É fato que os anos 2000 foram uma época extremamente rica para a música mundial. Não à toa, hits deste período seguem em alta até os dias de hoje, influenciando o trabalho de artistas atuais, inclusive com samples. E é praticamente impossível falar nos anos 2000 sem pensar no nome de Akon.
Seja pela imensa lista de hits – como “Right Now (Na Na Na)”, “Smack That”, “No Matter” e “Beautiful” – seja pelas parcerias com outros artistas renomados (que incluem Eminem, David Guetta, Gwen Stefani, Lady Gaga e até mesmo Michael Jackson), inegavelmente, o cantor deixou sua marca na indústria musical. E, na última sexta-feira (04), Akon inaugurou a próxima fase de sua carreira com o lançamento do single “Akon’s Beautiful Day”.
Apesar de ter sido disponibilizada nas plataformas digitais apenas no final da semana passada, a faixa não chega como uma total surpresa para o público. Isso porque, além da prévia ter sido divulgada no TikTok (resultando em mais de 90 mil vídeos que utilizaram o áudio), a música foi tocada pela primeira vez na íntegra no icônico show feito por Akon no Rock in Rio 2024.
Com uma melodia contagiante e versos acalentadores que reforçam a importância da gratidão, “Akon’s Beautiful Day” retoma a mesma energia dos hits antigos do cantor (inclusive com referências a si mesmo), ao mesmo tempo que traz um frescor aos tempos atuais. “Acho que essa música é uma daquelas que vai trazer de volta os sorrisos das pessoas. Acho que vai fazer com que o Sol brilhe mais do que a escuridão que temos encarado ultimamente na música e também em outras coisas da vida. Esse é um dia que eu quero que todo mundo abrace o agora, como tudo que estamos vivendo, respirando, a família que nos ama e as pessoas que estão perto de nós. É focar em todas as coisas positivas ao invés das negativas e lembrar que todo dia é um lindo dia”, disse Akon durante coletiva de imprensa, que teve a mediação feita pela jornalista britânica Sharon Carpenter.
Além de já contar com um clipe oficial que será lançado em breve, “Akon’s Beautiful Day” introduz também a próxima turnê do cantor, “Superfan Tour”, que tem como principal objetivo fortalecer a conexão entre Akon e seus verdadeiros fãs. Sem anúncios oficiais de datas ou vendas, os shows tiveram os ingressos esgotados graças à dedicação dos fãs em acompanhar a vida do artista. Esse foi, inclusive, o grande incentivo que o cantor encontrou em anos para voltar a fazer música.
“Por um tempo, eu fiquei bastante desmotivado com a música, especificamente dentro dos limites da América, porque sentia que a criatividade já não fazia mais parte do negócio, e todos estavam basicamente copiando os trabalhos uns dos outros. Eu vim de uma época em que a música era tão competitiva que todo mundo tinha o próprio estilo para conseguir se diferenciar. Você simplesmente não podia ser igual a ninguém. Então quando senti que isso se perdeu, acho que também afastou um pouco da minha criatividade. Aí resolvi focar na minha filantropia, fui pra África fazer algumas coisas para tentar fazer com que o continente crescesse. Mas quando voltei aos EUA senti que estava no espaço perfeito para criar essa mudança que faria a música voltar a ser o que era. Fiquei muito animado logo de cara, mas, antes de tudo, queria ter certeza de que conseguiria reativar meus fãs raiz, que me mantiveram vivos durante todos esses anos em que eu tinha perdido a esperança. Então pensei, vamos fazer uma turnê de super fãs, sem anunciar as vendas nem nada. Vamos só abrir as vendas e ver o que acontece, porque os primeiros super fãs que ficarem sabendo, serão os verdadeiros promoters de tudo. E isso foi muito interessante porque literalmente nas primeiras 48 horas estava tudo esgotado e não conseguimos nem entender como essa informação tinha sido divulgada!”, disse o cantor.
Como se todo o conceito da faixa e da turnê já não fossem especiais o suficiente, o momento escolhido para o lançamento também não vem ao acaso. Em 2024, o primeiro álbum da carreira de Akon, “Trouble”, completou 20 anos de lançamento, ganhando uma nova versão deluxe (disponível também em vinil, por tempo limitado), além da transmissão de uma afterparty com os fãs em seu canal do YouTube. Apesar do disco ter lançado o nome de Akon no mercado musical e conquistado o público com hits como “Locked Up”, “Lonely” e “Bananza (Belly Dancer)”, o cantor revelou nunca ter se importado com números ao longo de sua carreira para não desviar-se do seu verdadeiro propósito de fazer música.
“Já fazem 20 anos! Parece que fazem só 2, na verdade! Isso nem faz sentido porque as músicas continuam relevantes até hoje. Eu ainda as escuto aonde quer que eu vá, seja no elevador, nas lojas de conveniência ou até nas redes sociais e no rádio. Essas músicas continuam tão ativas quanto eram na época em que eu havia lançado, e isso é muito louco! Esse é um dos motivos do porquê os fãs são a coisa mais importante pra mim, porque eles sempre mantiveram o foco em mim. E tudo isso veio de um lugar verdadeiro. Eu gosto assim porque nem parece um trabalho, eu não me sinto muito como uma celebridade ou mais especial do que uma pessoa comum. Cada passo que eu dei, sempre foi com a certeza de que tinha a permissão de Deus”, constata Akon.
Para além da música, Akon dedicou-se bastante ao longo dos últimos anos à sua instituição filantrópica, Akon Lighting Africa, que, desde 2014, oferece o acesso à energia solar para mais de 14 países da África. “Essa é uma grande prioridade pra mim, porque sempre disse a mim mesmo que não queria morrer rico; senão eu não apenas estaria sendo egoísta, mas também não estaria me comprometendo na Terra do jeito que eu deveria. Quero garantir que, quem quer que eu deixe para trás, esteja numa posição confortável para continuar sustentado e ter a mesma mentalidade que eu tive”, explica.
A forte ligação com suas raízes africanas acabou, inevitavelmente, servido de inspiração para o surgimento de outros artistas africanos, como os rappers Wizkid, o duo P Square e Burna Boy, com quem vai se apresentar junto a T-Pain no Red Rocks Amphitheater, em Los Angeles. “Não acho que eu deva ter algum crédito por isso, porque sinto que faz parte de um dos meus propósitos. Nunca foi sobre “eu fiz isso, eu fiz aquilo, eu comecei tal coisa”. Deus nos coloca na Terra por razões específicas, e senti que a minha era criar oportunidades para estar junto de pessoas especiais”, analisa o cantor.
Mais do que conquistar o topo dos charts musicais, discos de ouro e platina, e até mesmo 5 indicações ao Grammy Awards, Akon conseguiu atribuir à sua música a capacidade de transformar a vida das pessoas, dentro e fora dos palcos, inclusive a sua própria. “No que diz respeito a ser um artista, acho que eu nunca mudei de verdade. Mas como homem, uma coisa que mudou muito em mim foi o meu panorama da vida em si, a importância do que me cerca e do que eu consigo ou não me apoiar fisicamente”, reflete. Com “Akon’s Beautiful Day”, ele não apenas consagra os 20 anos de seu legado, mas sintetiza ainda, quase que de forma literal, os lindos dias que estão por vir nessa nova fase.
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