo! Quais são as suas expectativas pra subir aos palcos com esse novo disco e o que os fãs podem esperar das suas apresentações daqui pra frente?
Zeeba: Bom, eu vou finalmente fazer o meu primeiro show de teatro, um show que tem um roteiro lindo, vou tocar músicas do começo da minha carreira e as músicas novas. A gente fez uma dinâmica muito legal, eu sempre quis fazer um show bem visual também, então tô montando realmente uma experiência para fazer teatro. Desde antes da pandemia que eu tô querendo armar esse show, tinha lançado o “Reset”, que é um álbum todo acústico, justamente para fazer isso, e agora com o álbum, a gente vai fazer as ideias, mas de uma forma até mais bonita.

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O álbum está muito visual, quando você escuta, tem barulho de passarinho, tem barulho de chuva, tem muitos elementos que eu quis botar ali que quando a gente vai assistir um teatro, a gente consegue enxergar o ambiente, sabe? Então é isso. Vai ter esses shows, estou muito empolgado. O primeiro é dia 7 de abril, a gente está marcando no Rio de Janeiro, em BH, pra encontrar os fãs do resto do Brasil e tô muito empolgado com esse momento.

Você tem alguma música favorita em “Tudo ao Contrário”? Tem alguma em específico que você está mais ansioso para tocar e compartilhar com a galera?
Zeeba:
Pô, eu acho que é “Tudo ao Contrário”. É a minha favorita, assim, número um pela vibe que ela tem, a energia que ela passa, então com certeza “Tudo ao Contrário” é a minha favorita, que é a que a gente escolheu como single.

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A segunda que eu mais gosto é uma que ainda vai sair no próximo lançamento, que vai entrar no álbum também, que é a minha parceria com a Clarissa, que é uma música que eu tô mais empolgado, é mais baladinha, mais romântica, é outra pegada, mas eu acho que ela é muito um novo Zeeba. Acho que tem uma melodia que remete à coisas que eu fiz no passado, mas super encaixadinho ali no português e enfim, tô ansioso para lançar essa.

Te deixando completamente livre para usar as suas próprias palavras, tem algo em específico sobre o álbum que você gostaria muito de contar pra todo mundo e que ninguém ainda tenha te perguntado?
Zeeba: Pô, essa pergunta é nova, hein? Eu acho que uma coisa, uma curiosidade, é que a gente fez muitas músicas para depois escolher as que iam entrar no álbum. Já falei do lance do roteiro do álbum que é o que eu queria fazer também, de ter diferentes momentos, começar lá em cima e ser uma parada reflexiva, que no final traz essa coisa mais próxima, mais íntima, então acho que pode ser isso, pode ser essas curiosidades aí [risos]

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Para finalizar, gostaria de deixar uma mensagem especial para todos os seus fãs e para os leitores da Nação da Música?
Zeeba: Eu queria agradecer todo mundo que está me apoiando nessa nova fase, agradecer os fãs que me acompanham desde o passado e agora estão abraçando esse projeto novo que com certeza é um recomeço. E eu acho que é isso, acho que o álbum passa uma mensagem muito bonita, escutem que tá legal.

Eu quis trazer essa questão da gente estar mais no presente, viver no presente, ser mais otimistas. A gente vive num mundo em que temos que pensar no coletivo, mas a gente tem que pensar na gente também para podermos ajudar os outros, sabe? Primeiro em nós.

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Então é um álbum que traz, para mim, uma paz, uma felicidade e é isso que eu quero passar sempre para todos, um sorriso aí pra galera que escuta o som, uma vibe, um momento, então é muito sobre isso. Fechou? E agradecer vocês aí pelo espaço. Contem comigo sempre. Valeu!

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Katielly Valadão
Katielly Valadão
Jornalista apaixonada por palavras, cultura e entretenimento.