Começo a minha semana aqui na coluna de Discos do Dia falando um pouco mais de “Kintsugi”, o novo álbum do Death Cab For Cutie. O álbum, que chegou às lojas no final de março, é o oitavo da carreira da banda de Washington. O nome do registro é o mesmo usado para definir a arte japonesa de reparar cerâmicas quebradas e, também, filosoficamente utilizado para ilustrar que falhas e reparos fazem parte da da história de determinado objeto.
O nome serve também como metáfora, tanto para a carreira do Death Cab, que sempre soube se reconstruir, como também para o atual momento. Durante as gravações de “Kintsugi” o grupo perdeu o guitarrista Chris Walla. É verdade que Chris participou do processo de produção do material e é possível sentir o seu dedo em diversos momentos do registro, porém este é o primeiro lançamento da carreira da banda em que Walla não assina a produção.
O projeto contou com a produção de Rich Costey, conhecido por trabalhos com Muse e Frank Turner.
Melhor Música: As quatro músicas iniciais do álbum são arrebatadoras. É impossível ouvi-las e não ser transportado por diversos momentos da carreira do Death Cab For Cutie. Destaque pra balada “Little Wanderer” e suas metáforas para lidar com o amor a distância.
Ponto Forte: Essa viagem das músicas iniciais se mantém ao longo de grande parte das canções dos disco, mas é possível dizer que, apesar do sentimento nostálgico, “Kintsugi” também aparece como uma esperança silenciosa. Não sou dos maiores fãs dos últimos lançamentos da banda, e ainda guardo um lugar especial no meu coração para “Transatlanticism”, de 2003 e “Plans”, de 2005. Na minha concepção, o disco de 2015 parece mostrar um Death Cab mais voltado para aquela energia.
Ponto Fraco. Como citado anteriormente, Chris Walla deixou a banda. Apesar dele ter participado ativamente da produção do disco, fica a dúvida de como o Death Cab For Cutie será daqui pra frente. Porém, é difícil dizer que isso é, necessariamente, um ponto fraco. Ben Gibbard, Nick Harmer e Jason McGerr são igualmente talentosos. Estamos falando mais de uma ansiedade do que de um medo pelo futuro.
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