Entrevista Exclusiva: Catch Side fala da nova fase, “Colombo” e manda recado para os fãs

CACTH SIDE

Na última sexta-feira (14) o Catch Side liberou seu novo EP, intitulado “Colombo”. Com seis faixas, o disco apresenta a banda em uma nova fase – seis anos após o álbum “Sempre Mais”. Pois a Nação da Música entrevistou o vocalista e líder do Catch Side, Kaká, que falou sobre os primeiros singles de divulgação, a nova sonoridade e composições, o lançamento oficial e tudo que circunda “Colombo”. Confere abaixo:

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Nação da Música: No momento em que começamos a ouvir o primeiro single de divulgação do Catch Side, “Colombo” nos deparamos com a primeira frase “Já estava na hora de recomeçar”. Para iniciarmos nossa entrevista, portanto, gostaria que vocês explicassem qual o principal motivo que fez a banda perceber que “estava na hora de recomeçar”?

Kaká: Acho que por termos começado muito cedo na música, a banda ficou muito enraizada no nosso dia a dia. A gente viveu muito intensamente aquilo tudo, principalmente de 2007 a 2010. Quando a banda acabou a gente sentiu falta daquela rotina de shows, as viagens e tudo que envolvia o Catch Side. Com relação a frase, acho que veio da vontade de voltar a tocar. Independente de sucesso ou coisa do tipo, a gente precisava estar juntos novamente, representando algo que a gente sempre acreditou muito, não só para os outros, mas para nós mesmos.

NM: Ainda sobre a canção “Colombo”, a composição encerra com uma forma de assinatura, auto-afirmação. É isso mesmo? O Catch Side está vindo para demarcar seu local de alguma forma?

Kaká: A “Colombo” é bem diferente de tudo que a gente já fez. A gente queria uma música mais “agressiva” pra mostrar essa nova sonoridade da banda. É difícil falar em demarcar um local. A gente tá reconstruindo algo que ficou lá atrás, então é um processo diferente do usual. A imagem da banda ainda é muito associada ao que a gente fazia no passado, aquela coisa do cara querer ouvir você pra se lembrar de uma fase maneira da vida dele. É bacana? É, mas a gente quer mostrar que existe mais do que isso.

NM: É bem clara a mudança da sonoridade que a banda traz nesse novo trabalho, parece ser um som mais imponente. Isso se adequa bastante às novas composições que o Catch Side já apresentou. Ouve uma mudança de inspiração? Pode falar mais sobre?

Kaká: Acho que isso tem relação com o que você está vivendo no momento.São seis anos de diferença do nosso último CD “Sempre mais” pro “Colombo”, então muita coisa aconteceu nesse meio tempo, a começar pelas nossas idades. Acho que esse amadurecimento musical é um processo natural não só pra gente, mas pra várias bandas que conseguiram fazer essa transição. Em termos de composição, hoje o processo é mais rígido, eu me cobro muito mais com as coisas que eu escrevo. A gente tem tentando variar, explorar outros temas que condizem mais com o que a gente pensa hoje em dia.

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NM: Apesar dessa “mudança”, nos trabalhos que foram apresentados ao público até o momento existe um certo confronto entre o velho e o novo. No entanto que é possível perceber a união deles, ao mesmo tempo. Como vocês trabalharam isso nesse novo EP? Vocês procuravam encontrar uma nova forma de se manifestar, ao mesmo tempo que desejavam manter a essência do grupo?

Kaká: Isso vem naturalmente. Não é algo mecânico que a gente pense “Ih, faltou um elemento pra ser Catch Side”. A gente não usou nenhuma fórmula do passado pra refletir no presente, até porque são outras músicas, outras ideias e conceitos. A gente esvaziou nossas mentes, começou do zero e foi.

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NM: Além dessas referências do velho e novo, é perceptível uma certa mescla da sensibilidade ou até ingenuidade da banda com uma nova força e amadurecimento. Foi essa a intenção da capa do álbum? Pode falar mais sobre a arte?

Kaká: É bem por aí mesmo. O papel representa a vulnerabilidade e o oceano a dúvida. É como navegar em um “barco de papel” em busca de algo que você nem sabe se existe.
A gente sabe que essa transição de som é algo que requer tempo, paciência, e acima de tudo, constância. É um trabalho a médio/longo prazo que a gente deu start com o Colombo. Muita gente vai sentir falta do passado, pessoas que não gostavam no passado vão curtir agora. Enfim, eu acho que pra uma banda dar certo ela tem que transmitir verdade. É o que gente tentou passar nesse novo trabalho.

NM: Adoro as referências entre “Colombo” e “Mar de Gente”. Você Kaká chegou a comentar que além de novas músicas, algumas antigas seriam utilizadas no EP. Vocês encontraram músicas que conversavam com toda a linguagem do álbum? Elas foram adequadas, ou utilizadas originalmente?

Kaká: A gente tinha algumas dúvidas sobre isso mas chegamos num consenso de que todas as músicas seriam inéditas. Não cabia ficar seis anos sem lançar um disco, e quando lançasse, chegasse com música antiga. Nos shows a gente vai tocar algumas músicas dos outros discos, mas a prioridade vai ser sempre o novo.

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NM: Sobre “Mar de Gente”, vocês estavam com saudade de navegar por ele? Há quanto tempo ficaram longe dos palcos, e como foi esse retorno recentemente?

Kaká: Com certeza. Tem uma galera muito boa que comenta em nossas redes sociais sobre o Colombo. A gente vai lançar o disco dia 2 de outubro no Hangar, em São Paulo, e a expectativa é a melhor possível. A questão do Mar de Gente é relativa, hoje pra gente o que importa é que seja de verdade e que seja intenso, parafraseando a música.

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NM: E já que falamos sobre os fãs. Deixem um recado pra galera!

Kaká: A gente agradece muito todo esse apoio dos fãs nessa nossa volta. Pra nós é uma satisfação muito grande lançar um trabalho novo e receber o feedback da galera pedindo show, querendo ver isso tudo ao vivo. A gente agradece, não só a eles, mas ao Nação da Música que sempre abriu espaço pro Catch Side! Forte abraço!

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João Pietro
João Pietro
João Pietro: Jornalista, gaúcho e admirador da música em todas as suas vertentes. Apaixonado pela cultura e suas diversas formas de se manifestar, entende que ela é transformadora. Não dispensa um café forte, imagina que se sai bem no improviso e valoriza as relações interpessoais. Também gosta de tocar violão, admira o amor e busca ser otimista.