Recentemente vimos a notícia de que a Faculdade de Doutores de Salamanca, na Espanha, homenageará Caetano Veloso com o título de Doutor Honoris Causa. Ao informar a escolha, a universidade o colocou no mesmo patamar que lendas da música internacional como Bob Dylan, John Lennon, Paul McCartney e Patti Smith. E, de fato, o músico brasileiro não fica atrás de nenhum dos nomes citados.
Como prova, neste fim de semana Caetano Veloso esgotou três shows seguidos no Espaço das Américas, a maior casas de shows de São Paulo, e mostrou que duas horas de espetáculo por noite foram poucas para executar no palco parte do gigante e rico repertório que possui.
Aos 79 anos, e com uma carreira que ultrapassa cinco décadas, o cantor e compositor baiano fez um compilado musical de sua trajetória que levou o público a se emocionar e a se levantar de suas comportadas cadeiras para dançar frente ao palco músicas como “Reconvexo”, “Lua de São Jorge” e “Odara”.
O setlist foi baseado no mais recente álbum de inéditas de Caetano, Meu Coco, lançado em 2021 em meio à pandemia do coronavírus. Dele, entraram no repertório “Anjos Tronchos”, “Enzo Gabriel”, “Não Vou Deixar”, “Ciclâmem do Líbano”, “Noite de Cristal”, entre outras.
O álbum Transa, lançado em 1972 e que está completando cinco décadas este ano, também foi contemplado com a faixa que abre o disco, “You Don’t Know Me”. Já o álbum Cê, de 2006, foi relembrado com uma nova versão de “A Bossa Nova é Foda.”
Obviamente, não faltaram clássicos da MPB como “Sampa”, “Avarandado”, “O Leãozinho” e “Baby”; todos cantados em uníssono pela plateia que continha alguns famosos presentes como o cantor e ator Seu Jorge, o médico Drauzio Varella, o ator Chay Suede e a esposa e atriz Laura Neiva, o apresentador João Vicente, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o deputado federal Túlio Gadêlha e a atriz Maitê Proênça.
Visivelmente empolgado em poder estar de volta aos palcos, Caetano Veloso demonstrou simpatia e talento como sempre. Ele relembrou as bandas que o acompanharam durante sua trajetória artística, inclusive, citando o nome de cada integrante que tocou em cada uma delas e, como era esperado, fez seus protestos políticos dizendo ao microfone as frases “Fora Bolsonaro” e “Lula-lá”, que viraram coro na casa de shows.
Caetano Veloso é, definitivamente, um dos maiores artistas do Brasil e também do mundo. Em uma playlist, suas canções podem desfilar tranquilamente entre “Blowin’ In The Wind”, de Dylan, “Imagine”, de Lennon e “People Have The Power”, de Patti Smith. A força criativa, a mensagem e a importância de cada uma delas são da mesma qualidade e intensidade das de Caetano, o nosso gênio da música.
Ao final do concerto, o sentimento de todos os presentes que cantavam o refrão de “A Luz de Tieta” era o mesmo: o de saber como é bom ser brasileiro e viver na mesma época em que Caetano vive.
Texto por: Itaici Bruneti
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