Entrevista: Ana Muller fala sobre sua carreira solo e o novo EP

ana mullerNa última terça-feira (03) a cantora Ana Muller divulgou o seu primeiro trabalho em carreira solo, o EP que carrega seu próprio nome e traz cinco faixas, lançado pelo selo Garimpo Brasileiríssimos.

Ex-integrante da banda Aurora, a cantora começou a se interessar por música com apenas 7 anos e agora assume a frente do palco acompanhada de seu violão, trazendo entre as músicas o single “Me Cura”, além de faixas inéditas.

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A Nação da Música conversou com a Ana pra falar sobre esse novo caminho em sua carreia, o lançamento do EP, suas inspirações musicais e muito mais.

A entrevista foi feita por Andressa Oliveira

————————————————————————————————————— Leia a íntegra

– Conta para gente um pouco de como começou a sua história.

Minha história com a musica começou muito cedo. Eu sempre me senti muito musical e sempre foi muito natural compor e cantar. Tanto que só mais velha descobri que isso não era natural pra todo mundo. Com 7 ou 8 anos eu já compunha musicas mais concretas, inventava histórias na minha cabeça e fazia uma trilha sonora pra elas. Aprendi a tocar violão sozinha nessa mesma idade. Aprendi vendo meu pai tocar. Ele também aprendeu sozinho e não sabia ensinar, então ele colocou meus dedinhos em uma ou duas posições e dali em diante eu fui desenvolvendo olhando ele tocar. Aos 16 anos tive uma banda de rock, fiz um ou dois shows e depois tive a Aurora aos 19 ou 20. Quando a Aurora acabou eu continuei compondo e a carreira solo surgiu muito despretensiosamente. Eu não achava que sozinha as pessoas fossem me ouvir; Além disso, eu sempre gostei de me esconder e sempre me senti melhor em banda, até porque assim o foco não seria eu. Eu sou muito tímida, mas quando eu vi tinha rolado, tomou uma proporção maior do que eu esperava.

– E como surgiu o seu projeto solo depois da banda Aurora?

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A Aurora acabou e eu continuava compondo muito. Acho que foi a época que eu mais compus na vida. Tava naquela fase dos vinte e poucos anos e uma efervescência de caos, tinha que compor! E os meus amigos continuavam querendo escutar. No inicio eu gravava no celular e enviava pra cada um. Depois, pra ficar mais fácil, comecei a fazer uns vídeos caseiros pelo celular e fiz uma página no Facebook e postava os vídeos, assim ficava mais fácil pra eles e pra mim. Meus amigos foram espalhando pra outros amigos e eu comecei a achar que poderia dar certo. Fiz uns vídeos com qualidade melhor e um deles foi o vídeo de “Deixa”. Daí para frente foi só construir.

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– O EP apresenta 5 músicas com muita história. Como foi o processo de composição e produção desse trabalho?

Todas as musicas do EP são na verdade desconexas. Digo no sentido de que foram feitas cada uma em um determinado tempo da minha vida. “Não vá embora”, por exemplo, eu compus na época da Aurora. O disco foi produzido pelo Felipe Gama, com co-produção do Thiago Perovano, que foram responsáveis por me ajudar a escolher quais músicas iriam entrar no EP, junto com minha produtora na época, Bia Souza. A gente quis que uma canção conversasse com a outra, que o disco ficasse homogêneo, e que representasse o que eu queria. Quis um disco mais dançante, mais pra cima, que a gente conseguisse levar algo denso de uma maneira mais leve. Foram quase 2 anos produzindo o disco e ele mudou algumas vezes ao longo desse tempo, mas no final encontramos algo bem natural. Levou tempo justamente pra ser bem natural, sem forçar a barra.

– Você passou por um momento bem delicado na sua vida, onde lutou contra a depressão. Você espera que esse EP também inspire outras pessoas que estão vivendo o mesmo?

A depressão na verdade não foi um momento, foi uma vida inteira. Dos 11 aos 24 anos. Eu me descobri e foi assim que eu consegui vencer a depressão. Cada indivíduo é único e nem sempre o que ajuda um ajuda outro, mas o meu processo de “cura” foi bem íntimo e espiritual. Eu não sabia que minha musica ajudava as pessoas. Eu não sabia que as pessoas se inspiravam nas minhas canções. De repente eu me vi realizando um sonho e ao mesmo tempo eu estava vazia e perdida. Meus fãs foram fundamentais no meu processo de luta contra depressão. Eles me inspiraram, rezaram por mim e se enxergaram em mim. Eu recebi muitos relatos de gente que superou muitas coisas com a ajuda das minhas musicas, então eu tive que me levantar. Eu tive que olhar pra dentro de mim mesma e procurar uma saída definitiva da depressão, porque percebi que mais pessoas do que eu imaginava precisavam de mim. Eu não podia simplesmente abandonar o navio. Meu trabalho é dedicado a cada pessoa que enfrenta uma depressão ou qualquer outro transtorno psiquiátrico. Eu peço a Deus todos os dias para que minhas canções sejam instrumento de luz na vida das pessoas. Tem uma musica minha, que ninguém conhece ainda, que diz “A minha voz é instrumento de meu Pai e as minhas mãos são instrumento do Senhor”. Eu sou mero instrumento, mais um grãozinho de areia, mas eu tenho muita gratidão por conseguir de alguma forma levar amor e luz para as pessoas.

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– Quais foram as suas inspirações musicais?

Minhas inspirações principais são da musica caipira de raiz. A maneira como a musica caipira era feita sempre me inspirou, além do jeito simples de falar de coisas tão densas e a singeleza das palavras. Os compositores que sempre me inspiraram são os que compõe de maneira simples, os que dizem as coisas como se conversassem ao pé do ouvido. Chico, Caetano, Gil, Renato Russo…

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– Em março você começa uma turnê pelo Brasil. Como estão os preparativos?

Já está tudo certo. As datas de março e abril já saíram! Agora é só esperar e aguentar a ansiedade para encontrar todo mundo, matar a saudade de algumas cidades e conhecer novas!

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– Além da turnê, quais são os planos para esse ano que está começando?

Esse ano o plano principal é rodar mesmo o país. Ir a lugares que a galera sempre pede e nunca conseguimos fazer acontecer. Além disso, a gente quer fazer clipe, fazer camisa e fazer o EP físico! 2017 vai ser lindo!

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Juliana Izaias
Juliana Izaias
Prefere ser chamada de Ju. Jornalista, apaixonada por música, festivais, seriados, gatos e Arctic Monkeys.