Entrevistamos Daparte sobre os singles “Pescador” e “Acrobata”

Daparte
Foto: Diego Ruahn / Divulgação

A banda Daparte apresentou dois novos singles que foram agrupados no formato bundle, como nos antigos discos compactos, quando músicas eram lançadas em “Lado A e Lado B”. “Pescador” foi lançado no dia 10 de junho, enquanto “Acrobata” nesta terça-feira (15).

Ambas ganharam videoclipes feitos com animações gráficas idealizadas por Lucas Siqueira e estarão no próximo disco do quinteto, que será lançado oficialmente no segundo semestre de 2021.

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A Nação da Música conversou com os integrantes João Ferreira e Juliano Alvarenga sobre a relação entre as duas músicas, a colaboração com Zé Ibarra e também sobre como a pandemia afetou a produtividade deles.

Entrevista por Marina Moia
————————————– Assista à entrevista:

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————————————– Leia a íntegra:
Olá, como vocês estão? Obrigada por falarem comigo hoje. Semana passada vocês lançaram “Pescador” e agora o lado B, “Acrobata”. Ambos mostram um lado mais introspectivo da banda. Como foi o processo criativo das faixas e como ele reflete o momento atual do grupo?
João: Valeu, Marina, pelo convite. Sempre massa falar com a Nação da Música! Essas músicas são irmãs. “Pescador” foi composta no início de 2018. Eu tinha acabado de terminar um namoro, que foi importante pra mim, primeiro namoro. Eu estava me sentindo meio à deriva, meio sem chão. Sem muita direção e bem triste, com angústia e medo. Fui falando tudo que eu sentia e a música foi se tornando meio que um pedido de ajuda a alguém que tivesse mais experiência do que eu, no caso acho que era meio que a figura do meu pai. Foi um momento bem tenso pra mim, a composição da música. É uma música muito importante pra mim, muito sentimental.

Eu mostrei pros meninos pouco depois e a galera gostou, eles acharam legal e a gente já meio que colocou no repertório de ensaios da banda. Pouco tempo depois que eu mostrei, a gente viajou para um sítio, do tecladista da banda, o Bê. O Ju e o Bê começaram a escrever uma música, uma melodia, e essa música foi se tornar depois “Acrobata”. Eu fui lá depois e escrevi uma letra pra ela junto com os meninos. As músicas então nasceram juntas, uma meio que inspirou a outra e acabou então que a gente quis lançar elas juntas porque a gente achou que elas tinham tanto a ver que a gente quis fazer assim. Quando decidimos que íamos lançar juntas, optamos por resgatar essa parada de Lado A e Lado B porque a gente é muito fã dessa parada do vinil. Quisemos lançar uma [música] numa semana e a outra na outra semana pra galera ficar numa expectativa, ansiosa e entender mesmo que elas são ligadas. Fizemos clipes que tem a ver um com o outro, enfim…

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Como foi trabalhar com o amigo Zé Ibarra em “Pescador”?
Juliano: O Zé sempre foi um cara com quem a gente sempre trocou muita figurinha porque ele vinha pra BH às vezes pra fazer algum show e a gente chamava ele pra tomar uma com a gente. A banda dele, a Dônica, é uma banda que a gente sempre foi muito fã. A gente sempre quis gravar alguma coisa com ele. O jeito que a gente trabalhou com ele foi muito interessante porque o Zé veio pra Belo Horizonte gravar “Pescador” e acho que ele estava passando por um momento meio difícil na vida dele também, tinha acabado de terminar, estava meio perdido. Ele chegou no estúdio meio abatido e começamos a gravar e ele foi se animando, deu várias ideias pro arranjo de música, deu ideias de vocais, ele acrescentou várias sonoridades que até então não tinham no arranjo. Isso foi muito legal. Eu lembro que depois que acabou a gravação, a gente fez um churrasco e ele agradeceu pelo convite porque ele disse que fez bem pra ele. Acho que de certa maneira o João quando gravou a voz também estava passando por um momento difícil, então meio que casou um intérprete com outro tabelando ali nos sentimentos que eles estavam tendo. Foi legal. Foi muito bacana trabalhar com ele.

João: Ele é um amigo pessoal nosso, além de colega de trabalho. Eu lembro que na noite anterior eu conversei com ele e contei a história dessa música. Eu acho legal quando você vai gravar uma parada, você entender o que ela significa pra quem escreveu. Eu conversei muito com ele sobre isso e ele mesmo começou a se reconhecer, rolou uma transferência de sentimentos. Foi bem massa. Ele conseguiu transpor isso para a interpretação dele de um jeito bem bonito. Eu achei que ficou bem sensível.

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Assim como a sonoridade, os videoclipes também saem da zona de conforto da banda, com animações gráficas. Como surgiu a ideia de ir por esse caminho e como foi trabalhar com Siqueiras?
João: O Lucas Siqueira é um amigo nosso antigo. Ele é irmão da ex-namorada do Ju. A gente conhece ele desde antes dele fazer animação. Ele começou a fazer animações aqui em BH, fez pra uma banda aqui de Belo Horizonte que a gente achou a animação linda. Ficou naquilo né… a gente sabia que ele era um cara que mandava bem. Chegou nesse momento da pandemia, primeiro que a gente curte inovar e fazer coisas diferentes do que o que a gente sempre já fez, então a gente quis criar uma parada que pudesse ter liberdade criativa. Na animação, acaba que você pode pirar mais do que um videoclipe feito ao vivo. Questão de logística também, a gente não ter que se encontrar, não ter que sair, etc. Foram todas essas coisas: a gente gostar do trabalho do Siqueira, a gente achar que as músicas combinam com essa estética, a gente achar que o momento está propício pra isso, saiu assim!

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Ele teve a liberdade completa de fazer o que ele quis ou vocês trabalharam em conjunto? Como foi?
Juliano: Eu lembro da gente ter falado muito com ele do que as músicas passavam pra gente de sentimento, do que a letra falava…

João: Ele foi fazendo da cabeça dele muita coisa e sempre mandando pra gente. Mas ele é um cara muito talentoso, então de cara ele já agradou muito a gente. Não fizemos tanta alteração no roteiro original dele. Fomos vendo onde que dava e deu num lugar legal.

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Ambas as faixas estarão num disco novo, certo? O que podem me contar sobre o que mais vem por aí? Pretendem lançar mais músicas neste formato?
Juliano: Nosso disco como um todo, ele é quase um Lado A, Lado B porque o Lado A dele a gente vê que são as músicas que são mais pra frente, que talvez tenham um apelo mais pop também, de referências que a gente trouxe e que a gente gosta, de dança, de batidas mais fortes. Talvez o Lado B seja essas músicas mais introspectivas que fazem parte do nosso lado compositor, como músico, também, de tudo que a gente gosta de ouvir e fazer também. Mas a princípio não tem nenhum plano de ter lançamentos de músicas do disco que sejam como esse. Essa foi uma exceção, uma exclusividade, que a gente pirou de fazer nesse formato Lado A e Lado B, que é o formato vintage e que os Beatles faziam muito isso. A gente achou que combinou com as duas músicas. Um clipe conversa com o outro, então podemos divulgar as duas juntas. Estamos bem animados com o disco. Acho que ele está com uma sonoridade bem interessante e ele mescla os lados.

João: Ele é bem versátil, é bem doidão. Vai ter vários moods, várias coisas.

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Como tem sido para vocês, como banda, passar por este um ano e meio de pandemia? Afetou a criatividade e a produtividade de vocês?
João: Acho que a criatividade teve que ser usada em outros lugares. A gente teve que inventar um jeito de fazer uma live que fosse interessante, fizemos um show em BH no drive-in que foi legal, então a gente teve que ficar criando soluções pra situação da pandemia, que é uma bosta. Tivemos que pensar em como manter o contato com os fãs, ficamos bastante no Instagram, inventamos moda por lá, fazendo umas postagens diferentes, pra não sumir demais. No meio tempo, sempre tentando ter lançamentos de músicas que tivessem a ver com o que a gente estava querendo, com o que estávamos sentindo. No final do ano passado, por exemplo, a gente lançou aquele EP, que são três músicas que foram compostas na pandemia.

A produtividade, em termos de composição, ela acaba sendo meio difícil porque você vive o mesmo dia mil vezes, não encontra tanta gente, não conhece tantas pessoas, não viaja igual a gente tinha feito, então fica meio chato porque não tem muita inspiração, não tem muita coisa nova acontecendo. A gente composto menos e se encontra menos pra compor, então as coisas estão andando num outro ritmo. Mas em relação ao andamento da banda enquanto banda, lançamentos das músicas, a gente se aproximou bastante dos fãs e conseguiu chegar em gente nova. Acho que musicalmente a banda conseguiu crescer e ficar um pouco mais madura. Também estamos dando várias entrevistas igual a essa, que é super legal. A gente sempre fica muito feliz quando conseguimos conversar com jornalistas, muitas vezes de outros estados. Acaba que a gente consegue expandir o nosso som para vários lugares.

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Algo positivo que a pandemia nos trouxe foi que agora a gente tem o costume de fazer essas entrevistas por vídeo, então conseguimos ver as caras dos entrevistados, ao contrário das entrevistas por telefone. É claro que sabemos como vocês são, mas agora vocês também conseguem nos ver.
João: Acho que isso meio que veio pra ficar, né?

Acredito que sim. Porque pra vocês deve ser estranho conversar com pessoas que você não sabe quem é, não é mesmo? Porque a gente conhece vocês, vê fotos, assiste aos clipes…
Juliano: Eu achava isso muito estranho mesmo. Quando eu falava com alguém, eu tentava imaginar como era a cara da pessoa [risos].

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Durante esse período, o que vocês mais tem ouvido? Alguma coisa nova que se destacou? Ou alguém com quem vocês gostariam de fazer uma parceria?
João: Tem algumas bandas aí! Tem artistas do Brasil que a gente curte ouvir e que seria super legal fazer alguma coisa junto. como Jovem Dionísio, Anavitória, que são amigas também.

Juliano: Da velha guarda, Jorge Ben é um cara que a gente gosta muito.

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João: Escutamos muito sempre. E tem essas paradas que a gente sempre escuta, como Beatles. Mas de coisa nova mesmo, eu estava muito sabe quem? O Harry Styles. É um cara que eu parei pra escutar mais esses dias. Hoje eu ouvi o disco da Olivia Rodrigo que eu não tinha escutado ainda. Eu gosto de sacar essas paradas que estão na moda. O Harry Styles eu tinha um preconceito [com ele] porque eu nunca gostei do One Direction, não era um som que eu gostava, achava muito criança. Mas nesse último disco dele, ele mostrou a que veio. É um artista que eu passei a ver com outros olhos e a admirar musicalmente. Tem muita música bem feita e doida. É um cara que eu escutei bastante nos últimos tempos.

Gostariam de mandar um recado aos leitores da Nação da Música?
João: Obrigada Nação da Música pelo convite!

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Juliano: Espero que vocês gostem do som! “Acrobata”, “Pescador”… Vamos continuar seguindo e continuar ouvindo porque a gente ainda vai lançar muita coisa pela frente, coisas diferentes, e um disco! Fiquem ligados!

João: Sigam a gente lá no Instagram e no Youtube também, se quiserem se inscrever lá no nosso canal. Valeu pelo espaço. Quem estiver conhecendo a banda aí, tamo junto!

Juliano: Nação da Música, um abraço!

João: Valeu, Marina e Nação da Música!

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Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.