Disco do Dia #52: Lana Del Rey – “Ultraviolence”

Se tem outra artista que não pode faltar na minha lista é Lana del Rey e o álbum escolhido foi “Ultraviolence”, o tão esperado sucessor de “Born to Die”. Depois de explodir no mundo da música com seu segundo disco de estúdio, muitas expectativas se criaram para saber qual seria a continuação dessa história. A própria Lana chegou a “duvidar” que pudesse escrever seu terceiro álbum, comentando em entrevistas que estava bloqueada e chegando até mesmo a mudar o conteúdo do disco, após pensar que ele estava “pronto”.

Mas, felizmente e finalmente, em 2014 foi lançado o álbum intitulado “Ultraviolence”. Mais intenso, sombrio e pesado que seu anterior, o disco deixa pra trás as faixas mais instrumentalmente animadas, trocando a influência do hip-hop pelo bom e velho rock. Grande parte do material foi produzido por Dan Auerbach, integrante do The Black Keys e fez-se uma combinação muito interessante entre as letras melancólicas de Lana e os sons de guitarra e bateria que se percebe logo no primeiro single, “West Coast”. A mudança de um estilo pra outro não foi completa e por mais que se distancie bastante de “Born to Die”, ainda há certa marca deste no novo material, como observamos na canção “Florida Kilos”, uma das faixas bônus da edição deluxe.

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Melhor música: “Cruel World”. Essa faixa é um desespero de boa. Como absolutamente nada que Lana havia feito anteriormente, “Cruel World” abre o álbum majestosamente em quase sete minutos de deleite e nos dá uma boa dica do que vem pela frente: músicas mais sombrias com um novo nível de intensidade.

Ponto Forte: “Ultraviolence” é com certeza um álbum mais maduro que seus antecessores. A artista correu um risco indo por um caminho que ninguém esperava, deixando um pouco as influências do hip-hop de lado, e como um todo temos faixas mais pesadas, tanto instrumentalmente quanto liricamente, ainda que os temas retratados nas canções do disco sigam a mesma linha dos materiais anteriores. Com isso, muitos elementos inéditos são incluídos no caminho musical da artista, como as sarcásticas faixas “Money Power Glory” e “Fucked My Way Up To The Top” e as surpreendentes “West Coast” e “Cruel World”.

Ponto Fraco: Seu ponto forte é também seu ponto fraco. Acredito que por instalar um clima sombrio e denso neste álbum, o “elemento surpresa” que observamos, por exemplo, em “Born to Die,” onde cada faixa é diferente de sua anterior, se perde. Outra questão, comparando com o “Born to Die”, é que Lana parece estar menos disposta a mostrar suas experiências pessoais e sentimentos, embora ainda o faça de maneira menos óbvia. Digamos que nesse sentido, o segundo álbum de Lana é mais claro e tem aquele elemento que permite nos relacionarmos mais com o que é cantado.

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