Disco do Dia #16: Cícero – “Canções de Apartamento”

Para ouvir num dia chuvoso. Ou andando de bicicleta. Ou numa estação de trem, enquanto estiver sozinho. Essas são apenas algumas das situações em que se recomenda ouvir “Canções de Apartamento”, disco de estreia do carioca Cícero Lins (só Cicero, pros íntimos e pros ouvintes dos seus cd’s), lançado em 2011.

Pode-se dizer que Cícero evoluiu desde sua saída da falecida banda Alice, e o álbum, lançado de forma independente, foi uma surpresa. O estilo do disco não é novo: os arranjos das músicas são, muitas vezes, simples. Temos um estilo semelhante nos Móveis Coloniais de Acaju, por exemplo. O diferencial do disco são as letras, carregadas de poesia, lirismo, sentimento e muitas vezes uma ironia. A guitarra tem papel constante nas faixas, mas aparece escondidinha, bem tímida, e algumas músicas, como “Vagalumes Cegos”, tem participações especiais da sanfona, que dão um toque quase caseiro, confortável – mas não amador – ao disco.

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Melhor música: “Tempo de Pipa”

Pontos Fortes: A sonoridade das músicas, a intensidade de cada faixa. Não há uma faixa no álbum que não resulte em ao menos um “replay“, uma segunda ouvida para que notemos a dor, o sentimento de cada faixa.

Pontos Fracos: Não há uma grande diversidade nos ritmos das músicas. O enfoque, como já dito acima, são as letras, e embora seja um disco maravilhoso, pode enjoar alguns ouvidos.

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Lígia Berto
Lígia Berto
Lígia Berto: Aspirante a jornalista que dormiu demais e perdeu a hora para nascer durante a Geração Beat. Desde que entrou na faculdade, não sabe para qual lado atira: literatura, política ou cultura. São 19 anos de indecisão. Para tentar descobrir, escreve sobre os três assuntos em diferentes veículos, entre eles o Nação da Música. Irritantemente obsessiva por sagas literárias e constantemente envolvida por alguma banda britânica.