Entrevistamos Bryan Behr sobre novo EP “Capítulo 1”

bryan behr
Foto: Divulgação

O catarinense Bryan Behr divulgou nesta sexta-feira (15) o novo lançamento da carreira, o EP “Capítulo 1”, nas principais plataformas digitais. O trabalho chega também com o videoclipe oficial de “Eu Sou Sentimental”, onde o cantor revela seu lado cômico.

A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com o cantor sobre o novo EP e o processo criativo por trás dele. Além disso, Bryan Behr falou sobre as gravações do videoclipe e o que podemos esperar dos próximos projetos.

- ANUNCIE AQUI -

Entrevista por Marina Moia.

————————————— Leia a íntegra:
Oie, Bryan! Obrigada por falar com a gente hoje. Como você está? O lançamento do EP “Capítulo 1” é nesta sexta-feira e gostaria de saber como foi o processo criativo deste trabalho, principalmente por estarmos numa pandemia.
Bryan Behr: Foi um processo criativo muito tranquilo, trabalhando com o Juliano Cortuah, com quem também trabalhei em “A Vida É Boa”. Eu tinha uma seleção de músicas e estava decidindo e um dia acordei e pensei que não deveria colocar “Só Não Me Deixe Só”. Eu precisava muito colocar no EP uma música que falasse também sobre o lado caótico da vida. Essa visão perfeccionista da vida, otimista do amor, eu acho muito legal, mas eu também preciso escrever sobre o lado caótico da vida. A gente então decidiu tirar “Só Não Me Deixe Só”, que já estava dentro do EP, pra colocar “Eu Sou Sentimental”.

- ANUNCIE AQUI -

O processo inteiro foi muito doido, mas foi muito gostoso. O meu eu criativo se divertiu muito fazendo porque dentro do estúdio a gente testou muitas coisas. Teclados diferentes, guitarras diferentes, timbres diferentes, ambientes diferentes. A gente se arriscou muito mais no “Capítulo 1”. Em “A Vida É Boa”, tinha um Bryan mais controlado com as coisas, receoso, eu queria jogar mais nos instrumentos, baixo, violão e bateria. E no “Capítulo 1” eu quis até tirar o violão, coisa que eu achei que talvez nunca faria porque o violão estava intrínseco na minha música. Acho que no “Capítulo 1” foi um processo criativo muito feliz porque eu me diverti muito tanto escrevendo as músicas como produzindo as faixas com o Juliano.

Você comentou sobre sair da zona de conforto e eu assisti o videoclipe de “Eu Sou Sentimental”, que também vai ser lançado no mesmo dia, e ele é algo totalmente diferente dos seus clipes anteriores. Ele mostra sua veia cômica, de ator, não só explorando o lado romântico que todo mundo conhece e gosta. Como foi fazer esse videoclipe e sair um pouco da zona de conforto também no âmbito do visual?
Bryan Behr: Foi muito doido. Foi a primeira vez que eu usei um terno na minha vida [risos]. Eu nunca tinha usado um terno. E foi muito legal. Eu nunca tinha contracenado, então foram muitas primeiras vezes. Eu cheguei lá, antes de começar a gravar, e falei “vou me divertir!”. Decidi tratar com leveza e curtir, me divertir mesmo. Foi muito louco porque, como você mesmo colocou, eu tava acostumado a gravar as minhas músicas e a gravar o visual de um jeito sempre muito paradisíaco… Era eu na montanha pedalando, num rio remando feliz e contemplando, e chega “Eu Sou Sentimental” com eu me sujando de café, com patrão chato ficando chateado com tudo, um alter ego de um outro cara perfeito que eu queria ser, de uma agência de viagens. Acho que as pessoas vão até se surpreender porque elas vão ver eu me descobrindo nesse processo de atuar, sabe? Nos outros eu estava sendo eu. Eu estava numa bicicleta pedalando, não tem nada de muito complicado nisso.

Mas esse clipe foi muito legal e foi a primeira vez que eu fui dirigido também. A Belle de Melo, que é a diretora do clipe, tem essa veia artística cômica na direção dela em alguns clipes, quando ela quer. E eu achei isso fantástico quando a vi fazendo com outros artistas que eu admiro muito também, como Lagum, OutroEu. Então eu vi que era o momento certo de fazer isso, trazer essa coisa cômica que eu queria trazer também já há bastante tempo pros meus clipes. E sabia que era agora e que era com ela, que era a pessoa perfeita.

A frase que eu mais ouço das pessoas que me conhecem pessoalmente é “nossa, você é muito mais engraçado pessoalmente do que aparenta ser”. Acho que é porque eu me solto muito mais com as pessoas pessoalmente e com as pessoas que eu conheço, mas eu também queria mostrar este meu lado nos clipes. Foi o momento perfeito quando a gente encontrou a Belle.

- PUBLICIDADE -

Você planeja fazer mais videoclipes neste estilo? Atuando, seja cômico ou não, além de apenas mostrar você num âmbito mais intimista?
Bryan Behr: Com certeza! Eu vou fazer isso pro resto da minha vida, então eu tenho muitos clipes pra pensar no que fazer e com certeza muitos deles serão para morrer de rir. Eu acho que isso é muito legal e eu adoro ver vídeo com energia boa, que te faça sorrir, mesmo que às vezes você nem goste da música, mas que você assiste e fala “que bacana, que coisa boa que passa quando assistimos!”. Não acho que tenha um porquê para eu não fazer outros vídeos assim. E eu me diverti muito fazendo e faria de novo só pela diversão, mesmo que a gente não lançasse, eu faria de novo porque foi muito legal. Gravar o clipe foi uma experiência de vida muito legal.

O EP conta também com a releitura de “Eu Sei”, de Papas na Língua. Como foi a escolha dessa música e o processo de releitura?
Bryan Behr: Eu queria trazer para os capítulos quatro músicas de minha autoria e uma releitura de uma música já conhecida. Não só músicas que aconteceram de forma grandiosa, que tiveram grandes números, não tem nada a ver com isso. São músicas que me tocaram, que tocaram a minha adolescência, que eu amava cantar quando comecei a tocar violão.

- ANUNCIE AQUI -

“Eu Sei” é uma música que a gente levou pra dentro do estúdio e a gente desmontou ela. Pegou a letra e jogou o resto fora porque eu queria fazer alguma coisa diferente com ela. Então a gente misturou Amos Lee com Norah Jones com Coldplay. Tem muitas ambiências, tem vozes como tem em “De Todos Os Amores”. Acho que deu super certo. Eu amei a versão e tive o prazer também de conversar com o Serginho Moah, que é um dos compositores da obra e o vocalista do Papas na Língua. Ele se emocionou ouvindo e foi muito bonito porque o Serginho é um cara muito especial. Ele é muito bom no que faz. Acho que as pessoas têm que ouvir sem nenhuma expectativa do que pode ser porque está bem diferente.

Inscreva-se no canal da Nação da Música no YouTube, e siga no Instagram e Twitter.

Qual artista você gostaria de ouvir cantando uma música de sua autoria?
Bryan Behr: Tem vários! Eu gosto muito de compor, muitas coisas, de muitos gêneros e estilos diferentes, então não só uma música que eu já tivesse lançado, mas eu gostaria de ver Lagum, que é uma banda que eu admiro muito, as meninas da Anavitória, que eu acho, musicalmente falando, fantásticas e umas das maiores artistas do Brasil hoje. Qualquer um desses dois artistas, eu já ficaria com sorriso de orelha a orelha porque seria fantástico.

O título “Capítulo 1” dá a entender que vem mais coisas pela frente. Sei que ainda é cedo para falarmos de outras coisas, mas o que a gente pode esperar deste ano na sua carreira e dos próximos capítulos?
Bryan Behr: O nome entrega né, “Capítulo 1”. Livros tem mais de um capítulo e é o que eu estou fazendo. Eu estou escrevendo um livro, cantando. Acho que o capítulo um vem antes do capítulo dois, que vem antes do capítulo três, talvez o quatro, cinco, seis, a gente não sabe. As pessoas podem esperar um Bryan muito mais ousado dentro do estúdio e na hora de compor.

- ANUNCIE AQUI -

Acho que eu vivi numa zona de conforto quando eu produzi “A Vida É Boa”. Não no sentido de comodidade, mas de medo de arriscar. Esse capítulo um já é um passinho maior, o dois vai ser mais um pouco, talvez o três, o quatro, a gente ainda não sabe, mas eu vou arriscar ainda mais. Como eu te falei, eu vou fazer isso pro resto da vida. O momento de fazer música como eu acho que deve ser é agora. É hora de arriscar, colocar minha cara, fazer coisas diferentes.

No nosso DROPS NM, você comentou sobre as 150 composições que levou para o estúdio na hora de produzir “A Vida É Boa”. Para o EP, você utilizou essa pasta de composições ou foram coisas novas? Como funciona esse seu processo de composição?
Bryan Behr: O “Capítulo 1” tem “O Amor Descansa na Varanda”, que é uma música que eu escrevi em 2017, é bem mais antiga. E tem também “Eu Sou Sentimental”, que foi uma das últimas que eu escrevi, há pouquíssimo tempo. Acho que eu sempre vou revisitar essas canções, sempre vou dar uma olhadinha para trás. Muitas delas eu guardo só por recordação porque eu gosto muito de cantar e até de sentir o cheiro do lugar que eu tava quando eu compus, de resgatar a memória. Talvez eu nunca nem grave a música ou talvez alguém grave ela. Só que eu gosto de mantê-las vivas lá e acho que nenhuma música vem ao mundo sem propósito, sabe? Nem que seja para me trazer alguma coisa nostálgica, mas ela vai ter que continuar ali. Eu sempre vou levá-las pro estúdio, vou abrir essas 150 que daqui a pouco serão 250, 350, sempre terão mais músicas, porque vou fazer isso pro resto da vida. Sempre vai ter música, sempre, mas sempre terão essas 150. Não tem um porquê para eu não levar ao estúdio para escolher. Talvez uma delas faça sentido daqui cinco anos, que não faça sentido hoje ainda.

- ANUNCIE AQUI -

Gostaria de mandar um recado aos seus fãs e aos leitores da Nação da Música?
Bryan Behr: Eu queria pedir pras pessoas, na verdade, fazerem um exercício que eu fiz quando recebi as músicas: apagar todas as luzes do quarto, colocar um fone de ouvido e ouvir o EP do início ao fim. Porque a gente pensa também nessa ordem das músicas, da primeira, segunda, terceira, quarta e quinta música. Não é à toa, a gente não faz um sorteio e coloca lá. A gente produz para que as pessoas ouçam desta forma. Mesmo que muitas pessoas não ouçam como álbum, do começo ao fim, a gente sempre faz isso porque sei que sempre tem gente que ouve assim como eu. Às vezes quando sai o disco de um artista e eu não tenho tempo de ouvir inteiro, eu nem ouço nada, eu espero ouvir depois quando tiver o tempo de ouvir inteiro.

Eu quero agradecer às pessoas que continuam me acompanhando, que gostam do processo criativo do artista, assim como eu admiro ver artistas se reinventando o tempo inteiro, produzindo coisas diferentes. Então eu quero deixar um grande beijo e um muito obrigado a todas essas pessoas que fazem isso acontecer e que fazem tudo isso valer a pena também. Se é música nova que elas querem, é música nova que vão ter neste ano!

- ANUNCIE AQUI -

Muito obrigado pela sua visita e por ler essa matéria! Compartilhe com seus amigos e pessoas que conheça que também curtam Bryan Behr, e acompanhe a Nação da Música através do Google Notícias, Instagram, Twitter, YouTube, e Spotify. Você também pode receber nossas atualizações diárias através do email - cadastre-se. Caso encontre algum erro de digitação ou informação, por favor nos avise clicando aqui.



Caso este player não carregue, por favor, tente acessa-lo diretamente no player do Spotify. Siga a NM no Instagram e Twitter

- ANUNCIE AQUI -
Marina Moia
Marina Moia
Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.