A jovem cantora Bea Miller lançou no mês passado um novo videoclipe para a música “feel something”, que conta com meio milhão de visualizações no YouTube e mais de 50 milhões de streams no Spotify. Com disco de estreia, “Aurora”, lançado em 2018, a norte-americana se prepara para lançar novas canções nos próximos meses e um EP até o final do ano.
A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com Bea Miller via Zoom sobre os lançamentos futuros, a inspiração por trás de “feel something” e também sobre a relação com os fãs brasileiros.
———————– Assista na íntegra (ative as legendas!):
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———————– Leia a íntegra:
Olá, Bea! Como você está?
Bea: Oi! Estou bem! Como você está?
Estou bem! O que você tem feito nos últimos dias?
Bea: Estou bem. Obviamente não estou fazendo muita coisa. Acho que provavelmente ninguém está. Estou só tentando trabalhar o máximo que eu conseguir nas minhas músicas que serão lançadas. Fazendo o possível, enquanto ainda estou fazendo isolamento social na minha casa. Mas sabe, estamos tentando achar maneiras criativas de gravar vídeos e tirar fotos, coisas assim, de maneira segura.
Então isso é basicamente o que eu tenho feito. Trabalhando nas coisas que iremos lançar em breve. Mas na maior parte do tempo estou apenas ficando em casa, como todo mundo. Assistindo TV e esperando que as coisas melhorem!
Esperamos que sim! Como tem sido esse período pra você, criativamente falando?
Bea: Não posso dizer que eu tenho sido mais criativa do que sou normalmente, durante esse período. Eu acho que nos primeiros meses de quarentena, eu estava tentando encontrar uma maneira positiva de interpretar essa situação porque eu posso ficar triste e ter pensamentos negativos muito rápido. Então eu estava tentando encontrar coisas que eu pudesse focar e que fossem mais positivas.
Por um momento, pensei que poderia ser um período bom para me forçar a estar em casa
e ter tempo para criar coisas e fazer as coisas sozinha. Escrever sobre o que eu estava sentindo. Mas depois de algumas semanas, eu percebi que como compositora, eu preciso sair e viver a vida para conseguir escrever boas canções. Obviamente não tenho conseguido fazer muito isso, então muitas coisas que eu estou criando são bem tristes. Eu não acho que o mundo precisa muito mais disso no momento.
Eu não estou criando necessariamente nada que vou lançar, enquanto estou aqui sozinha. Mas ainda assim é legal ter essa válvula de escape e poder expressar meus sentimentos para mim mesma, para tirar do meu peito. Não consigo dizer se isso ajudou minha criatividade de alguma maneira. Mas sei que muitos amigos artistas e compositores estão passando pela mesma coisa, então… Pelo menos não sou só eu!
“feel something” é uma música incrível e ganhou um novo videoclipe! Como foi o processo criativo dessa música? Quais foram as inspirações para escrevê-la?
Bea: Quando eu escrevi essa música, eu estava passando por um período esquisito, em que eu não estava me conectando com nada à minha volta. Isso foi muito estranho pra mim porque sempre muito uma pessoa muito emotiva, que ou está muito feliz ou super pra baixo. Nunca é algo no meio. Sou muito emotiva e é sempre muito óbvio! Sempre expresso o que eu estou sentindo e geralmente estou sentindo muita coisa!
Eu estava passando por essa fase esquisita em que eu não conseguia ir pra nenhum lugar sem sentir que eu estava dentro de uma bolha. Eu via as pessoas andando na rua, conversando entre si, e eu não entendia. Eu me sentia diferente daquilo. Eu ia com meus amigos em festas, nas casas deles, enfim, eu via as pessoas rindo e eu não achava que nada era engraçado! E não era como se eu estivesse triste. Eu não estava triste! Mas eu não estava empolgada. Eu não conseguia ficar triste e não conseguir ficar feliz por nada.
Era muito estranho! Até hoje eu não sei bem o que estava acontecendo exatamente. Mas naquele momento, eu me sentia muito desconectada de todos à minha volta que eu comecei a acreditar que talvez fosse melhor se eu simplesmente estivesse devastada do que não sentir nada. Porque se eu estivesse triste, eu pelo menos poderia me conectar com as pessoas que estavam tristes também. Poderia me conectar com músicas tristes! Ou filmes ou programas de TV que são tristes.
Mas eu não me sentia entretida por nada. Eu não ligava para nada. Era muito estranho. E como eu disse antes, eu preciso viver a vida e experienciar as coisas e ter emoções para conseguir escrever músicas boas.
Quando eu fui ao estúdio naquele dia, no dia em que escrevemos “feel something”, eu me lembro de falar “Gente, eu não sei sobre o que escrever hoje! Eu não tenho emoções, não tenho nada para falar!”. E eu estava escrevendo com meus amigos naquele dia e eles falaram “então por que você não fala sobre isso? Por que não escrevemos uma música sobre você não ter nada para falar hoje?” E aqui estamos!
Sei que você gosta muito do espaço e astronautas! O videoclipe tem muito disso! Como foi a experiência das filmagens?
Bea: Definitivamente foi um vídeo difícil para eu gravar. Tinham muitas ideias acontecendo ao mesmo tempo. Mas eu realmente amei o produto final e valeu muito a pena! Eu sempre amei o espaço e sempre quis ser uma astronauta quando eu era criança. Acho que várias crianças querem isso, mas esse sonho nunca morreu depois que eu cresci. Na verdade, eu ainda seria, se fosse possível.
Quando eu descobri que você precisa ter pelo menos 1,58 de altura para poder ir ao espaço, eu comecei a chorar porque tenho 1,55. Eu fiquei muito, muito chateada com isso. Não que eu seja inteligente o bastante para ir ao espaço! Mas por algum motivo, isso realmente acabou com o sonho para mim para sempre. Então, conseguir ser uma astronauta no meu videoclipe foi o mais próximo que cheguei desse sonho. Fiquei muito animada por isso.
Eu só queria poder criar algo que se passasse num futuro distópico. Porque eu sinto que nós estamos chegando num ponto em que estamos nos desconectando aos poucos de outras pessoas. E ficando menos inteligentes emocionalmente com o passar do tempo. Porque estamos passando tanto tempo nos nossos celulares e nas redes sociais e coisas assim. Que não são necessariamente reais, mas que estão se tornando mais importantes do que as coisas que são. Isso me assusta muito e é interessante de pensar que se continuarmos assim, como isso vai parecer daqui 100, 200, 500 ou 1000 anos? A humanidade ainda estará assim?
Eu achei que seria divertido criar algo em que neste futuro bem distante, nós todos moramos em planetas diferentes e somos muitos desenvolvidos com a nossa tecnologia, mas que por causa disso nós perdemos o contato uns com os outros e com as nossas emoções e como nos comunicar. Tipo, você tem que, nesse futuro, mundo, nessa realidade, ir à uma sessão de terapia de verdade ou algum tipo de entidade para que eles possam despertar essas emoções. Seria algo que as pessoas teriam que fazer para conseguir sentir algo e se conectar com as pessoas à sua volta.
É, com certeza foi o vídeo mais conceitual que eu já fiz. Eu acho que o resultado ficou muito legal!
Sim, ficou muito legal mesmo! O que você pode nos contar sobre as novas músicas que serão lançadas? Você está planejando um EP, um álbum? O que pode nos contar?
Bea: Eu tenho um EP que vai sair nos próximos meses. Ainda não tenho uma data exata porque sempre está mudando, mas será antes do final deste ano! Provavelmente no mês que vem ou no próximo. Teremos novas músicas! Estamos tentando gravar vídeos. Tentando tirar fotos e produzir conteúdo interessante. Obviamente tem sido na marcha lenta por causa de tudo que está acontecendo. Mas eu estou muito animada!
Definitivamente é o trabalho mais sincero que eu já lancei. Acho que as pessoas vão realmente gostar e entender ou elas não vão entender do que eu estou falando e vão odiar. Mas acho que isso acontece com muitas músicas.
Só estou esperando que dê tudo certo! Porque com certeza é meu projeto favorito que fiz até agora. Estou muito orgulhosa dele. E acho que por mais que seja similar às minhas músicas antigas, para ainda soar como eu mesma, também soa diferente e alguns dos estilos e produções que usamos são bem diferentes. Coisas que nunca imaginei que fosse usar nas minhas músicas antes. Estou muito animada com isso!
Estou ansiosa para apresentar essas músicas se uma hora voltarmos com shows novamente! Parece que nunca vai acontecer! Sei que ficará tudo bem, algum dia. É que parece tão distante de agora! É, estou muito animada. Eu falo muito mais de mim mesma nestas letras do que já falei antes. Histórias verdadeiras sobre coisas que realmente aconteceram. De maneira profunda e até de maneiras engraçadas, às vezes, nas letras.
Bea, tem alguém com quem você gostaria de colaborar no futuro? Compositores, produtores ou cantores?
Bea: Sinceramente, eu não consigo pensar em muitas pessoas com quem eu não gostaria de colaborar. Acho que seria difícil para mim te dar uma lista de pessoas com quem eu quero de fato colaborar e de pessoas que não. A lista de pessoas com quem quero trabalhar seria tão longa que ficaríamos sentadas por horas aqui.
Estou aberta para todos que quiserem fazer música comigo e que eu queira fazer música com eles! Só a ideia de pensar em criar num sala, fisicamente, com qualquer um, já é empolgante para mim porque faz muito tempo que pude fazer isso. Mas eu escuto todos os tipos de músicas, gêneros, artistas e estilos! Qualquer coisa! Eu estou aberta para qualquer coisa! Acho que eu ficaria inspirada por tantas pessoas, de tantas maneiras diferentes.
Você recebe muitas mensagens do Brasil, dos fãs brasileiros?
Bea: Sim, oh, sim! Muitos dos comentários nas minhas fotos do Instagram são simplesmente “Venha ao Brasil!”. Tem vezes que só recebo a palavra “Brasil”. As pessoas simplesmente escrevem “Brasil”. E eu só “Sim, Brasil!”. Tipo, ok, não sei o que isso significa, mas… Olá!
Às vezes eu recebo muitos comentários dos brasileiros em todas as minhas redes sociais. E eu sei que preciso ir até aí! Eu nunca me apresentei no Brasil antes e eu adoraria fazer isso! Obviamente quando for seguro, vou adorar ir. Porque sei que tenho muitos fãs esperando por mim aí!
Então está nos planos? Quando tudo se acalmar?
Bea: Sim, sim, é claro! Eu sempre quis ir ao Brasil.Na verdade já falei disso várias vezes com a minha equipe. As pessoas no Brasil querem ver Bea Miller! Seja lá por qual razão, mas precisamos ir! Simplesmente não deu certo antes. Estávamos planejando fazer mais shows e festivais internacionais neste ano, mas é claro que acabou não acontecendo. Acho que se estivéssemos planejando para este ano, provavelmente remarcaríamos ou tentaríamos reagendar diversas coisas que deveriam ter acontecido neste ano para quando pudermos fazê-las, o Brasil estaria no topo da lista de prioridades!
Seria legal! Gostaria de mandar uma mensagem aos fãs?
Bea: Sim! Claro! Obrigada, gente, por ouvirem a minha música e me apoiarem de tão longe, por tanto tempo! Desculpe por ainda não ter conseguido ir até vocês! Eu estarei aí assim que for seguro para ver todos vocês! Amo vocês! Obrigada!
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