A magia do ano 4 e a fábrica de hits: A doce vingança do MCR

“Ah, você é emo?” Foi por causa deste lançamento, há dez anos atrás, que quem curtia rock ouviu essa pergunta inúmeras vezes. “Three Cheers for a Sweet Revenge” não foi o debut do My Chemical Romance, mas foi ele que alçou o grupo de “Helena” e “I’m Not Okay” para o sucesso mundial. E nem foi apenas isso, foi esse álbum que sacudiu a poeira do emocore inspirado no Horror Punk de grupos consagrados como The Misfits e AFI.

Apesar de terem sido executados até ninguém mais aguentar (nem mesmo os fãs e eu posso dizer com propriedade de quem levou uns bons cinco anos para voltar a ouvir “Helena” na integra), os singles do MCR marcaram exatamente o que a banda queria mostrar em seu primeiro sucesso comercial. “I’m Not Okay (I Promisse)” foi o primeiro a ser lançado e chegou três meses após o lançamento do disco ironizando os anos de escola de Gerard Way com um clipe iluminado e, de certa forma, bem engraçado. Na sequência, os mais darks “Helena” e “Ghost of You” mostraram uma face mais sombria do grupo.

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Mas não é só de singles que “Three Cheers” foi feito. Ouvindo com atenção, é possível reconhecer a angústia dos amantes desesperados por sua vendetta. E assim são “Give’em Hell, Kid”, “To the End” e “I Never Told You What I Do For A Living”, que fecha o disco de maneira espetacular.

Diferente das estreias do Killers e Franz que marcaram presença em diversas listas, o segundo álbum dos meninos de Nova Jersey ficou um pouco de lado. Para a sorte dos fãs, esse fato não diminuiu a sede dos irmãos Way e sua banda de continuar perseguindo a vingança que enfeitou o imaginário da banda. No sucessor de “Three Cheers”, “Black Parade”, o grupo abraçou com mais força o lado dark, saindo da vingança e indo de encontro com a morte, principalmente na faixa que dá nome ao álbum.

E quem achou que eles não conseguiriam se livrar desses fantasmas tomou um susto com o último álbum de inéditas do MCR: Em “Danger Days”, o grupo mostrou um lado nada sombrio, apostando em muita cor e um tom quadrinhesco para o final. O MCR declarou oficialmente seu fim em 2013 e lançou uma coletânea com singles, demos e algumas inéditas.

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