Mateu abre seu coração no EP “Tragédias Irônicas”

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Foto: Madame Voodoox

Em primeira mão para a Nação da Música, nesta sexta (14), o cantor pernambucano Mateu divulgou o trabalho de estreia “Tragédias Irônicas”. O EP mostra as vulnerabilidades do artistas e aborda as complexidades da vida emocional

Produzido por Gabriel Fontes (“Vinho”, “Sorriso dos Outros” e “Agnes”) e Alvim Soares (“Ninguém Quebra Meu Coração”), este EP é reflexo de um período turbulento de sua vida, em que enfrentou uma de suas maiores crises emocionais. Inspirado pelo som do rock alternativo dos anos 1980 e pelas letras de artistas contemporâneas como Lana Del Rey e Lorde, as canções expressam os sentimentos de revolta e desesperança que Mateu experimentou. Ao mesmo tempo, ele ressalta que essas músicas não são uma “cura” para o sofrimento, mas sim uma forma de lidar com ele, mostrando que a dor é algo com o qual é preciso conviver, não apenas superar.

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Mateu destaca a importância de compartilhar essas emoções com o público, mesmo que a fase difícil já tenha passado. A transparência sobre seus altos e baixos é essencial em sua arte. Pois sua intenção não é esconder quem ele foi ou o que viveu, mas integrar todas as suas experiências, incluindo as mais sombrias, como parte de sua identidade.

“Embora eu esteja em um outro momento, para mim faz todo sentido que essas músicas cheguem ao público agora. Eu gostaria que as pessoas me conhecessem através dessas histórias que, mesmo que possam não ter sido tão boas, são parte do que vivi e experimentei. O que eu busco na música e na vida é me sentir bem. Entendo que não estaremos plenos a todo instante, e é sobre esses altos e baixos que trato em minhas letras”, explica Mateu.

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Uma das inéditas do EP, “Agnes” é uma canção inspirada na personagem do livro “A História de Shirley”, com a qual ele se identificou profundamente. Foi a forma como Mateu encontrou de expressar empatia por essa personagem que, assim como ele próprio, enfrenta julgamentos e dificuldades que não são facilmente compreendidos pelos outros. A letra surge como uma forma de acolher essa dor, oferecendo um ombro amigo para a personagem e, por extensão, para ele mesmo.

Já “Ninguém Quebra Meu Coração” nasceu de uma conversa com um ex-namorado a partir de reflexões sobre as fragilidades de um relacionamento, as concessões necessárias e os sentimentos contraditórios entre o desejo de permanecer e a vontade de seguir em frente. Ao dizer, em tom de brincadeira, que ele era um “pesadelo” na sua vida, Mateu recebeu a resposta que se tornou a gênese da canção: “se sou pesadelo, também fui um sonho”.

As outras duas faixas que completam o EP foram lançadas previamente. “’Vinho’ eu escrevi sob a perspectiva de um relacionamento em seu início, sobre como aquela paixão poderia se tornar algo grandioso. Já a ‘Sorriso dos Outros’ compus durante uma festa de aniversário e tornou-se uma espécie de metáfora para a minha busca por aprovação externa. O que, por um tempo, parecia ser a única coisa capaz de apaziguar as minhas inseguranças”, explica.

As canções de “Tragédias Irônicas” refletem o percurso pela busca de sua própria identidade e aceitação, abordando temas como a frustração, a vulnerabilidade e, claro, a resiliência diante dos desafios da vida. Marcado por narrativas pessoais e intimistas, Mateu segue sua jornada e construção artística pautado pelo desafio de revelar-se ao mundo através da música.

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Marina Moia
Marina Moia
Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.