No dia 4 de outubro de 2004 ia ao ar, no México, o primeiro episódio da novela Rebelde. Desde então, todos os anos nessa mesma data, os fãs religiosamente comemoram o que ficou marcado como o Dia Mundial do RBD.
Para entender como a importância da banda perdura intacta através dos anos, é preciso olhar para o cenário latino e para o contexto social no qual estava inserida quando chegou ao mundo. Na época, a internet ainda não tinha a força que tem hoje, e o Twitter sequer existia. O fenômeno se estabelecia principalmente através da televisão aberta, dos programas de rádio, das revistas, e claro, através dos álbuns físicos.
Na primeira vez em que pisaram no Brasil para fazer uma divulgação, mais de 7 mil fãs já aguardavam os mexicanos no aeroporto de Guarulhos, e o terminal 2 teve que ser fechado para remanejar a multidão ali presente, fazendo com que os seis descessem pela pista. O evento que eles realizaram naquela ocasião, em São Paulo, infelizmente acabou em uma grande tragédia e deixou três mortos. A fatalidade aconteceu devido a quantidade de público ser muito superior à capacidade do espaço, algo que a produção local não havia dimensionado. Antes da vinda ao Brasil, entretanto, um episódio semelhante já havia acontecido em Dallas, no Texas, quando a polícia teve que controlar mais de 10 mil pessoas que apareceram para ver o grupo, o que resultou no cancelamento da tarde de autógrafos lá.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
Por mais que a música latina tenha ganhando espaço gradual a nível mundial no decorrer dos anos, as estatísticas anuais mostram que o Brasil ainda não a consome como os demais países da América Latina, e o RBD também mudou isso no começo dos anos 2000.
Carlos Lara, compositor de diversas canções da banda, chegou a afirmar que “RBD foi um fenômeno sociológico provocado por diversas circunstâncias”, e que “tentar imitá-lo é um ato de estupidez e arrogância“. A moda sendo replicada, as pulseiras cobrindo a metade dos braços, os uniformes, as gravatas, as estrelas na testa, os cabelos vermelhos e o súbito interesse pelo idioma espanhol foram algumas das provas dessa frase.
Pregando uma mensagem de força, de esperança, e ensinando crianças e adolescentes a lutarem por seus sonhos, o RBD logo se estabeleceu como fenômeno cultural e fonográfico. Sua primeira turnê no Brasil, em 2006, passou por 12 cidades e foi a maior realizada por um artista internacional no país, totalizando 13 shows. Ela rendeu um show no Maracanã, que estava lotado e deixou como registro o DVD “Live in Rio”.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
No decorrer dos 4 anos em que estiveram juntos, os mexicanos fizeram história e arrebataram multidões. Se apresentaram no Miss Universo, no Grammy Latino, no Pepsi Musica Super Bowl, no Madison Square Garden, e em sua primeira passagem por Los Angeles, encheram o Pantages Theatre, show que ficou registrado no CD e no DVD “Live in Hollywood”. Como convidados, cantaram no aniversário de Brasília, e na ocasião reuniram um público estimado em mais de 500 mil pessoas para o “Live in Brasília“.
Saídos do México, chegaram a gravar videoclipe na Romênia, quebraram recordes em países como Japão e França, ganharam um disco de platina após sete horas do lançamento do álbum “Nuestro Amor”, e ganharam o prêmio “Tu Mundo”, que é entregue apenas para artistas que batem mais de sete recordes mundiais. Acumuladores de números extraordinários, com sua discografia voltando para as plataformas digitais em 2020, atingiram novos 11 recordes, colocaram dois álbuns no topo da Billboard, e no dia do lançamento, o RBD foi o artista mais tocado simultaneamente a nível global no Spotify.
Abraçando e acolhendo as diferenças sociais, pregando a igualdade, a equidade e fazendo apelo pela paz, o RBD deu voz à uma geração de sonhadores. Gravou álbuns em português e em inglês, teve centenas de produtos licenciados, e em levantamento feito pela ChartMasters esse ano, o grupo segue em segundo lugar na lista de artistas que mais venderam no Brasil, com a incrível marca de 2,37 milhões de álbuns comercializados apenas em território brasileiro, ficando atrás apenas do rei do pop Michael Jackson.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.
Quando anunciaram a separação, em 2008, Alfonso Herrera, Anahi, Christian Chávez, Dulce María, Christopher von Uckermann e Maite Perroni foram inundados por um apelo que tomou as ruas de diversas cidades. Inconformados com o fim e sem querer dizer adeus, os fãs do RBD organizaram passeatas que tomaram proporções gigantescas, chegando a ser noticiadas em diversos países. Com faixas, cartazes e camisetas, centenas de pessoas marcharam pedindo para que os seis continuassem juntos.
Embora sua trajetória tenha sido relativamente curta, de apenas quatro anos, os feitos alcançados pelo RBD foram tão relevantes para a indústria, sobretudo a latina, que vários de seus recordes seguem intocados ainda hoje, treze anos após o fim. Nesse dia 4 de outubro de 2021, os fãs têm novos motivos especiais para comemorar: o show virtual que aconteceu em dezembro passado, o single inédito “Siempre He Estado Aqui“, e a turnê de reencontro que eles estão preparando para fazer em breve. As gravatas vermelhas que ainda estão guardadas no fundo de alguma gaveta seguramente vão encontrar seu caminho de volta para estampar os peitos de uma geração orgulhosa, e aquelas palavras mágicas sem dúvida ainda podem ser ditas de cor: Yo digo R, tu dices BD. RBD! RBD!
Muito obrigado pela sua visita e por ler essa matéria! Compartilhe com seus amigos e pessoas que conheça que também curtam RBD, e acompanhe a Nação da Música através do Google Notícias, Instagram, Twitter, YouTube, e Spotify. Você também pode receber nossas atualizações diárias através do email - cadastre-se. Caso encontre algum erro de digitação ou informação, por favor nos avise clicando aqui.
Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.